Apenas Uma Mentira? escrita por Julie Kress


Capítulo 2
Contratada


Notas iniciais do capítulo

Hey, meus amores!!!

Fiquei mega feliz e motivada com os comentários. Valeu mesmo. Vocês são demais, sabiam disso?

Boa leitura!!!



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5 de Fevereiro, Terça-feira, 2019.

P.O.V Do Beck

Por quê diabos fui inventar aquela mentira? Mas que merda! Minha família não pode descobrir que estou os enganando há meses. Meu pai vai ficar uma fera e minha mãe, muito decepcionada. Meu irmão vai ter motivos para me sacanear ainda mais, ele vai jogar isso na minha cara para o resto da vida. Não posso deixar isso acontecer. Não mesmo.

Uma noiva. Preciso de uma noiva de aluguel urgente. Tenho dinheiro, posso 'alugar' uma noiva. Apenas para me ajudar a manter essa mentira por mais alguns meses. Só por uma semana. Levo ela para conhecer minha família no Canadá, passamos uma semana lá e trato desfeito. Ninguém sai perdendo, posso pagar o suficiente para uma mulher fingir ser minha noiva.

Enquanto preparava o jantar, acabei lembrando da moça que me abordou no elevador. Ela parecia muito desesperada e disposta a fazer o que fosse preciso para ganhar dinheiro.

Coitada, tem tanta gente nessas condições deprimentes. Deve estar desempregada, até mesmo passando por certas necessidades. Aquilo me tocou.

Deixei meu cartão com ela, se ela realmente estiver desesperada por dinheiro, vai me ligar.

Abaixei o fogo, eu só sabia cozinhar o básico.

Morar sozinho me fez aprender a me virar na cozinha. Ou acabaria vivendo à base de Delivery e Pizzas congeladas. Mas geralmente sempre acabava comendo algo pré-cozido, era só esquentar no microondas. Simples e rápido.

Virei o meu filé de frango à milanesa. Já estava quase pronto. Me afastei do fogão e fui pegar um prato para forrar com folha de papel-toalha.

Ouvi batidas na porta, fortes batidas por sinal.

Chequei as horas no meu relógio. 19h:51min. Pensei em desligar o fogo e ir atender a porta, mas resolvi ir logo atender a porta, antes que a pessoa a derrubasse.

Assim que abri a porta, me deparei com uma moça que parecia assustada. Logo reconheci que era a mesma que havia me abordado mais cedo, no elevador.

Era a vizinha do 103.

— Me ajuda! - Torcia as mãos, olhou para os lados nervosa.

Seus cabelos negros estavam bagunçados. Ela vestia um sobretudo preto por cima da calça, ela estava de All Star. Sua maquiagem estava um pouco borrada. Com certeza tinha chorado.

— O que aconteceu? Como posso ajudá-la? - Perguntei, confuso.

— Eu juro que não vi... - A coitada se desatou a chorar. - Surgiu de repente na frente do meu carro, até tentei freiar, mas não deu... Ainda está lá fora na chuva... Atropelei o pobrezinho. - Cobriu o rosto com as duas mãos.

— Olha, calma. Que tal entrar? Vou pegar um copo d'água com açúcar para você. Me explica isso direito. Quêm você atropelou? - A conduzi para dentro do apartamento.

Ela estava muito assustada e nervosa.

A moça sentou no sofá ainda chorando. Corri para a cozinha. Apaguei o fogo. Meu filé à milanesa estava no ponto. Preparei um copo d'água com açúcar e retornei à sala.

— Aqui está. - Lhe entreguei o copo. - Tenta se acalmar, está bem? Por favor, fale devagar, me explica direito. - Sentei ao lado dela.

[...]

— Você acha que ele vai ficar bem? - Perguntou quando eu agasalhei com o meu casaco o cachorro que ela atropelou.

Era um cão Vira-lata de porte pequeno. Eram branco com manchinhas pretas. Grandes olhos marrons, rabo curto e orelhas caídas. Ele tremia de frio.

— Vai ficar sim. Não se preocupe. Como é o seu nome mesmo? - Perguntei após colocar o cachorro no carro dela, no banco traseiro.

— Jadelyn West. Mas me chame apenas de Jade, ok? - Esfregou as mãos e cruzou os braços.

— Lindo nome e belo apelido. Agora me passe a chave, eu dirijo. - Estendi a mão.

— Não estou em condições mesmo. - Me entregou o chaveiro onde continha duas chaves.

O chaveiro dela era uma cabeça de um esqueleto.

Também reparei nas unhas pintadas de preto, no cabelos com mechas vermelhas e na maquiagem preta borrada... Poderia ser roqueira, emo, punk ou gótica.

— Coitadinho, me sinto tão mal... Tudo aconteceu tão rápido. - Fungou.

— Sei que foi um acidente, agora entre no carro, vai ficar tudo bem. - Na hora não quis falar nada, mas notei que o cãozinho tinha uma das patas quebrada.

A morena assentiu e entrou no carro. Fiz o mesmo. Coloquei o cinto e a chave na ignição.

— Beck, não é? É apelido? - Perguntou quando liguei o carro.

— Sim, é meu apelido. - Confirmei.

— Valeu, Beck. Ninguém parava para me ajudar. Me desculpa por qualquer incômodo. - Disse com a voz rouca por causa do choro.

— Não é incômodo algum. Amo animais. Fez bem em ter batido em minha porta buscando a minha ajuda. - Falei sendo sincero.

[...]

P.O.V Da Jade

— Ele não corre riscos, doutora? - Perguntei, preocupada.

— Não se preocupe, o pior já passou. Ele só teve uma das patas frontais quebrada e uma pequena fratura na coluna. Nada grave. Ficará em observação por 48 horas. Vocês podem ir para casa tranquilos. - A doutora chamada Wanda Lopez disse num tom calmo e profissional.

— Não podemos ficar com ele. Moramos em apartamento, lá não é permitido animais. - Meu vizinho falou.

— Tudo bem, fiquem despreocupados. Assim que o animal melhorar, o encaminharemos para o Centro de Animais para adoção. Vocês só precisam assinar essa papelada! - Tirou uma pasta verde da gaveta.

— Os custos são por minha conta. - Ele sentou para poder assinar.

— Não! Negativo! Eu pago. - Falei sentando ao lado dele.

Ele me passou o primeiro papel, onde assinei rapidamente.

— Você não tem dinheiro. Essa Clínica é particular, eu arco com os custos. Sem problemas. - Cochichou.

Não o contrariei, ele tinha razão. Eu não tinha dinheiro nem para comprar os remédios que o pobre animal ia tomar.

Assinamos toda a papelada. Levantei primeiro.

— Posso dar uma última olhada nele, doutora Lopez? - Perguntei.

— Sim, por favor, me acompanhe. - Ela sorriu compadecida e me levou para ver o cãozinho.

[...]

— Vou devolver cada centavo, ok? Obrigada por tudo. - Agradeci quando chegamos à porta do apartamento dele.

— Imagina! Não precisa me pagar, não. Você não me deve nada. - Recusou abrindo a porta.

— Preciso sim. Você vai arcar com os custos sozinho. Não é justo! - Retruquei.

Beck era mais alto que eu, ele estava de calça moletom preta, camiseta cinza-clara, usando chinelos e seu cabelo estava amarrado num coque. Seu casaco havia sujado, e acabou ficando na Clínica Veterinária.

— É sério, Jade. Não precisa! - Falou segurando a maçaneta.

— Tudo bem. - Assenti ainda contrariada. Me sentia em dívida com ele.

— Ainda preciso de uma noiva de aluguel, a vaga está desocupada.... - Sorriu. E que sorriso lindo.

— Aonde tenho que assinar? - Perguntei. E não era brincadeira.

— Quer mesmo entrar nessa? Sabemos que é uma loucura! Mas vou pagar super bem! - Garantiu.

— Sim, eu quero. Preciso de dinheiro. Estou com muitas dívidas. - Contei a ele.

— Você está contratada. Venha aqui amanhã. Às 09:00h. Quero explicar tudinho o que tem que fazer. - Disse com seriedade.

— Certo. Valeu mesmo. - Agradeci pela oportunidade que ele estava me dando.

Grana fácil. 'Trabalho' maluco. Um dia eu ainda ia rir daquela loucura. Com certeza. Mas quando você está completamente desesperada, você é capaz de tudo. Nunca imaginei que toparia fazer aquele tipo de coisa. Nem em sonhos. Mas acabei aceitando entrar naquela loucura.


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Notas finais do capítulo

Gostaram do primeiro capítulo???

Prometo aumentar os capítulos aos poucos, beleza???

Sim, a Fic será narrada ambos.

Gostaram da nova capa??? Ficou melhorzinha que a outra kkkkkkk

Comentem, e FAVORITEM também, vocês sabem o quanto isso significa para mim. Bjs e até o próximo.



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