Uma Seleção com Rosie Ambers escrita por ANA


Capítulo 39
Capítulo 37


Notas iniciais do capítulo

Caro leitor,
Eu não vou desistir da fic, ok?

Custe o que custar, vou escrevê-la até o final.

Bjsss e obrigada por acompanhar!
;)

Obs: esse capítulo é o ultimo que atualizo em partes.A partir dos próximos postarei completo!



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Passamos em frente a porta aberta do terraço que dava para as escadas. Notei que um dos guardas estava encurralado ali, porque a quantia de sujeitos desconhecidos era maior.

Que o resto não tenha morrido.

Me empurraram para dentro do elevador. Rebecca veio atrás na mesma situação que eu.

" Qual andar?"

Por favor.

" Sexto."

Eles queriam objetos de valor no apartamento de Rebecca. Conforme o elevador descia, reparei em um chiado, mas estava enganada. Eram gritos e tiros. Movimentação no andar de baixo.

Um assassinato em massa. Não um sequestro como eu estava pensando. Não que isso melhorasse minha situação.

 O homem me empurrou para que eu fosse a primeira a sair. Ele continuava mantendo o cano da arma sobre mim.  Tropecei no meu vestido. Isso contribuiu para que ele me insultasse. Tive medo dele me dar um tiro ali mesmo.

" Qual quarto?" 

"606." Rebecca respondeu num fio de voz.Eu segurava o máximo de ar possível, pois já estava no meu limite e me recusava a soltar qualquer ruído exasperado diante deles.

Como aquelas cenas de filmes, o ataque veio de surpresa.Poucos segundos correram para que o homem me soltasse e eu estivesse atrás de um guarda. O General me ajudou a sair do chão.   

"Rápido, Rosie."Alguém disse me empurrando para uma porta de incêndio.

Uma troca de tiros começou. Os funcionários de Rebecca levaram ela para cima, enquanto Aspen deu ordem para descermos. Eram ele,eu e o guarda que tinha me empurrado. Os outros que ficaram eram seguranças extras da Collins.

Não sabia como tinham nos achado, porém não importava no momento.

"General, onde estão Lee, Tyler e os meninos?" Sem resposta." Eles estão bem? Por favor, responde!"

Pelo que me lembrava Lee poderia estar no meu quarto ou na lavanderia que ficava no segundo andar. Ela disse que iria recolher o resto das minhas roupas para o retorno no dia seguinte. Tyler tinha permanecido no térreo com os meninos para bisbilhotarem o evento.

"Primeiro, fique calma. Podemos resgatar todos,mas a prioridade é te tirar do prédio." Aspen explicou numa pausa."Precisa tirar os sapatos altos."

Assenti agachando.

"Ajude ela e andem rápido. Estou vigiando."

"Com licença." Disse o rapaz que reconheci como Harry. Ele desafivelou um sapato,enquanto eu fazia isso no outro. Agora eu carregava os calçados e puxava a saia do vestido para não tropeçar. Me arrependi muito de não ter optado por uma roupa normal.

"Sou eu, Leger."Eduard ergueu a mão e apareceu."Está uma loucura no primeiro e no térreo. Estão a ponto de vencer a segurança e virem para as escadas.Consegui o número do quarto do 902 na recepção."

" Espera,  Harry. Sobraram homens no terraço. Podem estar descendo em silêncio." Harry foi repreendido pelo chefe quando se adiantou subindo.

"Então, o que é melhor?" O guarda apontou para baixo e para cima de onde entendi que poderiam vir oponentes.

"Podemos protegê-la em algum andar perto e depois levá-la para o nono. "

"Ótimo."

Continuamos o caminho passando inclusive pelo sexto andar, que estava em silêncio. 

"Tem gente descendo."

" Entrem aqui e protejam ela."

"Mas e você?" Eduard questionou me empurrando porta adentro. 

"Vou reunir o resto da equipe"

"Sozinho?" 

"Sozinho. Andem logo." Fez sinal para nós e fechou a porta de incêndio

" Ele é maluco." Harry resmungou. Meu corpo gelou assim que ouvi mais tiros. Aspen era... o pai de Stefan. Era uma boa pessoa e eu não queria que nada acontecesse com ele, nem com ninguém. Mas já estava acontecendo. Com vários.

Harry e Eduard ficaram de olho no corredor. Bufei jogando meus saltos no chão e encostei na parede. 

" E a Lee?" Perguntei para Eduard na esperança dele ter visto ela.

" Não sei." Negou. Percebi que ele estava tão preocupado como eu.

Eu olhava para a visão do parque pela janela, ao passo que os dois especulavam ao meu lado sobre o motivo de tal ataque.

Comentaram sobre a similaridade do que acontecia com o ataque no outro hotel que em a equipe de Columbia estava hospedada. Era um comíssio de um governador. O evento do dia era um com o de Angeles: Leonard O'Brian. Lembrei de sua presença no hotel.

" Aspen está demorando demais."

Iniciaram uma discussão sobre ser ou não melhor me levar para o andar de cima. Eduard achava que não,pois queria seguir às ordens do General.Já Harry argumentou que eu estaria mais segura dentro do apartamento, além de que estava implícito na fala de Aspen que eles deveriam seguir com o planejado.

Me preocupei quando o tom subiu para a arrogância. Cada um me puxou de um lado.

"Solta ela." 

"Virou cabo de guerra?" Reclamei.

"Perdão." Eduard me soltou."OUCH. Por que apagou tudo?"

" Deve ser algum pico de energia."

"Não seja idiota. Isso significa que devem ter achado os cabos de energia."

As luzes retornaram e eles voltaram a discutir. Por azar ou pelo volume da conversa deles, um homem chegou ao nosso andar. Harry viu primeiro acertando-o com a arma. 

Um segundo chegou. Seu rosto era todo coberto por panos.Fomos recuando até um corredor fechado. Gelei ao notar que eu era seu alvo. Olhei para abaixo e gritei ao som do disparo.

Minha noção de espaço-tempo se perdeu ligeiramente em meio ao breu que causei ao fechar os olhos.

" Vem comigo."Era a voz de Harry. Ele agarrou meu pulso e me fez ir com ele até as escadas. Enxerguei de relance que  e Eduard lutava com o homem corpo a corpo.

Seguimos até o nono andar. No entanto, foi ao chegar naquele piso que vimos nossa companhia.

"Tentando fugir?"

Os homens apontaram a arma em conjunto para nós.

"É o óbvio,né?" Harry respondeu com ironia.

Não tinha o que fazer. A não ser ser refém. Imitei Harry colocando as  mãos para o alto.

"Mantenha calma."

" O que sussurraram aí?"

Harry se pôs na minha frente. Em seguida sacou a arma atirando. Uma ação que, de início, achei ilógica, mas que fez total sentido pela velocidade com que atingiu dois homens. O terceiro caiu não por seu tiro.

"Estava demorando."

"Vocês que se adiantaram demais."

Acompanhei seu olhar. Uma garota andava apressada até nós.

"Terminou o serviço, amor?" Ele a roubou um beijo, o que me deixou confusa.

"Agora não." O interrompeu.

"As chaves... do 902. Ficaram com o Eduard. Precisamos achar outro lugar apra escondê-la."

" Deixa comigo."

O guarda fez sinal de que deveríamos segui-la. Fomos de novo para as escadas.

"Quem é ela?"

A garota parou me observou de cima baixo depois que a pergunta escapou da minha boca.

" Não contou pra garota?"

"Ah, desculpa." Ele disse olhando para mim." Ela é..."

"Sou uma aliada. Vou te tirar do prédio como plano B. Não se preocupe. Esse imbecil aqui não te contou que me pediu reforço quando tudo começou. Não é?"ele urrou com a cotovelada.

" Em minha defesa, não deu tempo de falar. Dá pra ser um pouco mais calma?"

" Calma é? Continua assim pra ver pra onde vai minha última bala." 

" Uuh, duvido." 

"Megan?" Li o que estava escrito no crachá. Ela me olhou na mesma hora.

Morena, roupa de funcionária...

" Você é aquela..." 

"Abaixa." Harry me lançou no chão antes de apontar sua arma para um o outro grupo. Dois contando com o que vinha da parte de baixo.Megan e Harry atiravam em um por um.

Eu poderia ignorar o tiroteio anterior.Aquilo sim era como uma cena de filme. Daquelas em que dois aliados ficaram de costas um para o outro atirando nos alvos. A diferença é que havia um ser  abaixado quase em posição fetal entre eles, e esse era eu.

Assim que o último homem caiu,  Harry anunciou que poderíamos continuar.

"Não. Você não pode! HARRY!" 

Megan o obrigou a entrar novamente no corredor. Eu não estava entendendo é nada,até que ela abriu os botões da camisa dele com pressa. Ouvi sua respiração falhar. Harry estava com uma ferida grande no tórax.

Dei alguns passos para trás assim que Harry tombou.

"Aonde pensa que vai?" A voz da garota ecoou.

" Eu vou chamar ajuda." Apontei para saída. 

" N-nã." Harry tossiu.

"Só me esperam achar os guardas." 

A garota se levantou para atrapalhar minha caminhada.

"Você não se atreva sair daqui."

Pisquei atônita com seu tom frio.

" Mas ele vai morrer." 

"E VOCÊ MAIS RÁPIDO AINDA." Berrou.

" Esconda ela em algum quarto."

"Você não está no comando agora." Ela retrucou. Não demorou a agachar, pegar a arma de Harry e colocar na minha mão."Atira em qualquer um que aparecer. Menos nos seus seguranças, se não for idiota."

"Está...louca?" Ele sussurrou tossindo mais uma vez.

" Por favor. Puxa esse o gatilho. Faça isso por nós."

Olhei para seus olhos azuis. Transtornada era pouco para descrevê-la. Obedeci calada. Megan agachou diante dele.Eu não tinha muita experiência no assunto,mas percebi que ela fazia uma compressa no ferimento.

"Não está dando certo." Ele falou. A voz mais fraca que o normal.

"CALA A BOCA." A voz dela foi contante."Desculpa, Harry."Logo consertou." Mas você não pode falar. Está perdendo muito sangue."

Olhei deles para o corredor torcendo muito para que nenhum inimigo aparecesse. Eu mirava na saída. Minha mão tremia. Na verdade, meu corpo inteiro e não por frio. Nunca tinha visto, melhor,presenciado algo do tipo em toda minha vida.

Não evitei lembrar da barraca de tiros. Bem... aquela situação era bem diferente da atual. Se surgisse alguém,eu jamais acertaria uma mira... Estávamos perdidos.

"Leva ela." 

" NÃO."

" Ela é mais importante."

"NÃO PRA MIM."

"Pro meu serviço. Amor... Faz isso por mim."

" O que eu preciso fazer para você não falar nadaPor f-favor. Voc- cê... não"

Desviei minha atenção curiosa. Ele acariciou o rosto de dela com carinho. Dava para ver que Megan lutava pra valer contra o choro. Após uns segundos, ela  limpou o rosto, levantou e me encarou determinada.

"Vigia ele. Eu vou buscar ajuda."

...

"Cara, isso foi mais louco que na última vez." Arthur comentou.

"Estamos sempre no lugar errado,na hora errada." Jean disse se acomodando no último banco disponivel, o que deixou Fred profundamente irritado. 

"Pelo menos dessa vez não precisamos nos esconder no sistema de ventilação." O loiro resmungou se jogando no chão."Eu queria saber quem eram  aqueles loucos."

"O Ted uma vez comentou algo interessante..." Todos olhamos para Arthur recostado na parede." Esses ataques devem ser vir daqueles antigos grupos rebeldes. Do que restou deles e está se fortalecendo de novo"

" Ah,meus pais falaram sobre eles." Disse Fred." Como eram mesmo o nome deles?Nortistas e Sulistas?"

"Aham." Jean respondeu e me dirigiu a próxima pergunta."Eles atacavam o castelo na época da Seleção da sua mãe, não?"

"Sim...Minha mãe me falou desses ataques." 

"Eu acho que isso tudo obra de gente pró ditadura."Continuou.

Eles eram um grupo de professores e estudantes que queriam queriam acabar com a monarquia parlamentar, dissolvendo o Parlamento. Não tinham muita força,pois o exército não estava com eles.

"Acho que eram os rebeldes ressurgindo." Fred contestou." Por causa de toda essa bagunça na politica."

"Uma coisa não se nega:eles são muito bem preparados." Arthur pontuou."Para conseguirem vencer todas as equipes de segurança..."

"Rapaz... verdade." Fred deu um riso." Tinha a do hotel, do governador, da Rebecca Collins,da Rosie.... E eles conseguiram passar por cima de todos fazendo um monte de reféns e matando geral."

"Eles eram sanguinários." Jean fez uma careta."Atacaram o governador nos primeiros minutos e continuaram atirando sem parar. Como é que a gente tá vivo,hein?"

"Não sei,mas vamos parar de falar disso." Pelo canto do olho, percebi que Tyler me indicou. 

Ele estava com o braço ao redor de mim num meio abraço, devido a minha crise de choro há minutos atrás. Era soma de tudo...Depois de praticamente uma hora naquele quarto, resolvi sair e fui achada pelos guardas em frente ao meu. Me fizeram sair do hotel imediatamente.

Andei pelo saguão do hotel assistindo a muitas pessoas serem cobertas por panos;  Policiais e profissionais de emergência estavam em serviço até mesmo na calçada. Oa guardas me colocaram para dentro do carro evitando imprensa e meio mundo de gente curiosa me alcançassem.

Consolei o choro de Lee pelas três horas em operaram Eduard. Tiraram um projétil que,por sorte,não adentrou muito em seu corpo. Eu não podia negar o conforto que tinha por Lee,os garotos, Rebecca, Aspen e outros mais estarem bem, mas estava em choque.

O General disse que acharam Lee e  Tyler a minha procura no meio da zona, e que tratou de lhes convencer a voltarem para onde o resto estava escondido.

Os meninos pediram desculpas.

"Eu estou impressionada. Mas vocês passaram por isso duas vezes. Têm todo direito de falar sobre."

" Mais que impressionado, estou é cansado." Jean comentou se levantando" Eu ouvi o Ted dizer que vamos passar a noite em outro hotel,mas até agora, sem notícias."

Fred sugeriu de procurá-lo pelo hospital. 

" Vão vocês. Eu fico aqui com a Rosie. Está esperando aquele guarda ser transferido para um quarto,né?"

Assenti. Lee tinha ido verificar o estado dele com o médico há alguns minutos.

"É, mas acho que a Rosie já está de saída" Não entendi o comentário de Arthur até que ele apontasse para a porta. 

"Ah, aquele não é o..."

" Osten?!" A palavra deve ter saído alto demais, porque, de longe, ele olhou na minha direção. Sorriu e parou de conversar com o general para vir até a gente.

" Alteza,parece que a outra Alteza veio." Arthur riu.

"Essa foi péssima,Fred." 

"Sou demais. Agradeço."

" Boa noite,senhores. E senhorita." Fez questão de piscar para mim.

"Boa noite, Alteza. É uma honra conhecê-lo." O loiro se curvou, ato que Osten dispensou. O príncipe lhe estendeu a mão.

"O prazer é meu, Fred."

"Ele sabe meu nome. Há! Espera, como assim?"

"Eu curto o programa de vocês." 

" Você... curte? Ele fala que nem gente normal?"

Arthur questionou e eu tive vontade de rir pela cara confusa de Osten.

" Claro, ô anta. Acha que ele é extraterrestre?"Tyler respondeu se levantando"Prazer em conhecê-lo."

"Igualmente."

Tyler alternou o olhar de Osten para minha pessoa, enquanto esse cumprimentava o resto.

"Escute... Alteza." Osten se virou" Eu sei que trata a Rosie muito bem, mas não vai achando  isso te faz o melhor candidato ficar com ela. Por essa daqui." Colocou a mão no meu ombro." Eu não tenho medo de apodrecer na cadeia,nem de perder a cabeça. Se é que me entende."

Osten piscou duas vezes, mas logo sorriu.

" Entendo perfeitamente."

" Tyler.O que deu em você?!"

Me levantei num sobressalto.Como se o dito não fosse suficiente,ele continuou.

" Ótimo. Não a iluda, não a machuque. Cuide dela como se fosse a última flor do inverno." 

" Não é preciso pedir."Ergui as sobrancelhas dessa vez para o príncipe.

Eles trocaram um sinal de positivo com a cabeça.

"Agora se me dão licença...Os aviões de Veronica e mamãe já devem ter pousado. Vou ligar para cada uma e dizer que está tudo bem." 

Eu tentei lhe passar o meu olhar para avisar que ele estava muito,muito ferrado comigo,mas Tyler cortou o contato visual e se encaminhou para outra ala do hospital.Os outros três foram procurar Ted.

De repente, me senti uma presa de urso.

"Calma. Eu tô viva, sabe?"

Osten se afastou como um gato escaldado quando não segurei um ruído de dor.  

"Perdão,Rosie.Onde machucou?"

"Não foi você. Só são umas dores musculares nos braços e nas pernas. É por conta do estresse que passei."

 Segundo Aspen,as dores após um evento traumático costumavam durar algumas horas.

"Tomou algum analgésico?"

"Já me deram. Por que... veio até aqui tarde da noite? Eu e Bridget estamos bem."

Ele não respondeu. Pareceu ter um estalo e puxou uma de minhas mangas do  para cima para avaliar meu antebraço. 

"E seus machucados? Também doem quando toca?"

 Neguei. Não tinha curativo no da mão. Ele notou isso.

"Esse corte está...  Estava protegido com maquiagem para o programa." Esclareci que não seria bom aparecer com um esparadrapo de todo tamanho na televisão.

"Curativo. Boa ideia" 

Apesar de meu protesto, me levou a ala de enfermagem. Bem perto de onde os guardas barravam os repórteres intrometidos que tentavam falar comigo e os meninos desde mais cedo. Por sorte, ficamos poucos instantes numa posição visível.

A enfermeira nos guiou para um balcão cheio de remédios e aparelhos médicos no ambiente ao lado.

"Vamos precisar colocar outro no antebraço." A mulher apontou para o material que já estava destacando. Osten mesmo se encarregou disso. Ele higienizou o local e fez a troca com tanta facilidade que a enfermeira saiu.

"O que foi? Surpresa?" Riu fraco." Alguém que se machucava direto na infância e cuidou dos tombos da Kerttu não tem treino o suficiente?"

Meneei a cabeça.

"É...faz sentido. Tá de parabéns. Não senti nada na hora que puxou."

"Que bom." Sorriu."Agora sua mão." Ele primeiro passou o algodão nela. Me desconcertei quando o príncipe parou o serviço e olhou fixamente para meu rosto.

"Que foi agora?"

" É...você. Que é..."

"Hum?

Atencioso ao extremo.

"Osten... desculpa pelo que o Tyler falou."

Ele franziu a testa.

"Isso se chama amor, Rosie." 

"Hã?"

"Amor fraternal"Sorriu " Eu sei que não foi grosseria. Eu acho que vou fazer bem pior com Kerttu, ou com uma futura filha." Deu de ombros."Acabei. Ou quase..." Depositou os lábios ali"Como diz o ditado:  Um beijo sara tudo, ainda mais de um príncipe, né?"

Meu canto da boca se curvou lentamente e não me segurei.

"Seu louco... obrigada por isso."

Toquei o curativo engolindo o seco. Osten era especialista na arte de me deixar sem graça e estava conseguindo isso várias vezes em poucos minutos.. 

"Já comeu essa noite? Madrugada?"Corrigiu tirando o olhar do relógio de pulso.

" Eu fui na cantina con Tyler e os meninos,e comi uns biscoitos."

" Quantos?"

"Uns três."Seu olhar feio me fez rir fraco." Pra sua informação eu não estava com tanta fome."

" Mas agora está e nem comenta, né? Vamos comer alguma coisa.São duas horas de viagem pela frente." 

...

Dois sanduíches naturais, dois sucos e dois pedaços de bolo de chocolate:esse foi o pedido de Osten. As pessoas da lanchonete do hospital nos observavam descaradamente.Atualizei Osten sobre tudo o que acontecera com Bridget e sobre a conversa que tive com Rebecca.

Ele ficou desconfiado da história da atriz,mas resolveu não ser tão astero quanto seria com a ruiva. Foi vê-la na sala de observação.Preferi ir com Lee até o quarto de Eduard, até porque, quando fui falar com Bridget e me desculpar pelo ocorrido, a ruiva se recusou a olhar para mim. 

"Rosie, antes de  você entrar eu preciso avisar uma coisa."

Ela me pediu para não fazer perguntas do tipo: 'está tudo bem?'e não citar o nome de Harry de jeito nenhum, pois Eduard tinha acabado se recuperar do baque com noticia sobre o amigo.

 "Rosie! Você não tem ideia do meu alivio por você estar bem!" Eduard sorriu tentando se levantar. Lee correu em seu auxílio. 

Além dos olhos vermelhos, reparei que a perna e parte do abdome estavam enfaixados. Hematomas. Existiam muitos sobre sua pele, e a boca estava cortada.

Inspirei e soltei o ar. Eu podia ver a cena novamente de Eduard lutando. Ele pediu minha que eu fosse mais para perto.

"Olha..Sinto muito por perdê-la de vista. As coisas sairam um pouco do controle,depois que eu e Harry brigamos. Só pioramos a situação."

"Sinto muito?"Balancei a cabeça incrédula." EU é quem deveria falar isso" 

" Pelo quê?" 

Você lutou para me proteger.

Seu melhor amigo levou um tiro no meu lugar e sangrou até a morte.

Isso teria saído pelo impulso,porém, fiz bem em me segurar e apenas apontei para seu corpo.

"Está assim por minha causa. Vocês sofreram para que eu estivesse intacta."  Lee  percebeu meu tom e me abraçou de lado.

"Rosie,você não tem culpa."Lee sussurrou.

"Tenho sim" Limpei o rosto controlando a ardência nos olhos" Me perdoa."

" Rosie? Pode olhar pra cá? " Eduard sorriu calmo." Eu vou te falar uma coisa muito séria. Não diga mais isso.  Se culpar é ridiculo,porque quem é soldado e gosta do que faz, está disposto a passar por esse tipo de perigo. Eu sou assim.Harry... era assim. E todos os outros. É o nosso trabalho."

Concordei.

"Ouça o que ele diz."Lee fez carinho no topo da minha cabeça." Vou precisar sair para ver como fica a alimentação do Eduard. Faz companhia para ele?"

"Sim."

Fez- se um silêncio após sua saída. Eu pensei em me sentar ali na cadeira de acompanhante.

" Pode me dizer como Harry morreu? Na hora ou..."

A pergunta me pegou desprevenida. Lee tinha me pedido para não falar sobre o assunto,mas ele questionou...

"Não...não foi na hora." 

"Então...?"

"Tem certeza que quer..."

"Quero ouvir. Por favor."

Limpei a garganta.As imagens atingiram minha mente como uma avalanche.

Minutos se passaram desde que Megan saiu. Um cara desconchecido voltou com ela. Ele sugeriu que a garota o ajudasse a levar Harry. Megan me olhou e logo entendi:Para isso, tinham que me tirar da jogada.

Ela saiu me puxando corredor afora. Megan escondeu num quarto que sabia já estar aberto e me aconselhou a não sair dali pelas próximas horas até que alguém viesse me buscar. 

"Quem é essa Megan?" Disse após minha narrativa.

"Pelo que eu sei uma funcionária do hotel. Ela ofereceu doces para mim e os meninos na cobertura. Lembra?"

Eduard disse que lembrava da garçonete ter passado por ele, mas não de seu rosto. 

"É a namorada dele." Fui mais específica.

"Namorada?!"

"Sim."

"De quem?"

"Do Harry."

" Dele? Conta outra."Riu

"É a verdade!"

"Ele era meu melhor amigo. Teria me falado que tinha uma."

" Ah...mas Harry e Megan se beijaram. E ela ficou com ele até o final. Pelo menos, eu acho.Depois que me deixou no quarto, deve ter ido até ele."

Eduard me olhava incrédulo.

" Rosie, os outros guardas disseram que ele estava abandonado. Como é que é a namorada largaria ele assim?"

"O quê? Mas...eu vi."

"Tem certeza?"

Assenti.O moreno desviou o olhar e eu deixei que processasse aquela informação.

"Pelo visto, ou essa tal de Megan é uma namorada secreta dele,ou..."

"O quê?" Questionei por ele ter pausado.

"Ela é alguma criminosa."

Demorei uns segudos para absorver. 

" Está doido?! Ela estava contra os bandidos, fora que ia me tirar daquele lugar."

" Ok,mas nada justifica ela ter deixado meu amigo para trás." Disse com certa fúria." Se o sistema de câmeras do hotel não tivesse sido invadido, talvez fosse possivel identificar o rosto dela e procurá-la. "Suspirou. "E Harry não vai voltar para nos falar a verdade..."

O clima se tornou tenso. Ainda bem que bateram a porta, pois eu estava sem ideia do que dizer.

" Alteza, o que faz aqui?"

" É o mínimo que eu tinha que fazer pelas meninas. E o seu estado?" Osten se colocou ao meu lado.

"Estou bem. Me recuperando."

Eduard começou a contar os procedimentos que tinham sido feitos.

"Vou precisar andar de muletas por um tempo, mas isso não é problema. O médico disse que recupero rápido."

...

 Os meninos me cercaram na saída. 

"Foi bom o tempo que passamos juntos,Alteza. Vou sentir sua falta."

"Eu também." Sorri para o loiro." De todos vocês."

"Trate de vencer e nos convidar para o palácio." 

"Isso aí. Quero um baquete de rei."

Tive que rir de Arthur. Desejei boa sorte no concurso para eles.

"Onde o Tyler está?"

"Aqui.Achou que eu ia deixar de me despedir?" Me abraçou." Estava no telefone, não fica brava,tá?"

"Não estou."

Ele recuou um pouco.

" Obrigado por tentar nos ajudar. E desculpa por... bom..tudo."

"Tudo bem." Sorri.

Ele me surpreendeu ao beijar minha bochecha.

"Tenha um bom retorno e fique bem, Ro." Engoli o seco e dei um aceno leve para ele e o resto. Me dirigi aos soldados que nos esperavam com Osten na porta. 

O príncipe foi na frente paea responder a pergunta de um jornalista sobre o porquê  de Bridget não estar voltando conosco. Ela ficaria em observação por causa do tornozelo.

Lee também passaria a noite no hospital. Como acompanhante de Eduard. Fiquei surpresa,e não mais que ele, no momento em que ela pediu. Aproveitei para tocar o ombro de Aspen e fazer um agradecimento pelo serviço dos guardas.

"Não é preciso agradecer,moça. Mas eu passo o recado para eles." Piscou. Pensei no que Eduard disse. Sobre o quão dispostos a maioria deles estava para se arriscar no serviço.

Eu os admirava. 

Osten se sentou do meu lado no carro. Acenei para o grupo de Columbia e fiquei continuei um bom tempo olhando 'para o nada',através da janela,enquanto as cenas do dia começaram a rodar por minha mente.

As ruas antes da estrada estavam vazias devido ao horário.Deu para ver somente caminhões de entrega e uma ambulância que tirou a calmaria por uns instantes.

"Osten,por que,mesmo depois das castas serem abolidas, nem seus pais,nem sua irmã tiraram o toque de recolher?"

Ele me olhou como se eu tivesse feito a pergunta mais aleatória possível,o que não deixava de ser verdade.Logo fez uma expressão pensativa. 

"Pra manter a ordem. Acho."

" Ouvi dizer que nos países europeus e nos sul do continente não é assim. Às vezes, as pessoas ficam até tarde nas ruas. Em restaurantes, parques,festas... Principalmente se for final de semana.

 "Bom.."Ele olhou pensativo para o lado de fora."Você está certa. Lorenzo sempre foi de sair escondido a noite do palácio. Para festas."Abaixou o tom de voz."Ele me levou uma vez."

"Sério?!" Não evitei falar alto, o que atraiu atenção de Aspen lá na frente. Fiz uma cara de quem pede desculpas. Osten continuou depois de um tempo.

" Mas isso fica entre nós. Fomos para uma república e as pessoas estavam tão bêbadas..."

"Oh...Você...?"

" Não.Eu não me misturei. Fiquei muito sem graça. É sério. Lorenzo me zoa por isso até hoje."

"Se não se misturou,então o que fez?" O encarei com um sorriso de lado.

"Meu refúgio foi jogar videogame com uns estudantes. Foi ótimo."

"Você ganhou alguma partida?"

"Está brincando? Eu acabei com eles.Aprendi em pouco tempo." Segurei o riso.

Ele continuou falando sobre como quase foram descobertos na festa,e que Lorenzo dobrou o salário de todos funcionários que viram eles entrando no palácio de madrugada.

"Com sono?" Sorriu quando um bocejo me escapou.

" Não sei como você, não." 

"Meu ombro é mais macio." Puxou minha cabeça.

"Não precisa."

" Fica. Por favor."

Agradeci em voz baixa e fechei os olhos não mais escostada na porta. O irônico é que o sono foi embora. Talvez pelo meu medo de algum solavanco me fazer despencar em seu colo... Ou pelo carinho que ele fazia na minha cabeça.

Aquilo era agradável, mas me desconcentrava.Não dava para dormir com alguém mexendo no meu cabelo. Suspirei. Eu não falaria aquilo para ele.

O príncipe acabou parando. Notei que sua respiração um ficou um pouco mais regular. Osten tinha dormido? Em menos de 1 minuto?

Levantei um pouco a cabeça para espiar. É esse tipo de ser humano que eu invejava. De sono rápido e pesado. Fechei os olhos para tentar de novo, mesmo com a consciência de que não teria tamanha sorte.

" Já chegamos, Rosie."

"Hum? Quê?" Abri um olho apenas.

"Eu disse que chegamos. Ao palácio."

"Mentira."

Abri os olhos e olhei dele para janela. Voltei a encará-lo perplexa. A sensação era a de ter fechado as pálpebras por míseros segundos. Ele achou graça desse comentário.

"Parece que alguém teve um ótimo sono,afinal. Se estiver com preguiça, eu posso te levar no colo até o quarto."

Já ia chamá-lo de doido, porém, senti algo molhado no rosto.

Não.

Não pode ser isso.

Tanto meu rosto,quanto seu ombro estava molhados.

"Eu não acredito!"

Tinha babado no ombro deles. Correção: tinha babado horrores.

Pedi desculpas sem parar.Meu instinto natural foi tentar limpá-lo, no entanto, parei a mão no meio do caminho. Seria mais nojento ainda fazer isso com a mão. 

"Eu limpo depois. Não tem problema."

"Se eu tivesse um lenço ou guardanapo...Ah,tem minha mala. Está no porta malas.Dá pra eu pegar mais um pano. Só pra tirar a maioria..." Fiz careta." Antes de lavar.."

Percebi que ia me segurar, mas não deixei. Falei ao guarda que eu queria minha mala ali mesmo,bastava deixá-la na chão.

"Isso não é preciso." A voz de Osten o parou. Ele solicitou que o homem levasse a bagagem depois entrassemos."E você vem comigo. Já passam das quatro da manhã." 

Caminhei em silêncio, logo após ele que estalou os dedos no meu rosto.

"Ei. Não fica assim. Eu já disse que não ligo."

"Mas eu sim. Isso é constrangedor e vai dizer que não achou nojento?"

"Eu achei uma graça."Sorriu de lado." Esse seu bico de indignada também." 

"ROOOSIIEEEE." Dei um pulo de susto.

"Pai!" Essa voz um pouco mais fraca pertencia a um Stefan apressado que abraçou o pai depois desse ter aberto a porta. 

A primeira claramente pertencia a Kerttu. Ela passou direto por Aspen e Stefan e se jogou sobre mim.

" Por que...você está acordada? 

"Saudades, ué! E também porque  quero os meus autógrafos.Onde estão?"

Revirei os olhos rindo.

" Na mala.Estava mesmo com saudade, hein" 

"Estava!" Me abraçou mais."Só que os autográfos dos gatos são prioridade."

"EEIII."

"Eu ouvi isso."

 Osten recebeu um olhar feio da princesa por lhe dar um peteleco na cabeça. 

" Tá achando que é minha mãe e que tenho cinco anos é?"

" Sua idade normal é 10 anos, mas a mental é cinco."

E pra Osten não teve jeito. 

"Kerttu." Essa foi a repreensão da Rainha ao passo que o príncipe que urrava de dor na canela. 

"Mas ele mereceu,mãe!"

"Essa daí é sua neta. Não minha." A fala de Maxon fez America rir.

Olhei confusa para eles.Os dois chegavam à porta junto com a Lucy e Marlee. Eles me encararam de volta e eu desviei a atenção para Osten esfregando a região dolorida.

"A pequena é forte" Resmungou baixo. 

"Peça desculpas ao seu tio. Agora."

"Eu não!Ele que começou me agredindo e falando que sou criança."

"E não é?"

"Quer levar uma surra de verdade?"

"Não, obrigado."

Era uma visão bem incomum. America, Marlee, Lucy e a Rainha Eadyln estavam de roupão,provavelmente usavam pijamas por baixo.Stefan veio me receber  enquanto os pais se abraçavam e Kerttu recebia uma bronca da mãe. Ele usava um pijama mais quente que o clima requeria e estava de meias no chão.

"Os caras armados fizeram isso com você?"Apontou para o curativo na minha mão.

"Não. Já estava machucado."

"Como?"

"Um... pequeno acidente."

"Aaah,eu sei!"Soltou um riso abafado." Foi quando você e aquela ruiva barraqueira caíram que nem jacas no chão, e ela pagou bem pagado pelo que fez."Franzi as sobracelhas."Kerttu me contou tudo da Bridget" Sussurrou.

"Tudo?" Assentiu e eu fitei a princesa. Eu confiava em Stefan, mas não achava bom que Kerttu espalhasse o ocorrido das joias. Por outro lado, eu também deixei escapar aquilo para Delfina. Suspirei. Quanto menos gente soubesse dali em diante, melhor.

"Pai, desde quando estão todos aqui?"

"Calculamos a hora que chegariam. Aspen me fez uma ligação. Como está a  situação de Bridget?" 

Kerttu me cutucou.

"Cadê sua mala, Rosie? Eu preciso dos autográfos já."

"Nada disso.Vá para o quarto e amanhã ela te dá"

"Se ferrou." Stefan riu se afastando. Ela o olhou mortalmente, antes de mudar a expressão para algo angelical.

"Por favor, mãe!" A princesa juntou as mãos num apelo." É rapidinho."

"Preciso falar com a Rosie. Aproveita, porque que eu ainda estou te dando tempo até nossa conversa."

A princesa bufou frustrada antes de sair pisando duro. Um suspiro saiu dos lábios da Rainha. 

" Vamos entrar?"

Assenti indo atrás dela com uma pontada de nervoso. Apesar dela ter sorrido de maneira amigável, meus sentidos me diziam que a conversa seria em tom sério. Um braço barrou me caminho. 

"Se você precisar falar, conversar sobre o que houve. Não hesite em me procurar,tudo bem?" America disse depois me abraçar. Senti uma mão acariciar o alto da minha cabeça.

"Estamos mais tranquilos agora que chegaram. Descanse bem e faça uma ligação para sua família." Afirmei com a cabeça retribuindo o sorriso de Maxon.

 Marlee e Lucy também me deram um abraço.

"Não quero tomar muito do seu tempo." Eadyln disse quando a acompanhei."Está de madrugada e eu sei que está cansada da viagem"

Ela pediu que eu fossemos até o Salão das Mulheres.


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Notas finais do capítulo

Acho que deixei vcs com pulga atrás da orelha em alguns aspectos...

Mas pra quem sentiu saudade do Osten,do castelo e das selecionadas,a história oficialmente voltou aos trilhos!



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