Uma Seleção com Rosie Ambers escrita por ANA


Capítulo 37
Capítulo 35


Notas iniciais do capítulo

Oi, pessoinhas!
A sumida que disse que ia postar mais nas férias- e deixou vcs na mão- está de volta!
Porque por nada desse mundo essa história morre!!!

Espero que curtam o cap...

Bjsssss s2 ;)



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" Alô?"

"Oi, fujona. Curtindo bastante a liberdade?"

" É... pode-se dizer que sim."

"Espero mesmo. Porque,depois que os guardas te trouxerem de volta à minha masmorra, estará presa aqui até o final da seleção."

"E quanto tempo ela pode durar?" Resolvi entrar na brincadeira.

"Meses... talvez mais de um ano."

" Você não faria isso."

" Ah, duvida?"

"As garotas te matariam antes. Mulher odeia ser enrolada."

Osten deu um riso.

"Eu estava doido pra te ligar...Você me abandonou aqui. "

"Aposto que ficou superlotado de tarefas e nem lembrou de mim.Trabalho,encontros,trabalho...".

"Hoje tirei o dia só para trabalhar. E ver seu programa. É claro."

"Ah, é?"Não evitei a careta."E o que achou?"

"Engraçado saber que seu amigo tem medo de lagartixa."

"Tadinho." Ri." Ele ficou tão envergonhado na hora que falamos."

"Aquele irmão dele tem cara de implicar com ele a todo momento."

"Pensa numa versão da Kerttu masculina. Só que mais calada."

" Nossa..."

" É."

"E o que a senhorita fez hoje?" Rolei os olhos.

" Bem, você sabe do meu roteiro. Vim para o hotel,fui ao programa... E também cozinhei com o Tyler e os colegas de equipe dele. Fizemos Cupcakes. Os de sabor chocolate estavam maravilhosos."

"Estavam? Quer dizer que não guardou nenhum pra mim?"

"Não sobrou nada do café.Se der tempo, amanhã, eu peço para repetirmos a receita. E te levo um."

" Um não. Vários."

"Que guloso..."

" É pra mim e pra Kerttu. E de bônus para o Stefan e aquela turminha de crianças que estão destruindo o palácio com ela. Acredita que eles invadiram meu escritório hoje querendo fazer umas pegadinhas comigo?"

" Quê?"

" Peguei eles com a mão na massa. Iam colocar uma caneta que espirra tinta. Sinceramente não sei onde minha sobrinha arranjou uma dessas. Outra ideia 'genial' deles foi monte de adesivos transparentes embolados para eu tropeçar."

" E qual foi a punição?"

" Nada além da ameaça de contar para os pais. Eu ainda precisaria ser pego por essas coisas pelo final da vida pra pagar o que fiz..."

"Que horror." Ri" Aqui. Sem querer ser chata,mas já sendo: por acaso você  acertou as coisas com a Delfina?"

"Ainda não. Mas vou sim. Como eu disse: me isolei um pouco. Todas as mulheres foram para o canteiro observar uma sessão de fotos para o álbum de casamento da minha tia."

" Hum.. foi hoje. Eu queria ter visto."

"Você vai ver muito mais no dia casamento. Fica tranquila."

"Osten, na hora que eu vim atender o telefone, ia te perguntar o que você sabe sobre o que está acontecendo aqui."

" Hum?"

" Os amigos do Tyler. Chegaram com um monte de acessórios estranhos e não me falaram o objetivo.  Me mandaram te perguntar."

"Sério que você nenhum palpite do que pode ser?" 

" Não."

" Ok. Quando o Tyler me ligou para pedir que você participasse do programa,também disse que queria que você  fosse no parque com ele e os amigos. Não liberei na hora. Cogitei a possibilidade. Mas agora já está tudo certo. Aquilo que eles trouxeram devem servir pra que não sejam reconhecidos.  Rosie?"

" Tô aqui. Osten, acho que você pirou."

"Não gostou da ideia? Achei que..."

"Não. Eu gostei! Mas... isso é seguro?"

"Fique descansada quanto a sua segurança. O Aspen vai cuidar de tudo."

"Você tem certeza mesmo? E se descobrirem?" 

"Meio difícil. Só seja discreta e aproveite!"

" Ai, nossa, obrigada! Mesmo. Mesmo. Você é o melhor!"

Ele riu.

"Trate de me ligar assim que chegar."

"Não me deu a certeza de que estaria segura?"

"Sim, mas faça isso, por favor."

Diante do tom de súplica dele, resolvi confirmar.Nós nos despedimos.Abri a porta da sala que me emprestaram para fazer a ligação quase tropeçando em Tyler.

" Ai. Que susto, seu louco."

"Nenhum eu te amo no final? Que conversa fria. Vamos melhorar nesse tratamento, né, Ro?!"

" C-como é?" 

Ele cruzou os braços e me olhou de um jeito debochado.

"Estava esperando a donzela terminar a conversa com seu Amor."Arfei surpresa.

" Não... não me diga que estava me espiando atrás da porta!"

Um pigarreio. 

"Correção: Ele e eu."Arthur acenou.

Balancei a cabeça.

"Eu.Não. Acredito."

"Não pode nos culpar pela curiosidade de saber a que pé está nossa  maior aposta para Seleção." Tyler disse.

" Apostamos ingressos para o show de um músico com outros cozinheiros que já foram eliminados. Eles não acham que você pode vencer.Mas nós sim."

"Conte com a gente pra torcida."Tyler completou com uma piscada."Que foi? Ficou chateada com nossa aposta?"

Avaliei sua expressão.  Normal. 

Ele estava sendo honesto ou se fazia de sonso?

Suspirei negando.

"A saída para o parque. Vai acontecer mesmo?"

Eles me avisaram que estavam indo se trocar e que o mais difícil estava pronto: Jean tinha terminando de colorir o cabelo de Fred com um tonalizante rosa. Sim. A figura decidiu que ficaria irreconhecível acabando com o loiro e usando óculos de grau.

... 

Eu estava indignada de saber que até Lee tinha ciência da escapada e eu não.

"Era uma surpresa." Sorriu entregando o boné para mim depois que prendi meu cabelo num rabo de cavalo.

"Foi por isso que você nem reclamou quando eu coloquei roupas normais."

" Sinceramente, achei que tivessem te contado na hora que te vi assim. Mas você não fazia ideia."

Ela estava de calça jeans, bem como Aspen que nos estendeu óculos escuros.

"As duas devem usar."

" Não vai ser estranho estamos quase todos com um?"

Indiquei ele, nós duas,Arthur, Jean e Tyler. Esses dois últimos também usavam boné. 

"A segurança de vocês está em primeiro lugar." Respondeu." O resto dos meus parceiros ficará apenas de roupa comum. Mas estarão perto."

Eram seis da Guarda ali contando com ele. Uma parte deveria estar por conta de Bridget.Deixamos as escadas de incêndio, onde tinhamos recebido todas as instruções, e andamos pelo primeiro andar do prédio. Em uma região que deduzi ser para funcionários. A porta dos fundos foi aberta por um faxineiro.

Por sorte,  ainda havia com sol,o que nos dava desculpa para os óculos. Mas eu queria só ver quando anoitecesse...

Fred e Arthur saíram na frente marcando um ponto de encontro com Tyler no parque. Dez minutos depois foram Tyler e Jean, junto com dois guardas. Estes, pararam na esquina e fizeram um sinal para Aspen, Lee e eu os seguirmos. 

Eduard e o restante vinham com certa distância de nós. A área era residencial. Passamos por poucas pessoas e encontramos várias se dirigindo provavelmente para o parque.

"Se precisar guardar seus óculos..."Lee apontou para a  bolsa a tiracolo que trazia." Amy me emprestou.

As atrações valiam o mesmo.Entramos numa fila logo na entrada e Aspen me entregou um monte de bilhetes que, segundo Osten, eram para eu e Lee usarmos. E, obviamente, eu não poderia reembolsá-lo quando voltasse,pois não tinha levado dinheiro para o palácio. Fiz uma nota mental de que deveria devolver aquilo algum dia.

Os meninos estavam reunidos em frente a uma atração em movimento. Uma barca. Eles brigavam. Fred e Jean queriam ir para casa mal assombrada,já Tyler e Arthur preferiam a barca por esta ter fila menor.

Como esperado, eles se dividiram. Resolvi ficar com o segundo grupo e em sentei entre os dois quando chegou nossa vez.

"Tyler, fiz burrice em te ouvir." Arthur disse assim que o funcionário fechou a grade do nosso assento.

"O quê?"

"Esse brinquedo é sem graça. Estamos nós e mais um bando de criancinhas." Segurei o riso, porque até que era verdade.Havia várias ao nosso redor.

"E daí? Esse brinquedo é alto e agitado."

Não demorou muito para sentirmos a adrenalina. Quase perdi meu boné. O bom é que dei os óculos para Lee guardar. As crianças levantavam a mão gritando. Tyler também fez isso, sendo logo taxado de infantil pelo amigo. Eu o imitei. Arthur foi o último a repetir o movimento.

"As crianças quase estouraram meus tímpanos..." comentei quando saímos.

" Eu acho que tô tonto." Arthur disse quase que para si.

"Mas já?" Tyler riu." Não disse que era leve?"

"Aquilo parecia uma rede de balanço eterno!"
 "Se está passando mal, melhor escolhermos uma opção mais leve antes da montanha russa." Apontou para o lado e logo recebeu a desaprovação do amigo.

"A barca eu aguentei, mas carrinho bate bate? Quantos anos você tem?"

"Se a gente for se preocupar em ser criança ou não, não vamos aproveitar" Tyler falou me puxando.

Eu admirava isso em Tyler:Fazer as coisas simplesmente porque gostava. Sem se importar com a opinião alheia. Sempre foi tão fácil para ele...

" Para onde será que Arthur vai?"

Observei o moreno sumir entre a multidão. Tyler deu de ombros.

"Uma pena que nunca teve um parque grande como esse na Columbia. Lembra daquele que fomos com uns sete anos? Só tinha carrossel, uma barca menor que essa, uma montanha russa que mais parecia um passeio de trem..."

"Eu lembro." Ri."Minha mãe guardou algumas fotos do dia num álbum..."

" Ela tem aquela de você caindo do cavalo?"

" Infelizmente."

Fechei a cara e ele riu por causa do infeliz momento da minha vida em que quase caí do carrossel. Não fosse o condutor eu teria ido de cara no chão. Meu pai me explicou mais tarde que,no susto, seu reflexo foi clicar no no botão para tirar a foto.

Olhei a descida da montanha russa a uns metros de nós.

"Você chegou a ir em algum parque em Sota?"

Aquela província era conhecida pela ter os melhores. Uma parte de mim acreditava que,após o programa que ocorreu ali, ele e Veronica tivessem aproveitado o resto do dia em um.

"Não. Não deu tempo. Veronica me fez caminhar pelas lojas com ela o resto do dia."

"Ah..."

De qualquer jeito, tinham passado o dia juntos...

Fred e Jean surgiram, e Tyler perguntou como foi no outro brinquedo.

"Muito fraquinho. Não tomei nenhum susto, ao contrário do Jean que ficou gritando."

"Epa, epa! Quem foi que quase se borrou todo quando aquele boneco se jogou em cima da grade?"

"Eu tomei um susto com as faíscas falsas que soltaram. Pensei que era erro e ia pegar fogo sei lá!"

Achei graça da mini discussão que seguiu sobre quem era menos amendrontado. Fizeram mais chacota do Freddo que do Jean. O tempo passou rápido até sermos chamados. Pedi a Lee que viesse,convencendo-a que ela precisava de um pouco de diversão e que,além disso,eu dirigiria. Arthur apareceu de última hora enfiando o restante de algodão doce goela abaixo e entrou com a gente.

Além de nós duas, as duplas formadas foram: Tyler e Jean. Fred e Arthur. 

Tyler sugeriu no meu ouvido de fazer contra um complô contra o carro do Fred antes que eu me sentasse. Só balancei a cabeça.

" Você sabe dirigir?"

"Não é preciso tirar carteira para isso."

Ela me olhou com receio, mas sentou também.

"Por que eles entraram?" Lee apontou para Aspen e Eduard. Não tive tempo de responder, visto que os carrinhos começaram a andar, e um garoto de uns dez anos bateu em nós.

"Talvez porque sejam muitos carrinhos e eles não queiram me perder de vista. Sei lá."

"CUIDADO!"

O aviso de Lee não faria diferença, pois uma senhora nos atingiu bem na lateral. Ela pediu mil perdões por se distrair com a neta.

" Muito linda ela." Elogiei a garotinha. Ela devia ter uns cinco anos, no máximo.A mulher desviou e bateu em dois carinhos lá na frente. Fiz uma careta por elas, mas logo nosso carro foi atingido na parte de trás. Outra vez de lado e também na frente.

Tivemos que esperar todos se sairem para andar. 

" Até que enfim!" Ri.

"DESCULPE, SENHORITAS." Dessa vez foi Eduard. Ele nos prendeu de lado no canto." Topa uma corrida até o outro lado?"

"CLARO QUE NÃO EDUARD! DEIXA A GENTE SAIR!"

" Eu estava falando com a motorista. E então?"

"Pode ser."

"Depois disso, finjam que não estamos aqui." Aspen avisou.

Iniciamos com vantagem, mas a perdemos quando Fred colidiu no nosso carro. Em seguida, o garoto da primeira batida resolveu nos importunar com mais três. 

"Por que esse menino só bate na gente?"

" Talvez porque estamos no carrinho bate bate?" 

"Mal educado. CANSOU DE NÓS, É?" Gritou quando ele trombou pela quinta vez e sumiu. 

Segurei o riso. Estava na cara que ele tinha gostado de ver Lee gritar desesperada.

"Vou tentar desviar ao máximo de todos daqui para frente."

" Ah, faça isso, por favor. O cinto aperta quando a gente bate."

" EU OUVI QUE NÃO QUEREM BATIDA?"

" SAI."

O guarda riu investindo com o carro de lado de propósito e se afastou. Lee se tornou minha mensageira nos próximos minutos para desviarmos dos carros. Só não escapamos de raspões.

"Você está pegando o jeito!"

Sorri para ela.

" Ro, o Fred está ali.  Vamos."

" Me desculpe por isso, Lee."

" Pelo quê?"

Ela entendeu quando eu e Tyler perseguimos o carro de Fred até ele cansar e colidirmos os três. Eduard se juntou ao nós.

"Galera,pique pega aqui dentro. Está comigo,vou contar dez segundos." Tyler anunciou.

" Isso não vai prestar." Ri enquanto ele começava a perserguir Eduard. O guarda foi pego e veio atrás de nós.

" DESVIA DELE."

"CALMA, LEE!"

"ELE TÁ CHEGANDO!"

"EU SEI."

Por sorte, consegui uma passagem no último instante entre dois carros em rota de colisão.

" MINHA NOSSA! VOCÊ É DEMAIS!" Ela gargalhou.Olhei para trás vendo que Eduard tinha chocado com eles.

... 

Éramos encarados por causa de Arthur.Ele estava vomitando compulsivamente numa lixeira. Explicação? Durante a espera na fila da montanha russa, conseguiu dar conta de um pacote de pipoca tamanho família, um algodão doce, um suco, duas barras de chocolate e algumas balinhas.

" O que está sentindo?" 

" Fome." Respondeu ao Tyler. Esse o encarou cético e lhe ofereceu uma garrafa de água." Vai com calma,cara."

" Pior que estou me sentindo mal mesmo." Se encostou numa cerca.

"Agora você pode perdoar aquela garota. Quando se quer vomitar,simplesmente não se segura."

" Cala a boca, Fred."

Eu reclamei por não saber o motivo da graça.

"Uma garota ficou nervosa para falar comigo e acabou vomitando no Arthur." Ergui as sobrancelhas. "É sério! Eles estão de prova."

"Se foi por isso não, nunca saberemos."Jean disse" Mas dou certeza de que você é o mais iludido de todos nós." 

"Até que nem tanto."Falei na hora que Fred ia revidar. Eles me olharam."Digo. Não é impossível existirem fanáticas. Vocês fazem sucesso. Lembram de quando eu disse que as selecionadas são super fãs de vocês? E que a  princesa Kerttu quer um autógrafo de cada um?"

"Não." Jean franziu a testa.

" Não. Quando você disse isso?"

Foi minha vez de estranhar. Encarei Tyler. Ele tinha ficado tão radiante com a notícia...

"Pensei que tinha falado isso pra eles."

" Esqueci." Deu de ombros sorrindo. 

"Espera. Para tudo. Está dizendo que a princesa Kerttu, vulgo futura rainha, quer nosso autógrafo?"Arthur começou.

"E o Tyler não nos contou?"

A fala de Fred foi o estopim para os garotos atacarem Tyler com tapas na  cabeça. Ele precisou implorar por desculpas.

Após alguns minutos, decidimos ir à pescaria. O céu tinha poucos resquícios de luz quando iniciamos a partida.  Todos tinham uma vara e pescaram ao mesmo tempo. Não peixes de verdade,mas de metal com um orifício semelhante uma argola para encaixar o anzol. 

Apostaram entre eles que quem ganhasse menos peixes pagaria o jantar. Dava pra ver que acordos desse tipo faziam parte de seu dia a dia... Acabamos comendo pipoca e chocolates por conta do azarado do Fred que conseguiu dois peixes a mais do que eu.

" Quem tá afim de tiro no alvo? " Arthur disse.

"O que eu estou sugerindo há mil séculos e ninguém dá bola?" Jean bufou indo atrás.

"Vamos, Rosie!" Tyler me puxou tardiamente.

Fomos caminhando sem pressa até a barraca onde Fred, Arthur e Jean apontavam seus alvos. Imaginei que faziam suas apostas. Lee e Eduard discutiam ao nosso lado, pois ele queria por tudo convencê-la de aceitar o brinquedo de pelúcia que ganharia para ela.

" Tyler?" Sorri e ele olhou pra mim."Já falei que você é maluco de pedra?"

" Na verdade, não. Já falou sem noção, doido, sem juízo..." foi contando nos dedos.

" Não caiu a ficha do que você fez até agora." 

Eu me referia ao passeio de montanha russa, no qual aquele antigo sonho do Tyler de levar um sorvete para tomar na descida foi realizado. Até então, eu não tinha entendido o porquê dele estar usando um casaco em pleno dia de calor, mesmo que estivesse com as mangas levantadas.

Primeiro se sentou ao meu lado com uma cara meio suspeita.Depois tirou o picolé escondido no bolso interno na hora que o trajeto começou.

"A melhor parte foi quando o sorvete voou da sua mão. Ainda bem que não tinha ninguém atrás de nós."

"Foi perfeito. Só faltou a montanha russa jorrar água..." Nós rimos." Quem sabe um dia eu não faço isso? A gente vai fazer esse programa muitas outras vezes,né?"

Assenti torcendo por dentro para que sim. Eu temia que ele afastasse mais e que nossos caminhos se desvirtuassem por completo.

Fred e Jean foram os primeiros a atirar. Jean era de longe o melhor. Ganhou dois chocolates caros (nos quais Arthur ficou de olho), enquanto Fred conseguiu uma bola de gude.

"Alteza, quer tentar?Oh, foi mal." Corrigiu depois da minha cara.

" Sua sorte é que o homem não ouviu." Tyler comentou.Suspirei pesado. Apesar de eu não ser Alteza, havia um risco sim de reconhecimento.O atendente  tirava uma dúvida de um cliente.

Tyler pegou uma arma e Jean me mostrou como segurá-la, além de dar dicas de quais eram os alvos mais fáceis. Respirei fundo e apertei o gatilho ao mesmo tempo que Tyler.

" Que isso, hein, Ro!"

Franzi a testa.

"Não foi você que acertou?"

" A bala foi sua." O atendente se manifestou, sendo apoiado pelo restante. Ele me ofereceu alguns ursinhos do tamanho da minha mão. Escolhi um lilás pensando em Kerttu. Não era tão bonito quanto as pelúcias dela, porém talvez ela gostasse de colocar de enfeite. Guardei na bolsa de Lee.

Os próximos foram Arthur e Aspen. Sim. O General.  Ele disse que iria ganhar um carrinho para Stefan.

"Ele coleciona." Explicou.

Das próximas rodadas que joguei, consegui mais dois itens: Uma girafa e um elefante. Eu não sabia se minhas amigas selecionadas gostavam disso,mas Hanna e Taylor com certeza não dispensariam o presente.

" Você é boa." Arthur elogiou.

" Não sou boa em pescaria. Isso tinha que ser compensado."

" E eu que não consegui compensar em nada? " Fred bufou nos fazendo rir."Pelo menos eu não fico com a má consciência de falir o cara."

Apontou para os brindes. Cada segurava no mínimo um.(Jean foi piedoso e lhe deu uma caneca). Arthur estava orgulhoso de ter pego um chocolate.

Tyler conseguiu outra caneca, só que resolveu gastar um pouco mais do seu dinheiro com mais tentativas. Ele atingiu uma pontuação que dava direito a dois itens.

O atendente lhe mostrou as opções e Tyler se interessou por chaveiros. Vasculhou a pilha até passar a admirar um em específico.

"Veronica ama estrelas." Me mostrou." E o outro..." Trocou um desenho de abelha,para um de cachorro e depois para um de coração." Esse fica pra você." Piscou." Longe, ou não, você tem um lugar reservado no meu."

Toquei e peguei o objeto com uma certa agitação interna.Sorri para ele sussurrando um obrigada. Enquanto isso, as 'engrenagens' da minha mente trabalhavam em uma explicação mais razoável do que minha primeira impressão.

Porque uma sensação de estranhamento me atingiu no instante em que vi os dois desenhos: Estrela para Veronica, coração para mim. Parecia bobo pensar desa forma ,já que sempre fomos amigos e eu sabia que,ao menos,um amor de amigo Tyler nutria por mim. Ele tinha carinho e consideração. Era só um formato, um símbolo. Mesmo que eu não sendo namorada dele, poderia muito bem receber um.

Mas havia pequena uma possibilidade de... E se fosse um sinal? E se o fato dele ter escolhido aquilo e me entregado sorrindo de uma maneira tão terna tivesse sido intencional? Tyler estava tenando me avisar que o namoro com Veronica não iria para frente, e que eu era correspondida? 

Aí minha parte racional ganhou voz. E eu me senti mal. Muito mal. Tyler nunca disse que retribuia. Pelo contrário:negou  ter sentimentos por mim para toda Illea e falou mais de uma vez que torcia por eu e Osten. Isso... era a realidade dura e fria batendo na minha cara. Eu devia parar de distorcer as coisas.

Não poderia me iludir, e mais: não era a melhor atitude torcer para que o relacionamento do meu amigo não desse certo. Eu deveria estar feliz por ele. Aceitar de uma vez por todas aquela relação que me parecia injusta, mas que se o era o que Tyler queria... Eu tinha que suportar. Pensei muito nisso durante o tempo em ficamos na fila da roda gigante.

Estava definido que os meninos iriam num banco, totalizando o limite permitido,e eu e Lee em outro.Todavia, Eduard me olhou de uma maneira tão pidona que fiz o que queria. Lee sentou,logo depois ele. Desnecessário dizer que a loira surtou quando entendeu. Olhou de uma maniera tão mortal para o Eduard que fiquei com pena dele ter se trancado lá dentro com ela.

"ATÉ VOCÊ, ROSIE?"

"DESCULPE!" Gritei de volta ao passo que o brinquedo subia. Ela ia me matar na descida, porém eu precisava fazer aquilo. Eu sabia que Eduard não devia ter lá muitas oportunidades de falar com ela. Que dirá de sair! Torci para que essa não fosse a última. 

Não era novidade para ninguém a fama da roda gigante no quesito amor. E isso não era só um clichê de livros acuçarados. Casais realmente estavam subindo para ficarem a sós. Provável que  por esse motivo minha reação fora travar no lugar quando Tyler resolveu me acompanhar. 

"Pode ir com eles."

"Eu não vou te deixar ir sozinha ou com um estranho.A não ser que... você não quer ir comigo?"

Pareceu surpreso.

" Claro. Quero. Só não... acho que precisa." Dei de ombros arrumando coragem para ir. O ultrapassei e subi a escadinha. Sem chances de acontecer algo.Jamais.

"Jamais o quê?" 

Pelo visto eu tinha falado alto.

"Esquece."

Sorri amarelo para Tyler enquanto nos acomodávamos frente a frente.

" Rosie, Rosie...Se for coisa má de mim..."

"Não é." Ri.

"Tarde demais para você."

"Hein?"

"Eles fecharam a porta,o que indica que alguém será vítimas dos meus ataques se eu desconfiar que está mentindo" Apontou para minhas bochechas. Eu as cobri.

"Nem ouse."

"E o que você vai fazer?" Ergueu as sobrancelhas se um modo desafiante.

" Eu.. é, então...  Conto mais micos seus no programa de amanhã."

"Isso não é problema. Tenho os seus pra uma revanche, minha cara."  Revirei os olhos suspirando. Já tínhamos subido um pouco.Os meninos embarcavam em baixo.

" Você não se cansa de fazer loucura?"

"Que é? Acho que não é proibido comida na roda gigante. Caso seja, eles nem podem nos ver fazendo isso." Piscou terminando de desembrulhar um dos picolés que havia trazido no bolso do casaco. " Seu preferido."

Segurei o sabor uva. O seu era de limão.

" Tá vendo o de porquê de eu pedir para guardarem meu lugar na fila?"

Não contive o sorriso.

" Dessa vez não vou dizer nada, porque fui beneficiada. Obrigada." Tyler sorriu assentindo. Começamos a detonar os sorvetes. Ele não gostou do picolé dele,mas insistiu em tomá-lo me fazendo rir com suas caretas.

" É teimoso mesmo. Larga logo essa coisa."

"Eu não. Paguei por isso com o suor do meu trabalho!"

"Já está recebendo? Como assim? Com que trabalho?"

" São alguns serviços extras nos hoteis." Disse  comendo o último pedaço." "Eu estava aqui pensando:Seria a legal a gente tirar uma foto lá no topo. Soó que nem lembrei de trazer uma câmera. Tinha uma na mala!" Meneou a cabeça.

"Ah...Ainda tem como apreciar a paisagem." Me levantei olhando apontando para a cidade. As luzes dos brinquedos se juntavam à iluminação da cidade. A altura foi ficando cada vez maior,de modo que era possível ver um trecho da orla.

"Ro..."

"Quê?" O encarei. Tyler hesitou por um instante.

"Não que eu queira que você perca a seleção,mas se você sair do castelo...tem alguma chance de você ir para Clermont? Pra universidade de lá comigo."

" Olha..."

" Ok... Já entendi que não,mas por quê?"

Suspirei.

"É por gosto mesmo. Já era algo planejado estudar em Columbia. Na Universidade dos meus pais tem um bom ensino de música. Não tô falando que em Clermont não tem, mas... eu prefiro ficar na universidade da minha província" Sorri fraco."  Bem, se o Osten me eliminar." Dei de ombros.

"Então é esse curso que você quer dos três... Era música, literatura..."

"E artes." Acrescentei.

" Decidiu tem muito tempo?"

"Não. Mas eu já vinha pensando muito sobre isso... e sinto muito... por não ir pra onde você vai."Sorri de novo sem graça. Ele assentiu calado e desviou o olhar. Fiquei preocupada sobre o que devia estar passando pela mente dele.  Tyler não era uma pessoa muito transparente.

 "Tudo bem...Acho que seria muito incrível. Eu, você, os caras."

"Eles também vão para lá? "

"Sim. Mas não se sinta culpada. Você não é obrigada a seguir minhas vontades. Tem que ser feliz onde quiser, e nem vai sentir minha falta direito." Me olhou sorrindo.

"Claro que vou."

" O que eu estou querendo dizer realmente... é que você não precisa de mim para nada." Sua expressão tranquila deu uma vacilada." Aliás... eu nunca te pedi desculpas pelo o que eu falei pra você."

"Hum?"

" No dia da piscina. Eu sei muito bem que eu te atingi dizendo que, se nós nos afastássemos, você não era capaz de se virar sozinha." Ele olhou para frente." Não faz ideia do quanto isso ronda na minha mente. Eu percebi na hora, mas estava com muito orgulho pra admitir meu erro." 

"Eu fiquei muito chateada. De verdade. Mas já te perdoei tem muito tempo." 

"Eu sabia que seu coração era feito de manteiga!" Ele atacou minhas bochechas,e em resposta recebeu um empurrão que quase lhe fez cair. Ou melhor: o bonito só estava encenando e me fez gritar seu nome que nem uma idiota.

"Eu te mato se você fizer isso de novo!"

"Não é melhor me empurrar de vez,não?"

Revirei os olhos rindo junto.

"Mas falando sério,Rosie: O que você decidir não vai afetar nossa amizade. Eu estou do seu lado. Pra o que der e vier. E isso não é força de expressão. Pode contar comigo para o que precisar. Se quiser  me ligar, passar um tempo na minha casa ou as férias com a gente,vai ser muito bem vinda. E se quiser ajuda em qualquer coisa na faculdade também. Mas acho essa última não vai nem existir." Sorriu de lado.

" Por que diz isso?"

" Porque não restam dúvidas de qual vai ser o final disso tudo: Você com uma coroa na cabeça, tocando violino nas horas vagas para um monte de pessoas chiques, convidando o seu amigo aqui para passar uns dias de rei no palácio." Piscou apontando para si." Pode esperar que eu marco ponto. E fica de olho que a Veronica pode acabar roubando seus vestidos, suas joias, tiaras, coroas, ..."

" CHEGA, TYLER. Fala... de outro assunto!"

" O que foi? Tá brava, porque ela vai te roubar?" Riu sozinho."Qual o problema?" Fiquei encarando a cidade enquanto sentia seus contínuos cutucões no meu braço."Ro, me diz pelo menos o motivo de você estar me ignorando. Está com raiva pela ideia da Veronica ir para o palácio? Eu sei que não se dão bem, mas se você for uma princesa, vai recebê-la,né?"

"A Veronica não é o problema. Não mais." Frisei." Agora ele é você." Vi dúvida e espanto em seu rosto com as minhas palavras.

" Ro...o quê...?"

" Ou você não pensa no que fala, ou está tentando me enrolar. Fica falando da Veronica, da nossa amizade,do quanto torce por mim e pelo Osten... Era só ir direto ao ponto, Tyler! Falar da porcaria daquela carta e não ficar se fazendo de sonso como se não tivesse lido, nem respondido!"

Ele fechou os olhos.

"Sobre isso..."

"Sobre isso, hã? Sabe que eu estava morrendo de medo de te ver? Porque,pelo que me lembro, você me escreveu de volta que um assunto desses merecia uma 'conversa cara a cara'."

"Rosie..."

"Eu estava apavorada e me perguntei onde enfiaria a cara ao ouvir o seu 'não'. Mas agora dá pra ver que uma rejeição fria teria doído menos." 

" Eu achei que você tinha uma queda boba por mim!"

"C- como é?" 

"Me perdoa. Me desculpa. Por favor. Pensei que você tivesse me esquecido ao entrar na seleção,por isso não abordei o assunto: pra não deixar as coisas desconfortáveis entre a gente. Só isso." 

"Uma queda?" Ri sem humor."Como eu tinha uma queda se continuei pensando em você quando estava no palácio?! A minha carta não tem tanto tempo assim! E eu não me apaixonaria por outra pessoa tão rápido!"

"Tem certeza que não gosta do príncipe?" Ergueu as sobrancelhas, como que me avaliando.

"Acredite você ou não: Meu coração pertence a outra pessoa. Uma que, por acaso,  passou o dia inteiro tentando me convencer que eu gosto do príncipe Osten para não ter que me rejeitar."

Senti meu rosto queimar.Não sabia se era mais por vergonha ou raiva.  Tive que desviar o olhar. Eu tentava conter minha vontade de brigar mais, ao passo que minha respiração estava uma completa bagunça.Tyler se calou por certo tempo. Estávamos no topo da roda gigante, no entanto, o clima não era favorável para um comentário como esse.

"Você na carta não faz ideia de quando começou a gostar de mim,mas desde quando... teve certeza e passou a sofrer por isso?" Sua voz era quase como um suspiro.

" E faz alguma diferença?" Respondi ácida.

" Na verdade... faz sim. Eu preciso saber por quanto tempo te magoei.Por favor... Se quiser dizer. "

Suspirei e, sem coragem de olhá-lo, comecei. 

"Eu vinha tendo sinais: ciúmes. Toda vez que a Veronica te puxava eu sentia raiva. Muita raiva, e depois tristeza. Eu achava que era porque não te queria com ela. Por eu não acreditar que ela fosse uma garota boa. Mas era mais do que isso."Engoli o seco." Minha mãe, e minhas primas me avisaram que poderia ser algo mais. Fiquei indignada com elas , mas só vi que estava errada quando continuei a pensar em você no castelo... E eu também te vi com a Veronica no programa várias vezes. Você sempre dizendo o quanto estava bem com ela..."

Brequei seu braço que vinha na minha direção limpando lágrima que ele tinha em mira.

"Rosie,  eu sei que eu não mereço, mas, por favor,me desc.."

" Tudo bem...Eu só acho pior receber um consolo por isso logo de você. Fico até feliz por ter te falado isso de vez." Sorri fraco." Fique tranquilo.Vou apagar as coisas que eu sinto, porque eu respeito você e Veronica. Prometo não mais questionar se quiserem ficar juntos."

"Ro..."

Pelo canto do olho eu vi Tyler incomodado com a quantidade de lágrima que desciam pela minha face. Me assustei com um barulho metálico e seu urro de dor. 

"Era minha responsabilidade manter os caras que poderiam te machucar afastados de você. E acabou que não consegui te proteger de mim mesmo."

" Sua mão,  Tyler!"

Ele fez um sinal de que estava tudo bem.

"Acho que vai inchar." Falei aflita.

" Essa dor não é nada comparado a..."

" Para,Tyler. Eu já disse que tudo bem.Podemos só ficar em silêncio, a partir de agora?"

Aquele assunto estava enchendo. Por sorte,ele concordou. Ficamos sentados de frente um para o outro. Calados durante toda descida. 

"Estou indo embora." Anunciei.

"Sinto muito, Ro. Por não poder te dar de volta o que você merece."

Assenti saindo. Tyler ficou esperando os meninos descerem, e eu fui na direção de Aspen, Lee e Eduard.

 

 


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