Uma Seleção com Rosie Ambers escrita por ANA


Capítulo 40
Capítulo 38


Notas iniciais do capítulo

Oieee. Voltei. Sempre voltarei!

Boa leitura! ;)



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Poupei detalhes do que aconteceu no ataque durante a ligação para o meu pai. Eu o distraí com outros assuntos,como Tyler e a família e o parque de diversões. Mamãe não iria ficar sabendo de nada,pelo menos até a hora chegasse da excursão...

Ela mandou uma carta para ele avisando sobre o prologamento da viagem por mais alguns dias, haja vista a descoberta e necessidade de catalogar  quatro novas espécies vegetais.

Meu pai falava como uma matraca dos relatórios recebidos, e eu não queria que ele parasse. Mesmo que Silvia estivesse do meu lado e o natural fosse ficar com vergonha do tempo que o telefonema estava levando. 

Ao final, a rotina no castelo recomeçou.

No próximo Jornal Oficial haveria uma entrevista comigo e Bridget.A conversa com a Rainha tinha sido por essa razão. Eu previ e ela também que circulariam algumas teorias que de eu empurrara Bridget por maldade. Segundo Eadlyn,era preciso esclarecer a queda de Bridget ao vivo. 

Até o momento,eu andava pelo castelo não com a simples sensação de estar sendo observada. Aquilo era a pura realidade.

Selecionadas, a família real,funcionários que serviam a mesa, guardas a postos... Não sei se cem por cento desconfiava de mim, já que o tombo que levamos foi muito ridículo, mas boa parte sim. 

" É estranho ter a Lee fora por tanto tempo."

" Verdade." Concordei com Amy.

"Até que é bom que ela fique mais tempo com o Ed." Disse Audy.

As duas trocaram um olhar malicioso. Meneei a cabeça. Elas não faziam ideia do quanto a relação de Lee e Eduard era complicada...

Como deveria estar sendo no hospital? 

A estadia dele fora estendida pelos médicos por conta de uma leve infecção.  Esperava que Lee e Eduard não ficassem brigados a cada dois segundos,e que ele se recuperasse logo. 

"Mesmo sem Lee pra estressar,  temos que te arrumar logo para o jornal!"

Ambas chegaram a conclusão de que eu ficaria linda com uma trança embutida. Buscaram por acessórios que combinassem com o vestido azul marinho tomara que caia.

"Estou gostando do resultado!" Audrey disse" Quer que eu faça francesinha na sua mão?"

" Sim." 

Amy ficou responsável pela maquiagem. Fez um ótimo trabalho em esconder minhas olheiras. Como sempre,senti cócegas com os pinceis de blush e sombra.

"Tudo bem que é a prova d'água,mas... você quer uma pausa?" 

Assenti quando a minha visão passou a ficar turva. Usei um lenço para limpar os olhos do um jeito que ela ensinou,a fim de não borrar com a mão.

" Ainda é aquilo?" Perguntou com calma. Concordei de novo sem conseguir formular nenhuma palavra."Vai tomar um ar fresco" Apontou para a varanda.

Me apoiei no parapeito sentindo a presença delas atrás de mim.

"Rosie, não esquece que não é sua culpa."

" E remoer e o que aconteceu não vai te ajudar a superar." 

"Eu sei." Sorri forçado, embora não tenha conseguido sustentar o olhar por muito tempo nelas." É que eu acho um pouco... de futilidade. Frieza. É ser insensível seguir com a vida como se tudo fosse normal, quando não faz nem uma semana que...Enquanto as pessoas que amam ele estão sofrendo... Podia ser o serviço dele me proteger,mas nada muda o fato de que aquela bala era para mim."

Elas acabaram me deixando sozinha. Olhei para o céu nublado pensando no fato de que, em algumas horas, eu deveria dormir. E então eles voltariam.

Os pesadelos eram quase dois por noite. Versões cada vez piores. A lembrança de  Harry dando um aceno para mim se misturava a cenas grotescas em que todos os meus amigos morriam. E só sobrava eu. Cercada. Megan, às vezes,aparecia me culpando pela morte do namorado. Num sonho até tentou se vingar de mim. Eu sabia que isso era minha mente cedendo à teoria de Eduard de que a garota era um mal elemento.

 Passei um bom tempo olhando para o nada. Repassando mentalmente a entrevista que Diana faria conosco. Ela não me trazia uma impressão negativa. Porém,diante do público,se tornava um ser mil vezes mais indagativo que Gavril.

Torcia para que a apresentadora não conduzisse o interrogatório de modo a revelar a discórdia entre Bridget e eu.

Caminhei em direção a porta, mas não eram Amy e Audrey me chamando.

"Oi..." sorri.

Osten estava com um traje azul tão escuro que beirava o negro. O cheiro forte de sua típica colônia indicava que tinha sido passada a pouco tempo.

Mas, antes que eu pudesse perguntá-lo o porquê da visita, reparei sua expressão. Estática. Olhava pra mim como se tivesse visto um fantasma ou algo parecido. Minha mente trabalhou rápido.

"Ah, droga. Está borrado, né?" Corri para o espelho e procurei o lenço na bancada, porém ele achou primeiro.

"Só um pouco. No canto do olho direito." 

Eu provavelmente limpei o local com a mão sem perceber.

"Lá se vai o trabalho de Amy." Murmurei quando o pano passou de branco para bege e preto." Ainda pareço fantasma da ópera?"

"Fantasma? Como assim?" 

"Não tente negar. O susto estava estampado na sua cara."

Ele achou graça. Rolei os olhos e procurei o corretivo na caixa. Ao menos a maquiagem abaixo dos olhos devia ser retocada.

"Tudo bem. Me pegou de surpresa. Mas pense de novo se você acertou o motivo." Ergui uma sobrancelha e o vi sorrir pelo reflexo." Você está admirável. Linda.  Extrapolou os limites disso hoje. Espero que tenha ciência."

"Obrigada." Falei após um tempo.

 Engoli em seco e me aproximei para tocar seu cabelo. Como eu pensava: Cheio de gel para ficar mais comportado. 

"Você também está... Vai arrasar muitos corações hoje,Osten Schreave" ele sorriu com os olhos e segurou a ponta da minha trança. Analisou seu formato.

" Eu vim aqui para tranquilizá-la sobre Bridget. Ela me garantiu que não sairia da linha hoje. Mas creio eu que não é pelas críticas da mídia que você está para baixo."

Seus olhos voltaram a me avaliar curiosos. 

"Tem um bom tempo que estou esperando você desabafar sobre o quer que tenha acontecido... Espero que o motovo não tenha sido eu."

Balancei a cabeça.

" Vamos lá fora." Dei um leve puxão no seu braço e segui adiante. Ele se sentou num banco ao meu lado na varanda.

Narrei desde o que presenciei no hotel ao que eu sentia no momento. Com todos os detalhes possíveis. Quanto mais eu falava,mais eu me arrependia de não ter me aberto antes. De não tê-lo procurado. E mais eu via sua decepção, pois estava claro que se ele não me questionasse,isso ficaria guardado a sete chaves.

" Eu agradeceria se você fosse mais transparente comigo de agora em diante. Estou para ajudar. Lembre disso."

Assenti.

" Se... eu te contar mais uma coisa..."

"O quê?"

Suspirei e me dirigi ao criado mudo do quarto.

"É só a cerejinha do bolo. Minhas criadas, Eduard e no máximo o General Aspen, se deu tempo de Eduard contar, sabem que há algumas semanas alguém vem deixando bilhetes com comentários irônicos. Meio misteriosos.Achamos que poderia ser Bridget, já que ela me odeia abertamente, e a ideia era comparar sua letra com a do bilhete, mas talvez não seja mais preciso. Porque esse último" Ergui o papel" chegou quando ela ainda não tinha voltado do hospital."

'Foi por um triz, e você foi avisada'

....

""Essa música é linda."

"Não é?" Sorri." Na verdade, é só um exercício que vou passar na aula"

"Hoje você se sente melhor?" Fiz que mais ou menos para Amy,e retomei.

"Não querendo te atrapalhar, mas está quase na hora de recolheram as cartas. Vai escrever alguma resposta para suas primas?"

"Ah..é!"

Quando liguei para casa delas,onde meu pai ainda estava hospedado e se recuperando do acidente, as duas estavam na escola. Por isso, me mandaram uma carta para agradecer pela girafa de pelúcia que eu ganhei no parque.

Como caras de pau, quiseram saber o motivo de eu não mandar uma para cada... Eu mandaria duas pelúcias,mas não tive escolha: Na divisão,  ficou um ursinho para Kerttu,  uma girafa para  elas, e o elefante para Audrey. (Os olhos da loira brilharam tanto ao ver os presentes que não pude deixá-la sem um).

Pensei em responder Tyler, mas ele escrevera para dar notícias de primeira mão do que a equipe prepararia no próximo programa,e também para agradecer por minha intenção em ajudá-los. 

Rebecca Collins realmente cumpriu com o acordo: ela 'descobriu' uma sabotagem. Conseguiu filmagens com ação de alguns ajudantes de cozinha sobre os pratos de Columbia. Porém, não ficou claro quem era o chefe. Obviamente porque foi Bridget e Rebecca não incriminaria a própria filha.

O caso  repercutiu na mídia.A pressão dos expectadores colocou os responsáveis pelo programa num dilema:Ou davam continuidade à competição com uma nova chance para Columbia, ou iriam ter uma grande perda de audiência. 

O programa de Cozinha Juvenil de Illea decidiu refazer a edição,mas sob a condição de que a equipe de Tyler poderia, no máximo, empatar com a pontuação que os cozinheiros St. George conseguiram no encontro anterior.

E eles alcançaram a meta. Agora viria a terceira e última edição. Como chamavam: A 'final das finais'.

Fiz minha assinatura no canto do envelope e dei para Amy.

Audy e eu seguramos o riso enquanto ela se checava no espelho antes de sair.

"Ela fica uma gracinha apaixonada." Meneei a cabeça.

"E fica nervosa pra ver o Sullivan quando ele tem tanta vergonha quanto ela." Audrey se jogou na cama com meu livro de botânica." Eu apoio muito eles,mas frequentemente perco a paciência com o Sullivan."

" Hã?" 

"Ele é um enrolado." Esclareceu folheando." Nunca toma iniciativa de pedir em ela namoro, nem pra sair.É mais frustrante do que ler um livro inteiro, e só ver o casal ficar junto lá para o final."

"Entendi..."Ri um pouco de sua cara de tédio, e reparei nas partituras do violino que eu precisava organizar "Já é quase a hora de...Não." Minha mão foi pra cabeça e Audrey me olhou perdida. Comecei a juntar tudo rápido." A aula. Tô atrasada. Eu fui escrever a carta e acabei esquecendo que a aula de violino hoje é meia hora mais cedo."

" Você está ficando é doida com esses monte de aulas.Não é me melhor a gente fazer um horário e pregar na parede?"

"Uma ótima ideia. Estou indo. Tchau."

As coisas estavam mais agitadas quando se falava  de estudo.

Como Silvia já tinha avisado, teríamos mais matérias a aprender: gramática, história e um novo idioma de nossa preferência. Devido a familiaridade, minha escolha foi óbvia: francês. E, apesar de ter estudado isso a vida toda na escola, meu nivelamento foi o básico. Pelo menos, eu estava na turma de Phoebe.

Saí voando pelos corredores. Quando cheguei ao terceiro andar,precisei lidar com um guarda que não sabia da minha licença para ir a sala de música.Foi por sorte que outro passou e lhe deu o aviso.

" Desculpe pelo atraso!" 

Me surpreendi por o ambiente estar com mais pessoas que o comum. Em uma roda no tapete, todas as crianças reais comiam biscoitos.

  Kerttu veio até mim.

"A Delf pediu para avisar que vai faltar por causa de uma reunião de diplomacia com Osten e Oliver. Algo assim. Valerie, Stefan e Giselle me falaram que vão querer entrar para a turma. Ah, e Anelise e Kayla só estão aqui para assistir."

Olhei para as princesas alemãs. Elas estavam num sofá com livros na mão. Susi me chamou. Estava com uma careta na testa

"Meu arco está dando problema. Não quer fazer som nenhum, olha!"

" É porque você não passou resina." Fui até o outro lado da sala para buscá-la ensinei como se passava." Sem ela o violino não faz som nenhum."

" Hum..."

Ela experimentou. E eu corrigi o seu jeito de pegar no arco.

"Acho que nunca vou conseguir fazer isso direito."

" Se ajuda,eu demorei muito mais que você para fazer direito. Você esta quase lá."

Ela assentiu.

"Obrigada. Você me motiva muito. Por sua causa vou pedir para estudar de violino quando voltar para casa. Só vou sentir muita falta da suas aulas. Elas são as melhores."

Sorri grata. E passei minha atenção para o resto: Kerttu já tinha pedido para os guardas trazerem mais cadeiras e arranjado um violino para a amiga duquesa e princesa francesa.  Então deixei o meu com Stefan.

Dividi a aula em duas partes. Na primeira, dar lições básicas para os novatos com o auxílio de Kerttu, Klaus, Corine e Susi. E na segunda, ver como tinha o quarteto havia treinado exercício da aula  anterior para lhe passar o próximo.

"Estão treinando mesmo."

Me alegrava o quão rápido estavam evoluindo,dada a pequena quantidade de encontros.

...

" Terminem esses exercícios até a próxima aula." Silvia disse largando o pincel." Eu vou precisar sair por uns minutos,mas voltamos com teoria na segunda parte."

Era aula de história que, assim como gramática, era obrigatória e sem turmas separadas por nivelamento. A sala tinha carteiras e uma lousa como numa escola normal.

"Por favor,eu sei que é cansativo ouvir isso,mas comportem-se."  

" Seu pedido é uma ordem" Phoebe fez uma reverência da última cadeira. " Em uma realidade alternativa."Sussurrou depois que Silvia saiu.

Eu a repreendi com um olhar.

"Que foi? Acha que todo mundo vai ficar quieto? Ô CHENG." O grito dela não assustou  somente a mim. "Quer fazer o favor de parar de bancar a caxias e vir ficar com a gente no fundão?" 

A morena saiu do lugar para arrastar a asiática.

Desde a primeira aula, Suki não quis nos acompanhar. Ficou na primeira cadeira. Talvez estivesse relacionado ao que ela me disse nos primeiros dias no palácio:seus os avós não a deixarem ir escola por medo de que ela tivesse más influências.  Dava para ver a empolgação de Suki com a ideia de estar num ambiente de sala de aula. Ela respondia praticamente todas as perguntas. 

Silvia era uma daquelas pessoas que questionavam o tempo se a turma estava entendendo.Um alto 'Sim' de Suki foi o suficiente para Florence e Blair terem uma crise de riso perto de nós que, infelizmente, contagiou a sala inteira. Me senti culpada por rir.

A asiática não demonstrou ter se importado. Aliás, Silvia a defendeu.

"Sentar aqui atrás atrapalha o desenvolvimento."

"Opa, opa! Nada a ver. Não existe nenhuma comprovação. Olha só a Rosie e a Emma. Elas me salvam nas piores horas."

Ri lembrando dos momentos em que Phoebe só olhava para o teto desesperada quando começava a falar demais e Silvia fazia alguma pergunta a ela sobre a matéria. Emma e eu assoprávamos as respostas baixo pra ela.

De cara feia, Suki transferiu os cadernos para a cadeira a minha frente e continuou a copiar do quadro. Eu a imitei, uma vez que Silvia logo retornaria para apagar. 

"Rosie,pode me passar as anotações depois?" 

Fiz que sim e Phoebe se levantou.

"Aí meninas..."A voz soou alto suficiente cessar qualquer conversa."Quem vai lutar esgrima às três é eu, Jennifer,Ophelia,Heather, Emma, Lydia e Cintia.Alguém mais quer?"

"Ninguém"Blair resmungou. Phoebe fingiu não ouvir, o que a incomodou."Isso daqui é uma competição,e você faz parecer como se fosse uma irmandade." 

" Todas precisam de uma trégua na guerra. Você também deveria se exercitar. Isso melhora o humor, sabe?" 

Seria uma discussão se Blair não fosse chamada por Katie lá na frente.

"Suki disse que não gosta de esgrima. E você Rosie?Ah, não faz essa cara. Eu sei que você gosta!"

"Nesse horário tenho que terminar um trabalho de italiano com Jade e depois tomar chá com as italianas."

" Uh. Pobre criança. Mas a pode gente remarcar com as meninas. Vou ver com elas. Um segundo."

"Eu não acho muito válido me aproximar das outras." Suki comentou."Com exceção de vocês, não vale muito a pena fazer amizades por aqui."

"Mas você nem as conhece."Emma rebateu." Tudo bem que a Phoebe socializa pra valer. Mas não vejo nada demais."

Suki deu de ombros.

"Vocês sabem o que fazem. Rosie, consegue fazer esses três exercícios?" Indicou o caderno.

"Acho que sim. Tenta esses pra mim?" Trocamos de materiais.  Ela fez o meu rápido,mas quebrei bastante a cabeça com o dela.

 "GENTE, VAMOS NOS ACALMAR." Desviei o olhar para Phoebe que estava numa roda com praticamente todas da sala." Isso é infantil  da parte de vocês." Como nenhuma se deu ao trabalho de trabalho de ouvi-la, ela se voltou para seu lugar frustrada.

"O que tá acontecendo?"

"Cena idiota. As meninas brigando com Jade e Blair,porque Jade conseguiu que um artista famoso desenhasse alguns vestidos para elas. Faz sentido. Por eles serem os melhores. Ninguém nega.Mas não é por isso que vou fazer cena."

Suki e Emma não tardaram a se juntar às discussões. Reli os enunciados várias vezes até as vozes ficarem altas demais.

" Impossível terminar isso."reclamei largando a caneta.

"É nessas horas que o príncipe deveria aparecer para eliminar meio mundo de descabeçadas." Phoebe murmurou.

Katie estava a frente com um senso de justiceira ameaçando dizer aquilo para Osten. Jade se defendeu rindo do quanto elas seriam idiotas por plantarem uma mentira. Yasmin opinou que a maioria vencia. E Blair garantiu que ela e Jade seriam as únicas a não se darem mal com a história infundada.

Aquilo durou até a volta de Silvia. Graças a Amelia de vigia na porta, cada uma retornou ao seu lugar antes do flagra da discórdia. Mas a tensão permaneceu no ar.

...

Avaliei a expressão concentrada do príncipe. Ele demorava um bom tempo em cada folha. Tinha certeza que checava o contorno de cada letra das selecionadas e comparava com as do bilhete.

Osten pediu que geral respondesse a um teste de traduções para nossa língua a partir dos idiomas que estudamos. E ele iria corrigir. A intenção era verificar se a autora dos bilhetes não era uma delas. De primeira confirmamos que a letra não era de Bridget. 

" Como está indo?" Perguntei.

" Até agora,vi que Florence e Paige têm uma letra similar,mas não próxima o bastante. Deve ser algum funcionário que escreveu"Franziu a testa." Mas, para identificá-lo, seria preciso ver todos as assinaturas de contratos de trabalho. Isso é um pouco inviável e demorado. O melhor é um guarda de plantão no corredor."

" Apesar de quê isso só vai fazer com que os recados não venham e a gente não saiba quem é."

" Verdade. Vou pensar em outro método. Prometo."

Ele encarou o bilhete com um quê de preocupação.Não havia demorado para ele supor o mesmo que Eduard:de que alguém mal intencionado estava querendo me atingir.

A última mensagem era uma clara provocação.

Você estava no lugar errado. Agora pergunto: se sente segura?

" E os cartões? " 

"Dois praticamente prontos." 

 Amelia fazia aniversário mo mesmo dia da festa programada,mas os de Lydia e Suki eram no dia seguinte. 

"Parecem bonitos daqui. Posso ler o que escreveu?"

"Não" sorri com os dentes." Ainda não acabei."

" Me mostra o que já saiu."

" Espera um pouco."

"Aí você já vai ter terminado."

"E eu te mostro." Ele me olhou entediado. A rapidez de sua mão quase tirou a folha da minha.

"Ei! Podia ter rasgado!"

"Foi mal. Eu só queria ver." Ele fez careta e voltou sua atenção para os papeis."Vou guardar isso aqui para a gente poder ir logo ver o filme."

"Ei,Osten."

"Hum?"

"Pode me ver escrever se quiser."

Sua expressão se iluminou.Ele não tardou em se posicionar atrás de mim.

" Você sempre faz esses cartões?"  

"Sim. Eu... meio que peguei o costume com minha mãe e minha avó. Não gosto de chegar com as mãos vazias pra dar parabéns."

"E esses desenhos? Uma flor para cada recado e elas são bem específicas."

Não,Rosie. Sem surto.

Pelo canto do olho, percebi que ele ele aproximou mais a cabeça e apoiou o segundo braço sobre a escrivaninha. Já estava meio inclinado e se equilibrando em um com o rosto acima de meu ombro,mas tal movimento pareceu um abraço. Bem carinhoso.

Me obriguei a não recuar um centímetro. Eu reconhecia o esforço do Osten continuar de se relacionar comigo como se sua declaração nunca tivesse acontecido. E nunca foi uma novidade ele  ficar chateado com meus reflexos a cada vez que chegava perto. 

"Hã, eu represento... Estou representando as flores das províncias de cada uma. Amarílis para Suki. Lírio para Lydia e Petúnia para Amelia." 

Passei a fazer a margem e os acabamentos dos títulos.

"Por acaso gravou as flores de cada província?"

"Claro que não. Seu bobo. Eu tinha um livro desses lá em casa e acabei achando um igual na biblioteca." 

Ele deu um risinho. Fechei mais a mão livre quando sua respiração bateu  entre meu ombro e pescoço.

"O da Suki ainda está inacabado."

Confirmei com a cabeça limpando a garganta.

"É. Estou pensando nas palavras. Ela é a mais próxima, então queria fazer valer a pena."

"Não vou te atrapalhar." Deu um beijo no alto da minha cabeça.Fechei os olhos absorvendo o momento.

Ele retomou as tarefas calado,mas silêncio não foi o que reinou. Nossos olhares se encontraram quando a maçaneta estalou. Algumas batidas.

"Osten? Por que está trancado?" 

" Já vai,mãe."

Meu corpo gelou. Não iria pegar bem America descobrir que eu estava trancada no escritório com o filho. Tarde da noite. O olhar do príncipe dizia o mesmo. Ele vasculhou o ambiente aflito. Seu olhar passou pelo banheiro e parou em mim de novo. 

Agarrou minha mão e me enfiou em baixo da escrivaninha.Me ajudando a juntar o tecido do vestido volumoso e tirá-lo da vista da porta. Fiquei encolhida abraçando as pernas enquanto ouvia ele mexer em alguns papeis sobre a mesa com velocidade. Devia estar escondendo meus cartões. Deu alguns passos e abriu a porta.

" Boa noite,mãe."

"Boa noite. Por que..." eu não ouvi o resto,pois a porta foi fechada e eles foram para o corredor. Respirei aliviada.

Cinco minutos passaram até que a porta fosse aberta. Prendi o ar de novo.

Saltos altos ecoaram e porta rangeu novamente.

"Delfina?" 

"Ei. Desculpa invadir. Você está ocupado?"

" É.. sim. Mas pode falar. "Osten se moveu rápido pelo quarto e se sentou na cadeira. Meus pés ficaram colados aos dele. Ele limpou a garganta." Alguma coisa urgente?"

"Sim. Mais ou menos. É que eu queria conversar.Com Oliver do lado é ruim por causa das crises de ciúmes dele. Você sabe."

Um riso sem humor saiu dos lábios do príncipe.

"Fazer o quê. Então, quer conversar sobre..."

"Quero que seja meu padrinho no casamento."

Pisquei atônita. Pelo silêncio de Osten também foi um baque.

" Uau. Mas que honra." Senti a ironia em seu tom de voz." Por que logo eu?"

"Por que não você? Pode não acreditar,você é muito importante para mim,Osten.Eu sinto muito... pelo que houve entre... nós." Sua voz foi morrendo." Mas estou disposta a consertar isso. Dois anos são o suficiente. Não quero mais você fora da minha vida. Por favor, aceita..."

Osten suspirou.

"Tudo bem." 

O grito dela foi ensurdecedor. Não demorou para ela envolvê-lo num abraço apertado ao passo que repetia agradecimentos. Bastava a princesa olhar para baixo e ver a intrusa em seu momento de 'reconciliação'.Osten também sabia disso,porque se levantou para retribuir o abraço e aproveitou para arrastá-la dali.

"Certo, Delfina. Eu lamento,mas você precisa ir."

" Mas já?! Ah, entendi.Compromisso antes da diversão,não é?"

"Exato."

Franzi a testa. O que eu tinha perdido? Pelo som, caminharam até a porta.

" Olha, Osten. Se quer um conselho, preste atenção para seus compromissos não ficarem acima de Rosie o tempo todo."

A gargalhada dela se tornou uma crise de riso.

"Devia ver sua cara. Eu sei das coisas, querido. Eu percebo.Você gosta dela. E o sentimento é bem sério,não? Vou pegar o seu silêncio como um sim. Ela  é uma ótima garota. É engraçado de falar com ela,porque isso me lembra muito minha antiga personalidade. Aquela época...Eu não conseguia dizer nem um oi para os políticos!"Riu"E você me ajudou a superar isso. Lembra daquela festa em que você saiu me arrastando para falar com uns quarenta desconhecidos?! Te odiei por isso. Mas foi muito importante. E eu acho que nunca te agradeci de fato."

Uma pausa.

" Não precisa me agradecer por isso."

" Eu nunca te agradeci sobre muitas coisas. Por você ter sido um bom namorado,por não ter sido grosso comigo nesse tempo todo, apesar de eu ter te magoado..." Um suspiro." Espero que você seja feliz. Você merece um amor. Um amor de verdade."

...

A decoração usava luzes de natal douradas. Parecido com minha ideia para os cartões,o bolo tinha os símbolos de três províncias: Ottaro, Hanspot e Carolina, pertencentes,respectivamente, a Suki, Amelia e Lydia. Fora os músicos. Sorri ao ver um grupo de violinistas perto do piano.

Alguns casais dançavam. Osten me lançou um olhar enquanto dançava com Yasmin. Automaticamente me lembrei que tinha prometido uma dança com ele.

Acabei ficando perto de  Delfina e, para meu lamento,também de Oliver instante em que todos se posicionavam para o parabéns. Ele me lançou um olhar frio quando as crianças se aproximaram da mesa atropelando todo mundo e me empurraram pra cima dele. 

"Até quando você vai me torturar jeito?"

" O quê?!"

"Por que aceitou aquela dança com o guarda?" 

"Foi só uma dançinha de nada, amor."

Franzi a testa olhando para o casal pelo canto do olho. Ele fez um bico manhoso que ela beijou. 

Chiei baixo de repulsa. O cara era possessivo por trás de uma ceninha de ciúmes,sendo que a traía. Com a prima!

A sessão de fotos começou. Suki, Lydia e Amelia fizeram uma pose juntas. Em seguida os grupos diversificaram. Na minha vez, estavam Suki,eu,Phoebe e Emma, Lydia e Amelia. 

E Phoebe só conseguiu pagar mico com um: "Façam língua no três,galera." Sendo que todas a famílias reais estavam nos vendo. Com exceção de eu e Suki todas fizeram.

"Esperem."Suki nos segurou"Precisamos de uma foto normal."

"E a última não foi?" 

Phoebe recebeu um olhar de tédio.

"Vai começar." Emma comentou me fazendo rir.

"Ok.Ok. é seu aniversário,mesmo..." A morena voltou.

"Uma normal, por favor." Suki pediu a Maxon que atendeu nos olhando diversão para a troca de farpas.

Eu não duvidava que a ideia da chuva de confetes e serpentinas durante o parabéns fora ideia de Kerttu. Meu cabelo ficou cheio deles. Ouvi algumas selecionadas murmurarem chateadas.

Me aproximei de Phoebe quando o bolo passou a ser servido. Escolhemos uma mesa solitária perto das janelas.

" Esse bolo tá MARAVILHOSO. Vai vinho? ou é demais pra você?"Falou rindo da minha cara de brava." Brincadeira. Eu lembro o quanto você ficou chateada quando a Denise te zoou na frente do príncipe Lorenzo"

Dei de ombros.

" Parece que foi há séculos isso."

" E foi. O tempo passa rápido." Levou um garfo a boca fazendo uma expressão satisfeita. A acompanhei." Honestamente,antes era mais tranquilo. Agora tudo o que as meninas sabem fazer é se estressar pela competição. Agradeço por estar pulando fora."

" VOCÊ O QUÊ?!" 

Me arrependi pelo grito quando a mesa de italiano, a mais próxima,nos encarou. Jade estava ali com Nicholetta, Orabella e Noemi. As mais velhas pareceram curiosas.

Engoli em seco.

"Pulando fora. Você pediu pra sair?"

"Já tem uns dias" Sorriu." Eu disse para o Schreave que queria ir embora e ele aceitou numa boa. Só fico até o casório.Depois Au Revoir! Casa." Sorriu erguendo a taça.

Continuei a esperar por mais explicações e ela percebeu isso.

"Eu sei que você está estranhando. Osten é tudo de bom, mas...como posso dizer? Não há química. Toda aquela animação de ser princesa e ter um baita romance de arrebatar o coração caiu por terra. Tem muito tempo. Não consigo sentir nada por ele que me faça querer abdicar da minha vida lá fora. De ser normal, sabe?"

"Eu...eu entendi. Tudo bem." 

" Você não pode ficar mais? Só até meu aniversário!" O nosso ouvinte surgiu do meu lado. Phoebe suspirou.

" Seu aniversário é bem depois do casamento da May. Não vai dar. É combinado com o príncipe."

O maxilar Stefan ficou rígido.

" Deixa pra lá."

"EI,  ESPERA! STEFAN!"ele corria para o outro lado do Salão. Na direção da saída. " Esse menino..."

"Ele é um pouco solitário,e ficou muito apegado a você"sorri."Conversa com ele." 

 Suspirei quando ela se foi. Eu entendia Stefan. A vida no palácio não iria ser mais a mesma sem Phoebe... Mas era a escolha dela. 

Observei o salão. Kerttu e os amigos atacavam os docinhos da mesa. Oaten ainda dançava. Suki estava numa boa conversa com os irmãos de Osten e suas esposas. Emma estava conversando com Bridget e a família alemã.  Meu olhar cruzou com o de Delfina e ela me chamou até sua mesa. 

Oliver se levantou assim que cheguei.

" Vou aproveitar para fazer uma ligação de trabalho. Se importa se eu for dormir depois? Estou cansado. Já até passou do parabéns."

"Claro que não,amor! Pode ir.Boa noite!" Ela lhe deu um beijo na bochecha." Senta aqui,Rosie."

Sorri fraco para Violet. Já tinha percebi que  não ia lá com minha cara. Ela não prestou a atenção na conversa que a prima puxou sobre artes e logo se foi para pista de dança. 

Minha concentração na narração de Delfina sobre uma técnica de pintura passou por certas falhas. Notei que Oliver ainda não tinha saído da festa. Ele olhou algumas vezes em nossa direção entornando um copo de vinho. Segundos após sua saída, Clarabella deixou o par de dança e copiou seu caminho.

"Delfina, vem comigo."

"Espera... o quê?"

Puxei-a.

"Desculpa te interromper. Eu só queria te mostrar um lugar." As palavras saíram emboladas.

" Hum... E por que a pressa?"

" Do que você estava falando? Sobre o artista que te inspirou a fazer isso?"

Que lugar escolheram dessa vez?

"Agora eu estou é curiosa. Pra onde vamos que é urgente?

Acabei sendo parada. Delfina sacolejou os ombros. 

"Aconteceu alguma coisa de errado?" 

Fiquei sem graça. 

"Sim. Eu preciso verificar uma coisa. Me segue, por favor."

Apressei o passo para os jardim.

"Passou alguém por aqui?" 

O guarda negou.  Andei para o outro corredor ainda com Delfina ao meu encalço. Viramos a direita e pegamos atalho pela até chegar na sala com a porta de vidro. Abri verificando o Grande Pátio e também verifiquei a estufa. Olhei para a porta da escada alternativa.

" Delfina, preciso de  um voto de confiança. Pode subir por essa escada?Eu te encontro no segundo andar,mas vou pela escadas centrais."

"Por quê?" Seu rosto se contorceu em hipóteses.

Sorri fraco. Eu sabia que era uma ação impulsiva e mal elaborada. A ideia era fazer Delfina descobrir sobre Oliver sem minha presença,mas pensar num método perfeito exigiria tempo demais. Infelizmente, Delfina estava perto de voltar para Itália. E quem a alertaria sobre ele?  

"Tudo bem. Eu vou. Mas se isso for uma pegadinha sua e de Osten."apontou o dedo.

"Não é! Prometo." Suspirei." Sobe em silêncio,por favor e..." eu abri a porta com calma torcendo para não darmos de cara com o casal. Fiz um sinal para a princesa entrar.

Se não estivessem alguns degraus acima, seria um difícil trabalho driblar a curiosidade de Delfina quando eu a encontrasse.


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