Uma Seleção com Rosie Ambers escrita por ANA


Capítulo 26
Capítulo 24


Notas iniciais do capítulo

Oiiiiii



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Querida Rosie,

Antes que largue esse papel num canto,feche os olhos, grite e não queira ver o resto das linhas escritas, te peço uma chance para que leia tudo o que eu escrevi.

Tudo bem?

Fará isso por mim?

Aí vai:

Recebi a sua carta.

Ela,na verdade, foi para o endereço de seus pais. Eles a passaram para à minha mãe,que pôde reenviar para mim. Estou com ela a poucas horas à minha mão.

Eu fiquei surpreso. Quando te escrevi há mais de mês, não esperava que me desculpasse tão fácil pelo jeito que agi nos últimos dias de sua despedida.

E mais uma vez repito: me arrependo completamente daquilo.

Eu sei que te devo muitos esclarecimentos. Na minha outra carta, lembro de mencionar sobre a inscrição nesse programa ser uma surpresa. Apenas eu e minha mãe sabiamos sobre minhas audições.

Quanto a meu pai, você sabe que queria que eu assumisse o restaurante. Por causa de toda aquela história de que eu deveria seguir com os negócios da família. Porém, fazia um certo tempo que tinha enjoado dessa proposta.

Percebi que aquilo me faria ficar preso à Columbia para sempre, ao contrário das promessas que o Culinária Juvenil de Illea oferecia. Isso ia de encontro com meu desejo particular de conhecer o país e conseguir trabalhar em um lugar diferente de onde cresci.

Eu iria te contar no dia marcado para o anúncio dos candidatos aceitos.(O dia da festa da piscina). Seria pela televisão e a ideia era assistir na casa de sua tia. Mas em vez de te surpreender,você fez isso.

Nunca passou pela minha cabeça que pudesse querer participar da Seleção. As meninas da nossa sala e de toda escola em geral estavam falando daquilo toda hora. Quando eu olhava para você, só te via preocupada com seus livros, estudos, desenhos... suas coisas. Nenhuma só vez você comentou sobre o príncipe Osten Schreave.

Nunca a vi olhar diferente ou falar algo que me fizesse suspeitar que ele era importante para você quando assistíamos o jornal oficial,ao contrário das suas primas. Eu a mínima noção da sua vontade de ir para o palácio, e preciso admitir que fiquei magoado por não ficar sabendo antes. Irônico, eu sei, já que também não fui 100% honesto.

Mas tenho certeza de que o que mais senti foi ciúmes. Você sabe que esse sentimento não é de agora, não?

Odeio admitir que não apenas impedi que Jonathan e Henry se aproximassem da sua pessoa. Com eles era óbvio que você sairia iludida. Eles te conquistariam para depois te largar. Não por não você ser especial. O problema era eles não aguentarem sossegados ao verem algum novo ser feminino.

Também fiz isso com outros caras do meu time... incluindo Robert. Eu sei que está em dúvida, pois ele é um grande amigo meu e eu mesmo te ajudei com as cartas anônimas no armário dele por vários meses. Mas eu sentia que não vocês dois não dariam certo.

Eu percebi que ele estav indeciso entre você e a ex. Achei melhor dar uma espécie de ultimato. Ou ele ficava com você e cortava contato com a outra, ou te rejeitava. Eu sinto muito contar agora. Acredito que não faça muita diferença,porém sei que merecia saber.

Com essa história de Seleção,eu senti a raiva ressurgir dentro de mim.Fiquei incrédulo ao ouvir pela minha mãe que você foi selecionada. Um príncipe é sinônimo alguém rico,mimado, acostumado com tudo a sua mãe a partir daquele dia ganhara 35 garotas para namorar o quanto quisesse. E você era um delas. Eu quase saí da minha casa para brigar com você e impedi-la de ir,mas minha família impediu.(Leia-se a minha mãe).

Me garantiu que você estaria segura e fez a sua própria mãe vir até minha casa para me explicar todos os procedimentos e regras da seleção. A Kriss falou sobre a quantidade de guardas que garantiriam sua segurança e que, conhecendo os pais do principe, tinha plena certeza de que não criaram um carrasco que usaria todas as mulheres.

Se ela acreditava que você estaria bem, me permiti descansar. Apenas, houve mais a nossa última discussão na sua casa. Estava ainda bem decepcionado pelo que disse sobre Veronica. Meu desejo era que vocês se dessem bem, e justo quando ela me disse que faria o possível para falar contigo, você a ignorou em todo jantar...

Mas o que passou, passou. Não quero insistir muito nisso. Às vezes me pego pensando em como está sua rotina por aí. Eu acompanhei as reportagens até onde de sua viagem e da festa da princesa Kerttu. A mídia e o povo te adoram. Confirmo isso para todo lugar onde vou,e sempre tenho o orgulho de poder dizer que a conheço quando o assunto da conversa é a Seleção.

A cada vez que a vejo, sinto mais certeza da falta que você faz. Queria poder contar todos os detalhes do meu dia a dia. Por enquanto, o que dá para dizer é que aqui em Belcourt, e no resto das províncias as quais venho visitando, faço praticamente as mesmas coisas.

Acordar para treinar pratos com a minha equipe. Cozinhando para pessoas carentes e para funcionários dos hotéis pelos quais passamos. Eu me sinto como um cantor em uma turnê musical. Para todo lugar que vamos existem um monte de pessoas nos aguardando para ter nossos autógrafos e que se batem para conseguirem um lugar nos programas...

Eles nos pagam hotéis muito bons. Os quartos que dividimos são enormes e simplesmente incríveis. Eu jogaria isso na sua cara se não soubesse que está num lugar trezentas vezes melhor. Os caras da minha equipe são tão idiotas que queriam fazer uma festa de rei na cobertura em que ficamos em Allens... 

Eu que os convenci a fazer uma sobremesa em sua homenagem num dos programas. Você viu o suflê de chocolate? Eu o escolhi porque tinha esperança de você estar vendo. Aquele era meu jeito mais sutil de dizer que me lembrava de você. 

Estamos chegando mais perto do fim desse concurso. Apesar da possibilidade ganharmos o primeiro lugar, é provável que sejamos chamados para empregos que indicamos.  Não sei se chegou a ver, mas em uma das minha entrevistas, cheguei a dizer que quero um emprego em Clermont. Em segundo lugar Columbia, por insistencia de minha família, e em terceiro Carolina. Pode ser que eu consiga o primeiro.

Sobre morar longe de casa.Sinceramente, às vezes, quando acordo, me doi pensar que pode se tornar definitiva essa distância da minha família, dos meus amigos e principalmente de você. Nos vermos todos os dias das nossas vidas para depois apenas em meras viagens de férias é um choque muito grande para mim. No entanto, esse é o meu sonho.

Eu sei que você me apoia e quero dizer que é de seu querer viver no palácio, também tem o meu suporte. Apesar de quê,  estou é bem confuso quanto a suas intenções,sendo que essa sua última carta foi escrita após sua chegada ao castelo. Também não vou entrar muito nisso. Acho que isso merece uma conversa verdadeira. Cara a cara. Só quero que saiba que me recebi as suas palavras com muita consideração, mesmo que você não tenha tido a intenção que eu as lesse. 

Não tenha medo. Eu sei que fugir e não querer mais ver meu rosto é a sua tendência natural. Mas se fizer isso, só irá machucar tanto a mim quanto a você. Ro,lembre que temos uma história. Eu sempre te garanti que seria seu eterno parceiro, e refaço essa promessa de que isso não vai mudar.

Jamais irei magoá-la ou permitirei que se afaste de mim. Espero ansioso pela próxima vez que nos encontrarmos.

Tomara que esse dia esteja perto.

Com amor,

Tyler.

...

Cara Rosie Ambers,

Quando vai perceber,se não já percebeu, que não é nada para a família real?

... 

Querida Rosie,

Já faz tanto tempo que não ouço a sua voz. Isso é uma tortura para mim. Mas não vou escrever somente o quanto sinto de saudades. Você já imagina o quanto. Venho trazer algumas notícias sobre o que vem acontecendo aqui em Columbia. Primeiramente, não quero te assustar,nem nada. Garanto que a essa altura já está tudo bem.

Seu pai se acidentou tem uma semana em frente da Universidade. Ele saindo com o carro e a baixa velocidade, porém foi atingindo por um veículo que cortou outro na pista oposta. O choque foi frontal e se não fosse o cinto de segurança, algo pior teria acontecido. Ele machucou a testa, o tronco e a perna esquerda,mas só precisou fazer uma cirurgia nessa última.

Fiquei uma semana no hospital com ele. Me perdoe por falar tão tarde. As coisas estavam uma bagunça e eu não queria que se preocupasse atoa.No dia da nossa volta para casa, recebi a uma carta para o Tyler e fiz questão de reenvia-la diretamente para Brianna. Ela prometeu que iria mandar o mais rápido possível para Tyler.

Só depois recebi sua carta dizendo que não era preciso entregar urgentemente para ele e que mais tarde você a refaria quando chegasse em casa. Sinceramente, notei sua proposta de retorno.Se não estiver gostando da experiência, peça para sair. Já disse isso, e vou dizer de novo:não se force a ficar com o intuito de me dar algum tipo de orgulho.

Aliás, se voltar para casa mais cedo, vai facilitar o seu processo de entrada na faculdade. Acredito que já tenha se preocupado com isso. Você saiu no meio do último ano de colegial... Tem uns dias em que eu estava caminhando pelos corredores do meu serviço, e vi estudantes da sua escola visitando as salas.

Começaram as audições para as cursos daqui e os estudantes já estão enviando todo os requisitos para o processo seletivo: Histórico de notas desde o primário e atividades extracurriculares. Conhecendo você,sei que está entre literatura,artes e música. Fiz questão de enviar suas notas para as três opções.

Ainda bem que seus trabalhos de caridade, auxílios em excursões de turma e até aquele estágio na biblioteca da Univerisdade que você fez nos dois verões passados irão contar como atividades aceitas. Ou seja, voltando agora você só precisa se preocupar com as audições,principalmente para a de música em que eles pedem para tocar um instrumento. Pode ser o seu violino.

Quando à escola, ela pode ser terminada em horários livres durante a sua faculdade, se assim você quiser. Após me ligar para o Palácio, fui informada de que essa Seleção te dá o direito de que, caso saia, não tenha a vida estudantil afetada. Sua sorte.Na minha época não havia isso...

Eu também posso estar redondamente enganada. Talvez tenha entendido errado e realmente haja motivos para que queira permanecer aí. Isso que falei não foi para te apressar. Caso fique por mais tempo, não há problema em começar sua faculdade mais tarde.

Se quiser tentar até o fim da competição, a decisão é toda sua. Vou ficar feliz se você estiver. E eu acredito em você. O título de princesa traz muitas responsabilidades,mas nada como paciência e boa disposição para lidar com tudo.

Sempre vi isso em você. Como falei na última carta, parabéns mais uma vez pela sua evolução no italiano. Estou até me animando de estudar também. Quando posso,claro,visto que que um professor pediu demissão na Universidade e estou cumprindo minha a carga de aulas mais a dele...

Isso é até bom para minha cabeça. Mais tempo no trabalho,menos tempo em casa suportando sua ausência. Se ao menos eles convidassem as famílias para verem as selecionadas... Mas lembro que isso só ocorreu na Elite. Cada seleção é uma seleção. Não quero criar esperanças.
Fique bem, minha filha.

Seu pai e eu te amamos!

Com carinho,

Kriss.

P.s:Como sempre, estou enviando o recado de suas primas.

...

 "Ai"

" Se machucou?"

"Agulhas definitivamente não são o meu forte." Ri mostrando o furo no dedo.

"Ah,minha nossa você furou!"  

"A Lee vai pegar todas nós." Audrey se levantou da cadeira para olhar de perto. Eu vinha tentando aprender a costurar com elas de vez em quando.

Isso sem que Lee soubesse, porque daria um surto com o argumento de que aquele não era meu trabalho...As outras duas me davam mangas de vestidos e pequenos bordados de bainhas, e embora fosse quase impossível, eu ainda tinha esperança de aprender. 

" Vai lava isso correndo." Amy sugeriu. 

" Acho que vou pegar um curativo na sala hospitalar."

" Que isso. Está tudo numa boa. Muito pequeno, olha."

Estendi a palma da mão enquanto me deslocava para lavar as mãos.

"Quando formos para lá, eu posso te areanjar um pequeno curativo" Amy disse."Apesar de quê, acho que vai ficar evidente para todo mundo que você machucou."

" Está tudo bem. Ele é minúsculo. Vocês são muito preocupadas."Disse a tempo de Lee entrar no quarto.

"E aí? Ele liberou?"Audrey se referia ao doutor Ashalar. Dependiamos da concordância dele para que eu pudesse visitar Delilah.

"Sim, ele disse que dois dias podíamos ter feito isso."

Finalmente eu conheceria a mãe das gêmeas, a cozinheira que há um bom tempo se recuperava da uma infecção em isolamento. Agora estava totalmente livre da fase de contágio e nos estágios finais de tratamento.

Sequei minhas mãos e passei pela minha escrivaninha seguindo-as pela porta.Antes passaríamos pelo setor de cartas. Precisava enviar uma carta para minha mãe. Queria notícias sobre meu pai. Mesmo que tivesse avisada de que estava tudo bem, era lógico que estava preocupada. Ele ainda estava de cama ou voltara a andar? E se algo mais grave havia acontecido? Suspirei balançando a cabeça. Minha meta era  esperar no melhor.

"Amy você não disse estar cheia de trabalhos pendentes,por que será que veio conosco." Audrey cantarolou.

" Vira essa boca pra lá." Lhe deu um leve empurrão.

" Ficou vermelhinha, é Amy?"

Lee e eu não entreolhamos rindo dela. Sullivan atendeu quase na primeira batida.

" Boa tarde, madames."

"A essa hora já é quade boa noite." Lee comentou. Ele olhou o relógio da escrivaninha.

"Sim,sim é claro. O que as trazem aqui? " Sorriu mais para Amy do que para nós.

Preciso entregar uma carta." Estendi." Faltaramos selos. Dessa vez não o recebi."

"Perfeitamente, venha comigo para colocar. Estranho você não ter ganhado."
As selecionadas costumavam receber toda sexta."Alguma explicação para isso, Ethan."

Perguntou ao supervisor sentado de costas para nós escrevendo em um bloco de papel.

"Lembro que Rosie Ambers já entregou as cartas dessa semana. E se não me engano também deu uma extra. Vale pela semana que vem. Então não pode enviar outra hoje."

"Eu entendo,mas essa é urgente. É para perguntar sobre a saúde do meu pai..."

"Sinto muito, jovem, são as regras por aqui. Podem enviar uma carta por semana. Com licença. Sullivan,vê se termina de empacotar os envelopes da minha sala."

"Eu já terminei. Por favor,Ethan,podemos muito bem abrir uma exceção para Rosie."

Sullivan entrou numa discussão pela minha causa.

" Esse sujeito é muito mal educado."Lee sussurrou" Nem olhou para trás para falar com você"

Dei de ombros.

"Fazer o quê."

Ouvimos pedaço da conversa Sullivan

" Você podia pedir ao principe para mandar nesse idiota."

" Mas..."

"Diz com jeitinho,ele não vai rejeitar."

Dei um sorriso que tendia para uma careta. As coisas com Osten não andavam bem. Fazia dois dias desde que eu gritara com ele. Tudo o que consegui com minhas atitudes foi que ele não viesse mais falar comigo. Nem durante a noite,nem durante o dia.Se ele me encarou duas vezes durante o horário das refeições,acho que foi muito.

Com certeza passou por sua cabeça se nosso acordo realmente valia a pena. Isto é, que tipo de amiga iria tratá-lo daquela forma: Gritando com ele do nada?No mínimo, me julgou uma completa melodramática.Ao menos, não devia ter sido tão chata e escondido melhor a revolta.

"Ethan, já que eu terminei tudo, posso tirar uma pausa para ir a ala hospitalar?"

"O que te faz pensar que eu vou aceitar Isso."

" Por favor, parceiro. Eu já tinha combinado com elas de visitar Delilah."

Maia uns minutos e Ethan saiu deixando Sullivan com mais serviços de propósito para que ele não fosse conosco. Ele não se deixou abalar. Me entregou um selo e se pôs a embalar umas caixas com uma velocidade incrível.

Passei os olhos sobre o envelope me lembrando da resposta de Tyler. Ao abrir aquilo,pela manhã, a minha primeira reação foi rir de incredulidade. Aos poucos, fui processando a informação é o desespero me consumiu.

Não tinha a mínima ideia do que fazer para consertar a maior vergonha da minha vida. Meu amigo de infância sabia que eu gostava dele. E de uma forma tão...patética. Não que escrever cartas de declaração fosse isso para mim. Considerava o gesto romântico. Mas do jeito que escrevi... E Tyler leu tudo!

"Vamos,Rosie" Sullivan puxou o envelope da minha mão em menos de dois minutos depois.  

" Já acabou?

"Eu termino mais tarde." Disse colocando minha carta junto com um bolo de outras,provavelmente para enviar.

"Muito obrigada."

"Que isso. Vamos antes que ele volte."

" Ele não vai te matar se fizer isso?" Lee perguntou enquanto ele arrancava a porta. 

"SULLIVAN." Olhamos para Ethan no final do corredor. Não demorou muito e o moreno segurou as mãos de Amy e começou a correr.

"AUDREY" Lee reclamou quando essa a puxou para ir junto. Desnorteada com a cena,só pude segui-los. Os corredor principal daquele andar deveria fazer uma espécie de quadrado,porque logo avistei a escada principal que usamos para chegar.

Todos riamos,mas a risada de Audrey ecoava alta todo lugar, até porque Sullivan tropeçara num ressalto quase levando Amy para o chão e Lee esbarrou num vaso de plantas.

 Um guarda mais surgiu no final da nossa subida. Era óbvio que aquilo não era permitido. Olhei para trás vendo que Ethan não nos seguiu.

Amy tampas a boca de Audrey para que essa não disse tão alto. O homem passou os olhos por todos nossos rostos citando que aquilo seria comunicado  aos seus superiores.Parecia até um adulto dando conta de crianças.

" É tudo culpa do Sullivan." Lee urrou. " Esse sem juízo..."

"Acredito que ele não correu sozinho."A interrompeu. Por um momento tive medo do que poderia acontecer a eles. era funcionários,mas Sullivan chamou k homem num canto apra conversar.

" Ele é bem confiante."comentei.

"Ele não tem nada na cabeça e nem vocês para irem na onda dele."

"Foi ótimo, irmã,não negue."

Não muito tempo depois, Sullivan nos chamou para continuar a caminhada.

" Como você nos tirou dessa?"

" Sou amigo de todo mundo por aqui "

Já acima do subsolo, levamos pouco tempo para chegar à região hospitalar. Delilah estava dormindo em seu quarto. Audrey foi na frente para acordá-la.

"Meninas" Ela abraçou cada um. Fiquei na porta sorrindo de braços cruzados atrás de Sullivan.

"Vocês trouxeram meu futuro genro e a tão famosa Rosie." Disse ao bater os olhos na gente.

"Genro?"Sullivan exclamou assustado.

"Se a Amy é praticamente uma filha para mim,o que você é?"

Desnecessário dizer que o casal ficou sem graça.

Ela pediu que ele se aproximasse e lhe deu uma aperto nas bochechas bem forte.

"Lindinho da sogrinha."

Tive vontade de rir.

"Você também pode tratar de vir aqui, mocinha."

Fui andando até Delilah. Ela tinha as mãos um pouco frias e não parava de falar sobre o trabalho na cozinha, infância das filhas, a doença que adquiriu há semanas...

"Você é muito bonita e simpática. Já torci pela sua mãe,mas minha preferida sempre foi a America."Ri fraco da cara desesperada que Lee fez."As meninas me deram uma revista para ler. Descobri que você é filha de um chamado Elliot Piaria. Ah, meu falecido marido... O nome dele era Finn. Acredito que ele e seu pai já tenham trabalhados juntos"

" É mesmo?"

" Seria a coincidência do século!" Lee exclamou.

"É ele que guarda raízes de plantas das florestas no bolso para depois pesquisar a origem?."

"Oh, é ele mesmo."

Assenti rindo. Isso era uma das notáveis manias dele. 

" E como ele está?"

"Se recuperando de um acidente no hospital." Expliquei sobre o que dizia carta de minha mãe." Mas ele está bem."

Ela ia falando de histórias que ela ia falando sobre as excursões. Os dois se conheciam desde e colegial,fizeram faculdade juntos e trabalharam em equipe por anos. Sullivan acabou se levantando para ir, pois segundo ele,era melhor acabar de vez com o serviço para Ethan.

"Alteza" Foi a última palavra que ouvi de Sullivan. Me virei lentamente.

"Eu estava te procurando. Eu trouxe mais desenhos."sorriu olhando diretamente para mim. Ah, porque não desejei logo que fosse Osten entrando?

"Quem é esse? O príncipe italiano?Estou me sentindo honrada." Delilah falou.

 Após as apresentações, percebi Lee me olhando de soslaio. Tudo porque? Ela era a mais desconfiada das três.Elas me flagraram conversando com ele nas duas noites anteriores. Na primeira noite, Lorenzo me esperou sair das sala de jantar e me seguiu até o quarto.Ficou desenhando ao meu lado na varanda, onde pude comparar os traços que representavam o jardim e do parapeito com a realidade. A semelhança era assombrosa, graças aos seus jogos de luz e contorno.

O ornamento o símbolo de Illea que tinha no corrimão estava impecável,assim como o tamanho dos espaços entre as colunas do apoio a nossa frente e os caminhos entre o verde no andar de baixo. Na segunda, eu realmente fui ingênua de achar que que ele fosse repetir o processo.

Queria poder avisá-lo o quão arriscada era aquela situação.Afinal, se ele continuasse me seguindo, mesmo com as mais puras intenções, seria mal interpretado. Eu não conseguia transpor isso em palavras, e Lorenzo me passava cada vez mais a impressão de que não ligava.

"Olha, você é muito talentoso." Delilah elogiou ao ver uma ilustração de Kerttu Stefan.

Segundo Lorenzo, os dois concordaram em ficar quinze minutos parados no galho até ele fazer o esboço completo para terminar o desenho.
Reparei que Kerttu estava de calça.

" Ele é bom mesmo" Lee concordou.

" Obrigado."

"Como você faz isso?" Amy questionou.

"Eu começo como a maioria. Traços principais. Depois os detalhes."

"E esse desenho, o que é?"Delilah questionou.

"É como se fosse um caracol."

"Não Amy, é óbvio que isso é a visão aérea de uma escada em forma de círculo."

"Acertou."Lorenzo sorriu para Audrey.

Com a insistência de Dellilah, o italiano concordou em desenhá-la. Apoiou-se num armário e fez rápidos rabiscos, dizendo que depois de pronto o rascunho,poderia terminar e entregá-la mais tarde. Ele ficava bem concentrado desenhando. Sobrancelhas franzidas e o olhar semicerrado.

Corri os olhos pelo restante do seu rosto. Pelo visto, o rosado que ele tinha no rosto era natural, já que sempre estava assim. A boca reta, mas levemente puxada para o canto, como num sorriso imperceptível que de repente aumentou.

Foi aí que notei. Não acredito que estava... E ele viu, porque piscou em minha direção voltando o olhar para a folha. Em meio a luta para me recuperar do meu embaraço, ouvi uma batida na porta.

"Desculpe,senhora Dellilah, está na hora da medicação."

Não evitei o espanto. Emma entrava completamente vestida de enfermeira. Ela também me reparou e depois em Lorenzo.

"Oi" acenei.

" Oi?! De onde conhecem a Dellilah?"

"Espera aí, você é uma selecionada ou médica." Lorenzo fechou o caderno.

Sim,sou uma selecionada..." disse se aproximando da cama" e estava no final do curso de enfermagem antes de vir para o palácio. Eles me liberaram para cumprir as horas de trabalho que faculdade requer para eu me formar aqui mesmo no castelo... Nos meus horários livres. Como está se sentindo,Dellilah?"

Sorriu para a mulher segurando sua mão.

"Muito melhor agora que estou cercada de tantas pessoas. Ah, eu é tão bom não estar mais sozinha."

Emma deu uma risada.

"Realmente isso ajuda bastante na recuperação."

Ela analisou o suporte para o soro que Dellilah tomava e tirou um remédio do bolso para adicionar.

"Você é a Emma, não é?"Lee chegou mais perto com um gesto reverente.A morena assentiu."Nem eu sabia que era responsável por cuidar da nossa mãe... Tem muito tempo?"

"Na verdade, tem dois dias que o doutor Ashalar me pediu para aplicar as medicações. É ele quem cuida dela. Eu fico com outros pacientes daqui.Me deixam fazer o curativo se algum soldado se fere no treinamento e cuido de criados e outros funcionários que adoecem. Não é muito como eu fazia no hospital, mas é gratificante poder fazer isso."

O jeito como ela falava me dava a impressão do quanto ela era bem mais madura do que eu pensava.

"Sem querer sem indelicado"Lorenzo chamou sua atenção." Mas se está no final de enfermagem,quantos anos você tem?"

"Vinte e um,mas entrei com adiantada nesse curso. Com dezesseis anos."

" É mais velha que eu e Osten." Ela ergueu as sobrancelhas para ele." Não parece, sabe?"

Emma deu de ombros terminando de mexer no soro. E pegou uma lista ao lado da cômoda dizendo estar verificando os exames que Dellilah ainda teria que fazer naquele dia.

"Como está quase na hora do Jornal Oficial, provavelmente outro enfermeiro vai fazê-los,mas eu vou voltar aqui depois para ver se está tudo certo."

"Ah, o jornal. Nós temos que decidir a roupa da Rosie! Mamãe,depois voltamos também."

Lee nos chamou para sair. Emma ficou conversando por mais tempo com a cozinheira. Lorenzo veio atrás.Emma acompanhou esse movimento com um olhar estranho.

Ótimo.

Mais uma pessoa e, agora,uma selecionada para supor que o motivo dele estar ali fosse eu. Quer dizer, talvez tanto fizesse naquele instante, porque isso devia ter ficado bem claro assim que ela adentrou no quarto e o viu do meu lado.

"Ei, Rosie. Queria avisar que só tenho mais uma semana e meia aqui." Disse andando ao meu lado.

" É serio?"

Sem ofensas,mas já era hora.

Eu queria ter apressado o passo para estar junto das meninas, mas essas já tinham sumido da vista. Como sempre preocupadas em como iriam me arrumar.

" Estarei de volta na época do casamento da May,não se preocupe,passará rápido." Piscou outra vez. Fiquei sem palavras.

" Acredito que antes também venham..."

Fomos interrompidos por um assobio. A pessoa chegava por trás de nós.

" Osten, está sumido,hein."

"O que estão fazendo?" Trocou o olhar entre nossos rostos.Era a primeira vez que falava comigo desde minha grosseria.

"Apenas desfrutando da companhia dessa bela moça." Lorenzo se curvou e estendeu o braço na minha direção, como se estivesse me reverenciando.

Isso rir nervosamente trocando um olhar com Osten. Estava claro que aquele indivíduo era louco. Osten entortou a cabeça e a balançou.

"O que estavam fazendo, Rosie?"

"Acabamos visitar a mãe das minha criadas na ala hospitalar." Apontei para o caderno do italiano." Ele me mostrou uns trabalhos de artes. Desenha bem até demais."

" É,ao contrário do Osten. Sabe que com dez anos, a gente apostou quem desenhava melhor uma pessoa e ele fez  fez um homem palito?"

" Quê?"

"É verdade. Pergunta para ele." Disse com humor. Reparei que Osten concordou com cara de tédio.

" Mas meu desenho não era tão ruim."

" Admite logo que até Stefan e Kerttu com cinco anos faziam melhor."

Acompanhei a risada do italiano,me sentindo arrependida com a expressão de Osten.

"Não está na hora de se prepararem para o jornal oficial?"

" Sim, Rosie estava subindo para isso. Eu talvez não participe. Sabe como é, passar uma hora sentado não me anima muito. Acho que vou fazer uma ligação para casa. Delfina estava passando mal esses dias." Deu um aceno saindo. Osten limpou a garganta.

" Mande melhoras a ela."

"Vou mandar."

"Com licença." Falei segundos depois do silêncio restante. Osten tinha se voltado para mim com as mãos no bolso, mas sem mirar meu rosto. Visivelmente ainda com raiva de mim e eu não ficararia para prolongar o clima ruim.

" Espera." Disse no meu segundo passo."A gente vai ficar nisso por quanto tempo mais?"

"Eu sinto muito, Osten."disse me virando.

Ele me fitou sério.

"Eu sei que você está arrependida. Mas, e então? Vai me dizer no que houve naquele dia?"

Se ele não estivesse continuado a se aproximar de Bridget,era bem fácil chegar e dizer.A ruiva fora chamada mais três vezes para falar com Osten. Tal fato estava provocando desespero entre as selecionadas. Suki era uma das mais apavoradas..

'Será que ela já conseguiu conquistá-lo em um mês?' Foi o questionamento dela e de várias outras. Eu estava sem ideia de como agir diante da situação.

Com o interesse do Príncipe pela atriz não adiantava tentar denigri-la. Nossa amizade entraria em cheque como a de Tyler.

Porém não dava para deixá-lo ser cego e precipitado em descartar tantas outras boas opções de garotas.

" Tenho medo de que fique irritado." Disse finalmente. Ele bufou.

" Irritado já fiquei. Você simplesmente fugiu. Parece até que não confia em mim."

" Não é isso é que..."

" Que..." Elevou o tom de voz.

" É complicado.Acredite. Tudo o que não quero é te magoar.Eu não consigo por em palavras agora. Preciso de mais tempo para..."

" NÃO."

Osten deu um passo para trás e fechou o punho e os olhos com força.

" Osten..."

" Você não está fazendo isso..."

Minha consciência alertou sobre o fato que precisava fazer algo. Nunca o vi tão irritado comigo. Eu tinha...eu devia acabar com aquilo de uma vez por todas.

Mas tudo o que fiz no impulso foi me aproximar colocando-me na ponta dos pés até ficar de frente para seu rosto e tocar meus lábios em sua bochecha.

Ele abriu os olhos arfando.

" Você disse que eu não confio em você. M-mas eu confio. Só preciso que confie na minha palavra."

Bati a mão no rosto várias vezes enquanto praticamente corria dali. Óbvio que não tínhamos intimidade o suficiente para isso.

Foi só apenas um ato para mostrar o quanto eu me importava com ele. Porém, pela cara assustada que fez com certeza interpretou de outra forma.

Verdade fosse dita: Eu só sabia fazer besteira.

 

 


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Notas finais do capítulo

Vejamos no que isso vai dar



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