A Ascenção de Hades escrita por Sapphire


Capítulo 7
Urânia I


Notas iniciais do capítulo

oi gente, queria começar essas notas pedindo perdão gente de verdade. Aconteceu duas coisas mt doidas na minha vida que foi eu entrar na faculdade e eu me mudar, acontece que como eu me mudei eu fiquei sem wifi, então não tinha como eu postar nenhum capítulo eu quase MORRI de saudades de vocês.

Mas aí os cara vieram instalar a internet ontem e agora vamos voltar com tudo! Mil perdões de verdade por favor não abandonem a história ♥



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O céu estava tempestuoso como sempre, e a viagem ficava cada vez mais difícil. Durante muitos dias, a garota se perguntou se aquela era a forma mais segura de viajar, ao menos nos primeiros dias não parecia ser, o mar sempre estava raivoso, ondas enormes, e parecia que quanto mais perto elas chegavam do Olimpo, mais a tempestade se intensificava... A Energia que emanava dos deuses menores era tão pesada que até mesmo as forças da natureza morriam perante a eles. 

Aquela tempestade lembrava a garota de quando a guerra começou, tinha apenas 8 anos quando um raio de luz dourada rompeu no céu e em seguida as nuvens começaram a cobrir o sol. Nunca pensou que aquilo fosse se agravar tanto, mas tinha esperança de que tudo fosse melhorar quando chegasse no Olimpo. Talvez se encontrasse alguma divindade, poderia implora-la para trazer o mundo de volta a vida, mas preferia acreditar que todos estavam mortos, era melhor do que pensar que estavam deixando o mundo acabar daquela forma.  

Um raio atingiu o mar um pouco à frente de onde o barco delas estavam, e Urânia ouviu o xingamento de Andrômeda.  

— Droga! - A filha de Hermes era a pessoa que conduzia o barco por meio daquela tempestade, se não fosse ela provavelmente as garotas ainda estariam presas entre as montanhas de Atenas.  

Sofia, a filha de Atena estava sentada em uma área coberta, seus cabelos pretos estavam escorridos de tanta água que o vento trazia para o rosto dela, mas se recusava a deixar Andrômeda sozinha na direção, tinha medo de que ela fizesse alguma besteira. 

Mais raios e trovões soavam no céu, iluminando o convés e Urânia deu as costas para tudo aquilo e desceu as escadas, entrando no interior do barco. Olhou em volta viu os depósitos de comida quase se esgotando, já iria fazer dois meses desde que estavam à deriva naquele mar, e sinceramente cada dia parecia maior que o outro.  

A filha de Afrodite já havia perdido a conta de quantas vezes havia sido tentada a se jogar no oceano, mas não podia se deixar levar, havia chegado tão longe... Pelo menos era o que achava, as vezes pensava que o oceano estava pregando uma peça nelas, as fazendo navegar em círculos, talvez nunca tivessem saído da ilha de Creta de fato. 

O interior do barco cheirava a maeira enxarcada, um pouco de vômito e sangue de monstro, mas todas elas já haviam se acostumado com o cheiro. A escada que levava até embaixo, rangia a cada passo dado, no final dela, encostada em um pilar, Lara desenhava algo na madeira com sua adaga, os cabelos ruivos da filha de Ares estavam presos em um emaranhado. Enquanto Eos, filha de Apolo descansava em um canto próximo das gêmeas. 

Quando a guerra começou, Eos devia estar no auge dos seus 6 anos de idade, talvez ela nem lembre a sensação de sentir o sol em seu corpo, ou do aroma das flores, ou qualquer outra coisa que tenha se acabado nos últimos 10 anos. Quem sabe é por isso que ela é a mais tranquila de todas em relação a tudo aquilo, afinal, ela está mais acostumada do que qualquer um. 

Por fim, as trigêmeas. As filhas de Hipnos estavam sentadas de pernas cruzadas, formando um círculo com as próprias mãos dadas. As íris de seus olhos brilhavam em um tom de violeta, um sinal de que estavam usando seus poderes. 

 - Acharam alguma coisa? - Urânia se abaixou para conversar com elas.  

— Não exatamente... - Calipso começou. Os olhos da primeira gêmea voltaram ao normal.  

— ... mas estamos ouvindo... - Tália continuou, a íris violeta desapareceu. 

 - ... muitas vozes. - Diana encerrou, com seus olhos castanhos de volta. 

As três garotas eram exatamente iguais, cabelos cacheados curtos, a pele em um lindo tom de negro puxado para oliva. Talvez se todas tivessem personalidades iguais ficaria bem difícil de distingui-las, mas felizmente não era assim. Calipso era a mais pessimista das três, nunca conseguindo ver o lado positivo, a mais melancólica talvez, Tália era totalmente ao contrário, sempre sorria, independe do que estivesse acontecendo, sempre procurava olhar para o lado positivo, Diana era o ponto de equilíbrio entre as duas, calma, brava, triste, feliz, confiante, temerosa, motivadora, tudo na medida certa.  

— Vozes? – Urânia deu uma pausa levantando as sobrancelhas. - Humanas? Deuses? Semideuses? - Tinha medo do que elas fossem falar.  

— Monstros – As três falaram em uníssono, como sempre. 

Naquele exato instante um som forte bateu no convés, tão alto que Eos acordou de seu sono, seus cabelos loiros e lisos estavam completamente embolados. Quando fitou Lara, ela já estava com suas duas espadas em mãos, subindo as escadas correndo, aquela garota não podia ver uma ação. 

A filha de Afrodite pegou seu arco, pegou suas flechas e se preparou para atacar. Quando chegou ao convés, Urânia viu Sofia lutar contra uma harpia, fazia tempo que a garota não via uma daquele tamanho, logo outra apareceu perto de Andrômeda e Urânia mirou e lançou a flecha, que acertou na cabeça da criatura, que caiu no mar. 

Mais harpias começavam a rondar o barco, e Urânia temeu o pior. Ver as garotas lutar lembrava-a dos treinamentos na casa para semideusas. No momento em que iria matar uma Harpia, a criatura se voltou contra os próprios monstros que voavam com ela, e começou a destruí-las, destroçando suas asas e jogando ao mar, logo depois se matou se atirando contra a tempestade.  

— De nada - Atrás dela, as gêmeas falaram em uma única voz. 

Todas haviam se conhecido do mesmo lugar, a Casa para Semideusas de Aliste, na ilha de Creta. O local era como um centro de treinamento, apenas para semideusas, criado por Aliste, uma filha de Ares que dedicava sua vida ensinando as artes de guerra para outras mulheres. 

 - Acho melhor entrarem novamente – Andrômeda gritou, sua pele negra estava cheia de água do mar, água da chuva e sangue de Harpia. - Vamos passar por mais uma daquelas... Vou precisar de um pouco de iluminação.  

Eos correu até a ponta do barco, suas mãos começaram a brilhar, iluminando o caminho, mas a única coisa que elas viam eram um mar agitado.  

Próximas de Adrômeda,  Lara e Sofia tinham uma conversa sobre quem ficaria de guarda, acabou com Lara vencendo e Sofia andando até o interior do barco. 

Urânia desceu logo atrás dela. As gêmeas estavam de volta ao chão, sentadas conversando em pensamento entre si, provavelmente procurando por pessoas ou coisas  que poderiam estar em volta do barco. 

 - Já sentiu vontade de estar na cabeça delas? - Sofia perguntou, seus olhos azuis se encontraram com a imensidão de cores que eram os olhos de Urânia.  

A filha de Afrodite se perguntou se todos os filhos dos deuses possuíam a mesma característica. Afinal, todos as filhas de Atena que havia conhecido até o momento tinham olhos azuis, todos as filhas de Apolo tinham cabelos loiros, todas as de Ares tinham cabelos vermelhos e assim vai... As únicas que variavam eram as filhas de Afrodite, gostaria de saber o rosto de sua mãe, talvez o fato de que a beleza tem várias formas se encarnou nas filhas.  

— Eu não - Fixou o olhar nas garotas sentadas em círculo. - Deve ser uma loucura. 

O som do barco quase quebrando com as ondas batendo no casco era desesperador, mas elas já tinham se acostumado.  

 - Será que vamos conseguir chegar? - Sofia perguntou.  

— Espero que sim... 

Quando a guerra começou, a maioria delas eram bem crianças, cresceram em meio a batalha. Por ser desconectado do continente, Creta perdeu completamente o contato com o resto da Grécia, tendo que sobreviver por si só, sem muita informação do que estava acontecendo com o mundo.  

A casa de semideusas se tornou um exército para combater contra os males que eram lançados. Sempre que um novo raio de luz rompia no céu algo horrível acontecia, e Urânia conseguia citar um por um: 

A luz dourada trouxe o fim da luz solar. Toda a comunicação com as outras cidades ficaram inviáveis após a luz branca. Teve um dia em que duas luzes se ergueram no céu, uma luz verde que simplesmente desolou todas as plantações que as pessoas se esforçavam para continuar de pé, e logo depois uma luz prateada surgiu, e as árvores e os animais começaram a atacar as cidades, foi horrível. Uma luz amarela surgiu, e as moscas apareceram. A luz roxa apareceu e as pessoas perderam a esperança, a alegria, de repente estavam se lançando do penhasco, muitos e muitos. Uma luz rosa apareceu e os humanos que estavam vivos começavam a brigar entre si, sem motivo algum, no mesmo dia uma Luz laranja apareceu e Urânia viu de longe os vulcões das ilhas próximas explodirem em caos e fuligem. Uma luz azul apareceu, e gigantescas ondas começaram a aparecer, os sobreviventes correram para montanhas. Duas luzes apareceram, uma cinza e uma vermelha, mas nada aparentemente aconteceu. A última luz foi uma esbranquiçada, que gerou uma tempestade infiita de raios e trovões.  

— Você já parou para pensar que... foram 11 luzes em cerca de 10 anos? - Urânia fitou Sofia. - E que cada luz trouxe uma praga referente a um dos olimpianos? 

A filha de Atena pareceu ter juntado as peças, e Urânia temeu.  

— Eu não gosto muito de pensar nisso.  

Quando todo o caos se alastrou em Creta, não havia mais ninguém lá. Lembrava até hoje do dia em que havia saído dos destroços da ilha. 

“Há quase 10 anos atrás, eu recebi uma mensagem dos deuses do olimpo” Aliste estava fraca, e as moscas rondavam seu corpo bem mais do que antes. “ Me desculpem por prender todas vocês aqui, mas eu não conseguia deixar Creta sem proteção”. 

No começo, Urânia não tinha entendido nem um pouco, mas depois tudo foi se esclarecendo em sua mente. A verdade é que nem Aliste sabia ao certo o que estava acontecendo, apenas de que uma guerra acontecia no Monte Olimpo e só. Em seguida, as únicas semideusas sobreviventes foram colocadas em um barco para navegar até o Olimpo, uma viagem que demoraria meses. 

— Como você acha que seria nossa vida se tivéssemos ido para o Olimpo antes de tudo começar? – Urânia passou a mão pelos próprios cachos. 

— Teríamos morrido. Éramos muito crianças, você tinha 8 anos – Sofia deu uma risada.— Fico feliz por Aliste ter pensado em todas nós. 

Um silêncio se manteve durante algum tempo. 

— Sofia... E se... E se os deuses morreram?  

— É impossível...  

— Então o que é tudo isso? – A filha de Afrodite arqueou as sobrancelhas. 

— Vestígios de uma guerra infinita... os Olimpianos são maiores do que qualquer coisa. 

— Será?  

Assim que perguntou isso, ouviu o som de passos rápidos na direção das garotas. Lara apareceu na escada, um sorriso se erguia em seu rosto e em seus olhos.  

— Vocês precisam ver isso! 

Voltaram ao convés correndo, a filha de Ares não havia falado o que era, então a garota temeu que fosse outro monstro ou algo do tipo, mas não. Era ele... Era o Olimpo, finalmente elas haviam chegado... Ou quase.  O monte era mais do que um monte, era algo colossal, tanto em altura quanto em largura, se perguntou quanta coisa não deveria ter por ali. 

 - O que você acha que vamos encontrar lá? - Eos perguntou.   

Urânia deu um sorriso e disse: 

— Resposta. 


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Notas finais do capítulo

Oi gente, o que vocês acharam desse capítulo e dessas personagens novas? eu gostei muito de escrever esse capítulo pq na RPG esse foi o núcleo que eu mais me apeguei a personagens, interpretações e etc, eu espero que vocês tenham gostado dessa introdução, e se não gostaram tudo bem!!
Apenas não se esqueçam de como as palavras de vocês, por mais que mínimas, são extremamente importantes e motivadoras.
Bjs e até o próximo ♥



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