Uma Seleção com Rosie Ambers escrita por ANA


Capítulo 13
Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

OI,OI, RESSURGINDO DAS CINZAS... ;)

BJS, boa leitura, povo!



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Conforme andávamos, podia ver mais bancos como aquele que tinha percebido estar sozinho na entrada do jardim. As árvores começaram a ficar mais frequentes pelo caminho. Sua copas eram imensas. Osten me falava sobre uns jogos de baseball que participava no canteiro, dizendo que era um ótimo rebatedor.

"Uma vez nós fizemos uma partida da minha família contra os guardas. Kaden e eu tivemos que salvar o time, porque meu pai, Ahren, Eadyln e Erik são um fracasso total. Ahren jogou a bola para o lado oposto e meu pai conseguiu fazer o bastão voar longe ao rebater." Rio só de imaginar essas cenas. "Até minha mãe conseguiu fazer mais pontos que eles, mesmo não sendo muito de jogar."

"E Kerttu?"

"Ela estava com o pulso quebrado."

"Como?"

"A Eadyln escondeu isso bem da mídia. Acontece que não havia muita explicação para o tamanho da região que tiveram que colocar pontos e demorou bem para cicatrizar. Kerttu..." Ele comprime o riso." Pulou de cima de uma árvore, alegando que sabia dar um mortal."

Solto o ar em choque colocando a mão na boca.

"Ela poderia ter..." Não consigo completar.

"Sim, foi perigoso, mas você não viu nada." Ele ri olhando para minha cara." Ela já quebrou pé, pulso, joelho e queixo. Minha irmã ainda vai ficar maluca."

"Uou. Percebi que ela é bagunceira, não sabia que era tanto. Acho que subestimei a princesa." Digo o acompanhando nas risadas.

"Com certeza." Responde, e em seguida me lança um olhar divertido.

"Por falar na minha sobrinha, como ela conseguiu te convencer a dançar?"

Escondo os olhos

"Eu não sei. Só fui dar parabéns atrasado para ela. Não queria ter me metido nessa confusão..."

"Não queria estar na pista com ela?"diz confuso."Você parecia estar gostando..."

"Queria, mas não." Osten ergue uma sobrancelha." Eu gostei de dançar com ela, mas o problema eram as câmeras.A impressão que eu tive é capturaram cada momento."

Dá de ombros.

"Pois é. Não é atoa que vocês estão na capa do Jornal de Angeles e de várias edições de revistas nacionais."

"O quê?" Eu praticamente grito e paro de andar. Ele desata a rir." Você está brincando comigo, não está?" Osten nega com cabeça ainda gargalhando. Seus ombros se movem enquanto ele ri.

"Ai, não" seguro meu cabelo. Começo a respirar descompassadamente. Eu até considerei a possibilidade de estar no jornal, mas não na primeira página. Aquilo era demais para minha cabeça. Quem sabe o que estariam comentando de mim no jornal, e pelo país afora?

"Você não gosta muito de holofotes,não é?" Nego com a cabeça.

" Eu não estou acostumada"

"Certo, mas não sei porque o drama" ele diz se recuperando, enquanto nos fazia andar de novo" Você estava linda." O quê? Pisco duas vezes, vendo o sorrir de lado. Ele me  acabou de me elogiar?"E eu li algumas das reportagens antes do café. São boas, caso esteja preocupada. Eles falaram bem de você e de outras candidatas também."

"Obrigada" Digo desviando o olhar para frente.Espero que não tenha ficado muito vermelha.

 Segundo depois, chegamos ao canteiro. A grama verde clara estava muito bem aparada. Era possível ver uma movimentação de pequenos seres ao longe.

"São esquilos ali?" Questiono.

"São sim. Eles vêm da floresta que temos aqui" Aponta para o lado, onde a concentração de árvores é muito maior do que a da região onde estávamos andando. Tinha a impressão de nem a luz do sol poderia enxergar direito se estivesse abaixo delas." É um lugar preservado,apesar de não ter animais de grande porte, dá para achar essas espécies por lá"

"É... ainda bem que não tem nada de mais" comento.

"Tipo o quê?"

"Sei lá... ursos." Osten ri outra vez.

"Está doida? Isso só se vê nas reservas."

"Graças por isso." Digo suspirando.

"Parece que alguém tem medo de ursos..." Brinca.

"Você não?" Olho para ele.

" Não tenho medo de nada."Diz inflando o peito.

"Sei..." Murmuro."Sabe como eles te matam?" Ele presta atenção diante da minha pausa." Te abraçando. É assim que te sufocam."

"Que forma adorável de morrer..." Reviro os olhos e olho mais um pouco para o canteiro. Minha visão não enxerga o limite disso.

"A gente também anda a cavalo por aqui." Ele comenta." Se andarmos bem mais para frente, encontramos as muralhas que cercam o castelo. Mas, agora, acredito que seja melhor voltarmos para eu te mostrar o outro lado."
Assinto, e Osten nos faz dar meia volta.

" Você já experimentou jogar alguma vez?" diz depois de andarmos um pouco em silêncio.

"O quê? Baseball? "Ele afirma com a cabeça.

"Já, poucas vezes. Meus pais tem amizade com uma família. O homem se chama Lou e ele trabalha como um dos ajudantes da equipe de Columbia." Eu falava do padrasto de Tyler. "Já conseguiu liberação para todos jogarmos um pouco depois de um treino no estádio. Meu pai conseguiu aprender bem mais rápido que eu, e me ensinou a rebater outros dias no parque com toda paciência do mundo."

Falar do esporte me dava melancolia por lembrar de certo alguém. Ele estava presente no dia em que jogamos no estádio. E, na verdade, eu não falaria aquilo, mas Tyler me ajudou muito mais do que meu pai, já que ele mesmo fazia parte de um clube disso.

"Então, você joga!" Osten exclama.

"Mais ou menos."

"Não importa. Quero vê-la fazer isso qualquer dia desses." Comenta. Sua fala espontânea me alertou para um detalhe: pelo visto, não seria eliminada naquele dia. Isso me deu alívio, pois não era do meu feitio me despedir de todas as pessoas que conheci ali. Mesmo em pouco tempo, eu já gostava muito das minhas novas amizades.

"O que você achou da festa de ontem?" Pergunta de repente.

"Ela ficou ótima."

"Tem certeza que gostou? Eu a vi se retirar bem mais cedo do que as outras selecionadas."

"Eu não estou acostumada com festas. Naquela hora já estava bem exausta."dou de ombros." Mas eu gostei de tudo e tenho certeza de que os outros convidados também." Disse enquanto Osten nos desviava de um arbusto.

"É. A Eadyln cuida bem dessas coisas.Ela ama festas. Já eu, fico mais por obrigação"

Franzi a testa.

"Achei que gostasse."ele me olha ."É que você parece ser bem sociável."

"É. Eu gosto de conversar, mas prefiro reuniões de negociação ou familiares. Não tenho que aturar tantos jornalistas ao meu redor bancando abutres. Eles ficam procurando qualquer movimento que possa gerar um furo de reportagem. Como ontem, na hora em que fugimos. Iriam provavelmente inventar que estávamos tendo um encontro em horário proibido " Concordo com a cabeça. "Eu queria aproveitar para me desculpar pela indelicadeza. Te puxei com muita força na hora de correr."

É sério que ele estava se desculpando por isso?

"Não! De jeito nenhum! Só tive um pouco de trabalho para correr,mas isso porque estava de salto."

"Certo.Só que, ainda assim, lhe devo explicações."Fala num tom baixo e para de andar. Eu lhe encaro em dúvida. "Sobre Delfina."

" Ah. Você não tem que me explicar nada." Eu estava,sim, curiosa, porém, algo na sua expressão me dizia que estávamos em uma área delicada. Eu não queria que Osten se sentisse obrigado a se abrir comigo sobre algo tão pessoal, nós éramos praticamente desconhecidos... 

"Mas você ouviu e vai ficar com perguntas na cabeça."

"Você não é obrigado a respondê-las." Rebato.

"Ela e eu sempre fomos amigos." Ele me ignora, suspiro prestando atenção." E descobrimos que nos gostávamos na início da adolescência. Mas Delfina se encantou por Oliver antes de termos algo concreto. Ele e eu nos odiamos desde pequenos, o que acabou por me deixar mais frustrado. De tantos que ela poderia escolher para me substituir, logo ele..." Balança a cabeça e retoma nossa caminhada." Mas não tenha pena. Isso faz anos. Delfina e eu, por mais que Oliver não goste da ideia,somos bem amigos ainda." Sorri, ao que retribuo.

Avaliando seu rosto, Osten parecia estar tranquilo quanto a essa situação. Suspiro pensando que eu não tinha a mesma sorte de com Tyler, sabe lá o quanto Veronica tinha moldado sua mente contra mim.

"Delfina é legal."comento depois de um breve silêncio." Eu conversei bem pouco com ela, eme surpreendi ao saber que é mais nova do que eu. Ela parece tão mais madura."

"É só o que parece." Osten solta uma risada fraca. "Ela só perde para o irmão."

"O rei Nathaniel ou o príncipe Lorenzo?" Ele me olha de sobrancelhas arqueadas.

"Ainda pergunta quem? Não percebeu a falta de juízo do Lorenzo quando dançou com ele na festa?" 

Rio fraco.

"Nossa... achei que vocês fossem melhores amigos. Ele me disse isso..."

"E somos. A gente se vê algumas vezes por ano desde a infância. Quando a família dele não vinha, a minha ia para Itália. Mas...quanto ao jeito dele, não me entenda mal: Lorenzo é um pouco afobado quando se trata de mulheres."

Então minha primeira impressão do italiano não estava errada...

"Vi ele conversando com você e as outras selecionadas ontem. O que ele falou?" Seu olhar expressa curiosidade. Dou de ombros.

"Ele falou sobre a Itália e do vinho de lá" Osten solta o ar pela boca rindo. Encaro-o boiando."Ele não muda mesmo. É esse o papo dele quando quer impressionar estrangeiras. Pelo visto,vou ter que ficar de olho em vocês."

Osten arqueia a sobrancelhas sorrindo.Já eu arregalo os olhos, porque a Itália foi realmente grande parte do assunto da conversa com Lorenzo na mesa e na dança.

"Estou brincando,relaxa.De verdade. Eu sei que meu amigo é louco, mas nós dois nos respeitamos bem" Diz com convicção. Ele fecha o assunto falando que estávamos ao quase chegando à entrada principal jardim.

"Você prefere se sentar ou ver o outro lado primeiro?

"Não sei." Ainda estou processando o assunto sobre Lorenzo. Não bastava toda aquela conversa estranha, ele ainda me deu um bendito de um bilhete!

"Já andamos um bom pedaço de ida e volta. Está com sapatos altos?"

"Estou." Digo prestando mais atenção em Osten.

"Deve estar cansada de andar. Pois bem, acho que podíamos ficar..." Vasculha o ambiente com os olhos." Ali." Ele aponta para um banco entre duas grandes árvores.

"Tudo bem." Não era má ideia... meus pés estavam começando a doer.

"Então, acho melhor fazermos isso direito." diz  soltando meu braço, ao passo que sentamos.

" Como assim?"

"Estou aqui só falando da minha vida, mas a intenção era conhecê-la." Ele se aproxima um pouco mais e,para piorar, põe  o cotovelo na perna e olha para mim sorrindo de lado. "Como era sua rotina?"

Uma vez, ouvi Hanna e Taylor falarem que a maioria garotos que as beijaram faziam uma espécie de jogo, chegando perto antes de 'atacar'. Não que eu achasse que Osten faria aquilo comigo, mas meu cérebro deu um sinal de alerta na mesma hora.

"Meu dia a dia não era muito interessante" Cruzo os braços desviando o olhar para a floresta a frente." Acho melhor você falar mais um pouco sobre a sua vida, porque eu,basicamente, ia para a escola e voltava para casa todos os dias. Nunca fui muito de festas ou de sair para passear na rua."

Aquela era a pura verdade. Não tinha tantos planos e atividades quanto as meninas da minha sala... Sempre me considerei a mais monótona.

"Ah,vamos lá. Você podia ao menos podia sair de casa. Ver pessoas normais, sabe o que eu quero dizer, né?" Volto a olhar para ele. Minha vontade era de chegar um pouco mais para lá no banco, me deixaria mais sossegada. Mas como faria isso sem que ele percebesse ou se ofendesse?

 "Eu sempre quis ir para uma escola de verdade, mas não pude por causa de regras de segurança. Meus professores eram particulares." Seu rosto expressa certo chateamento.

"Você não perdeu nada." Digo, fazendo-o erguer as sobrancelhas. "Sério. Só se você realmente gostar de professores rabugentos,pessoas falsas, piadas de mau gosto,provas surpresa, trabalhos de curto prazo..."

"Bem melhor que ter estudar ouvindo grilos."Osten interrompe minha interminável lista de razões para odiar o colégio." É ruim ser o único aluno,acredite. No seu caso, você podia conversar com alguém quando estava entediada..."

 "Nem tanto." Faço uma careta." Em sala de aula eu não era muito de falar com ninguém."

"Você ficava simplesmente calada?" Ele parece atônito. É isso aí, Osten. Pessoas como eu ficam encarando a carteira,o teto,o lápis,o livro e o caderno enquanto os outros conversam ao redor. 

"Vou aliviar um pouco." Suspiro me ajeitando no banco. "Eu conversava, sim. Mas era quando meu melhor amigo, Tyler, se sentava por perto e puxava assunto. Ele tinha outras amizades também, claro. Nâo ia ficar vinte e quatro horas do meu lado. Nós crescemos juntos,por isso nos falamos." Respondo com a imagem de Tyler, infelizmente, voltando a minha cabeça. 

 "Você." Ele parece hesitante ao falar." Só conversava com um garoto?"

"Ah, eu tenho primas praticamente da minha idade."Dou de ombros" Elas contam como minhas amigas." Sorrio." Só não eram da minha escola, mas a gente se via quase todo final de semana."

O sorriso dele se abre também. 

"Como são elas, suas primas?"

"Malucas." Ele acha graça." Mesmo. Elas me matariam se soubessem que estou falando delas para você assim, mas não há palavra melhor para descrevê-las. Elas gritam e festejam por tudo. Quase me deixaram surda quando ouvimos meu nome no sorteio. Eu estava na casa delas."

"Elas realmente gritaram?"

"Como crianças,e pularam em cima de mim." Osten ri mais. Vejo que ele se distraiu olhando para frente. Era o meomento perfeito para por em prática meu plano de fuga. Finjo me ajeitar no banco, levantando, mas quando sento, estou a um palmo de distância do que estava.

"Elas tem que idade?" Pergunta olhando novamente para mim.

"Taylor tem dezoito como eu. Hanna é um ano mais nova." Respondo dizendo um YES mental por ele não ter notado nada."Elas se ligam sobre tudo das monarquias e celebridades. Se não fosse por elas, eu não ficaria sabendo de quase nada."

"Então não se interessa pela família real de Illea." Semicerra os olhos. 

Ai. Por que será que eu falo tanto sem pensar?

"Não é isso! Eu só não leio muito as revistas que falam sobre vocês. Esse é o hobbie delas. Eu acompanhava o jornal de Illea para saber o básico."

"Hum...certo." balança a cabeça."É quanto ao resto da sua família? Seus pais, irmãos?

"O nome da minha mãe é Kriss e o do meu pai é Elliot. O dela você já devia saber." Sorrio sem graça. Ele assente "Eles não planejavam ter filhos, mas minha mãe não teve coragem de me entregar ao orfanato quando me deixaram na porta de casa. Por isso sou filha única."

Osten continua prestando atenção.

"Os dois são bem ocupados por trabalharem como professores da Universidade. Só que não significa que não me deem atenção. Meu pai sempre cuidou comigo da estufa e do jardim da nossa casa. Por causa das suas pesquisas de botânica, ele me mostrava nomes e amostras de plantas recém descobertas, e também me levava na sorveteria nos dias de tédio...Ele sempre mistura sabores que não tem nada a ver. Do tipo abacaxi com limão, amora com laranja." Sorrio lembrando e Osten faz um careta." Verdade. E a minha mãe que me fez ficar viciada em leitura. Ela criou o costume de trazer livros da biblioteca da faculdade para lermos juntas. A gente criou até uma coleção de  marcadores artesanais para ler vários livros ao mesmo tempo e não esquecer onde parou.Quando não tínhamos a continuação de algum volume, ela saia como uma louca pelas lojas procurando comigo.  E..."

Eu paro de falar.

" O que foi?" O príncipe franze a testa.

" Desculpe. Eu devo ter te cansado com esse monólogo." Osten ri fraco.

" Pelo contrário. Estou admirado de te ouvir narrar algo sem parar. Não te vi fazer isso até  agora." Ele se encosta no banco." Por favor, continue. Eu estou gostando."

"Mesmo?" Digo incrédula.

"Mesmo."sorri. "O que você ia falar.?"

"Ah, eu acho que era sobre um livro que gosto." Ele faz um sinal para que eu prossiga. Solto uma risada nervosa antes de retormar o discurso. Não evitei pensar que aquela era a primeira vez na vida que conversava tanto com alguém novo. O que raios estava acontecendo comigo?

...

 Estátuas. Haviam quase vinte delas expostas atrás do Grande Pátio, um lugar de festas e eventos por onde passamos rapidamente. As esculturas eram de um tom entre branco e rosa. Osten disse que representavam líderes políticos e alguns heróis da nação.

"Elas começadas pelo meu tataravô Porter e terminadas pelo meu avô Clarkson. Como você deve saber, a seleção do meu pai foi cheia de revoltas." Concordo com a cabeça. "Os rebeldes depredaram a maioria, então ele mandou restaurar,e acrescentou mais duas."

Aponta para atrás de mim. Me viro vendo uma a figura de um homem e uma mulher sentados. O homem olhando para cima sério e a mulher sorrindo com os olhos em um livro no colo.

"Meus avós Clarkson e Amberly." Explica." Meu pai disse que ele era muito rigoroso e quase nunca sorria. Já minha avó era muito quieta e calada, mas era doce e carinhosa." Suspira."Queria tê-la conhecido."

"Sinto muito. Minha mãe a conheceu.  E disse que nunca havia visto uma mulher que pudesse expressar tanta elegância de um jeito humilde de ser." 

"Obrigado." Trocamos um breve sorriso.

Eu havia lhe contado antes sobre meus avós também. Os paternos: Sarah e Roger que tinham falecido; e os maternos: Annie e Josh que ainda estavam vivos.

Isso foi dito depois que ficamos vários minutos conversando sobre os meus livros. Osten não era tão viciado quanto eu, no entanto, se interessou por alguns enredos. Segundo ele, suas visitas à biblioteca eram mais para consultar dicionários de inglês e outras línguas  e revistas sobre a política Nacional e internacional.

Como sobrava pouco tempo para descansar, ele lia poucos livros de ficção. Passava a maioria de seu tempo na sala de cinema do castelo. Minha mãe tinha me contado sobre ela... Osten falou que ficava até depois do toque de recolher vendo filmes e séries em vários idiomas diferentes. Só com essa desculpa do estudo para o deixarem ficar por tanto tempo lá.

Alguns dos MUITOS programas que ele via eu até conhecia e aprovava. Nosso diálogo se estendeu mais ainda sobre eles. A cada minuto que passava, eu me sentia cada vez mais confortável para conversar com o príncipe. Não parecia que eu o conhecia a apenas dois dias.

Não sei o que aconteceu. Talvez ele tenha me passado segurança com sua calma e bom humor durante toda as vezes que nos falamos...Perdemos a noção do tempo. Fomos abordados por um guarda em ronda no meio da conversa.

Ele avisou que faltavam uns vinte minutos para o uma reunião com um diplomata que havia dormido palácio e exatamente uma hora para o almoço. Foi o momento em que Osten se dispôs a mostrar o resto do castelo para mim.

"Acho que já terminamos. Quer dar uma passada rápida na estufa antes de entrar?"

"Você não tem a reunião?."

"Não se preocupe,temos tempo." Dá uma psicada" Então,vai querer?"

Ele ri ao me fez concordar animada. Osten nos guia por um novo caminho que dá no corredor de paredes verdes. Assim que chegamos à estufa. Eu me solto educadamente do braço dele e ando até a fonte.

"Colocaram uma flor nova."explico olhando-o sob o ombro. Me agacho com cuidado para ver. A planta estava num vaso pequeno e redondo.

"Ela é bonita." Ouço Osten chegar do meu lado.

" É uma Rosa do Deserto. Ela nasce na África, É muito raro achar uma aqui no país" Digo me levantando.

"Você sabe o nome de todas as plantas daqui?"

"A maioria eu acho que reconheço. Do seu lado,por exemplo, estão as margaridas que a Kerttu plantou."

"Onde?" Ele olha para baixo curioso.

"Cuidado não pisar nas gérberas." Alerto quando ele dá um passo para trás e quase esmaga as pobres flores.

"Ops, quase!. Achei que fossem girassois."

"São plantas parecidas. E para colaborar elas estão amarelas. Fica bem mais fácil confundir. Essas brancas, aí, que são as margaridas."

"Ah, sim." Ele olha para a direção que indiquei."Kerttu passa todos os dias aqui para regar" Comenta.

Caminho até perto da árvore e aponto para o chão.

"Essas são antúrios e copos de leite. Grudadas na parte de cima dessa árvore estão orquídeas e ali atrás os lírios que você me pediu para pegar. Por falar nisso,ela gostou? " Ele assente sorrindo.

"Já está até reclamando porque estão murchando."

"É. Eles foram tirados da terra..." dou de ombros. Vou até uma bancada dali.

"Eu sei que nesses três vasos tem cravos, crisântemos e perpétuas."aponto para cada." O nome dessa última é assim, inclusive, porque ela suporta qualquer tipo de clima. É muito resistente."

Volto para perto dele, na fonte, apresentando as peônias plantadas ao redor dela.

"E essa daqui?"Me assusto quando, de repente, ele enfia as mãos em meus cabelos, jogando-os para trás.

Relaxo ao ver que Osten está tentando prender uma flor na minha orelha.

"Ficou linda." Retribuo sem graça seu sorriso e tiro a flor da minha orelha para olhá-la.

"É uma Camélia. Eu sempre quis ter uma dessas lá em casa... Mas ela estava muito cara para comprar."

"Você sabe mesmo sobre esse assunto." Sorri de lado e pega a flor da minha mão." Se importaria se eu colocasse de novo no seu cabelo?"

Digo 'não' com um pouco de vergonha. Ele dá um passo a frente e repete a ação de segundos atrás. No entanto, em vez de se afastar, como da última vez, ele abaixa a cabeça na direção do meu rosto.O suficiente para ativar meu instinto protetor e fazer Osten parar dentro da fonte. Coloquei as mãos na boca chocada. Por causa delas, o príncipe fora empurrado com tudo.

Ele me olhou perplexo. Não tinha ideia alguma do que fazer diante daquela cena. Ajudá-lo a sair?ajoelhar e pedir mil desculpas? Sair correndo do castelo e não voltar nunca mais? Essa última era uma excelente opção.

"Você pirou?" Disse se levantando sem as usar as mãos que ofereci.

"Me desculpe, eu não queria ter feito o isso. Eu achei que você ia...ai, céus, você se molhou inteiro."Passo as mãos pelo cabelo." Eu sou um desastre. Eu sinto muito, muito mesmo Osten. Posso tentar chame um guarda para trazer uma toalha ou você prefere..."

"Rosie." Ele corta com a voz séria a minha frente,o que me fez parar. A água de sua calça fazia uma poça no chão. Parabéns, Rosie! Você o irritou.Estava tudo bem entre vocês e por um ação estúpida, está tudo estragado. Osten balançou a cabeça olhando para o cima e voltou a me encarar." Por quê fez isso?"

Abri a boca hesitante. Como dizer a verdade se ela é contrangedora?

"Achei que você ia... você sabe.." Ele me olhou sem entender, até erguer as sobrancelhas.

"Te beijar?" Assinto e desvio o olhar para o chão.

"Eu estava querendo ver seu colar de perto!" Exclama.

Coloco a mão no objeto na mesma hora. Era a hora de bater palmas pela burrice da garota! Meu colar de dois pássaros dourados era um presente de nascimento, coloquei ele de última hora por estar com saudades de usá-lo.

"Desculpa." Digo cruzando os braços sem graça, ainda sem olhar para Osten.

Ele bufa.

"Eu já tinha percebido que você não é dessas que beijam no primeiro encontro. Eu iria respeitá-la! Não sou um carrasco para te forçar alguma coisa. " Sua voz era ofendida.

Em vez de abrir minha boca para sussurrar outras desculpas, minha frase trocou.

"Você disse beijo no primeiro encontro?" Encaro-o.

"Quê? Disse" Fico confusa. Sua fala me gerou suspeitas.

"Beijou alguma das três garotas no primeiro dia?" Engoli o seco. Era impossível. Osten não parecia ter esse perfil... Isso não combinava NADA com sua postura cavalheira.

"As outras não recusaram" diz em som baixo dando de ombros. Olho-o atônita. ELE BEIJOU TODAS?

"Você quer dizer que já beijou a Clairy, a Emma e a Bridget?"

"É."Parecia hesitante.

"Em um só dia?" Continuo. Osten me olha como que perguntando: você é lenta ou é surda?

"Sim, algum problema?"

"Todo" disparo. Ele franze a testa.

"Como assim?"

"Você não podia fazer isso." Tecnicamente ele podia, era o dono da seleção. "Você não devia" Corrijo.

"Por quê não?"

Agora explica, bocuda.

"Você não pode beijar três garotas em um só dia e ainda tendo acabado de conhecê-las." Opino gesticulando."Assim nem você nem elas vão valorizar esse momento mais tarde. Porque já fizeram logo de primeira."

Osten faz uma careta.

 "De onde você tirou isso?"

"Isso é meio óbvio de perceber"dou de ombros. Ele coça a testa.

"Espera,deixa eu ver se eu entendi. Está me dando conselhos amorosos?" Me encara.

"Não!"

"Bem... está parecendo."

"Não! Eu só... você acha isso justo? Beijar todas as três? Qualquer garota odiaria saber que recebeu a mesmo gesto romântico que outra. O que acha que elas vão pensar de você?"

Pela honra das garotas, mesmo não indo com a cara da Bridget, eu tinha que dizer aquilo. Osten fica com a testa franzida diante da minha pergunta.

"Elas não vão pensar nada. Faz parte das regras não falar nada que fazem comigo,lembra?"

"Regras." Digo incrédula.

"Da seleção."
Minha boca se abre ao perceber que Osten está certo. O rapaz que me visitou em casa e me passou as regras da Seleção realmente a citou. Ouvi minha mãe comentar do meu lado que era nova. Era estritamente proibido falar sobre o andamento de sua relação com o príncipe para as outras garotas, sob pena de eliminação. Eu tinha entendido na hora que a intenção era evitar problemas entre nós, mas, agora, começava a duvidar disso.

Observo seu rosto por um tempo sem palavras. Como pude ser ingênua? É incrível como as aparências enganam. Ali estava eu, achando que o Osten era alguém de alma boa, quando na verdade, ele era mais um garoto que queria só usar as meninas. Que não queria compromisso com ninguém, como aqueles galãs da minha sala que eu cresci vendo dar em cima de todas. A diferença é que o a minha frente usava uma coroa. A essência era a mesma.

"Isso tudo é uma brincadeira? Você quis fazer a Seleção para sair namorando com um monte ao mesmo tempo?"

"Quê?"

"E depois faria o quê? Escolheria uma só para dizer que escolheu?"

Cruzo os braços.Se tinha uma coisa que não suportava era aquilo: pessoas que iludiam as outras. Por exceção, não me preocupei em ser ousada. Só queria mesmo confirmar.

Osten me olha confuso.

"Não! O que te faz pensar assim?"

"Sei lá. Talvez o fato de você ter beijado várias de uma vez. O mínimo de decência teria evitado isso."

Vejo-o soltar uma risada afônica.

"Está me chamando de indecente?" Diz ofendido.

Ai.

Minha cara murcha. Abro a boca, mas não sai nada. O leite já estava pegando fogo.

"Nossa... Obrigado pela explicação completa sobre o que acha de mim."

" Foi mal" Balbucio mordendo os lábios.

Osten suspira desviando o olhar para longe.

"Vamos esclarecer tudo." Me encara novamente." Você acha que as coisas precisam ser lentas numa relação, não é? Digo, afetos não podem ser instantâneos."

"Sim" Respondo tentando entender aonde ele quer chegar. Osten pigarreia.

"Se me permite perguntar: vamos supor que eu tentasse te beijar depois de muito tempo." Não evito a careta. "Você aceitaria mesmo?" Seu tom é retórico. "Porque todas as vezes que eu tentei me aproximar hoje, deu um jeito de pular fora. Você quase até caiu do banco para se afastar." 

Senti meu rosto queimar. Minhas tentativas de fuga não foram tão secretas assim...

"Eu..." Ele espera a minha resposta. "Eu não sei... " Dou um passo para trás. Que raios de pergunta era aquela?

Ele ergue as sobrancelhas.

"Sou tão ruim assim?"

"Não!" Ergo as mãos em sinal de rendição. " Não é nada contigo. Você é ótimo, mas..."

"Mas?"

Não havia saída.

"Eu gosto de outra pessoa."

Disparo e desvio o olhar para o chão. Não pensei em outra forma de dizer que não iria querer fazer isso de maneira mais educada. Meu coração começou a acelerar. Era a primeira vez que estava falando abertamente sobre o que sentia pelo Tyler. E eu sabia que não era assim que queria admitir, não para outro garoto.

"Você gosta de outro?" Sua voz é cética."É... sério?"

Assinto com a cabeça." Rosie,olha para cima, fazendo favor." Parece impaciente.

Ficamos nos encarando uns cinco segundos. Ele com o rosto sério e corpo pingando, e eu e mais vermelha do que pimentão. Linda cena.

"Se já estava apaixonada, por que participou da seleção?"

"Eu não sabia disso quando me inscrevi, e não tinha como desistir de vir quando fui sorteada." Seu olhar avalia meu rosto.

"E como seu namorado lidou com isso?" Cruza os braços.

"Ele não é meu namorado! " Rebato envergonhada." Ele não faz ideia de que eu. você sabe..."

Osten assente com um olhar estranho. Em seguida bufa.

"Olha,Rosie, eu realmente gostei de passar a manhã com você. Mas depois disso tudo, eu penso que não faz sentido você permanecer aqui. "Ele limpa a garganta." Estou atrás de uma esposa,de alguém que retribua sentimentos por mim e você mesma acaba de admitir que não se encaixa nesse perfil. Entende?"

"Sim,eu.. desculpa." Meu poder de estragar bons momentos era incrível.

"Tudo bem." Suspira. " Você sairá junto com as outras cinco eliminadas essa tarde. "Assinto diante de seu tom decidido."Está livre para aproveitar suas últimas horas nessa estufa,ou em qualquer outro lugar que queira. Foi... um prazer conhecê-la." Osten dá meia volta e se dirige a porta da estufa. Aquela que leva à escada alternativa. Óbvio que ele não iria querer aparecer todo encharcado na entrada principal.

"Osten." Ele se vira.

"Obrigada." Ele poderia ter me enxotado naquele momento mesmo, contudo, me deu um tempo a mais. Eu poderia me despedir das pessoas com calma.  "E eu sinto muito mesmo." Aponto para sua roupa molhada. 

"Sem problema. Vou me retirar para me trocar." Diz acenando com a cabeça antes de sair. Ele teria uma reunião em pouco tempo e teria que se trocar às pressas. Ótimo. Eu o prejudiquei de verdade.

Suspiro me sentando na fonte,o lugar da tragédia. Era bizarro demais de se dizer que eu devia ser a primeira garota, de todas as seleções, que estava indo embora por ter dado um banho de água na Vossa Alteza Real...

 

 


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Notas finais do capítulo

LEITOR: Alô?

(): Olá!Você ligou para a caixa postal da ANA!
Digite 2 caso queira deixar sua reclamação.
3 se quiser explodir a autora
4 se quiser desesperadamente a continuação desse treco.
Recomendavel não apertar o 3, porque aí a história morre aqui mesmo. Kkkkk ;)

P.s:pois é ,meu povo, dessa vez temos a Seleção de um príncipe nem um pouco BV...
Kkkk

P.s.2: preciso muito da opinião de vcs mesmo que seja negativa para que eu avalie se é legal mudar alguma coisa.

Bjss e até o próximo capitulo! Pode deixar que eu já tenho cenas dele iniciadas!



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