I'm sorry escrita por Lyhshi


Capítulo 3
Um novo mundo


Notas iniciais do capítulo

Gente, pra começar: desculpa a capa podre do capítulo :(
É que eu precisava de alguma forma mostrar a aparência dos personagens, e eu sou péssima em descrever (eu tentei mas não sei se foi o suficiente), então deixei as fotos pra mostrar melhor pra vocês
Eu adoraria ter colocado a aparência dos personagens dentro do jogo como é mostrada no anime, mas ai não faria sentido, porque eles iriam reconhecer uns aos outros no momento em que vissem.
Me perdoem por ter escrito quase 4k de palavras pelo amor de deus, mas se eu cortasse o capitulo no meio não faria sentido



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ᨖ Asuna ᨖ

Sábado

 

 

Casa, escola, casa, escola, casa, escola. Isso é tudo que faço todos os dias, mesmo que o colégio seja apenas no turno da manhã. Não tenho nenhum Hobby ou algo para me distrair durante as tardes/noite, por isso passo a maior parte do tempo dormindo ou acariciando os cachorros da praça perto de casa. Não sou boa em nada em específico, mesmo já tento tentado de tudo: dança, teatro, desenho, cosplay (esse talvez eu tente de novo), jogos de tabuleiro e jogos online.

Ok, talvez eu não possa incluir os jogos online nessa lista, eu sempre joguei pouco. Não sei se conta? Nas outras coisas que citei, eu me dediquei – sem resultados – mas sequer encontrei um jogo que não me deixasse entediada em dois dias.

Estou deitada e com os olhos fechados, sendo acompanhada apenas pela brisa que adentrava a janela. Lá fora, o sol brilha, invadindo meu quarto. Um dia lindo - ainda frio – mas não o suficiente para me motivar a sair.

Abro os olhos e pego o celular (mesmo tendo um relógio marcando as horas na cômoda ao meu lado) para ver o horário. 13:10. Já almocei, então estou com aquela preguicinha pós-almoço que todos conhecem bem (mas o sono ainda não apareceu).

Desbloqueio o celular e fico fuçando as redes sociais, em busca algo novo – ou talvez só caçando alguns memes para me distrair. Tédio é pior do que ter milhares de coisas para fazer.

Uma imagem anunciando a data de estreia de um jogo que eu aguardava ansiosamente chama minha atenção.

...

...

Meu Deus.

É hoje.

 

Em um pulo me levanto para a cama, descalça mesmo e correndo tropeçando até o computador branco, na mesa de madeira virada de frente para a cama. Sentei-me na cadeira, que ficava de costas para o local que eu estava antes.

Ele já estava ligado, mas não lembro de ter feito isso. Talvez eu tenha esquecido ele assim noite passada?

Não interessa, não agora.

Abrindo uma nova aba no navegador, digito o site do jogo comprado desde a pré-venda. O qual, em segundos abre. Minha primeira ação é clicar no grande botão laranja que dizia “Download”.

O navegador informava:

03 horas restantes.

O tempo mostrado pelo navegador era inconstante, pois não havia sido definido ainda. Variava: as vezes dizia que faltava oito horas e, às vezes, duas. Mas fixou-se em uma hora.

Um jogo enorme desses, de realidade virtual seria baixado em uma única hora?

A internet está boa. Dia de sorte.

 

Enquanto sinto o meu coração bater ansiosamente e meu estomago revirar-se pelo mesmo motivo, vou em direção à cômoda. Abro a última gaveta, e lá está ele: meu NerveGear nunca usado – foi comprado apenas para quando esse jogo fosse lançado. Até porque, até agora não existe outro jogo que possa ser jogado nele.

Tem o formato de um capacete estranho, e é de um tom azul acinzentado. O seu nome estava escrito no local aonde deve ficar a testa e, na parte do queixo, havia fivelas como em um capacete de moto, para evitar que este se deslocasse involuntariamente durante o jogo. Do lado direito do capacete saia um cabo preto, para conectar o dispositivo a tomada. Junto dele na gaveta – mais precisamente ao seu lado – estava algo parecido com um pendrive, totalmente preto, com exceção da sigla “NVG” em cinza claro.

Este pequeno aparelho era utilizado para transportar os jogos para o NerveGear. Era conectado na parte de trás e o “pendrive” acendia uma luz vermelha – quando o jogo estava sendo passado para o dispositivo – e em seguida uma verde, que significava que você finalmente poderia jogar.

O pego em minhas mãos, e enquanto o levo para a mesa do computador, vou pensando no quanto eu aguardava este jogo. Não só eu, mas muitas pessoas.

Sword Art Online é um mmorpg em realidade virtual, com uma história não muito relevante – na verdade, a história parece ser bem legal, mas as pessoas estão mais interessadas em ficarem fortes do que nela – em que só se vive uma vez. Sim, isso mesmo.

Isso é o que o faz tão especial: você só tem uma única vida.

Ao morrer, é como morrer na vida real: você não pode fazer nada, nem “reviver” com outro personagem. Não adianta você comprar o jogo outra vez, tentar criar outra conta ou logar na de outra pessoa. O NerveGear identifica você de alguma maneira, que, ao morrer, torna impossível uma reconexão.

Largo o aparelho e, como se fosse ajudar o download a ser concluído mais rápido, fico girando na cadeira de rodinhas.

 

 

...

16:20

 

 

98%

Meu deus do céu. Tá quase.

Tudo bem que levou um pouquinho mais de três horas, mas tá quase...

 

99%

 

Conecto o “pendrive” do NerveGear no computador, já ficando preparada para a conclusão do download.

 

99%

 

Outra barra de carregamento aparece e carrega em segundos – era a do aparelho que acabei de conectar. Uma pasta vazia abre.

Preciso arrastar o download de SAO para ela, mas ele parece não acabar nunca.

 

99%

 

Por que 99 é sempre a porcentagem que demora mais?

 

 

100%

Download concluído.

 

 

Não consigo evitar abrir um pequeno sorriso. Talvez seja meio idiota sorrir por um download concluído, mas vocês não fazem ideia o tempo que eu espero por esse jogo.

Arrasto o arquivo recém baixado para a pasta vazia aberta.

 

 

Movendo 12 arquivos para NrVgR.

8% concluído.

 

 

Só 12 arquivos? Sério?

 

 

Movendo 12 arquivos para NrVgR.

99% concluído.

 

 

A aba de transferência some.

Os arquivos estão na pasta...

Eu vou jogar isso até o cu cair da bunda.

 

Com cuidado retiro o aparelho do computador, pego o NerveGear na mesa e me dirijo a cama. Conecto o fio do “capacete” na tomada, o pendrive no capacete, e, por fim, deito em minha cama e finalmente o coloco.

Nada acontece.

Espera... eu tinha que fazer algo para o jogo funcionar, não tinha? Talvez eu devesse ter lido o manual que veio junto ao invés de colocar no lixo...

Tateio o capacete, em busca de um botão. Nada.

Fecho os olhos e penso: o que pode ser?

Ah! É!

—Link Start!

 

Após dizer isso, em um fundo branco uma imensidão de cores em formato retangular vinha em minha direção rapidamente. Depois duas abas circulares azuis eram abertas, nelas apareciam coisas como: “Sinal: OK”, “Olfato: OK”, “Tato: OK” e outras que passaram rapidamente.

Outra aba azul triangular com o mesmo formato da anterior se abre e desta vez preciso escolher uma das opções mostradas.

 

Selecione a linguagem:

Português

Inglês

Japonês

 

Obviamente, escolho português.

 

Log-in:

Apelido: ________

 

Senhas não eram necessárias, como eu disse anteriormente, o NG te reconhece de alguma forma. Sobre o nickname: Eu já havia decidido enquanto esperava o jogo ser lançado. Era bonito e, significava literalmente eu. Afinal, fazia parte de meu nome: Asuna Yuuki.

 

Apelido: Asuki.

 

É estranho “escrever” somente com o pensamento. Meio desconfortável também.

 

Confirmação.

Apelido: Asuki.

O apelido não poderá ser alterado.

 

Sim – Não.

 

Seleciono sim.

 

 

Carregando...

 

 

Eu adoraria colocar o meu nome, mas me perguntei se isso não era perigoso demais. Hoje em dia a internet facilita encontrar outras pessoas, imagina se durante o jogo eu encontrasse algum velho pedófilo, ou uma pessoa desagradável e ela fosse da minha cidade?

Poderia se tornar algo perigoso.

 

 

Carregando criação de personagem...

Aguarde.

 

 

Uma aba se abriu, nele mostrava um personagem masculino feio: com cabelo em moicano verde, branco, olhos vermelhos, magro e com um sorriso assustador na cara. Usava apenas uma cueca box preta.

Era a criação de personagens, ao lado deste “homem” estavam as opções para alterá-lo: corpo, tom da pele, cabelo, rosto, gênero.

Selecionei o último, alterando o gênero para feminino. O personagem continuava da mesma forma, mudando apenas para o que ela vestia: calcinha e sutiã vermelhos, levemente rendados. Enquanto o corpo do gênero masculino era magrelo, o da mulher era cheio de curvas.

Impressionante como para mulher é sempre diferente, né? Vem até uma rendinha, tudo para sensualizar mais.

Só o que falta é as armaduras terem decote...

 

 

 

 

Depois de um bom tempo, finalmente terminei de fazer a Asuki. O corpo era igual ao meu, mas o rosto e o cabelo foram alterados para que não me reconheçam. Os olhos com o formato um pouco diferentes e azuis como o céu, e, por fim, o cabelo um pouco acima da bunda, liso e da mesma cor dos olhos. Ele estava preso em uma longa trança.

Combinava com a personagem, mas era bastante diferente da minha aparência. Mas eu não posso fazer nada sobre isso, eu não posso arriscar: imagina encontrar alguém da escola aqui?

Não vou deixar me zoarem dentro e fora da escola. Não mesmo.

Quero paz pelo menos aqui.

 

Aperto o botão que confirma a criação do personagem com esta aparência.

 

 

Bem-vindo a Sword Art Online!

 

 

Uma voz anunciava as boas vindas, junto de letras grandes e brancas que apareciam na minha frente.

A primeira coisa que percebo é que uma cidade me rodeava: o chão era uma calçada bege, e a volta estava casas com um formato parecido: eram bem quadradas, com várias janelas e a maioria parecia ter uns três andares – todas, sem exceção, em tons nude ou cinza. Havia algumas plantas e canteiros pelo chão, cautelosamente colocados para combinar com o resto da cidade.

Mas mesmo assim... Nenhum player?

Olho para as minhas próprias mãos, depois para as minhas pernas.

Sinto minhas bochechas esquentarem... estou nua.

Tipo, completamente nua.

Peladíssima da silva.

Um aviso se abre em minha frente, li rapidamente e dizia algo sobre eu poder escolher minha roupa agora com várias opções. Que depois que eu escolher ela vai expirar em três dias e etc... Dentre as opções, estava uma calça jeans e uma blusa branca, um short curto – mas não tanto – e um cropped preto, um uniforme colegial azul com meias altas, e, por fim, um vestido todo branco de alças.

Fiquei com a última opção.

Confirmo.

 

Como em um tutorial rápido o jogo me ensina como abrir o inventário – através de um sinal com a mão – e a selecionar e equipar os itens. Equipo o vestido que ganhei, uma bota preta com um salto bem baixo e um florete todo cinza, com poucos detalhes. Ele ficava em uma bainha cinza escuro na minha cintura. Como meu equipamento era nível baixo, era bem feio.

Assim que fechei o menu, vários players apareceram em minha volta. Não me olhavam, estavam mais focados em observar o próprio personagem, as pessoas em volta e etc... Várias pessoas usavam roupas iguais. Mas não estavam tão iguais a ponto de me confundir: os cabelos, corpos, alturas, rostos eram todos diferentes.

Começo a caminhar ainda relutante... Meu deus, eu to caminhando com o poder da minha mente enquanto estou deitada na cama?! Bizarro demais. Genial demais.

Eu consigo sentir quando o meu sapato encosta no chão, quando toco na minha própria pele. Sinto meu cabelo voar e se mexer conforme caminho.

 

Por mais que caminhe, parece que esta cidade não acaba nunca. Vejo mais e mais players em todos os lugares, mas não vejo monstros ou qualquer outra coisa. Pelo amor de Deus, aonde eu encontro eles?

Ah! Quase me esqueci!

Abro o inventário e o único item ali é um mapa. O seleciono e o ativo, o menu fecha-se sozinho e o papel aparece em minhas mãos. Um ponto vermelho mostrava minha localização – ao lado de um estabelecimento que parece bastante com um bar com uma puxada rústica. Olho para a esquerda e vejo o local. Ok.

Vários pontos azuis me rodeavam – suponho que sejam outros players. E, mais à frente da cidade, uma área inteiramente verde com diversos pontos amarelos. Acredito que sejam os mobs que procuro.

Fico confiante, em dez minutos já tenho o meu primeiro objetivo traçado: encontrar o caminho para lá. Não deve ser tão difícil.

 

 

 

 

Ok.... Pode ser bem difícil. Quanto tempo eu devo estar só caminhando por essa cidade que parece eterna?

O mapa não é tão útil quanto parece. Ele só atualiza a minha localização de dez em dez minutos. Fala sério, quem teve a ideia de criar uma porcaria de mapa assim?

Eu to tão puta que não sei nem descrever. Sem brincadeira, eu já devo ter dado umas dez voltas nessa merda e não encontro saída nenhuma.

Olho para a direita e vejo um grupo de amigos decidindo sua rota. Tento me esconder atrás de uma estátua aleatória para observa-los sem parecer uma psicopata ou uma pessoa estranha.

Eu poderia ter ido só perguntar? Claro, mas quem disse que eu tenho coragem pra isso...?

 

O mais alto tinha o cabelo preto e espetado para o lado. É magro e deveria ter por volta de 1,70. Trajava uma camiseta azul marinho com detalhes cinzas nas mangas, um peitoral marrom claro do mesmo tom do cinto e dos sapatos, e, uma calça marrom-escura. Uma bainha em suas costas era apoiada por um cinto atravessado em seu peito - da mesma cor da calça. Por fim, na sua bainha havia uma espada.

Forço os olhos para ler seu nick: Ki... – Um outro player do grupo me interrompe ao entrar na frente do garoto. É uma garota, e consigo a ver apenas suas costas: tinha cabelos rosas e curtos acima do ombro, um peitoral cinza, uma saia vinho e uma camisa branca social. Na sua cintura, um cinto marrom com duas bolsas viradas para as costas. Sua testa ficava na altura do nariz do garoto anterior. Eu consigo ler seu nick: Lisbeth.

Ela está conversando com um garoto com o cabelo ruivo, liso, que alcançava um pouco abaixo de seus ombros. Eu chuto que ele deve ter 1,80 e usava um peitoral marrom-avermelhado, uma faixa vermelha em sua testa, uma camisa branca de mangas longas com detalhes marrons. A calça da mesma cor dos detalhes da camisa. Em seu queixo havia um pouco de barba crescendo, e acima de sua cabeça vi seu nick: Klein.

Não consigo compreender o que estão dizendo, mas pela linguagem corporal parece que decidiram seu destino. Klein pegou seu mapa e tocou no destino que desejava, forçando mais os olhos consigo ver um caminho ser traçado em seu mapa.

O ruivo olhou diretamente para mim – provavelmente sentindo que estava sendo observado – e tudo que pude fazer foi me esconder o mais rápido possível atrás da estátua.

 

Será que ele me viu? Será que vai pensar que sou uma stalker estranha?

Meh, isso também é exagero. Eu não estou fazendo nada de errado, só tentando aprender a jogar. Não tem porque me preocupar com isso.

Foco, garota. Foco no que você viu.

Me sento no chão com o mapa em mãos, ainda atrás da estátua.

Com meu dedo indicador toco na área verde do mapa, e, como mágica a rota é mostrada na cor laranja. Como eu pude ser tão lenta?

Bom, o que importa é que finalmente vou sair desse inferno de cidade!

 

 

 

 

A paisagem a minha frente é incrível. Uma grama muito verde e um sol radiante, vários animais andando pelo mapa – na verdade, monstros que me lembravam animais da vida real. O cheiro de natureza único e indescritível. Nem consigo acreditar que isso é real.

Ok.… não é tão real assim.

 

 

Ao caminhar um pouco, avisto minha primeira vítima a minha frente: um javali. Não era exatamente como um real, este era cinza-azulado e parecia com o corcunda de Notre Dame. Olhos amarelos e duas “presas” no canto de seu focinho.

Chego perto e ele não me ataca. Aparentemente todos os mobs deste campo são passivos.

Respiro fundo e me concentro. Puxo o florete de minha cintura e o ataco, correndo e cortando na lateral esquerda, ocasionando uma marca vermelha no “Javali”. Sua vida diminuía, mas continuava verde.

 

Pouco dano.

 

Os olhos do animal mudam para um vermelho brilhante e ele corre na minha direção com toda velocidade que pode, tento desviar, mas não sou rápida o suficiente. Ele acerta seus “dentes” direto em minha barriga – não cortam, mas dói, e muito. Sou arrastada por um curto tempo por sua força, mas faço o possível para manter os pés no chão. Depois, ele para bruscamente, o que me faz cair sentada.

 

Eu sou uma pessoa sensível a dor, mas a que este bicho causa é bizarra. É como um soco direto na boca do estômago.

 

Ofegante, me levanto e corro para que ele não aproveite a oportunidade de eu estar caída.

Ele parte para outro ataque igual ao anterior. Desta vez, consigo desviar.

A minha barra de HP está no início do amarelo. Eu estou com menos vida do que ele. Droga...

Ele dá outra investida e consigo desviar com dificuldade. Abro o menu e mexo apressadamente até a aba de skills. Só tenho uma, sou nível 1. Gasta 100 de mana, que roubo.... Leio rapidamente sua pequena descrição. Ok, acho que entendi.

Neste breve momento de distração, recebo outra investida. Até tento desviar, mas é tarde demais. Sou acertada novamente no mesmo lugar, e tudo acontece da mesma forma que antes. Aparentemente, o ataque dele é padrão.

 

Eu diria que agora tenho uns 45% de vida, mas sou péssima com porcentagens.

 

Coloco uma mão no local machucado, como se isso fosse amenizar a dor (spoiler: não muda nada, dói tanto quanto antes). Olho a minha volta e vejo algo que pode me ajudar: uma árvore a poucos metros de onde estou. Quando, mais uma vez acontece o ataque padrão, desvio e corro em direção a ela.

Sou perseguida, e, quando mais uma investida acontece, desvio novamente, o fazendo bater com o focinho/cabeça na árvore. Seus enormes dentes ficam presos e esta é a oportunidade perfeita para atacar.

De acordo com a árvore de skills, para conseguir usar esta é necessário segurar a arma de uma forma específica: uma única mão e focar na que você deseja usar. Alguns preferem dizer em voz alta, mas eu pessoalmente acho isso meio constrangedor. Fecho os olhos por menos de três segundos e penso na habilidade. Respiro fundo e me deixo ser levada.

Começo a correr, e então estico o braço para corta-lo. O florete começa a brilhar em uma luz branca quando encosta no javali. Sua vida diminui para a mesma que a minha, e na mesma hora consegue se soltar. Quando avança contra mim, uso o florete na horizontal para impedir o ataque.

Funciona!

É meio arriscado, mas se isso funcionou então também devo conseguir...

Com a força que nem sei de onde tirei, empurro a cabeça do monstro e cravo o florete em sua cabeça, a retirando em seguida. Vejo seu HP diminuir e chegar no vermelho, mas ainda está vivo. Agora, seus olhos pareciam não só vermelhos, mas sim sanguinários. Sua velocidade aumentou, e imagino que sua força também. Seu próximo ataque passou por mim quase como um raio (de onde eu tirei velocidade e disposição para desviar disso?).

Ok, vai ter que ser agora.

Quando ele parte para cima de mim, faço o mesmo. Um de frente para o outro. Consigo o acertar com a habilidade antes que ele me acerte. Mas mesmo assim, me sinto fraca... A visão está ficando turva e aos poucos preto e branco. Meu raciocínio ficou meio estranho...

Olho para a minha barra de HP e a vejo vermelha e diminuindo aos poucos. Olho para a de mana e está em 0.

A minha frente, o animal se desfaz em cristais azuis que são levados pelo vento. A frente aparece os itens que ele deixou, e aperto na opção para coletar todos. Começo a me sentir fraca e...

Caio de joelhos, merda... eu não tenho uma poção sequer.

Começo a sentir meu coração batendo acelerado e o ar entrando em meus pulmões.... Estou começando a voltar a ter consciência na vida real? Tudo está ficando escuro.

Permito-me cair deitada no chão. Tudo vai ficando cada vez mais escuro, e este mundo parece cada vez mais como um sonho em que estou acordando. Vejo pés a minha frente, que se ajoelham e depois algo é forçado na minha boca e um líquido entra a força em minha garganta.

De repente, tudo começa a voltar a fazer sentido. Conforme meu HP vai subindo minha visão melhora, e consigo ver o rosto das pessoas a minha frente. É o grupo que encontrei antes.

 

 

—Você está louca de enfrentar um mob 10 níveis acima do seu?! – Quem fala é a mesma pessoa que me deu o líquido – que agora percebo ser uma poção para recuperar o HP. Qual era mesmo o nick? Lis... – Olho para cima de sua cabeça – Lisbeth. Isso mesmo.

 

Me sento na grama, tentando tornar um pouquinho menos humilhante o fato de uma desconhecida estar me dando sermão.

 

—TU É DOIDA GURIA?!?! – O ruivo, Klein, disse isso em um tom um pouco histérico.

—Eu... não tinha percebido. Eu achei todos deste campo eram mais ou menos do meu nível. – Disse, me sentindo um pouco constrangida de não ter percebido isso.

—O que me deixa intrigado é como você não sabia que se você usar uma skill quando está sem mana, o que é consumido é o teu HP. – O garoto de cabelos pretos falava. Kirito era seu nick – Ou sabia...? – Ergueu uma de suas sobrancelhas.

—É claro que eu sabia! Não é óbvio? – Respondi com toda a certeza do mundo, mas era óbvio que eu não sabia. Eu não era muito boa em prestar atenção ou lembrar o que eu leio.

—Aqui, deixa eu te dar uma mão. – Lisbeth estendeu a mão para me ajudar a levantar, o que prontamente aceitei. – Eu posso adicionar você? Se tiver qualquer dúvida sobre SAO você pode me perguntar a qualquer hora. Principalmente sobre quais monstros você deve enfrentar no seu nível. – Assenti com a cabeça.

 -Eu também posso...? Vai que você precisa de um grupo pra alguma missão... – Klein disse.

—Era exatamente o que eu ia perguntar. – Desta vez, Kirito falou.

 

Assenti novamente. Três notificações de solicitação de amizade aparecem, e aceito todas neste momento mesmo.

Parecem pessoas legais, quem sabe não rola uma amizade de verdade?

Já faz algum tempo que estou precisando fazer alguns amigos...


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Notas finais do capítulo

Obrigada por ter lido o capítulo inteiro, e obrigada pelos comentários no anterior. Cada um me faz muito feliz, de verdade. Desculpa por descrever tão mal lugares, roupas, personagens e etc - é que eu sou péssima nisso. E sobre lugares, eu não consigo imaginar eles (literalmente não consigo), o que dificulta muito mais :(
Sempre aberta a críticas e dicas, sempre mesmo. Fiquem a vontade para isso ♥



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