Família Mikaelson, Um Conto de Natal. escrita por Sky


Capítulo 1
Um Conto de Natal.


Notas iniciais do capítulo

Espero de todo o coração que gostem desta one feita com muito amor e carinho, no primeiro natal/reencontro da família mais querida das telinhas dos nossos corações, Merry Christmas!!!
♥♥♥



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Família Mikaelson

Um Conto de Natal.

 

Freya estava um caco, o Natal iria cair sob a desgraça e era por causa dela. Na verdade não, não era por causa dela, mas isso não impedia a mesma de achar que sim.

Todas as suas deliciosas e magníficas tortas, feitas exclusivamente para a data em questão, estão neste exato momento carbonizadas na cozinha. E seu pudim? Esparramado pela sala de jantar, céus, Zoe Mikaelson não tem jeito, garotinha agitada e arteira, mas ainda assim o amor da vida de Freya, Keelin e Vincent.

Aquela pestinha, era puro furação, ela corria para um lado e aprontava, enquanto alguém arrumava sua arte, ela ia para outro canto e aprontava lá. Peste!

Então, neste ponto da situação, Freya passava a mão nos cabelos os bagunçando para cima, ela andava de um lado para o outro em busca de alguma solução, alguma alternativa, alguma coisa que ajudasse e não a deixasse louca. Não havia comidas especiais prontas, nenhum canto da casa havia sido decorado, estava tudo uma porqueira e a loira sentia como se tudo escapara de suas mãos e tivesse se espatifado no chão, quebrando em um zilhão de pedacinhos minúsculos e impossíveis de serem recolhidos.

Keelin e Vincent a olhavam preocupados, enquanto tentavam domar a fera que a menininha Zoe havia se tornado e limpar um pouco da algazarra instalada no pátio, na sala de jantar, na cozinha e em cada canto descoberto pela menina.

A morena se aproximou de Freya e a abraçou por trás, segurando seus braços antes que as mãos da esposa subissem a cabeça e arrancassem seu couro cabeludo sem esforço.

— Amor, você tem que relaxar… Está muito tensa e estressada querida…- ela beijou o ombro da outra, antes que a mesma se soltasse e a fulminasse com os olhos.

— Me acalmar Keelin? Viu o estado desta casa? Da Zoe? Ela parece mais uma porquinha toda suja envolta na lama do que uma bebê!- ela escondeu o rosto entre as mãos.- Desculpa, me desculpa, é o primeiro natal que passamos juntos desde.... Você sabe. Eu só queria tudo perfeito, entende? Mas droga! Quem sempre me acalmava nos natais e me ajudava em tudo com essas coisas era a Hayley, ela entrava de cabeça e sempre arrumavamos um jeito de fazer dar certo… Só me sinto perdida e sobrecarregada, mas não  preciso me sentir assim, eu tenho você e Vincent e Zoe, só… - ela soluçava quase a beira de uma crise, se é que esta já não era a crise.

— Está tudo bem amor, está tudo bem, esta é uma época em que passamos com a família, você está abalada, só isso…- Keelin disse enquanto a aninhava em um abraço.- Por que não fazemos o seguinte, eu dou um banho na Zozo, e a coloco para dormir, você toma um banho e tenta relaxar e damos um jeito em tudo depois? - a morena deu um beijo na bochecha da esposa, que só assentiu e suspirou, subindo pela escada em caracol até o segundo andar.

Keelin fez um coque no alto da cabeça usando seu próprio cabelo como amarrador, arregaçou as mangas da camisa de flanela e caminhou até sua filha, era incrível tamanha semelhança entre a garota e sua mãe Freya, a pequena já havia demonstrado a magia herdada da mãe em uma certa ocasião, quando uma lâmpada quase caiu sobre Keelin a garotinha a afastou salvando a mulher de alguns pontos não necessários.

— Vin, vou levar esta aqui para tomar um banho e tentar colocá-la para dormir, Freya está no banho, pode dar uma arrumada no pátio por favor? Ótimo, obrigada Vin. - ela sequer esperou a resposta do homem, subiu rapidamente o lance de escadas e deixou-o só pensando, “Por que é que sempre sou eu a arrumar a bagunça? Sempre eu, impressionante!”.

 

. . . . .

 

Quando Freya finalmente saiu do banho e colocou uma roupa confortável o suficiente, ela desceu a escada só para ver Vincent deixar cair sobre seus pés algo enorme e metálico, cambaleando instantaneamente para trás, caindo sentado apoiado em uma das pilastras do Quartel.

— Oh meu Deus, Vincent!- Freya se apropriou do pânico quando viu tal cena, correndo para perto do amigo e pai de sua filha.- Você está bem?! Está doendo muito?!

— Não está tudo bem…- ele mentiu.- Só preciso deixá-lo em repouso um pouco que logo estará melhor, não se preocupe Freya…- ele tocou o tornozelo que se torceu no processo, reprimindo uma careta de dor.

— Acho melhor colocar um gelo nisso aí, Vincent. - a loira virou-se de imediato para a entrada do pátio, vendo Hope segurando sua pequena mala e alguns embrulhos de presente.

— Hope, querida! - a tia quase pulou no pescoço da garota, quase se esquecendo brevemente que o amigo se encontrava machucado a alguns passos de distância.- Quanto saudade eu senti de você! - a mulher murmurou enquanto colocava uma mecha ruiva atrás da orelha da sobrinha.

— Também senti sua falta tia Freya! -ela deu um pequeno sorriso aceitando o carinho que a tia inconscientemente lhe oferecia.

— Quem foi que morreu?!- Keelin perguntou se pendurando no parapeito da varanda do segundo andar, logo em seguida olhando para Vincent e murmurando um “Ah….”, ela visualizou Hope e abriu um sorriso de orelha a orelha.- Hope!! - ela escorregou o corrimão da escada como uma criança logo puxando a menina para um abraço caloroso e apertado.

— Keelin, oi tia! - a tribida tentou responder mesmo sem ar em seus pulmões por conta da força usada pela mulher.

— Oh, desculpe querida, como vai a escola..?- ela perguntou enquanto se afastava para pegar gelo para Vincent.

— Vai…. añh, bem, eu acho…- ela disse tudo seguindo cada palavra com caretas estranhas.

— Que bom, então…- Freya tentou sorrir, mas tudo que conseguiu fora uma cara muito estranha de alguém que não entendeu a outra pessoa, e no caso, também não quer entender, é de Hope que estamos falando, afinal.

Vincent soltou um muxuxo doloroso até de se ouvir quando a outra depositou o saco de gelo sobre seu tornozelo, a olhando com agonia.

— Keelin, se eu não gostasse de você, nem fosse mãe da Zoe eu juro que já te tinha tacado fogo! - ele exclamou antes de outro gemido agonizante escapar de sua garganta, ao que a mulher respondeu com um sorriso estranho de quem pedisse desculpa por um erro banal.

— E Zoe? - Hope perguntou colocando sua mala na ponta da escada.

— Continua uma peste, mas neste momento uma pestinha muito fofa que está dormindo no quarto…- a morena disse passando as costas da mão sobre a testa fingindo limpar um falso suor enquanto atuava de brincadeira.

— Certo, vou até meu quarto tomar um banho, a viagem de Mystic Falls até aqui foi longa e cansativa…- a ruiva sorriu antes de pegar sua bagagem outra vez e subir escada em caracol acima.

Freya mordeu levemente a língua colocando as mãos na cintura olhando ao redor do pátio.

— Okay, o que foi Freya? Já está me assustando. - Vincent questionou de seu cantinho no chão, tendo de companhia ele mesmo e o gelo.

— Temos que decorar isso aqui, o mais rápido possível! -ela respondeu autoritária, depois virou-se para o amigo, que trocava um olhar assustado com a morena a sua frente.- Keelin, me ajuda aqui.

— Com o que?- foi o homem que perguntou ao ver se aproximar dele as duas mulheres, elas o levantaram do chão e com um certo esforço o colocaram em uma cadeira ao lado de uma mesinha perdida no local.

— Você!- apontou para ele ainda mandona.- Irá desembolar isso aqui.- ela tirou de debaixo da mesa uma enorme caixa, o homem se inclinou receoso sobre a tampa e a puxou devagar, quando a tampa foi jogada para escanteio, ele viu dezenas de pisca-piscas entulhados ali dentro.

— Não, não mesmo Freya, sem a menor chance!- ele negou com as mãos e cruzou os braços sobre o peito estufado.

 

. . . . .

 

Já haviam se passado dez minutos desde que Vincent começara a desembaraçar os montes de luzinhas brilhantes, mas mais se pareciam horas, ele sentia que estava a hora fazendo aquilo, sem contar a inveja que sentia de Keelin, que só precisava cozinhar as coisas para o jantar de natal, “Cozinhar é fácil, quero ver tentar desenroscar esse troço! Eu devia ter ficado em casa! Mas não… Vim ser escravo de uma Mikaelson obcecada por natal, com uma casa não decorada, uma bebê atrevida, uma loba muito, muito delicada (sinta a ironia), uma tribida problemática, e todos os Mikaelson’s que vão se reunir… Boa Vincent, boa!”.

Freya subia e descia com caixas e mais caixas, todas repletas de coisas de natal, ela já havia decorado toda a escada, tanto que me pergunto como é que alguém conseguirá subir ou descer ela. Agora tinha toda a sua atenção voltada para tentar montar e decorar a árvore que ela obrigara Keelin a trazer.

— Tia, quer ajuda..?- Hope perguntou da porta de seu quarto mesmo já sabendo a resposta de sua pergunta, que foi, como previsto, um pequeno aceno e vários dedinhos juntos em sinal de “Só um pouquinho”.

Elas ficaram um tempo decorando o pátio até Keelin aparecer com a cara chamuscada e olhos arregalados, Freya virou-se devagar para a esposa, suspirou fundo.

— Me diga que não aconteceu o que eu estou pensando… - ela suspirou prestes a explodir, Vincent segurava um riso.

— Não aconteceu o que está pensando…

— Sério?- a loira soou esperançosa.

— Não. - Kee’ tirou um pedaço de algo não identificável e jogou para fora de seu cabelo.

— Por** Keelin! - a loira acidentalmente jogou a caixa de bolas decorativas da árvore para o alto.

— Nossa Freya, que recepção mais adorável irmãzinha! - Kol disse segurando algumas bolas que voaram em sua direção, com Davina rindo atrás de si.

— Cala a boca Kol! - a mulher começou a dar tapas nos ombros do irmão o empurrando para trás.

— Que foi Freyazinha do meu coração…? Isso tudo é saudade viu!- ele retrucou tentando a tirar do chão, ato do qual ela não gostou muito e respondeu com vários tapas e risadas encobertas.

— Céus, esta família só se comunica através da agressão. Me pergunto onde foi que aprendemos a ser assim…- a voz de Rebekah ecoou pelo Quartel e fez vários rostos se voltarem para ela.

Kol correu com Freya nos ombros e puxou a outra irmã para um abraço apertado.

— Óbviamente comigo que não foi, eu sou um anjo…- Kol disse fazendo uma falsa cara de inocente que fez todos caírem na gargalhada.

— Idiota! - Bekah o empurrou pelo ombro.

— Não mais que seu marido maninha!- ele sorriu de canto.

— Pelo menos sou mais bonito que você Kol…- Marcel disse empurrando um carrinho de bebê, ele tinha uma aparência exausta, ao mesmo tempo em que tinha um sorriso de orelha a orelha trazendo consigo aquele embrulho sob a manta amarela.

— É como dizem Marcel, a esperança é a última que morre! - ele tomou uma pose séria ao dizer o resto da frase.

— Tem algo errado.- Bekah olhou em volta se perguntando o que é que ela sentia falta.- Cada o jazz?! Nova Orleans sem jazz é só uma cidade sobrenatural chata!

Ela foi com Keelin até o rádio que colocaram no canto mais afastado do pátio, e ela resmungava enquanto caminhavam:

— Para que rádio, Marcel ou Kol podem hipnotizar alguns músicos…

— Acho melhor não cunhadinha…- Kee’ a cortou, tentando ser gentil, ao que a outra deu de ombros.

Marcel e Davina engataram uma conversa sobre os velhos tempos, enquanto Kol e Vincent se juntaram para falar como Keelin cozinhava mal, diga-se de passagem que o tópico não a agradou muito, mas ela tentou, ao menos, não ligar muito para o assunto daqueles dois. Rebekah e Freya sentaram-se em um dos sofás espalhados pelo lugar com duas taças de vinho, e a garrafa disfarçadamente escondida ao lado das duas, o pátio estava decorado com almofadas vermelhas e douradas, com alguns ursinhos de renas cujos sinos faziam um barulhinho engraçado ao serem balançados, ramos de arvoredos, pinhas, e tudo o que foi deduzido ser decoração de natal.

Hope continuou colocando algumas das suas bolas decorativas na árvore, pegou uma transparente com detalhes em dourado e ficou um tempo observando-a.

— Ei, eu e Vincent vamos fazer o jantar, arrumem as mesas e o pátio, se preparem pois será um banquete dos deuses! - Kol se gabou enquanto levava o manco Vincent para a cozinha.

Freya e Rebekah soltaram leves resmungos mas começaram a empurrar a mesa junto de Marcel enquanto Davina brincava com a pequenina criança no carrinho.

Hope bebeu outro gole do vinho que suas tias lhe deram e subiu disfarçadamente para seu quarto.

Ela trancou a porta atrás de si e caminhou até a cama, se abaixou no chão e puxou de debaixo da cama uma caixa verde-água com uma fita em volta, ela engatinhou para a cama e se encostou na cabeceira, suspirando fundo antes de afastar com palmadinhas a poeira instalada sobre a caixa, abrindo-a cuidadosamente.

Ela retirou um bolo de fotos pressas e juntas por um laço, que ela logo removeu. A primeira foto era de sua mãe, no dia de seu casamento com Jackson, que foi padrasto de Hope por um ano antes de ser morto, ela estava linda, mais linda do que já era normalmente, ela parecia nervosa e sem jeito naquele vestido, mas sorria para alguém, que Hope teve certeza ser seu pai, na foto seguinte os dois estavam juntos abraçados sorrindo como dois idiotas, eles seguravam copos com alguma bebida, mas estavam felizes.

A terceira era uma de Freya e Keelin logo após Freya ter Zoe, elas transbordavam felicidade, e não era atoa, havia uma foto de Rebekah quando estava grávida de Haley, sua garotinha. Uma foto de Kol com Davina e Vincent com Zoe. Uma de tio Elijah e Hayley, de mãos dadas (foto tirada escondida, a propósito).

Ela pegou a última foto que colocara no bolo, uma foto dela e Josie e Rafael, Lizzie, Penélope e M.G. discutiam por alguma coisa ao fundo, o que tornava a imagem ainda mais engraçada ao meu ver. Hope tinha solitárias lágrimas nos olhos, e isso a irritava.

Estavam todos muito felizes e em parte isso a deixava mal, o que a deixava pior? Estar zangada pelas pessoas estarem seguindo com suas vidas enquanto ela se entristecia lembrando de pessoas que já se foram. Injusto! Injusto! Injusto!

Ela pegou uma carta mais ao fundo da caixa, e leu deixando lágrimas caírem sem pudor.

“ Querida Zoe, ou Caitylin, ou Angela…

Para minha garotinha…

O seu pai acabou de perguntar se isso era uma carta de amor, acho que por um lado é…

Eu nunca conheci a minha mãe, não tenho ideia do que ela sentiu quando estava me carregando, então eu resolvi te escrever para você saber o quanto estou feliz neste exato momento. O quanto seu pai e eu estamos anciosos para te ver…

E eu quero te fazer uma promessa: três coisas que você vai ter que eu nunca tive. Um lar seguro. Alguém para te dizer que te ama todos os dias. E, alguém para lutar por você não importa o porquê.

Em outras palavras, uma família.

Então aí está garotinha, o resto vamos ter que descobrir juntas…

Eu te amo.

Sua mãe”

 

Hope se afundou na cama, aquilo estava errado, estava descomprindo sua promessa.

Ela limpou as lágrimas outra vez, e mais uma, e mais outra, até não ter lágrimas para limpar, até se acalmar e guardar a caixa.

Hayley a amava, Klaus a amava, estava tudo bem, tinha de estar, pelo menos hoje. Hoje daria tudo certo.

Ela pegou seu gorro de natal e colocou na cabeça saindo do quarto respirando normalmente outra vez.

Hope se escorou no parapeito da varanda olhando para baixo, a garota parou um instante para reparar em coisas que ela não vira antes. Rebekah envelhecera, não muito, mas envelhecera, ela sabia que isso se devia ao fato dela ter tomado a cura, os anos de Bekah voltaram para ela muito rápido, se não fosse Freya ter descoberto uma antídoto que tinha como objetivo desacelerar isso é provável que sua tia já não estivesse entre eles, e Deus sabe o quanto não

aguentariam outra perda nesta família. Marcel parecia exausto, cansado, mas inconfundivelmente feliz, com sua esposa e sua filha, Haley era uma preciosidade em forma de criança, e crescia muito rapidamente. Davina era uma mulher muito bonita, uma bruxa e tanto, e Hope percebeu, ela tinha uma tatuagem, um pequeno pássaro, em sinal de liberdade, ela lembrou-se da amizade de Dav’ com sua mãe, mas vamos assumir, Hayley tinha ótimos conselhos… Vincent ainda estava carrancudo, só para deixar claro. A tribida procurava sua tia Freya, mas a loira havia sumido, não estava dando ordens para o pobre Vin’, nem batendo em Kol, ou bebendo com Bekah, nem checando a decoração da enorme mesa colocada no pátio, e isso era estranho.

— Hope, tem uma pessoa querendo falar com você!- a tia apareceu pelo longo corredor que ligava o pátio a entrada do Quartel, um corredor largo e escuro e úmido, ela tinha no rosto um sorrisinho malicioso que de início assustou a ruiva.- Um tal de Landon…- ela aumentou o sorriso quando um sorrisinho escapou da adolescente. “Foco Hope, céus! Você não é uma adolescentizinha boba apaixonada!” ela ordenou a si mesma.

— Quem é Landon? - Kol perguntou em um tom meio ríspido vindo da cozinha com uma travessa de lasanha.

— Também gostaria de saber, dona Hope.- Marcel semicerrou os olhos.

— Vocês dois vivem se bicando mas são idênticos, dois ciumentos, deixem a garota e o namorado dela em paz! - Davina disse lançando uma piscadinha para a sobrinha, que revirou os olhos sorrindo.

— Ele não é meu namorado, Davina!- Hope arrumou o gorro na cabeça descendo com dificuldade os degraus da escada, lotada de enfeites.

— Uhum, e Papai Noel existe Hope…- Hope lançou uma almofada na tia antes de seguir para o corredor, escutando os tios conversando no pátio.

— Como é que esse Landon é, Freya? - Kol perguntou.

— Muito bonito sabe, e educado, Hope parece que tomou juízo e começou a gostar de alguém legal, ele tem o cabelo escuro e com uns cachinhos, muito muito fofo,os olhos claros bonitos!- Freya fingiu se abanar rindo.

— Aposto que sou mil vezes mais bonito!- Kol retrucou.- Não sou, Davina?

— Com toda a certeza amorzinho, com toda a certeza…- Davina riu antes de beber outro gole do vinho que se serviu.

Hope atravessou o corredor sentindo a comum sensação fria de quando passava por lá a noite, sempre frio. Ela viu Landon de costas, sua silhueta sendo iluminada pelas luzes dos postes da rua, ele se virou ao ouvir o portão levemente enferrujado ranger quando Hope o empurrou, ela sentiu um estranho frio na barriga, como se a mesma estivesse repleta de borboletas. Não. Não. Não, Hope controle-se.

— Oi…- o garoto disse coçando a nuca, sorrindo sem jeito.

— Oi…- ela respondeu segurando seu próprio pulso, encarando o chão.

— É, eu queria te entregar uma coisa…- ele puxou do bolsa uma pequena caixinha dourada.- É só uma forma de agradecer por tudo, eu ainda não encontrei minha mãe, mas tô quase, e eu não teria conseguido sem você… É simples mas eu espero que goste…

Ela pegou a caixinha que ele entregara a era, era um colar, um pequeno lobo levantando a cabeça como se uivasse, ela virou o objeto e observou atrás, encrustada na prata podia se ler “Crescent Queen and Hybrid”.

— Eu ainda não encontrei minha mãe, mas descobri um pouco sobre sua família, achei que ia gostar de algo que remetesse seus pais…- ele sorriu sem jeito outra vez.

— Eu adorei, Landon, obrigada…- ela limpou uma singela lágrima que escapou de seus olhos.- Quer entrar? Logo logo vamos começar a ceia…

— Acho melhor não, não quero atrapalhar sua família…

— Não vai atrapalhar Landon, vai ser meu convidado…- ela sorriu e ofereceu a mão.

— Okay…

— Ah, antes, um aviso, meus tios e tias vão te encher de perguntas, meus tios são meio ciumentos sabe…- ela disse enquanto colocava o colar envolta do pescoço.- E minhas tias vão querer te conhecer…

— Okay, agora oficialmente acho melhor não entrar…- ela parou exatamente onde estava.

— Para de ser bobo, não é como se eles fossem cravar os dentes no seu pescoço ou lançar algum feitiço em você…- Landon a olhou sério.- Eu acho…- ela sussurrou.- Vem logo, anda…

Landon sentiu-se ser puxado por um corredor escuro, meio frio e úmido, antes de entrar em um pátio, todo decorado para o natal, com uma imensa árvore em um canto, jazz tocando, e um cheiro muito bom vindo de algum canto daquela casa.

Vários rostos se viraram na direção dele, duas mulheres loiras o olharam de cima abaixo, uma morena sorriu segurando uma bebezinha no colo, uma quarta cuspiu um pouco de alguma coisa que tomava quando olhou dele para um homem que o fulminava com os olhos, segundo homem segurava o riso enquanto mancava até a mesa, e um terceiro estava prestes a lhe lançar uma pedra, Landon podia jurar que era este o pensamento que passou pela cabeça do homem.

— Pessoal, esse é o Landon, meu convidado para o jantar, okay. Sejam legais…- ela sussurrou a última parte, Landon notou que um deles, o que o fulminava, olhava diretamente para as mãos entrelaçadas dos dois adolescentes.- Estas são minhas tias, Freya e Rebekah.- as duas acenaram para o garoto que repetiu o gesto.- Minha tia Keelin, esposa de Freya, e a filha dela com Vincent, Zoe.- Hope apontava tudo muito rápido, mas ele conseguiu captar o sorriso amigável de Keelin e sorriu de volta, Vin’ deu um breve aceno, voltando sua atenção para outra coisa.- Kol e Davina, são casados.- a mulher sorriu, ao contrário do homem que só soltou um sorriso amarelo depois que a sobrinha e a esposa o olharam severas.- Marcel, marido da tia Bekah, e a filha deles, Haley…- ela suspirou ao terminar, e sorriu para o garoto.- Senta, vou pegar algumas bebidas, certo?

Ela começou a se afastar e desapareceu em algumas das curvas. Ele olhou para a família de Hope sem jeito, depois se arrastou até um cadeira, puxou-a devagar vendo se alguém ali esboçava alguma reação como mandá-lo embora, ou atacá-lo, talvez fosse só um medo sem fundamento algum, afinal. Ele sentou-se e sorriu para Vincent e Keelin, as únicas pessoas sentadas na mesa, quando olhou para frente outra vez, Kol e Marcel estavam sentados a sua frente.

— Qual seu nome?- ambos tinham os olhos semicerrados.

— L-Landon…- o rapaz gaguejou.

— Ah, não diga!- Kol revirou os olhos.- Nome completo.

— Landon Kirb…

— De onde você é, Landon?- Marcel pronunciou seu nome com certa raiva e ironia.

— Não sei…- o rapaz olhou para seu prato. Aquilo era um interrogatório, não era?

— Como não sabe?

— Ei, eu deixo ele com vocês por menos de três minutos e vocês começam um interrogatório? Francamente!- Hope reaparece colocando os copos na mesa, começando a servir algumas das taças com vinho.

— Hopezinha, não fizemos nada de mais… Falando assim me magoa, sabia?- o tio se fez de inocente.

— É Hope, só queriamos conhecer melhor seu convidado…- o Gerard se justificou.

— Sei... - a garota sentou-se ao lado de Landon o entregando uma taça, logo em seguida dando as dos tios a sua frente.

Freya sentou-se ao lado da sobrinha junto de Keelin e Zoe, Davina sentou-se com Kol e Marcel, assim como Rebekah que brincava com a filha que mexia sem chocalho.

— Acho que já é hora de começarmos a comer!- Freya disse enquanto fazia careta para a filha que ria no colo da outra mãe.

— Que o banquete comece!- todos levantaram as taças e brindaram.

— Ei, Hope…- Landon cochichou em seu ouvido.- A ceia não começa só quando dá meia noite?

— Vai descobrir que minha família não faz as coisas igual a maioria, sabe…- ela sorriu.

— Então, onde você conheceu o Landon, Hope?- Bekah perguntou se servindo de batatas gratinadas e um pouco de lasanha.

— Ele trabalhava em um restaurante em Mystic Falls…- a adolescente pegou um pouco de frango assado e arroz.

— Sua família não se importa de você passar o natal com a gente?- Keelin perguntou, mas parece que se arrependeu logo em seguida.

— Não, eles não se importam, eles, bem, não existem…- Landon disse como se o fato não importasse.

— Como assim não existem? - Freya suspirou antes de entender.

— Eu sou orfão, vivi em lares adotivos, basicamente, meu único “parente” é meu irmão adotivo, ele estuda com Hope…- Landon disse entre garfadas da sua carne assada.

— Essa é sua história..?- Kol perguntou, mas não usando o tom de voz de antes, ele parecia meio arrependido, na verdade.

— É…

— Kol, Davina, como está a volta ao mundo de vocês?- Hope perguntou tentando acabar com o assunto.

— Está sendo ótima!- Dav’ sorriu e assumiu uma cara sonhadora.- Já visitamos a Europa ea América do Norte, nossa próxima parada é a América Central e do Sul…

— Sério? Parece incrível… E a tatuagem, fez onde?

— Ah…- a mulher olhou para a o desenho.- Califórnia...O tatuador era muito bom… Nem doeu.

— Quero fazer uma…- Hope disse bebendo um gole da taça.

— Verdade…?

— Sim, já falei disso com meu pai, antes…- ela suspirou.- Nossa última conversa…

— Ei, Hope, tá tudo bem…- Freya colocou uma mecha ruiva atrás da orelha da sobrinha.

— Eu sei tia, eu sei…- ela sorriu para Landon.- Você é muito porco…- e riu apontando o molho em volta da boca do garoto.

— Ei, nem vem que você também tá suja!- ela disse se limpando disfarçadamente, ou tentando.

— Ah é, onde?- ela lançou um guardanapo nele.

— Aqui!- ele passou o dedo no molho que sobrou em seu prato e sujou a bochecha de Hope.

— Ei!- ela limpou com as costas da mão empurrando ele pelo ombro, que riu abertamente.

Freya sorriu para Keelin e os outros como quem dissesse, “Ela cresceu, e está apaixonada”. Kol olhou para Marcel e suspirou, é, ela de fato crescera, e aparentemente havia encontrado alguém legal, isso era bom, em todo caso.

 

. . . . .

 

Eles começaram a limpar a mesa e a retirar todas as travessas dos salgados e dos doces.

Landon sentiu-se sendo puxado para a parte de trás de uma pilastra, e sendo encarado pelos dois tios de Hope.

— Quais são suas intenções com Hope, Landon Kirb? - quem perguntou foi Marcel.

— Oi?- o garoto perguntou se afastando um pouco quando Kol afrouxou as mãos em volta da gola de sua jaqueta.

— Olha, eu sei o que parece, que somos loucos e que vamos matá-lo…- o garoto assentiu de forma disfarçada como se dissesse, “Que bom que sabe!”.- Mas Hope já sofreu demais, já passou por coisa demais, só queremos garantir que você vai ser bom para ela… - Kol suspirou passando as mãos pelos cabelos.

— Acho mais fácil Hope acabar me machucando, gosta delas muito para fazer isso…- o rapaz coçou a nuca.

— Ela não faria isso, que já foi machucado sabe como dói e não faria isso com outra pessoas, Hope não é assim…- ele suspirou.- Em todo caso, é só um sentimento de proteção entende, Hope não é uma donzela indefesa, ela é uma guerreira e sabe se defender sozinha, em todo caso, ela não precisa de alguém para ficar na sua frente e a proteger, ela precisa de um escudeiro para ficar ao seu lado, entende?- Landon assentiu.- Quem bom, você parece um bom rapaz, Landon Kirb, tem sorte de tê-la em sua vida...

Ele deu tapinhas nas costas do rapaz antes de se afastar e se aproximar de Davina, Kol olhou para sua sobrinha que sorriu para ele, ela havia escutado, ele sabia.

O garota se aproximou de Hope, e eles ficaram conversando enquanto comiam os docinhos largados por Freya em alguma mesa.

— Nossa garotinha cresceu… Não é?- Freya perguntou observando os dois adolescentes. Os adultos que estavam na roda observaram os dois também.

— Hayley e Klaus estariam orgulhosos dela…- Bekah disse antes de levar a taça a boca novamente.

— Sinto falta daqueles dois…- Freya olhou para as próprias mãos.

— Quem não sente…

— É 23:59! - todos se levantaram e se olharam para o céu descoberto do pátio, pequenos flocos de neve caíam sobre eles.

— 10… 9… 8… 7… 6… 5… 4… 3… 2… 1! Feliz Natal! - eles gritaram em uníssono.

Landon virou-se para Hope que sorriu, ela se aproximou do garoto e colocou os braços em volta do pescoço do mesmo.

— Feliz natal, Landon…

— Feliz natal, Hope…- eles mantiveram o contato dos olhos até colocar fim entre o espaço que havia entre eles, Hope riu no meio do beijo, e ficou assim, abraçada a ele, e ela sentiu segura, o mesmo valeu para ele.

 

. . . . .

 

Hayley observava a filha e o garoto abraçados.

— Ela me parece feliz, não é? - a morena perguntou para Klaus, ao seu lado.

— Ela parece feliz.- eles se olharam e sorriram.

— Nossa garotinha…- a mulher aninhou-se nos braços do amigo.

— Ela cresceu…- Hayley assentiu com a cabeça encostada no peito de Klaus.

— Fizemos a coisa mais linda do mundo, não achei que havia amor desse tamanho…- ele beijou demoradamente a cabeça dela.- Nossa esperança…

— Você é nossa esperança, sempre foi, nossa salvação e esperança no fim do túnel…

Hayley sorriu enquanto olhava de Klaus para Hope.

Foi um bom natal, feliz natal!


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Notas finais do capítulo

Espero de todo o meu coração que vocês gostem e comentem… ♥
Feliz Natal, antecipado!!!



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