Veritas - #NatalClichê escrita por Júlia Santos, QG Dramione


Capítulo 2
O meio


Notas iniciais do capítulo

Ooie! Considerando que a Thay aumentou o prazo até dia 31, vou postando até lá! Acredito que a fic acaba no capítulo que vem, mas, por via das dúvidas...

Em caso não tenha ficado muito claro, o meu clichê é Extreme Makeover, quando a Hermione se muda por completo para conquistar alguém. Espero que curtam esse capítulo!

Até mais!



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            Tudo começou com a escuridão daquele café. Ou, pelo menos, a falta dela.

            O café do Expresso de Hogwarts era o pior café que eu tivera a oportunidade de experimentar em toda a minha. Mas, ao mesmo tempo em que era terrivelmente ruim, ainda assim era a melhor bebida que aquele meio de transporte de gente nojenta proporcionava para um longo dia de viagem.

            Na volta do recesso de Natal, as coisas não foram tão diferentes do que eu imaginava. Pansy, como de costume, sentou ao meu lado, enquanto Blaise, Crabbe e Goyle sentaram-se a minha frente.

            Todos pediram café.

            As xícaras vieram em cerca de cinco minutos. Costumo medir a qualidade do meu café pelo quanto você consegue ver através de uma xícara transparente: o melhor é sempre aquele em que você não consegue ver nada. Infelizmente, o café do Expresso de Hogwarts sempre foi bastante translúcido para o meu gosto.

            Dessa vez, entretanto, não foi a transparência do café que chamou a minha atenção. Enquanto todos conseguiam controlar seus próprios líquidos dentro do recipiente, o meu estava tão cheio ao ponto de transbordar ao mais leve tremor do trem.

            Lembro-me de pensar, enquanto bebia com rapidez o fluido quente que queimava minha língua e lábios, que a impressão que eu tivera ao receber o café era que o café estava tudo em ordem e, poucos segundos após, cheio demais.

            - Mas que merda! – foi o que exclamei, queimado e com a camisa branca manchada por baixo do casaco – Aquela mulher não sabe nem encher uma xícara de forma decente, por Merlin!

            É verdade que alguma parte da minha mente sabia, lá no fundo do meu subconsciente, que a culpa não era bem da senhora dos doces. Afinal, eu vira a xícara com nível normal. Mas com honestidade: eu já estava tão puto com o próprio fato de voltar para Hogwarts e ter que continuar com a merda de missão que me foi dada, que passei por despercebido detalhes.

            E esse foi o meu maior erro: não estar atento aos detalhes. Ignorar o que estava na minha frente. Tomar o resto do café por pura raiva e teimosia.

            Não demorou muito tempo para a queimadura da minha língua parecer ficar anestesiada, para o meu corpo inteiro parecer anestesiado. Porém, em vez da anestesia me deixar pesado, ela me deixava leve e entorpecido, quase como se não tivesse controle e pudesse falar qualquer coisa.

            Tais sinais não foram suficientes para eu entender o que estava acontecendo. Levaram cerca de dez minutos para eu perceber que algo estava muito errado comigo, e tudo aconteceu por conta do maldito comentário de Pansy me perguntando sobre o novo corte de cabelo.

            - E então, Draquinho? O que achou?

            - Do que adianta mudar por fora se por dentro continua a mesma coisa? 

            A cara de choque dela só não deve ter sido mais surpresa que a minha. Comecei a suar frio, não conseguir controlar a minha respiração e, quando vi, já havia saído da cabine atordoado murmurando alguma desculpa sobre precisar ir no banheiro.

            Eu tinha a constante impressão de ter alguém me seguindo, alguém me observando o tempo inteiro, e aos poucos eu começava a sentir minha língua mais leve, com desespero para falar o primeiro pensamento que me vinha na cabeça sobre qualquer pessoa.

            Quando consegui, finalmente, entrar no banheiro para soltar a minha respiração e tentar respirar mais aliviado, não tive tempo suficiente. Uma mão voou da escuridão tapando a minha boca, trancando a porta e ligando a luz.

            Hermione Granger ficou me encarando com seus olhos âmbar por tempo suficiente para me fazer entender que, seja lá o que estivesse fazendo comigo dentro do banheiro, era por uma boca causa.

            E eu com toda certeza tinha todas as intenções de questioná-la imediatamente sobre os seus motivos quando esta me largou vagarosamente. Entretanto, uma cena antes despercebida iluminou os meus olhos e me fez esquecer, de forma instantânea, seja lá o que eu tinha para falar antes. Em vez da pergunta, o que escapa da minha boca é um grande e debochado:

            - Que porra você fez consigo mesma, Granger?

            Minhas palavras são nada mais do que manifestação genuína dos meus pensamentos ao ver uma Hermione Granger tão diferente na minha frente. Oras, os cabelos habitualmente cacheados e volumosos estão perfeitamente alinhados até a cintura, de uma forma tão ajeitada e certinha que não me parece absolutamente nada com Hermione.

            Ademais, o uniforme está claramente apertado e ela não está absolutamente nada confortável com a situação de estar trancada num banheiro minúsculo com um decote à mostra e a saia tão curta que mostra tudo que um homem quiser dependendo da forma em que ela senta.

            Tudo parece artificial demais nela. Coisas que geralmente eu diria que são bonitas em outras garotas, em Hermione parece montado demais. Planejado demais. Como se seus próprios movimentos, geralmente livres e determinados, fossem previamente articulados e cautelosos para que disponibilizassem uma visão de toda sua produção.

            Para finalizar, aquela maquiagem, que realmente deixa seu rosto belíssimo, mas faz Hermione parecer uma boneca intocável. Seus olhos marcantes são ofuscados pela cor esfumada das pálpebras, e o batom tira o rosa natural de seus lábios, que eu normalmente consideraria uma das partes mais belas da garota.

            - Você poderia ignorar a minha aparência por um minuto e me agradecer por estar te salvando de uma enrascada. – ela responde irritadiça, com os braços cruzados a frente do peito, em uma atitude claramente defensiva, apesar de suas palavras serem de ataque.

            - Se você me explicar o que está acontecendo, talvez eu possa ponderar se você é digna de meu agradecimento ou não. – tenho consciência do deboche em minha voz, mas nada me parece mais cômico do que estar trancado voluntariamente no mesmo banheiro que uma das garotas que eu mais me odeiam em Hogwarts.

            - Bem... – ela respira fundo, sentando-se em cima do vaso sanitário fechado – Sugiro que sente também. Provavelmente ficaremos aqui por um tempo.

            - Se eu quiser, claro. Não é como se você conseguisse me obrigar a ficar em lugar algum. – respondo, ainda que me sentando escorado na parede.

            - Não consigo e nem estou te obrigando. Estou apenas afirmando que você não irá querer sair. Você vai perceber que a situação está muito mais confortável comigo dentro desse cubículo, do que lá fora com Harry.

            - Eu sabia que o Potter estava envolvido nessa. – suspiro – Algum lugar da minha mente estava gritando que aquele babaca estava tramando algo. O que foi dessa vez?

            - Bem, claramente você já deve ter notado que está bem honesto, coisa que geralmente você já é, mas se intensificou totalmente nos últimos minutos. – concordo, já começando a entender muito bem o que estava acontecendo – Os Weasleys foram atacados no recesso de Natal. Harry pensou que você teria algum tipo de resposta para isso e não, não estou questionando, então não precisa falar. A Veritasserum só surte efeito se eu pergunto ou se você não controla a própria boca.

            - Está me dizendo que o Potter colocou Veritasserum na minha bebida para arrancar informações? E por que você não entrou em ação antes de ele colocar na minha bebida? Se tivesse ido até a minha cabine e impedido, estaríamos bem afastados um do outro, graças a Merlin. Mas não, você age depois que a merda está feita. Ideia brilhante, Granger. Brilhante.

            - Eu agi pensando na integridade do meu melhor amigo também. – ela claramente está brava – Se eu entrasse em uma cabine cheia de Slytherins para desmascarar Harry, vocês o perseguiriam pelo resto do ano, e acho que ele não precisa de mais alguém fazendo alguma coisa para encher o saco. Disso já basta Voldemort e companhia ilimitada.

            - Ah, a integridade dele você respeita! E a minha integridade foda-se! – começo a me irritar também, não com Hermione, mas pelo fato de não conseguir controlar os próprios sentimentos, transmitidos através da minha língua incontrolável.

            - Malfoy, eu estou me sujeitando a ficar trancada com você em um banheiro e a perder a amizade de uma das pessoas mais importantes para mim. Você ainda tem coragem de dizer que não respeito a sua integridade? Eu poderia estar te obrigando a falar coisas, mas não estou.  Então que tal menos reclamações e mais agradecimentos?

            Respiro fundo, sem olhá-la. O que é bom, porque de relance consigo perceber que ela também não me olha. Estou puto da cara. Minhas mãos tremem e minhas pernas não param quietas em momento algum. Meus dedos se esfregam um no outro e eu continuo suando, com a súbita necessidade de falar, como se minha língua fizesse cócegas o tempo inteiro.

            - Eu não consigo agradecer. A Veritasserum me obriga a falar a verdade e meu agradecimento não seria verdadeiro. A verdade é que eu estou puto, Granger, por mais que as suas intenções tenham sido boas. Na minha concepção, você poderia ter controlado ele desde dentro da sua cabine. Não precisava nos colocar em circunstâncias assim, porra, olha onde estamos. Eu nunca pensei que ficaria trancado com uma garota dentro do banheiro se não fosse para transar com ela. – fecho a boca no mesmo momento em que percebo o que falei.

            Os olhos de Hermione se arregalam, mas passado o comentário, ela aparentemente algo engraçado, pois dá uma risada pelo nariz. Então percebo mais uma parte da Veritasserum que eu odeio. Eu sou obrigado a falar, mas os outros não precisam. É um dos sentimentos mais angustiantes que já senti.

            - Qual é a da produção toda? – pergunto, pois não consigo simplesmente ficar quieto. Aparentemente a poção me obriga a continuar constantemente um assunto.

            - Não é da sua conta. – ela responde irritada, escondendo mais uma vez os próprios seios e olhando para qualquer direção que não fosse meus olhos – Aliás, nenhuma pergunta sua em relação a mim é pertinente.

            Dessa vez quem ri sou eu. Ela parece indignada e confusa, como se esperasse por alguma explicação. Me obrigo a não falar nada, já que ela não perguntou absolutamente nada também. Deixo a dúvida no ar por tempo suficiente para ela me questionar qual era o motivo da minha risada.

            A parte chata é que sou obrigado a falar.

            - Você, toda na defensiva. Eu não vou morder, Granger. Só pensei que, considerando que vamos ficar aqui até sei lá quando, poderíamos tentar fazer o ambiente agradável para ambos.

            - Bom, e perguntar sobre a minha aparência em forma de deboche é deixar a situação agradável para mim desde quando? – ela retruca, e eu percebo que tinha esquecido a capacidade fascinante em argumentação que ela sempre teve.

            - Sei lá. Perdoa meu deboche, é só que eu realmente não consigo te levar a sério assim. – dou risada olhando de novo para ela.

            - Que bom que posso contar sempre com a família Malfoy para me lembrar do que sou, muito obrigada. – seus olhos lacrimejam, e percebo nitidamente que está se arrependendo da boa ação que teve em relação a mim.

            Fico sério instantaneamente. Sem a poção, normalmente, eu continuaria até fazê-la quebrar em pedaços, mesmo sem realmente ter vontade de fazer isso. A real é que já faz um bom tempo que Hermione Granger e companhia não me parecem engraçados. Especificamente desde que ganhei a marca junto da missão de matar Dumbledore.

            Rir de Gryffindors tendo um fardo tão grande para carregar me parecia tão inútil e sem graça. Hoje, com a poção, foi literalmente a primeira vez do ano que tive vontade de rir de um deles, e nem mesmo foi na intenção de machucar, foi por achar que ela está genuinamente fora de si.

            - Você está linda, Hermione, não me interprete mal. – sai sem eu conseguir controlar, e por esse motivo não a encaro quando percebo sua expressão surpresa.

            Silêncio constrangedor domina o recinto. Por um tempo, são só nossas respirações que controlam o barulho. Algumas pessoas tentam usar o banheiro, mas presumem estar interditado depois de tanto tempo de porta trancada sem ninguém sair.

            - Você acha que ele ainda está lá fora? – pergunto, tentando contornar a situação ainda me martirizando por ter deixado meus pensamentos escaparem.

            - Quer testar a sorte? – ela murmura de volta, sem olhar nos meus olhos.

            - Não sei. Você quer?

            - Ele está lá fora, Draco. Ele não vai arredar o pé daí, mas eu também não. Se quiser sair, a responsabilidade é sua. Eu estou disposta a ficar aqui até o efeito passar, o que deve ser em cinco ou seis horas.

            Concordo com a cabeça, encarando meus próprios dedos. Subitamente, o suor havia passado, bem como meu nervosismo e irritação. Escoro a cabeça na parede e fecho os olhos, ouvindo ela se mexer desconfortavelmente em cima do assento, certamente com dor nas costas.

            - Há espaço para os dois no chão. – falo ainda com os olhos fechados.

            - É, me parece uma ótima ideia com uma saia tão curta. – ouço sua voz irônica.

            Sinto a obrigação de rir novamente, e dessa vez ela me acompanha. Abro os olhos, percebendo que a risada é acompanhada de nítida decepção e irritação consigo mesma.

            - Pega. – tiro meu casaco e a alcanço – Se você colocar por cima das pernas fica mais fácil de sentar.

            Nossos olhos se encontram. Percebo muito bem que ela me pergunta com o olhar os motivos de eu fazer isso, mas não há palavras, então não respondo. Mesmo se perguntasse verbalmente, não tenho certeza se saberia responder. A Veritasserum desperta em mim a pessoa honesta que eu geralmente não tenho a oportunidade de ser, já que preciso ser estudante intercalado com comensal, com a tarefa secreta de matar meu diretor.

            De certa forma, estar com Hermione dentro daquele cubículo me dava a oportunidade de fazer o que não posso mais, e aos poucos estou me sentindo feliz por estar nessa situação, apesar de ser a mais invasiva possível.

            A garota pega lentamente o casaco de minha mão, ainda me encarando, se levanta e se dirige a parede oposta à minha, cobrindo as pernas na hora de sentar. Noto que seus dedos acariciam o tecido do meu agasalho de lã. Ela abre um sorriso singelo no rosto.

            - Obrigada.

            Concordo, e o silêncio se instaura novamente no local. Ouço as vozes do lado de fora e me pergunto por quanto tempo estivemos aqui dentro. A respiração dela está calma, mas nós dois claramente sentimos frio. Não há sistema mágico de aquecimento dentro dos banheiros.

            Enquanto isso, seus dedos ainda acariciam meu casaco, encarando a peça como se fosse a coisa mais nostálgica de sua vida. Não demoro, dentre minha mente cheia de verdades e constatações causadas pela Veritasserum, a notar que consigo ler Hermione tão bem que seria mais fácil ela estar sob efeito de poção do que eu.

            Os olhos dela transbordam verdade enquanto olha para o cobertor improvisado, e subitamente eu sei todos os seus motivos. E nada nunca me pareceu tão bobo, porque a verdade está nos olhos dela, e Ronald Weasley não consegue notar porque nunca sequer se importara o suficiente para olhar em seus olhos. Se ele olhasse, ele saberia.

            - Ele não merece tudo isso, sabe? – falo, mesmo sabendo que não sou obrigado a falar.

            - Quem? – ela responde confusa, deixando de encarar o casaco para me olhar.

            - O Weasley pateta. – reviro os olhos – Ou você acha que eu não sei que essa produção toda é direcionada só para ele?

            - Draco, você não tem obrigação de compartilhar os seus pensamentos comigo.

            - Eu sei muito bem disso, mas ainda assim acho que você deveria saber. Tenho consciência que fiquei rindo, mas se você visse a si mesma pelos meus olhos, você também riria.

            - Não está ajudando, sério. – ela segura com força o casaco.

            - Você não acha ridículo o fato de precisar mudar a si mesma para atingir os olhos dos outros? Se alguém te amar, tem que amar pelo que você é. E você claramente está odiando estar nessa casca que não é você. Esse cabelo não te deixa confortável, essas roupas nem te deixam sentar direito. Eu não consigo nem ver a cor dos teus olhos direito por causa dessa maquiagem. E eu não quero que você entenda que não pode se arrumar, porque pode. E deve, se é assim que deseja. Mas você não vai ficar verdadeiramente linda se não estiver contente com o que fez em si mesma. E você fez tudo isso, mas não está feliz, e não estaria feliz se Ronald notasse porque você sabe muito bem que não é em você que ele estaria reparando, e sim nessa boneca que você montou para implorar por um amor que você não precisa implorar, que você vai achar transbordando em outra pessoa por aí. Uma pessoa que vai te olhar e te ver.

            Ela tem lágrimas nos olhos, ainda segurando o casaco com força entre os dedos. Olha em outra direção, sem forças suficientes para me revidar seja lá como quisesse. Sua respiração está descompassada, mas ela não parece brava com minhas palavras. Somente machucada com as próprias decisões.

            Eu, por outro lado, procuro entender de onde veio tudo que falei. Confesso que desde a agressão dela no terceiro ano depois de me ver zombando o hipogrifo de Hagrid, minha opinião sobre Hermione tem evoluído e beirado a admiração. Claro que eu nunca admitiria isso em situações normais, mas sob efeito da poção da verdade e vendo seu rosto todo montado triste como nunca havia visto, falar a verdade para ela me parece fácil demais.

            - E por que alguém notaria alguém como eu, Malfoy? – ela dá risada, limpando o rosto já borrado – Eu me tranco na biblioteca pelo menos três horas do meu dia. Precisei corrigir meus dentes para pessoas como você pararem de encher o saco. Sou conhecida por ter temperamento forte e explosivo. Eu...

            - Você fala tudo isso como se eu já não soubesse.

            - Porque não sabe. Você acha que sabe, mas não sabe. Você faz parte do grupo de pessoas que me forçou a mudar pequenos detalhes em mim mesma depois que me fizeram odiar quem sou. A começar pelo sangue que corre em minhas veias.

            - Caralho, acorda, Hermione! – praguejo, me ajoelhando para ficar mais perto de seus olhos – Eu sei da pessoa horrível que sou e fui, e não pense que não me arrependo e não estou pagando por cada palavra que eu falei para você e seus amigos durante todos esse anos. Porque estou. E só Merlin sabe como as coisas estariam melhores atualmente se eu tivesse aceitado a amizade de Potter sem restrições anos atrás, mas eu não aceitei. Eu sei a pessoa que sou, você não precisa me lembrar disso porque eu tenho plena ciência de tudo. Mas a questão é que você está esquecendo da pessoa que é, e eu não posso deixar isso. Não com você.

            Ela franze a sobrancelha em confusão, se ajoelhando para ficar mais perto do meu rosto também. A diferença de alturas é nítida, e eu consigo finalmente ver os seus olhos âmbar brilhando efervescentes pela pergunta que estava tentando evitar. Eu sei qual pergunta é, e não tento pará-la. Quero que pergunte. Quero ter motivos para compartilhar o que sufoca.

            Sinto minha pele voltar a suar frio quando as palavras deixam suas cordas vocais e encontram meus tímpanos:

            - Qual é o rumo que a sua vida tomou, Draco? Por que está tão atordoado?

 


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! Até o próximo, beijos!



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