I'm sorry escrita por Lyhshi


Capítulo 4
Evolução


Notas iniciais do capítulo

Oláa, olha só quem apareceu depois de 5 meses?
Eu to chocada que já passou tudo isso. A minha intenção era ficar no máximo uns três meses afastada, e sinceramente eu achava que ainda estava no segundo mês.
Mas eu acho que devo desculpa a todos vocês (isso se alguém ainda ler), infelizmente eu não planejo as histórias antes, então como eu não tenho ideia do que vai acontecer em seguida, eu acabo precisando me afastar pra pensar melhor sobre
Mas eu acho que agora tudo vai voltar ao normal. Eu admito que provavelmente não vou postar com uma super frequência porque agora minha vida ta o dobro de corrida, eu to ficando sem tempo até pra estudar direito, mas eu não vou mais abandonar isso da forma que eu fiz antes
Eu to um pouco enferrujada, então me desculpa se não estiver ao mesmo nível dos capítulos anteriores, mas vou me esforçar para que volte a ser ainda melhor do que era
*por favor leiam as notas finais também*



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ᨖ Kirito ᨖ

Sábado

 

 

—Aqui, deixa eu te dar uma mão. – Lisbeth estendeu a mão para a garota caída a sua frente. – Eu posso adicionar você? Se tiver qualquer dúvida sobre SAO você pode me perguntar a qualquer hora. Principalmente sobre quais monstros você deve enfrentar no seu nível. – Ela assentiu com a cabeça.

—Eu também posso...? Vai que você precisa de um grupo pra alguma missão... – Klein, ao meu lado, disse.

—Era exatamente o que eu ia perguntar. – Desta vez, fui eu quem falei.

Ela assentiu mais uma vez, e, ao mesmo tempo que Klein, a adicionei. Vi ela aceitar todas as solicitações de amizade em nossa frente, e sorriu de uma forma amável.

Por alguns segundos, senti meu rosto esquentar - mas logo isso passou quando me lembrei que isto é um jogo e que provavelmente Asuki era um homem na vida real.

 

 

Todos nós ficamos um bom tempo em um silêncio constrangedor, apenas encarando uns aos outros. Ninguém sabia bem o que dizer. O nosso grupo queria ir evoluir no jogo – mas não sabíamos como dizer isto sem ter que acabar a convidando. Ela parecia querer conversar ou pedir ajuda, mas também não sabia como.

 

—Então.... Acho que temos que ir. Ainda temos muita coisa a aprender, e muitas metas a cumprir. – Tomei coragem e falei. Só estávamos perdendo tempo, e eu queria mais que tudo crescer no jogo.

 

Todos do meu grupo concordaram com a cabeça, e foram se despedindo da garota:

 

—É.… ele tem razão. Até mais. – Lisbeth foi a primeira a dar tchau, sendo gentil como sempre.

—Nos vemos por aí. – Disse. Não queria ser simpático demais, se não ela iria querer se enfiar no nosso grupo.

—Tchauzinho, se precisar de algo me chama no chat. – Mulherengo como sempre, Klein deu uma piscadinha.

 

A minha frente, a garota com os cabelos rosas começava a pegar o mapa novamente e marcar a direção que deveríamos ir.

 

— É.... Tchau. – Quando falou, ainda parecia meio perdida, mas em seguida voltou a ser o que era. – Obrigada pela ajuda. – Novamente, sorriu.

 

Todos nós a respondemos pela última vez — alguns acenando com a cabeça, outros acenando com as mãos — e seguimos nossa jornada em silêncio com as coordenadas de Lisbeth.

 

 

ᨖ​

 

 

Eu estava tão perdido em pensamentos, que nem sei como chegamos até aqui, mas sei que levamos pelo menos 5 dias virtuais: um local deserto —  literalmente, com cactos e tudo —  e um sol escaldante. A areia parecia lisa e macia— a ponto de me deixar com vontade de deitar nela – mas estava fervendo.

Sério, se eu tirasse meus sapatos aqui, eu provavelmente iria perder HP.

— Então, gente. Vamos continuar nesse silêncio mesmo? Já passamos um bom tempo andando até aqui sem dar um piu. —  Fui o primeiro a me pronunciar, quebrando o silêncio. — Qual o objetivo de vocês nesse jogo?

— Na verdade a gente veio o caminho todo conversando, você que tava com a cabeça nas nuvens. Faz uns cinco minutos que estamos em silêncio por causa do calor, só. Mas, sobre a sua pergunta: me tornar a melhor ferreira do servidor. – Após dizer isto, Lisbeth colocou as mãos em sua cintura com um sorriso... peculiar.

— Ter os itens mais raros. – Enquanto falava, os olhos de Klein brilhavam — E o seu?

— Me tornar o melhor jogador de Sword Art Online. – Falei convicto. Na verdade, esse era meu objetivo em todos os jogos, mas nunca tinha conseguido começar a jogar um desde o lançamento e acabava ficando atrasado. Desta vez, a chance de conseguir era real.

— Então você acredita em milagres... — Klein diz rindo, e fazendo Lis também.

— Ei! Não é impossível! É só pensar: o jogo foi recém lançado e não tem itens pagos para vender aqui, é tudo conquistado no sofrimento, então, eu realmente acho que tenho chance. Se vocês não torcerem por mim agora, eu vou esquecer de vocês quando ficar famoso.

— Aham. — Lisbeth falou, com um olhar debochado.

— Ata. Pode crer. — Klein disse, agindo da mesma forma.

 

Apenas fechei a cara para os dois e virei as costas, começando a andar na direção contrária a deles. — Para que inimigos se a gente tem uns amigos assim, né? Eu vou sozinho e..

— Kirito... — Lisbeth me interrompeu.

— Vocês vão ver, eu vou ficar rico e...

— AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH! — O grito que Klein deu foi tão alto que fez eu me virar em um pulo.

— Mas que porra é... — Fui interrompido pela segunda vez, por um tapa no rosto que me fez voar longe. Por sorte cai em pé.

 

Mas que caralho? Que porra é essa? E NO MEIO DO DESERTO? Medindo uns 10 metros?!

Quem me dera ter sido apenas um tapa na cara que me fez voar longe... A minha frente estava uma criatura bem diferente de tudo que eu vi nesse jogo: da cintura para cima, era humano, com olhos brancos e cabelos abaixo do ombro. Mas não era um simples homem com o corpo definido, tinha 8 braços —  quatro saiam de suas costas, dois dos ombros e dois da cintura. Como se isso não fosse o suficiente, a parte de baixo (a que provavelmente me deu o “tapa”) era uma cobra verde musgo com escamas pontiagudas. Me arrepiei imediatamente ao olhar para seu rosto, o qual parecia deixar claro que, se pudesse, nos comeria vivos.  E, para piorar, em um de seus braços segurava um homem próximo ao seu peito, o qual tinha parte da cabeça sendo devorada ao ponto de conseguirmos ver seu cérebro.

 

Eu ainda estava em choque com a criatura a minha frente, como o criador conseguiu fazer tudo parecer tão real? Ou talvez eu que comecei a levar o jogo muito a sério? Eu não sei, mas minhas pernas estão começando a tremer... Até agora não tínhamos encontrado nada tão diferente da nossa realidade.

Aproveitando minha distração, fui atingido no rosto novamente, o que acabou me jogando uns três metros longe de onde eu estava. Cai de bruços e minha barra de HP chegou na metade. Qual o nível dessa coisa?

Lisbeth pulava a todo momento, desviando dos golpes do animal (se é que podemos o chamar assim) graciosamente — nós decidimos gastar a maior parte de nossos pontos em agilidade, mas se você tem reflexos ruins como eu, isso nem sempre é tão útil.

Ele me ataca mais uma vez, mas desta vez consegui desviar para a esquerda em um pulo, desembainhando a espada no mesmo momento. Seu braço acompanhou meu movimento, e a única reação que consegui ter foi corta-lo, mas a sua pele parecia resistente como ferro. Na realidade, ainda não tive a oportunidade de trocar de espada desde que comecei o jogo, então com uma arma nível 1 qualquer monstro aparenta ter uma pele de aço.

Graças a falha do meu ataque, uma de suas mãos pegou em minha cintura em um aperto firme. É estranho pensar, mas parecia apenas uma pessoa com a pele macia, se ignorar o fato de estar sendo apertado tão forte que me faz perder pouco HP a cada segundo.

 

— Kirito! — Com sua agilidade, Lisbeth foi rápida o suficiente para me salvar, batendo com sua marreta no que me prendia. Diferente de mim, ela teve a sorte de um item descente ter aparecido para ela, mesmo que os itens de ferreiro sejam mais raros.

 

Pensei em agradecer, mas talvez seja melhor fazer isso quando tivermos certeza de que estaremos vivos. Quando ela olha em meus olhos já entendo quais são seus planos: tentar atacar juntos.

A inciativa é minha. Corro em direção, desviando de pelo menos três socos quase ao mesmo tempo —  sinto meu coração bater desconfortável no peito e um embrulho no estômago.

Pulo o mais alto que posso e corro em direção ao monstro. Pulo, novamente, enquanto mentalizo a habilidade que usarei: uma luz branca toma conta de minha lâmina e corto uma lateral de um braço inferior, não totalmente, mas acaba o deixando marcado em vermelho, sem abrir um corte profundo. Ou seja, continuo não sendo forte o suficiente para corta-lo...

Enquanto volto para o chão, escuto os passos de Lisbeth atrás de mim, ela faz o mesmo movimento que o meu, mas, ao invés de seu martelo de madeira ser coberto por um brilho branco ele é envolvido por chamas (o que, na verdade, é irrealista para um jogo tão “real”). O impacto do martelo com o braço já ferido o fez se dissolver em fragmentos azuis.

 

— Desde quando você tem uma skill forte assim?! — Aproveitei para perguntar sobre a habilidade nunca usada enquanto ambos já estavam no chão e Klein corria para atacar o monstro.

— Sério? Enquanto a gente caminhava para cá eu matei um escorpião enorme sozinha, ganhei bastante experiência e acabei subindo de nível, mas você estava tão distraído... nem isso você viu?!

— É claro que eu teria notado algo assim! É que... — Interrompi a mim mesmo quando voltei a reparar no animal, e percebi que o membro que havíamos acabado de destruir se recuperou completamente...?

 

Corri em direção para tentar salvar Klein antes que fosse pego desprevenido, mas...

 

— AAAAAAAAAAAAAH!

 

Ele foi pego antes que eu pudesse chegar até lá. O mesmo braço que havíamos arrancado, agora segurava Klein pelos dois braços, como uma crucificação. Olho para Lisbeth e percebo que ela faz a mesma expressão que eu: o que devemos fazer...?

Noto a barra de vida do nosso amigo diminuindo conforme o monstro o apertava mais, ele não gritava, apenas gemia baixo. O ruivo havia focado suas habilidades em defesa, portanto o dano que recebia era bem menor do que o que eu recebi.

Um grande e poderoso rugido foi ouvido, e o ambiente de certa forma tornou-se mais sombrio. Colocou a língua inteira para fora, sendo tão comprida que alcançava perfeitamente o rosto do ruivo — lentamente, lambeu um pouco de sangue em sua bochecha, e, passou a estrangula-lo ainda com a língua. O ruivo ainda tentava debater-se, em uma tentativa inútil se soltar.

Dessa vez, sua vida diminuía com uma frequência muito maior do que antes, mas ainda aguentaria alguns minutos. Nunca mais digo que investir em resistência é inútil.

 

— Ei... o que é aquilo? — Lisbeth chamou minha atenção para uma barra azul, abaixo da vida do animal. Quando comecei a prestar atenção nela, encheu-se por completo. — Não sei se eu estou vendo coisas, mas parece que conforme a vida do Klein desce, a barra aumenta.

 

Me senti impotente ao vê-lo naquela situação, mas preciso organizar meus pensamentos: por mais que o animal seja enorme, ele só tem uma vida, o que é ótimo para nós. O ponto fraco dele... Difícil definir, não parece ser nada aparente. Fogo não é, já que quando ela usou a habilidade flamejante a vida dele não diminuiu consideravelmente.

Me preparei para desviar de um possível ataque ao ver um movimento diferente, todas suas mãos livres ficaram abertas e erguidas para o céu, como se clamasse por algo. Em suas palmas, surgiram bolas de fogo?!

 

Tá de sacanagem...

 

Jogou-as em nós, me preparei para esquivar, mas passaram reto pela minha esquerda, atingindo a areia no chão. Volto ao olhar para ele, pensando que pode ter sido só para nos distrair, mas ele não mostra sinal de que planeja algo, na realidade, está completamente paralisado, como uma estátua. Mas então, por quê...? A reação de Klein, ainda preso, chama minha atenção. Seus olhos estavam arregalados, seu olhar estava completamente focado em algo atrás de mim. Quando me viro para procurar o que o assustou, vejo que o fogo começou a tomar forma: ficou semelhante ao monstro que os criou.

Eram verdes, sua parte inferior era como a de uma cobra, seu tronco era humano — mas apenas com dois braços e seu rosto era como uma cobra humanizada. Trajava uma blusa branca, de um ombro, semelhante as roupas gregas antigas. Na cintura, um cinto dourado e, a barra inferior da roupa era vinho. O colar dourado e a pulseira na mão esquerda aparentavam ser ouro.

Em meio ao fogo, era possível ver quatro deles divididos em grupos, mas todos com armas diferentes: no grupo da esquerda, um portava um machado medieval, o outro uma espada. No da direita, um utilizava um arco e carregava flechas em suas costas, e o outro uma lança.

Segurei minha espada de forma mais firme, ficando em posição defensiva. Somente quando consigo processar toda a informação a minha volta que percebo o caos em que estamos enfiados. Eu não posso perder tanto tempo pensando, a cada segundo a vida de Klein diminui, e eu passei a madrugada inteira jogando, minha mente está cansada e meus reflexos lentos.

Em uma velocidade muito maior do que a do monstro anterior, duas das “cobras” vem para cima de mim: o que utilizava o arco e o que portava a espada. Decido não ser o primeiro a atacar — preciso poupar o pouco de energia que ainda tenho.

Tento, por um momento, desviar o olhar para tentar oferecer ajuda a Lisbeth, mas uma flecha flamejante —  a qual evitei ao utilizar a espada como escudo — me força a focar nos meus adversários novamente. Enquanto o arqueiro buscava outra flecha, o espadachim partiu em minha direção, golpeando com uma agilidade surpreendente. Por sorte, nossas espadas se cruzaram em todos os golpes, mas, em uma distração da parte dele, acertei seu ombro. O ferimento que fiz foi tão profundo que pude ver através dele, mas sequer pude comemorar porque ao mesmo tempo que o monstro foi acertado, um grito alto e abafado pode ser ouvido.

E, adivinha só? O grito não vinha do animal a minha frente, e sim das minhas costas.

Acho que neste momento qualquer um que olhasse para mim conseguiria iria ver mais uma vez o pavor em meus olhos.

Era Klein, e sua vida desceu exatamente o mesmo que a do monstro que acabei de atingir. Eles estariam ligados de alguma forma...? Sinto um frio na barriga e um leve peso na consciência ao lembrar que quando somos atingidos dentro do jogo sentimos a dor como se fosse real.

 

Senti algo atravessar meu peito no lado direito, como se estivesse me rasgando de dentro para fora. Olho para baixo e vejo uma flecha atravessada em meu peito e minha visão começa a ficar turva, enquanto começo a cambalear, tendo dificuldade em manter o equilíbrio. Conforme o sangue deixa meu corpo, vejo minha barra de HP amarela tornar-se vermelha. Mais uma vez, meu descuido custava caro.

Minhas pernas começam a amolecer e cravo a espada no chão para evitar cair, ao mesmo tempo que vejo um vulto de cabelos rosas correndo até mim.

 

— Lis... Não. Se você focar em mim vai morrer também. —  Tento avisa-la, mesmo sentindo que minha voz estava saindo um pouco mais fraca do que imaginava.

 

Fiz o gesto parar abrir o menu e tentei localizar o inventário o mais rápido pude. A minha vida estava fixa no vermelho, mas mesmo assim era o suficiente para me deixar confuso. Como se, aos poucos, sua consciência fosse desistindo de lutar, o que prejudica totalmente seu raciocínio. Quanto mais a barra de vida desce, mais me sinto de volta a realidade —  o que é tudo que quero evitar.

Com muita dificuldade, consigo encontrar uma poção com o líquido dentro. Consigo ler algo como “+100 de HP”. Acho que essa serve. Toco em cima dela e o menu para confirmação é aberto.

 

Você tem certeza que deseja utilizar a poção “Tharasa”?

Sim — Não

 

Espera...

 

Toco no azul, confirmando e a recuperação é imediata. Mas... O que eu vi é o que eu estou pensando?!

Mais do que apressadamente seleciono o item ao lado do que acabei de utilizar.

 

Você tem certeza que deseja utilizar o item “The great escape”?

Sim — Não

 

Com certeza.

Olho para minha própria mão ansiosamente, esperando o item ser formado por cristais —  como todos os itens deste jogo. Minha vida voltou a ser amarela e agora, Lisbeth está distraindo os quatro monstros restantes, seu olhar se desvia para mim e, ao olhar para as minhas mãos, vejo seus olhos brilharem da mesma forma que os meus.

Inicialmente tínhamos desisto de atacar o animal de oito braços por não causar nenhum dano a ele, mas, agora sim víamos uma verdadeira chance. Corri em sua direção o mais rápido que pude, porém, ele deixou de ser uma estátua quando eu estava a aproximadamente um metro de distância. Quando ele fez isso, todos seus quatro servos desfizeram-se em pó.

É como eu pensei: ele só pode se mexer se os outros não estiverem “ativos”. E desta vez, sua barra azul está esgotada —  o que significa um bom tempo sem usar suas cobras bizarras. Mesmo assim, continuo correndo em sua direção. Ele tenta me acertar pelo menos cinco vezes com seu “rabo”, mas desvio de todas —  o que são os reflexos de uma pessoa motivada, não é mesmo?

Dois de seus braços estavam ocupados segurando Klein e um segurava o homem que já estava sendo devorado quando chegamos, mas mesmo assim os que restavam não eram compridos o suficiente para me alcançar.

Em outra de suas tentativas de me acertar com sua calda, subo em cima dela e a uso como um atalho para chegar mais próximo. Eu nem sabia que os personagens aqui conseguiam pular tão alto, mas fui o suficiente para poder acertar seu rosto —  o que não fiz. Depositando toda minha esperança em um único frasco, joguei o potinho — do tamanho do meu mindinho —  diretamente no homem sem uma parte da cabeça que era segurado pela criatura. Poucos segundos após fazer isso, pulei de forma que pudesse retornar ao chão, ainda tinha incerteza se a minha teoria estava certa, mas quando o frasco explodiu em um fogo selvagem, as incertezas transformaram-se em pó junto da criatura a minha frente.

Nunca agradeceu tanto por ter escutado a conversa entre dois jogadores que discutiam como fogo selvagem queimava e destruía até mesmo os monstros feitos de fogo. E, principalmente, nunca agradeceu tanto por ser fofoqueiro a ponto de também ter escutado um boato sobre uma pessoa que, ao morrer, se transformou em um monstro que carregava seu próprio cadáver humano por qualquer lugar que fosse.

 

Klein caiu no chão de joelhos e tossindo desesperadamente, em seu pescoço ainda haviam marcas de mãos e sua vida beirava o vermelho — mas nossa amiga já estava pronta com uma poção em mãos para socorre-lo.

Senti como se um caminhão tivesse saído de cima de meus ombros e, pela primeira vez em aproximadamente uma hora, meu corpo relaxou. Ofereci uma mão para ajudar o ruivo a se levantar, a qual ele prontamente aceitou. Nós três trocamos olhares, sem saber direito o que falar depois de tudo isso.

 

— É... Valeu por não me deixarem pra trás. —  Klein agradecia enquanto coçava sua nuca, o clima deixava os três constrangidos.

— Você faz parte do nosso grupo. Nunca deixaríamos você para trás assim. — Falei, e a garota apenas concordou com a cabeça.

— E então...? Agora vamos para onde...? — A que se manteve em silêncio até agora, resolveu falar.

— Acho que olhar o baú que ele deixou quando matamos ele, né? — Falei e apontei com a cabeça para um baú no chão, que chegava a altura de meu joelho. Era realmente bonito, não era de madeira como os comuns, mas sim feito de um cristal branco que refletia o que estava a sua volta.

 

Todos se entreolharam e seguiram para o objeto a sua frente. Klein foi o que reuniu coragem para se abaixar e abri-lo, e, ao fazê-lo notaram uma luz que cegaria qualquer um que ousasse a encarar. Antes de fazerem qualquer coisa, viram sua barra de experiência crescer freneticamente. Ficou completa pelo menos cinco vezes e com o texto “Level Up” pairando sob o ar.

— Poxa, cinco níveis por ter matado um monstro? Quem me dera que sempre fosse fácil assim. — O garoto de cabelos negros comentou.

— Isso porque não foi você sendo estrangulado, né bonito? — O ruivo retrucou na mesma hora e em seguida voltou sua atenção ao baú. Enfiou seu braço dentro e, de lá, retirou um machado realmente lindo. Branco, repleto de detalhes dourados que deixavam uma aparência elegante no mesmo.

 

— Ei, ainda tem mais coisas aí dentro. É a vez de vocês de pegar.

 

Eu fui o próximo, e ao colocar meu braço no baú me surpreendi com o quão quente era ali dentro. Sem conseguir ver o que estava segurando, puxei para fora. Era uma espada, mas não pude sequer ficar feliz por isso pois era no estilo do Klein —  longa e fina, o cabo era vinho com triângulos vermelho sangue e a parte que separava a base da lâmina era dourado. Linda.

Todos os olhares foram desviados para Lisbeth, a qual, constrangida, também pôs a mão em meio a luz. Quando retirou, trouxe consigo a espada mais linda que já pôde ser vista —  pelo menos era assim que Kirito pensava.

Não precisavam de palavras para demonstrar suas intenções: todos trocaram os itens. Klein ficou com a espada longa, Lisbeth com o martelo elegante e Kirito com a outra espada. Parecia ter sido feita com o mesmo material do baú: um cristal que refletia tudo que estava a sua volta.

 

— Poxa, acho que só eu fiquei com o item mais pobrinho... —  Klein resmungou enquanto observava nossos itens.

— ...Você sabe que a sua espada é uma das melhores para o nosso nível, né? — Lisbeth falou, com uma única sobrancelha erguida.

— E sabe que ela tem status melhores do que os nossos, né? — Desta vez eu que ergui uma sobrancelha. —  Eu acho que não era um monstro comum, para ter largado três itens raros e um super raro como o seu...

— Também, é o mínimo depois de todo o sofrimento. —  Os dois concordaram com ela, que pegava seu mapa —  Então, para onde vamos? Tem uma floresta aqui perto.

— Eu acho que para casa, né? Já deve ser quase de manhã. — O garoto de cabelos pretos disse, como se tentasse lembra-los de que tinham uma vida fora deste jogo.

— É... mas amanhã é domingo, cara! Vamos aproveitar! — Tentava convencer seu amigo com um entusiasmo não tão sincero — Ainda mais que eu tenho o melhor item do servidor, a gente precisa testar isso!

— Desculpa se meus domingos não são tão desocupados quanto o de vocês. Mas eu preciso mesmo sair, boa noite e não upem muito sem mim — Kirito sorriu, sentia-se bem com eles e confiava que iriam manter o combinado de sair somente com o grupo inteiro reunido —  e não é a melhor espada do servidor. É só uma das melhores para o seu nível.

— Aham. Você não ia sair não, estraga prazeres?

— Tô fazendo isso agora.

 

Puxou o menu e selecionou a opção de sair.

 

Você tem certeza que deseja ser desconectado do servidor?

Sim —  Não

 

 


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Notas finais do capítulo

Eu queria agradecer muito muito muito aos comentários do capítulo anterior, se vocês soubessem o sorrizão que eu abro com os elogios vocês ririam da minha cara até
*Eu preciso fazer um agradecimento especial a evergih. De verdade, obrigada pelos milhares de comentários que você deixa pra mim e por não ter desistido da fanfic (pelo menos até mês passado tu não tinha desistido ainda). Você sempre me incentiva muito a continuar
E DESCULPA pelas imagens feias da capa, mas tem coisas que eu não consigo descrever direito e eu p r e c i s o colocar elas na capa para que vocês vejam e imaginem melhor. Perdoa as capas feias e a demora e não desiste de mim

E, como sempre, eu to sempre aberta a críticas >construtivas<, então se for feito com carinho, sinta-se livre para fazer comentários sobre o capítulo.



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