Uma Seleção com Rosie Ambers escrita por ANA


Capítulo 23
Capítulo Especial- O príncipe 2.0


Notas iniciais do capítulo

Oi oi!!!
Esse capítulo é um 'presente' que há muito tempo eu vinha planejando para vocês...
Ele vem cortando a história de onde paramos... mas eu prometo que estou em progresso com a continuação!


Espero que gostem!

P.s: pode ser que tenhamos mais especiais conforme a fic for progredindo/ que esses personagens escolhidos para os especiais ganhem shorts fics após o termino dessa.

P.s.:2 Se tem spoilers subentendidos(ou não)dos próximos capítulos aqui, eu não me responsabilizo!

Bjssssss e fui!




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Desliguei o telefone e comecei vasculhar outra vez a lista telefonica. Precisava de mais uma reunião com o rei da Noruécia. Para ver chefes de Estados Oficiais, normalmente, eu é quem me deslocava até eles. Só não sabia se aquela viagem seria possível com minha nova agenda lotada...

Ouvi o barulho da porta se abrindo atrás de mim. Era meu mordomo para dizer que o jantar já estava na mesa. Agradeci-o com um aceno de cabeça e comecei a falar com o acessor de Olave. Esse monarca foi bem mais compreensivo do que os outros.

Eu estava precisando adiar ou mudar o horário de diversas conferências. E, pelo visto, não conseguiam entender por que um príncipe não poderia dar conta de conciliar uma pilha de reuniões e encontros com pretendentes sem ter que fazer nenhuma alteração em seu horário...

" Osten?"

" Sim? Boa noite, pai."

" Boa noite."
Desviei o olhar da folha para ver meu pai se aproximando da cadeira. Ele colocou a mão em meu ombro.

"Se não quiser esbarrar em nenhuma selecionada até amanhã, é melhor que desça para o jantar e volte para seu quarto no horário certo. Aliás, sua mãe é quem pediu para que eu viesse chamá-lo."

Compartilhamos um riso baixo. America Singer Schreave era um tipo de mãe que não importava a idade que seus filhos fizessem: Não sossegaria sabendo que não fizeram a refeição na hora certa.

"Eu já estou indo. Estou terminando por aqui." Ele assentiu pegando uma das meus relatórios para ler. Por não acompanhar muito da diplomacia nos últimos anos,eu tinha certeza ele não estava entendo muitos tópicos listados ali. Sabia que ele queria me dizer alguma coisa e fiquei a espera.

"Você está nervoso?" Deixou o papel de lado.

" Hã? Para amanhã?"

" Para todo esse processo."

Pensei por um momento. Nervoso não era a palavra principal. Se nervosismo era algo intimamamente ligado à ansiedade, eu poderia dizer que não era o que me consumia. Alguém que passou as últimas semanas evitando os noticiários e desejando o adiamento da Seleção estaria mais para desanimado. Desmotivado.

" Não." Respondi arqueando os ombros.Ele me lançou um olhar como que incrédulo."Acho que vai ser tudo dentro do planejado. Digo, temos os cronogramas e protocolos, é só cumprir tudo."

"Não era sobre esse aspecto que eu queria ouvir." Franziu a testa." Eu sei que você leva isso a sério e vai fazer as coisas certas. Fico curioso com o que passa em sua mente em relação às selecionadas." Olhou sugestivamente para mim.

" O que tem elas?" Tentei não soar rude. Ele se calou para medir as palavras.

" Eu na sua idade... nesse dia em especial, antes da Seleção,fiquei deveras precupado com o modo como teria que me comportar diante das jovens. Com a atenção da mídia,do país e da minha família."

Entortei a cabeça.

"Você estava com vergonha das selecionadas?"

" Eu estava aterrorizado com elas."

Demorou um bom tempo para me recuperar do riso. Imaginei sua versão mais jovem suando frio e com aquela cara de preocupação que faz toda vez nada sai do jeito certo.

"Desculpe, pai..."Me levantei dando duas batidas nas suas costas. Não queria que ele se sentisse ofendido."Obrigado por perguntar. Estou bem para amanhã. Por hora,vamos indo que eu termino tudo isso mais tarde.."

Descemos conversando sobre banalidades e encontramos todos à mesa.

" Aí está ele! O homem da noite!" Kaden ergueu a taça que segurava, seguido de Kile, Eadyln, Eikko, Aspen e Carter. O resto do pessoal bateu palmas rindo da careta que devo ter feito.

Revirei os olhos e fui para meu lugar: De frente para Kile e Alice, sua esposa.

Ambos raramente apareciam no castelo,por conta de seus trabalhos como arquitetos. Às vezes invejava Kile. Ele era o único que cresceu conosco que não estava preso ao palácio, e que poderia estar em qualquer lugar sem ser perseguido por um nenhum jornalista ou alguma outra pessoa.

"Então, já posso tomar o lugar de Gavril, não?" Kaden me cutucou do lado esquerdo."Ou eu deveria ter dito: aí está ele! O arrebatador de corações!"

Ergui a sobrancelha para seu jeito estranho de entonar a voz do apresentador.

"Cara, fique com o posto de gênio da família que eu cuido melhor do de piadista."

Kile, Alice e Josie,que estava ao seu lado, riram dele.

"Está ansioso para amanhã?" Josie pediu minha atenção. Fiz que mais ou menos com a cabeça.

"Por que não estaria? Um milhão de garotas na fila para falar com ele."

" Kaden,menos." Resmunguei.

" Qual é, vai dizer que não é verdade" Colocou os braços ao redor dos meus ombros e olhou divertido para a esposa."Conselho de irmão. Trate de escolher com sabedoria. É a sua chance de acertar."

Isso foi o suficiente para que levasse uns bons tapas. Os olhos  de todos e voltaram para sua direção por alguns segundos.

"São os hormônios de gravidez."Kaden anunciou criando risadas. Ele se virou para Josie" Estou brincando, meu amor. Você sabe que eu te amo, não sabe?" Observei meu irmão  lhe dar um beijo na testa. Os dois continuaram a conversar.

Virei para frente e vi que Kile e Alice riam de alguma coisa que parecia pessoal. De repente,percebi que era o único daquele ambiente a estar sobrando. Além dos dois casais perto de mim, meus pais, Carter e Marlee, Lucy e Aspen,Eadlyn e Eikko estavam presos em suas bolhas na maior parte do jantar.

Conversavam,sim com outras pessoas,porém sempre em algum momento acabavam se voltando para seru próprio par... Até mesmo Kerttu e Stefan, um casal apenas de consideração, estavam entretidos numa conversa.

Não pude evitar olhar para a mesa destinada às selecionadas. A próxima refeição feita seria com elas e, em pouco tempo, uma seria a escolhida para estar ao meu lado. Dei um gole no meu copo ainda pensativo. Talvez fosse isso que eu precisasse. De uma real companhia. De alguém para compartilhar todas as coisas,para falar do que quisesse e cuidar com todo amor possível. A Seleção não era só mais uma tarefa a cumprir. Era a minha felicidade que estava em jogo.

...

"Você está com uma cara morta hoje,hein, tio." Acordei dos meus pensamentos quando ela juntou minhas bochechas num bico semelhante ao de peixe.

"Ei, como assim cara morta?" A impedi Kerttu de continuar a apertar meu rosto. Ela se ajeitou no meu colo e arranjou outro jeito de implicar. Começou a agitar meu cabelo.

"Você está aí com uma cara de quem acabou de arrastar a cabeça no cimento. Juntando isso com eu jeito calado de hoje,você vai fazer as garotas fugirem na primeira oportunidade."

"Nossa, muito obrigado pelo apoio"Disse irônico controlando sua mão e colocando a sentado do meu lado no sofá do Grande Salão. Kerttu já estava começando a ficar pesada. Não era mais aquela folha de papel que podiamos carregar para cima para baixo...

"Eu só estou querendo te ajudar."

Olhei-a incrédulo.

"Bagunçando meu cabelo?"

"Sim!" Sorriu." Você não estava querendo parecer um zumbi? Eu só te ajudei a terminar o visual."

"Você não tem jeito" Ri da adorável expressão que fez e acariciei o topo de sua cabeça.

"Tio...por que estava tão quieto hoje?"

Franzi o cenho e desviei a cabeça para frente. Ela ia insistir com o comentário.

" Como assim calado?"

" Não finja que não! Você sempre conversa com todo mundo e hoje veio para cá sozinho enquanto todos falam sem parar lá na sala de jantar."

Kerttu tinha chegado ali há alguns minutos para me contar um pouco dos preparativos de sua festa. Suspirei observando seu rosto curioso.

"Acho que só estou cansado antecipadamente. Vai ser exaustivo,sabe? Mal dou conta de uma certa dama em minha vida, e agora ganhei mais trinta e cinco!"

Ela riu.

"Eu sei que não é isso. Mas vou deixar passar.O que você vai me dar de aniversário esse ano?" Retira os sapatos e se deita com a cabeça no meu colo.

"Infelizmente se trata surpresa, princesa."

Era assim que eu a chamava desde sempre. O sentido além de figurado,tinha um significado real.

"Qual é? Vai, conta. Se você não falar eu não te falo nada sobre o que planejei de novo para minha floresta." Cruzou os braços sorrindo como se tivesse feito a melhor chantagem do mundo. A olhei de lado.

"Ainda com essa ideia? Que tipo de planta você decidiu? A tal da Samambaia é mesmo a primeira da lista?"

" Não vou contar" Deu língua.

"De qualquer jeito eu vou descobrir. Só dar uma passada no quarto para descobrir que o que você escolheu. Que dia você vai começar com isso?"

Kerttu teria dito se não fosse pela chegada de sua mãe.

"Osten, disseram que tem um telefonema para você lá em cima e que era para você ligar de volta."

"Já vou,Eady." Fiz um sinal com a mão." Anda, só fale o dia que você começa tudo."

"Agora que a mamãe está aqui,você acha que vou dizer?"Kerttu sussurrou de volta.

"O que vocês dois estão planejando aí?"

" Nada!"

Tive que segurar o riso. A pequena sorriu com todos os dentes e eu pude ver minha irmã semicerrar os olhos.

"Boa sorte com seus planos" Falei baixo antes de levantar.

"Kerttu, chegaram antes da hora alguns filmes que você pediu de presente para seua avós."

"O quê? Eu não acredito!"

Não demorou muito para que a princesa passasse correndo pela porta. Ri deduzindo que ela não largaria a televisão tão cedo...Eady segurou meu braço antes que eu passasse.

"Não cometa o mesmo erro que eu."

Fiquei confuso com a frase.

"Dê uma chance para elas. Elas não são Ela, mas são garotas que podem te surpreender. "Assenti para sua expressão séria. Eu sabia onde Eadyln queria chegar..." Não saia eliminando um monte delas de uma vez. Não é recomendável e você pode não acabar não tendo a mesmo sorte que eu... "

Olhou rapidamente para direção de Eikko que conversava com Kile a uns metros dali. Eu entendia esse olhar. Devia ser o mesmo que eu direcionava à dama por quem um dia me apaixonei.

"Pode deixar. Jamais vou entrar numa sala com salto alto eliminando metade da lista da Seleção." Caçoei-a por sua ação impulsiva de anos atrás.

"Ótimo."Deu um riso."Boa noite,maninho." Acenou para mim e voltou para perto do marido.

...

Virei a cabeça para o outro lado do travesseiro. Parecia que nada naquela noite estava funcionando para me deixar tranquilo. Desisti de pegar no sono e olhei para o teto por um tempo. Não admitia estar nervoso. Falar com mulheres nunca foi um problema. Ri com esse pensamento lembrando da conversa com meu pai mais cedo...

Talvez eu estivesse com uma leve insegurança. Não sabia ao certo se essa Seleção era o melhor caminho,mas àquele ponto não havia volta. As jovens estavam hospedadas nesse instante no andar de baixo e no dia seguinte,por certo, estariam ansiosas por me ver.

Concordava com o que Eadyln disse:eu não podia estragar tudo mandando todas para casa. Não seria justo com elas,nem um ato visto com coerência pelo país.

Estava preso à escolha que fiz de começar todo esse evento. Em breve eu conheceria aquela que em poucos meses se tornaria minha esposa. E eu deveria dar total seriedade à isso.

Não seriam mais simples encontros,flertes e beijos sem compromisso com duquesas e damas reais. Eu devia pôr um fim a essa fase da minha vida.Conhecer cada uma com calma e dar uma chance a elas, como Eadyln recomendara.

O estranho era o fato de eu começar perceber que meu involuntário desejo de que dentre aquele lote de mulheres sorteadas houvesse aquela que pudesse ser a certa para mim. Não acreditava muito nesse tipo de conversa.

No entanto, não seria nada demais querer achar alguém por quem eu nutrisse sentimento recíproco, e não se interessasse apenas pelo título de princesa...

E aí veio a preocupação. Durante os anos anteriores,pude ver isso frequentemente nos olhos das damas que me mostraram algum interesse. Com jovens normais,isso não deveria ser muito diferente.Como iria saber quem realmente era honesta quanto aos seus sentimentos?

Alguém que não brincasse comigo para mostrar sua real face após o casamento,e ser um peso em minha vida. 
Eu tinha exemplos de políticos que se reuniam entre si para lamentar isso em suas vidas. Ao menos, isso não acontecia na minha família.

Era possivel enxergar de longe que ,apesar de todos os problemas cotidianos, todos os casamentos eram felizes e estáveis.

Eles tinham uma relação de confiança. Já eu... a única pessoa em quem confiei foi aquela que me apunhalou pelas costas.

Minha mente me traiu trazendo lembranças daquela festa. Do meu papel de idiota em oferecer um anel de presente para Delfina e minutos depois encontrá-la atrás de uma cortina com Oliver.

A briga. Haveria um belo flagra dos fotográfos se não fosse pela aparição e agilidade de Eadyln para chamar dois guardas para nos separar. Minha irmã foi esperta o suficiente para tirar eu e Oliver dali e nos fazer voltar para nossas casas sem uma só desconfiança da imprensa.

Nunca pensei que seria uma dessas pessoas: do tipo de sofrer por uma rejeição amorosa. Delfina tornou isso possível.

Bufei sentando na cama por uns segundos. Meu quadro de insônia, pelo visto, não iria passar tão cedo. Num impulso, me movi para o guarda roupa e abri a última gaveta. A foto ainda estava lá, abaixo de minhas camisas.

Não acreditava que depois de tanto tempo ainda fosse capaz de guardar aquilo.Delfina estava sorrindo ao meu lado no sofá. Éramos felizes naquela época, e tudo acabou por causa dela. Revirei os olhos e guardei o objeto em seu devido lugar.

Caminhei até a janela para olhar a imagem do Grande Pátio. Eu poderia ir até lá, como sempre, para ler algo e me distrair, porém, não estava com paciência. Encarei a paisagem florestal, assim como parte dos muros que me era visível até descer a visão para a estufa.

Tinha me esquecido completamente das flores que vinha planejando dar de presente para minha sobrinha. Dei um suspiro buscando me trocar para sair. Dei boa noite aos guardas que vagavam pelo meu andar. A noite estava fresca do lado de fora. Me perguntei por que não havia saído antes daquele quarto.

Segui para a entrada principal da estufa.

"Vai entender." Meu alarme interno soou com aquela fala. Virei para os dois lados, mas processei que não poderia vir de outro lugar,além de lá de dentro.

Balancei cabeça. Estava louco por acaso? Aquela voz não era masculina,era feminina. No entanto,nenhuma mulher de minha família ou conhecidas estariam ali àquela hora da noite.

E eu tinha plena certeza de que todas as selecionadas estavam em seus quartos.

Continuei caminhando e entrei inspecionando o lugar graças aos postes da parte fora que davam à estufa uma parcial iluminação.

Aparentemente ninguém.

Franzi a testa ao ouvir um sopro contido. Aquilo parecia a respiração de uma pessoa.

"Quem está aí?" Nenhuma resposta.

Me toquei na hora da burrice que estava cometendo. Pelo tempo que estava ali, qualquer invasor do castelo,por mais impossível que fosse ter entrado, poderia ter me atacado.

Dei de ombros internamente. Se não tinha feito isso até agora, não deveria mais. Andei mais um pouco repetindo a pergunta, e me convenci de que não deveria ser alguém mal intencionado.

"Eu ouvi sua voz, sabe? É uma selecionada?"

"Sim. Sou sim." Então era mesmo uma das minhas novas hóspedes. Notei que apesar de certa insegurança em jeito de falar, sua voz mesclava o tom forte e delicado." Me desculpe por desrespeitar a regra do toque de recolher, é que eu vi essa estufa mais cedo e eu precisava de um lugar florido para pensar..."

"Pensar?" Sorri ignorando a parte do 'florido' em minha pergunta. "Pensar sobre o quê?"

"Sobre tudo. A mudança para o Castelo, a vida que eu tinha antes de vir para cá..."

"Você... Não gosta do castelo?" Disse aquilo no automático. Estava desconfiado de que aquele comentário não tinha um sentido bom.

"Gosto! Eu até gosto. Aqui é muito mais confortavel e espaçoso que a minha casa. Mas... eu não estou acostumada com tudo isso."

"Sei... " 

"Por favor, só imagine: Viver a vida toda numa província e, de uma hora para outra, estar em um lugar completamente diferente sem sua família e amigos, num lugar com pessoas desconhecidas. Como se sentiria?"

Sim, eu entendia o fato de que a vinda delas para o palácio era uma mudança e tanto na sua vida, mas...

"Talvez esteja certa, senhorita. Mas perdoe-me por perguntá-la. Já que está pensativa sobre sua estadia aqui, posso saber se está aqui no castelo por vontade própria?"

"Estou, por quê? Eu não me inscrevi na Seleção?"

Não abri muito o assunto a ponto de citar minha mãe. Eu sabia poucos aspectos da história dela e de meu pai pelos trechos que acabaram soltando.Um dos últimos tinha me surpreendido: ela só se inscreveu por causa da insistência de minha avó e não tinha interesse algum em meu pai. Porém, acabou sendo escolhida e acabou no que acabou: Eu estava ali.

Embora soubesse dessa historia, não me agradava muito o fato de haverem candidatas ali contra a própria vontade. E sair no meio da primeira noite para refletir não era um bom sinal.

" Você poderia ter se inscrito apenas para agradar sua família. Conheço uma pessoa que já agiu assim...De qualquer forma, fico feliz que alguma de minhas pretendentes não esteja se sentido entediada aqui." 

" Você é o Príncipe Osten?"

" O próprio."

Tive vontade de rir. Quem ela estava pensando que era no meu lugar? Por outro lado, eu não havia mesmo me identificado.
Coloquei as mãos no bolso e segui para o único local onde a selecionada deveria estar.

"Você está atrás da árvore, certo? Qual o nome da senhorita?"

" Por favor, Alteza, não se aproxime. A regra era que eu só o conhecesse amanhã, lembra?"

Novamente parei ao captar sua voz falhada. Ela parecia temer que eu a visse. Talvez pensasse que seria eliminada por conversar comigo primeiro que as outras.

"Ah, é. Mas de que importa seguir essa, sendo que você já quebrou a do toque de recolher?" Resolvi brincar para deixá-la tranquila. Eu não a retiraria da competição só por causa daquilo.

"Não acho justo com as outras garotas. Por favor, Alteza,eu sei que você é um príncipe e não precisa fazer o que eu quero, mas peço que pelo menos essa regra seja cumprida."

Por favor, por favor, por favor. Ela só repetia isso. Devia ser um traço de timidez em sua personalidade...

"Você falando isso só me deixou com mais curiosidade."

"Sinto muito, mas é o certo..."

"Como sou uma pessoa gentil, vou fazer o que me pediu."

"Obrigada, Alteza."

"Por nada." Meu sorriso se abriu. "Peço que diga apenas Osten, por favor."

"Então... obrigada, Osten" Sorri outra vez segurando o riso.

"Por nada, novamente."

Resolvi usar a árvore como recosto, assim como ela devia estar fazendo. Sentado, poderia conversar mais tempo com ela. Tinha gostado daquilo.

" O-Osten?"

"Sim?"

"Por que está se aproximando?"

Achei graça. Ela parecia ser meio... reservada.   

"Eu só vou me sentar aqui do outro lado da árvore. Não vou olhá-la, prometo."

Não iria invadir muito seu espaço pessoal. Se era isso que precisava, isso que teria. Encostei minha cabeça na madeira e observei o topo daquela árvore. Ele quase tocava o topo de vidro da estufa.

Fez-se um breve sossego ali.

Eu poderia facilmente ficar por horas encarando aquele lugar. Ele era calmo e cheio de objetos e plantas para observar e passar meu tempo. Talvez estivesse começando a entender a escolha dela.

"Posso te fazer mais uma pergunta, senhorita?"

"Sim..."

Senti vontade de perguntar se esse também era o costume dela, ficar acordado a noite com os pensamentos a mil... Só que acabei mudando a pergunta de última hora.

"Como conseguiu chegar aqui sem os guardas te verem?"

Era um mistério para mim ela conseguir passar pela escada principal e pela porta do jardim com permissão ou sem ser vista.

"Bem, isso tem a ver com a princesa Kerttu..."

"Kerttu?" Estranhei. Mas as duas haviam se encontrado? Eu tinha certeza de que Kerttu tinha ficado vidrada com seus filmes desde a hora que subiu.

"Sim. Ela esbarrou comigo no corredor enquanto levava uma samambaia para a escada correndo para seu quarto. E.."

"Uma samambaia?" Interrompi outra vez. Não era possível que Kerttu tivesse cumprido mesmo sua meta. Quando percebi estava rindo há um bom tempo com a moça do outro lado calada. Pedi desculpas por tal ação.

"É que minha sobrinha é uma figura. Ela quer transformar o quarto numa floresta tropical e estava decidida que deveria começar por essas plantas. Deixa a Eadyln descobrir isso..." 

Balancei a cabeça.

Não sei como escapuliu, mas acabei comentando sobre minhas semelhanças com Kerttu na idade dela. Só acordei quando vi ela rir do episódio do pó de coceira dos diplomatas. Aquilo era uma das coisas que eu guardava a sete chaves. Era muito vergonhoso lembrar a brincadeira que fiz com os três homens do ramo que agora trabalhava.

Inevitavelmente eu os encontrava em reuniões...e ficava sempre desconfortável ao ter que conversar com eles. Sentia que guardavam um determinado rancor de mim, e não me tratavam muito a sério até os dias presentes. Como se eu ainda fosse aquele garoto de dez anos sem juízo...

Preferi pedir para que ela continuasse a contar sobre o encontro com minha sobrinha: Da terra suja e depois do fato de ser levada para a estufa com a escada dos fundos. Então, foi assim que ela chegou até ali... A escada não possuía quase nenhuma vigilância.

"Fui eu quem ensinei esse atalho para ela. Acabei de usá-lo, inclusive, para vir... Amanhã é o aniversário de Kerttu. Ela gosta muito de plantas, como você deve ter percebido, e eu estava pensando em colher umas das rosas que ela gosta para colocar no quarto dela amanhã de manhã."

" Ela gosta mais de lírios"

"Como disse?"

"Ah... é que Kerttu me disse que preferia lírios ao invés de rosas na hora em que estávamos aqui."

"Ela nunca me disse isso."o ciúmes faiscou" Então, gosta de lírios...Onde os acho?"

Perguntei após inspecionar o lugar e não reconhecer essa espécie de flor. Pelo menos eu tinha uma ideia de como deviam ser na mente, mas não dominava o assunto e podia estar bem enganado...

" Estão desse lado. Eu posso pegá-los e te passar, você quer?"

"Seria ótimo"

"Ok. Mas, por favor, não olhe."

Lá vinha Ela outra vez com o medo de que eu a descobrisse.

"Eu sou um homem de palavra, senhorita."

A selecionada começou a rir do nada. Me deixando confuso. Por acaso meu tom não havia sido sério? Perguntei do que ria.

"Você me chamando de senhorita.É estranho..."

Ah, era isso. Eu estava acostumado a chamar todas as damas genericamente assim. Por educação. Resolvi brincar um pouco com ela...

" Você não disse seu nome. Eu não tive escolha! A não ser que tenha mudado de ideia."

"Não" Disse determinada.

"Não custava tentar" Dei de ombros sorrindo. Ela me passou os cinco lírios passou conforme eu pedi por trás da arvore.

" Obrigado pela ajuda"

"Por nada"

Arrumei as flores no meu colo para que ficassem alinhadas.

"Agora só preciso transformar isso em buquê com uma fita. Vai ser difícil, porque eu sou péssimo nessas coisas."

Ela riu da minha confissão.

"Ahn, Osten?"

"Sim."

"Acho que está ficando um pouco tarde. Eu deveria voltar para meu quarto. Tem como você..."

Deduzi rápido de que ela queria que eu lhe desse espaço para sair e estivesse voltado para o lado oposto. Garanti que estaria virado para o outro lado e de olhos fechados.

"Está bem. " Ouvi-a dizer e seus passos me indicavam que estava de saída. Suspirei segurando os lírios para trás. Por mais que quisesse, eu não olharia. Quando achei que ela já tinha ido, sua voz ecoou de longe. Talvez estivesse na porta.

"Obrigada, A-Alte.. Quer dizer, Osten. Boa noite."

Sorri de lado ao ver seu esforço para me falar meu nome.

 "Boa noite, senhorita." Senti que faltava dizer alguma coisa."Não se preocupe com nada. Essa noite será nosso segredo."

Esperei mais um minuto e meio para me virar. Soltei o ar insatisfeito encarando a entrada vazia. Podia ser que eu reconhecesse a voz da jovem no dia seguinte,ou confundisse a sua com a de várias outras que ouviria. Não entendia por quê. Só sabia que queria descobrir quem era, ela que me perdoasse por tentar descobrir sua identidade.

Até que seria fácil. Eu poderia ir perguntar a Kerttu naquela noite, mas a era tarde para isso...

Cheguei no quarto e,sem demora, fui até o criado mudo para verificar os rostos das selecionadas. O álbum tinha ficado guardado por muito tempo, fora da minha vista, porque sentia desconforto toda vez que o via. O pessimismo pela Seleção estar chegando.

Agora estava folheando ficha por ficha, mesmo que não pudesse saber quem a garota era. A cada detalhe sobre a vida das Selecionadas,me senti mal por tê-las ignorado por tanto tempo. Elas me viam com expectitiva,era justo que eu também as visse assim.
...

"Kerttu" bati em sua porta esperando em vê-la acordada como em todo aniversário,mas me admirei de ainda vê-la dormindo.

Minha sobrinha era o tipo oposto aos outros que conhecia. Todo aniversário que fazia era motivo de acordar cedo para aproveitar ao máximo o dia. Qualquer pessoa no palácio já sabia que ela iria passar por todos os lugares fazendo um completa confusão. O que tinha acontecido para ela estar dormindo?

Não perdi tempo em colocar minha ideia em prática.

" Hoje é o seu dia. Levanta, dorminhoca."

Foram precisos cinco segundos com cócegas para que ela desse um grito ensurdecedor.

" Eu vou te matar." Disse me batendo com uma força que não parecia ser dela. Foi preciso bastante esforço para segurá-la.

"Calma, princesa. Está ficando forte, hein...Eu trouxe uma coisa para você, ou melhor:duas."

" Nunca mais faça isso,ainda mais no meu aniversário." Aponta o dedo indicador para mim."Eu estou falando sério."

" Tudo bem..." Ri mais uma vez" Mas agora me responda. Você nunca para quieta nesse dia, por que dormiu até mais tarde dessa vez?"

Deu de ombros.

" Eu perdi o sono e fiz maratona com os filmes que ganhei na minha televisão. Acho que estava muito animada para hoje. O que você trouxe?" Ficou tentando olhar atrás de mim. Abaixei para pegar o embrulho e as flores em baixo de sua cama.

"Feliz Aniversário, princesa. Espero que não ligue para os embrulhos mal feitos..."

"Ai,nossa, são lírios!" O rosto dela se iluminou." Como você sabe que são minhas minhas flores preferidas?"

Soltei o ar.

"Escute.O que eu tenho para dizer precisa ficar entre nós..."

" O que você aprontou e o que isso tem a ver com as flores?" Me olhou desconfiada.

" Ontem eu fui a estufa buscar as flores para você. Mas acabei encontrando uma selecionada, ou melhor, eu não a vi porque ela fez questão de seguir a regra de só nos vermos hoje. Ela falou que seria injusto com as outras e eu concordei. Por isso, conversamos com a barreira de uma árvore e foi aí que ela me disse sobre ter te conhecido e sobre os lírios."

" Então, você não sabe até agora quem ela é?"

"Exato, e sei que é errado, mas eu preciso que você me diga quem é ela. E não diga isso a ninguém por favor sobre o que acontenceu, nem para a familia,muito menos para as selecionadas que você conhecer hoje."

Kerttu deu duas piscadas e um sorriso brincalhão.

" Ah, não me diga que você não vai..."

"Se ela não te contou, deve ter um bom motivo."

"Kerttu,por favor." Insisti quase dez vezes. Ela estava irredutível." Você me conhece desde sempre e Ela a menos de um dia,mas está contra mim?"

"Estou no time das garotas." Piscou.

"Kerttu..."

" Não vou falar, queridinho."

E riu da minha cara frustrada.

"Nunca mais compro presentes para você"

" Eu duvido muito. Você me ama."Ela deu a língua rasgando seu embrulho.

" Malandra." Resmunguei.

"Nossa que linda, obrigada tio." Deu um beijo no meu rosto ao ver a pulseira que escolhi de uma revista com a marca que ela costumava usar.

"É da cor que você gosta."

"É..."Falou colocando a corrente de pedras roxas no pulso"Vai até combinar com meu vestido de hoje.

Ouvimos uma batida na porta. Era o resto família chegando para lhe dar os parabéns. Antes que eu pudesse sair de seu lado,ela segurou meu pulso.

" Você fica mais tempo aqui para ver o documentário das selecionadas?"

Tinha até me esquecido.

"É nove horas, não é? Sim,eu não posso descer mesmo, para ver no Grande Salão..." A menos que quissese conhecer outras selecionadas antes da hora.
...

Um tempo depois, me joguei em dos pufes e Kerttu se esparrou no sofá com o controle nas mãos. A reportagem era em cima da chegada de cada grupo de selecionadas ao terminal do aeroporto de Angeles. Entre cartazes e gritos, foram filmadas as passagens por um tapete vermelho até o carro.

Ao mesmo tempo, também era televisonado um rápido desenvolvimento de imagens das despedidas nas províncias e comentários de repórteres sobre o que achavam das damas.

Aproveitei esse momento para encher a paciência de Kerttu.

" É essa a moça, não é?" Perguntei quando Paige Stuart apareceu na tela.

" Não sei..." Kerttu riu.

" E essa?" Dessa vez Phoebe Lautner surgiu acenando com um grande sorriso e conversou de maneira animada com as pessoas para quem dava autógrafos. 
"Pode ser que sim,pode ser que não..."

"Acho que não."falei pensativo analisando a morena" Porque a garota com quem falei parecia ser meio quieta, essa é bem mais aberta. Está aí,eu vou perguntar de todas que se mostrarem um pouco tímidas ao chegarem."

Me virei entusiasmado para Kerttu e elea rolou os olhos..

"Se você acha... Não tem como saber quem é só assim... Qualquer uma pode ficar timida com a atenção de tanta gente."

" Essa aí... " A interrompi"Yasmin Fitcher,ela está bem sem graça."

"Talvez seja." Kerttu respondeu aquilo de forma lacônica para mais umas oito Selecionadas.

Bufei cansado. Possivelmente aquele meu critério não iria ajudar em muita coisa...

"Falando em gritos. Eles não pararam de ecoar na despedida de Bridget."

A ruiva surgiu acompanhada de três Selecionadas. Entre elas, Jade Bennet, que Kerrtu disse saber quem era por causa de desfiles de moda. Elas saíram atendendo aos fãs pelo tapete,deixando para trás duas garotas identificadas como Suki Cheng e Rosie Ambers.

O sobrenome Cheng me lembrava alguém importante da diplomacia, deveria confirmar depois. E Rosie Ambers,bem...me avisaram desde o fim do sorteio de que esse era o nome da filha adotiva de uma ex Selecionada que quase casou com meu pai. Estranha essa situação. Julgava ser muita coincidência ela estar ali.

As imagens de ambas foram rapidamente cortadas para as da despedidida de Bridget. Em todos os lugares,haviam um contingente muito grande de fãs a perseguindo.

"Ah, eu estou doida para conhecê-la!" Kerttu disparou batendo palmas. Balancei a cabeça.

Bridget Collins. Era óbvio que a Selecionada Misteriosa não era ela. A voz teria sido reconhecida por mim no mesmo instante. Já tinha visto e gostado de diversos trabalhos dela a ponto de considerá-la uma das melhores atrizes e cantoras do país.

Ela exalava carisma e felicidade. Gostava de pessoas assim...seria muito bom conhecê-la naquela manhã. Jade também chamou minha atenção. As duas eram inegavelmente atraentes e se mostraram  muito atenciosas com as pessoas que as abordavam.

"A despedida de Suki Cheng,em Ottaro, foi cheia de honras. Sua família estava muito bem comportada. Isso é sinal de que sua educação foi nobre. Suki,com certeza, daria uma ótima princesa."

Sorri ao ouvir essa narração.

"Família quieta, garota quieta. Achei Ela!" Levantei de onde estava sentado. Kerttu ergueu uma sobrancelha me deixando envergonhado. Exagerei na euforia? 

" Hum... já está apaixonadinho por essa tal selecionada garota. Vou guardar isso."

"Hein? Não." Ri tentando recompor a seriedade." Isso é fruto da curiosidade.  Não misture as coisas nessa sua cabeçinha maluca, ok?"Baguncei seu cabelo fazendo-a gritar " Então,é a Suki, né?"

"Talvez." Kerttu se remexeu na cadeira sem tirar os olhos da televisão. Interpretei isso com um sinal de nervoso.

"Dessa vez eu tenho certeza. Sua reação entregou tudo"Dei um leve peteleco no cabelo de Kerttu ao me sentar ao seu lado, e voltei a olhar para tela.

A asiática tinha uma postura simples e sorridente. Aparentemente ser de poucas palavras, como a garota com quem falei, apesar disso não impedi-la de conversar. Pensei em como abordaria o assunto a descoberta com a chinesa. Ela ficaria chateada por isso?

Balancei a cabeça.Claro que não.Se tratava de uma competição.Qualquer selecionada iria gostar de ter o mínimo de reconhecimento,mesmo com sua perspectiva de que não queria ser injusta com as outras. Joguei o pessimismo de lado, retornando a me concentrar.

Observei a imagem de Suki e Rosie trocando sorrisos. Elas tinham ficado por último na porta. Suki saiu na frente,deixando a loira para trás com uma expressão indecisa sobre qual lado atender primeiro. Era óbvio que não estavam acostumada a toda aquela atenção como Jade e Bridget.

As imagens dela se despedindo de conhecidos foram breves. Um grande foco foi a sua apresentação no palanque com seu rosto um tanto avermelhado e um sorriso discreto. Minha mente alertou: garota reservada, mas aquele caso já estava concluído, não?

O abraço de Rosie com Kriss Ambers também foi bem duradouro. Sorri de lado. Era uma cena bonita de se ver:as duas pareciam estar emocionadas enquanto conversavam.

"A selecionada surpreendeu muitos ao tratar bem algumas crianças e fazer desenhos de flores em sua mãos. Muito delicada essa garota."

" Rosie, eu também quero um desenho." A voz era de uma menina de no máximo dez anos.

"Eu também" disseram mais cinco crianças que formavam uma fileira horizontal de cadernos desenhados.

"Flores...?" minha mente ia ligando os pontos. " Kerttu..."Encarei minha sobrinha,mas ela não me olhou de volta.

"Talvez"disse com atraso.

Uma câmera focalizou o desenho de dois cadernos lado a lado com flores desenhadas ao lado da assinatura.

" É ela..." Meu sorriso se formou ao vê-la rir com a menina onde desenhava uma flor na mão. A ação, pelo visto,foi repetida para várias que estendiam a mão. Sem delongas,mostravam a chegada de mais outro grupo ao tapete."É a Rosie,né?"

Olhei com triunfo para Kerttu.

"Talv..."

" Talvez nada. É ela. Qual a chance de outra selecionada gostar tanto assim de flores e se arriscar de ir estufa depois do toque de recolher?"

"Ah,quer saber... é ela sim." Cruzou os braços bufando."Feliz?"

"Muito" Não conseguir não rir de sua cara de tédio. E mal podia esperar para ver a reação de determinada senhorita...


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Notas finais do capítulo

E acabou... :(

Estou bem animada para colocar os proximos capítulos (CABEÇA FERVENDO DE IDEIAS AQUI hehe)
BJSSSS



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