O reino de Giarthio. escrita por Carenzinha


Capítulo 4
Capítulo 1- Opção 3




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Você iria até o rio. Afinal, o caminho parecia reto, sem muito esforço e você ainda podia conseguir comida. Você estava com medo da casa da senhora podia estar fechada e, como Teabyt disse que todos o odiavam, tinha chances da senhora também não ir com a cara dele, ou dela ser uma total maníaca. Fora isso tinha a escalada, que era íngreme, e você não parecia estar nas condições necessárias, e com certeza você não queria vagar sem rumo atrás de um abrigo. Nisky não era alguém que você conhecia, mas não era justo desconfiar logo de cara do, aparentemente, o único que estava perto para te ajudar. Além disso você não sabia o motivo para ele estar sendo perseguido, poderia ser por algo bobo que você perguntaria mais tarde, você confiaria em Teabyt.
“Vamos até o rio.” Disse decidido.
“Certo.” Ele respondeu olhando para o céu, embora inseguro. “A gente consegue chegar.”
“Mas, a gente consegue construir algum abrigo?” Você perguntou esperando uma resposta positiva.
“Talvez.” Teabyt falou olhando o céu de modo atento. “Provavelmente sim.”
A voz de Jeanisky parecia um tanto falha e por algum motivo em sua expressão estava estampada a mais pura decepção, embora ele tentasse esconder. Você se perguntou se tinha escolhido certo.
“Mas corre o risco de não dar tempo?” Você perguntou apreensivo.
Os olhos cheio de medo de Nisky te encararam, ele estava com a cabeça um tanto baixa, provavelmente se lembrando de algo que não gostaria de lembrar.
Jeanisky mandou o peso de um casco para o outro e pareceu pensar bem se devia ou não te dar uma sugestão, por fim disse.
“Qualquer coisa a gente pode ir até a vila, ela fica no fim do rio.” Ele disse bem hesitante, ainda encarando o chão. “Eu pretendia ficar no começo do rio, mas se caso chegarrrmos com tempo de ir até lá, e esse tempo não for o suficiente para constrrruir o abrrigo, eu acho que a gente poderria ir.”
Seu coração pulou de felicidade, tinha uma vila! Você automaticamente imaginou muitas casas com muitas pessoas boas e amorosas, que poderiam ajudar e dar um lugar quentinho para dormir.
“UMA VILA! ISSO É ÓTIMO!” Exclamou sorrindo. Sentiu que tudo estava salvo, não gastaria tanta energia para construir um lugar para ficar. “VAMOS ATÉ LÁ, NISKY!?” Sugeriu com empolgação, que sumiu quando reparou na face pálida de Teabyt.
“Uh, claro.” Ele disse ainda olhando para o chão.
Foi quando você percebeu que ele não estava bem, estava tremendo e não parecia de frio.
“Nisky?” Você perguntou. “Você prefere outra opção?
Ele negou. Ergueu a cabeça e deu um sorriso fraco para mostrar que estava tudo bem, você sabia que não estava, mas não sabia o motivo disso.
“Eu prreferria a escalada.” Murmurou baixinho para si mesmo, mas você conseguiu ouvir.
“O que disse?” Resolveu perguntar. Estava se sentindo mal por Teabyt estar inseguro, mas se ele não gostava da ideia do rio então por que te deixou escolher?
Nisky se assustou por alguns segundos, pois não estava esperando que você ouvisse. Baliu surpreso e logo depois olhou para o céu e disse.
“Eu quis dizer pra irrrmos logo!”
Você mandou para Janisky um sorriso penoso, pois sabia que ele não tinha dito isso.
“Olha se você quiser a gente pode ir pra outro lugar...”
“NÃO, NÃO, NÃO!” Respondeu entre balidos desesperados. “Eu disse parra você escolher, então eu não vou voltar atrrás. Vamos!” Ele disse enquanto começava a caminhar. Você revirou os olhos e o seguiu, vendo que pelo desespero de Nisky essa não tinha sido a melhor escolha.
A caminhada de vocês não foi perigosa, era apenas uma estrada reta com neve. Assim como você previa foi ficando cansado, mas achou que aguentaria. Seu único inimigo era mesmo o tempo, pois precisava chegar lá antes da nevasca começar.
O caminho era silencioso e Teabyt estava quieto. Você também não queria começar um diálogo depois que percebeu que os cascos dele estavam batendo, que checava constantemente o céu e que parecia estar com um medo maior do que apenas uma tempestade de neve. Decidiu não incomodá-lo em seus pensamentos.
Quanto mais vocês caminhavam, mais você via neve e nenhum sinal do rio. Olhava para Jeanisky que falava um baixinho “logo vamos chegar”, mas você não pareceu acreditar nisso quando viu o cara que te deu a jaqueta, pálido e com medo.
A neve aumentava, assim como o vento e o seu cansaço. Você começava a sentir suas pernas doerem, não estava pronto para encarar uma longa caminhada quando tinha acabado de acordar de um desmaio. Vocês continuaram andando.
Seus lábios estavam congelando, seus dentes batiam. Você estava com muito frio.
A nevasca começou.
E vocês ainda não tinham chegado.
O frio estava intenso e você sentia suas forças começarem a sumir. Você tropeçou em uma pedra e acabou caindo de cara na neve. Teabyt baliu correndo e desesperado, te ajudou a levantar.
“VOCÊ ESTÁ BEM?!” Perguntou em meio ao desespero. Você assentiu embora se sentisse tonto e com muito frio. A nevasca te impedia de ver o que estava à sua frente. Vocês dois tremiam.
Nisky apertou os olhos, deu um sorriso, que não escondia a melancolia, e disse:
“Eu estou vendo o começo do rio! Talvez a gente consiga!”
Você sorriu, mas sua alegria durou pouco ao lembrar que ainda tinha um abrigo para ser feito. Sabia que a opção do rio tinha sido péssima.
Foi quando um brilho fraco reluziu atrás de uma enorme pedra, você e Nisky estranharam e resolveram ir até lá. Vocês olharam atrás da enorme pedra e sorriram surpresos. Tinham achado dois skiis e uma moto de neve, ambos incrivelmente enferrujados.
Teabyt colocou os skiis no chão e encostou a moto na pedra. Você olhou para os objetos de modo pensativo, eles poderiam ser uteis. A tempestade piorava, você sabia que já estavam perto do rio e talvez fosse melhor usar algum transporte para chegar mais rápido ou mais longe. Assim vocês poderiam ir até a vila ou ter mais tempo para montar o abrigo, porém tudo parecia não ser usado há muito tempo.
“Tudo parece bem velho, e a moto pode estar sem combustível...” Falou mais para si mesmo enquanto coçava o queixo. “Talvez pegar um desses... pode ser perda de tempo... talvez correndo a gente consegue.”
Nisky ainda continuava com aquela voz falhada e pastosa, parecia que ele estava segurando o choro. Você não sabia o problema que ele estava, mas sabia que isso o incomodava muito. Ele te olhou e parecia dizer com o olhar um “por favor, escolhe por mim”. Você não gostaria muito de decidir, ainda mais quando a opção do rio o deixou chateado, mas Teabyt parecia perto de desabar psicologicamente a qualquer momento, você sentia que ele não seria capaz de tomar uma decisão.
Você então olhou para a frente tentando ver o rio, mas sem sucesso. Estava confiando em Jeanisky sobre o fato do rio estar perto.
Olhou para Nisky e resolveu perguntar se ele poderia ser mais especifico.
“Quão perto exatamente a gente tá?”
Porém, ele não respondeu e você nem sabia se ele tinha ouvido. Pois Teabyt olhava fixamente para frente e aquele choro que tanto segurava tinha saído. As lágrimas dele congelavam por causa do frio, ele estava preso em pensamentos. Você teria que tomar a decisão por si mesmo.
De opções possuía dois skiis enferrujados que pareciam cair aos pedaços e poderiam desmontar a qualquer momento e uma moto também enferrujada que poderia estar sem combustível e também podia desmoronar, você tinha noção de que uma moto era mais rápida que os skiis. Além disso vocês poderiam ir correndo, a tempestade de neve já estava forte e você sentia suas pernas congelarem, mas talvez vocês conseguissem chegar. Talvez escolher uma das coisas enferrujadas fossem atrasar vocês ou até matar.
Olhou para frente e depois para Jeanisky e disse.

Letra:
A- Ir correndo até o rio.
B- Pegar os skiis.
C- Pegar a moto de neve.


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