Like a Vampire 3: Lost Memories escrita por NicNight


Capítulo 9
Capítulo 9- Os Fundadores


Notas iniciais do capítulo

Oláaaa, mais um capítulo saindo do forno!
Vou falar pra vocês gente, LAV 3 está sendo díficil de escrever mas estou adoooorando! E estamos chegando no ínicio da parte climáx da história, estão preparados?
Enfim, espero que gostem e boa leitura ♥



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Narração Sarah

Acordei no dia seguinte com uma falta de ar profunda, que fez eu arquear minhas costas na cama antes de finalmente respirar normalmente.

Devo ter ficado uns dez segundos encarando o teto, com a mão no coração acelerado e minha cabeça passando pelos eventos da noite passada.

Pessoalmente, o jeito que eu tinha beijado Azusa e que minhas irmãs tinham me arrastado até o quarto, fazendo com que eu fosse seguida de um belo de um sermão vindo da Marie e da Victoria enquanto Nikki e Lua observavam. Depois, Jackson entrou no quarto e perguntou por que estávamos brigando, aí Lua explicou o que aconteceu e ele também me deu um sermão.

Sinceramente, eu acho que nunca fui tão repreendida em toda minha vida, e olha que eu vivo com a Sofie.

Por falar em Sofie, eu tenho que visitar ela hoje. Na verdade, era a única coisa que estava me motivando a sair dessa cama e encarar todo mundo hoje.

Por isso, eu me levantei e coloquei uma roupa qualquer e desci as escadas pra tomar café da manhã.

Mas, quando fui descendo, percebi que estava dando de cara com Marie e Victoria, que estavam bebendo café de suas respectivas xícaras e conversando suavemente até eu chegar.

—Dormiu bem?- Marie perguntou, e eu senti que fora uma pergunta retórica.

—Pior do que eu já havia dormido antes- Respondi, me sentando do lado delas.

—Pelo menos teve tempo pra pensar sobre o que fez, então.- Marie se virou pra mim, e eu segurei uma revirada de olhos:

—Você tá falando que nem uma mãe colocando o filho de castigo.

—Talvez eu devesse te colocar de castigo!- Marie pareceu um pouco revoltada- Anna chorou a noite inteira, sabia?

Senti meu coração parar e depois voltar a bater de forma dolorosa e culposa.

—Priya acabou de contar pra gente.- Victoria disse, de um jeito mais calmo- Sei lá, acho que ela não tava esperando.

—Como que vocês esperam que eu soubesse que a Anna gosta do Azusa?!- Eu questionei alto- Tipo, eu sei que eu errei, mas a Meg me provocou e eu já não tava em boa hora...

—Era exatamente sobre isso que nós duas queríamos conversar com você...- Victoria segurou na minha mão- Não percebemos isso antes, mas você parece estar lidando muito mal com estresse e culpa desde quando a Sofie entrou em estado de coma. Você quer conversar sobre isso?

Senti meu corpo tremer com a menção do estado da Sofie, e não respondi. Minha única resposta foi tirar a minha mão da mão da minha irmã, me sentindo péssima logo depois de fazer isso.

De repente vi Laito e Ayato correndo em minha direção. Arqueei as duas sorbrancelhas:

—O que foi?

—Kanato está vindo até você.- Ayato respondeu- Azusa deixou soltar no meio da mesa de café da manhã que vocês dois beijaram ou sei lá o que. Agora Kanato está furioso.

—Deuses, vocês meninos não sabem MESMO guardar segredo, né?- Victoria reclamou baixo.

—E vocês vieram aqui só pra avisar isso?- Marie questionou, parecendo não acreditar.

—Achamos que gostariam de saber~~- Laito cantarolou, apesar de parecer preocupado.

—...Assustador, acho que essa foi a coisa mais legal que já fizeram pra gente em três anos.- Victoria cerrou as sobrancelhas, mas então um baque na porta nos fez pular de susto:

—CADÊ AQUELA TRAIDORA?

Kanato tinha acabado de surgir, seus olhos lilases brilhando de raiva e com Azusa dando uma corrida (bem devagar, por sinal) atrás dele, junto com seus outros irmãos. Kanato então parou em minha frente.

—VOCÊ!- Ele apontou pra mim- QUEM TE DEU PERMISSÃO DE SAIR BEIJANDO OS MUKAMI?

—Eu não “saí beijando os Mukami”- Me justifiquei- Eu dei um beijo no Azusa por causa de um desafio. E nem teve língua, por sinal.

—NÃO IMPORTA!- Kanato brigou.

—Importa sim!- Priya estava em cima das escadarias- Vem cá, meu querido, quem te deu o direito de ficar gritando com a Sah-chan desse jeito?

—...ELA...- Kanato pareceu hesitar- ELA É MINHA PROPRIEDADE! MEU ALIMENTO!

—Não, ela não é.- Priya desceu as escadas- Ela é um ser vivo, que não pertence a ninguém a não ser a ela mesma. Além disso, vocês dois nem namoram, por que fica nessa cisma falando que ela te traiu?

—Mas vocês SÃO nossas propriedades e alimentos.- Yuma questionou- Foram enviadas pra nossa casa com esse objetivo.

—Eu vou falar de uma vez pra ver se vocês entendem- Priya ficou de frente- Nós somos seres, lindos, maravilhosos, deliciosos, que por algum motivo foram enviadas pra suas casas pra sermos sachê de ketshup. Porém, contudo, todavia, não tem nenhuma regra que diz que não podemos ficar com outras pessoas, ou que vocês sejam nossos donos, ou que vocês possam nos colocar em coleirinhas, mandar na gente e nos humilhar. PORQUE ADIVINHA? Não somos propriedades de ninguém! E principalmente, por não termos um relacionamento fechado com vocês, tirando a Victoria, é claro, vocês não podem considerar isso uma traição.

Os meninos ficaram olhando pra gente como se a gente fosse louca. Fiz um highfive rápido com Priya, agradecida.

—De acordo com o dicionário- Uma voz que fez meu coração dar um pulo apareceu no comôdo- Traição é um substantivo feminino que significa quebra da fidelidade prometida e empenhada por meio de ato pérfido. Se vocês não sabem o que é pérfido, é a mesma coisa de desleal.

Olhando pra frente do comôdo, na porta de entrada, estava Sofie. Ela estava um pouco pálida ainda e tinha os cabelos bagunçados, mas tinha um sorriso de canto no rosto e parecia relativamente feliz.

—SOFIE!- Victoria gritou- VOCÊ TÁ VIVA!

—É claro que eu tô viva- Sofie revirou os olhos- Eu não morro tão fácil, já falei isso pra vocês.

E aí foi aquele caos. Marie ficou berrando pra Nikki e Lua descerem, todo mundo foi abraçar a Sofie. Do nada a Mun brotou com o Jackson e a Yui, o Mao e a Sol também desceram, o Ayato ficou falando “é claro que eu não estava preocupado” e o resto do povo ficou zoando ele...

Mas eu só sei que quando eu abracei Sofie e ela retribuiu com o dobro da força, eu nunca me senti tão calma e revigorada. Todo aquele caos de ontem e agora á pouco tinha sido esquecido, e eu estava feliz.

—Ei! Também estamos aqui, sabe?- A voz de Haruka apareceu atrás de Sofie, e as três irmãs Creedley nos empurraram pra poderem passar e ficar de frente pra gente.

—O que estão fazendo aqui?- Ayato questionou.- Não são bem vindas.

—Não nos importamos.- Cousie respondeu secamente.- Ficamos sabendo sobre o que... Vocês arrumaram ontem á noite. E cuidamos da irmã de vocês, e ela tá aqui, viva. De nada!

—Você sempre é assustadoramente cínica desse jeito?- Mao de repente fez uma breve reverência para a Creedley- Prazer, sou Mao Masa.

—Você tá dando em cima dela?- Sol arqueou as sobrancelhas- Tipo, na cara dura? Você nem conhece ela!

—Não é crime notar a beleza de uma lady tão delicada e charmosa- Mao se levantou- Fala sério, se você fosse solteira, até você daria em cima dela.

—Por favor, se afaste antes que eu acerte seu corpo com uma flechada- Cousie pediu com um tom irônico e um sorriso sinistro no rosto. Mao se afastou:

—Eu amo e admiro mulheres fortes e independentes.

—Tá, ninguém liga.- Nikki bufou.

—Não fica assim, ou ele vai achar que você tá com ciúmes- Lua sugeriu.

—Gente, a conversa tá ótima mas eu tô FALECIDA de fome.- Sofie reclamou- Se vocês não se incomodam,eu quero comer alguma coisa.

—Por "alguma coisa" você quer dizer bolo de chocolate, né?- Victoria riu quando Sofie concordou.

—Então hoje é o dia de sorte de vocês!- Eliza bateu as palmas feliz- Arrumamos um piquinique pra fazermos num jardim aqui perto! Queríamos convidar vocês!

—Por "queríamos" ela quis dizer "Eu, Eliza insisti muito pra tentarmos forçar amizade com aquelas humaninhas que vivem com os vampiros"- Haruka corrigiu, revirando os olhos- Tá, além dessas pessoas que eu claramente não conheço, cadê as outras meninas?

—Por "outras meninas" vocês querem dizer a Brunna, a Daay e a Anna?- Priya perguntou -Porque se sim, elas tão no quarto lá em cima. Anna está ARRASADA por vocês-devem-saber-o-que.

—Ah, sim, ficamos sabendo do desafio de ontem- Haruka revirou os olhos- É bem a cara da Meg fazer isso. Mas chamem aquelas imprestáveis.

—Por que vocês só chegam e mandam as garotas seguirem vocês sem mais nem menos tipo, TODO DIA?- Subaru questionou.

—Eu vou fazer uma pergunta melhor: QUEM SÃO VOCÊS?- Sol bufou.

—Eu vou fazer uma ainda melhor: POR QUE SÃO VOCÊS?- Mao Masa gritou de repente. Porém os dois foram completamente ignorados.

—Eu...- Sofie suspirou- Eu vou lá chamar as meninas.

—_________________________________________________________

Foi uma caminhada até que agradável até o parque. Tenho que admitir, passar tão pouco tempo com os meninos e mais tempo com as meninas estava me fazendo um bem danado, e me poupando bastante dor de cabeça.

E agora que Sol, Mao, Jackson e Yui estavam aqui,não precisávamos ficar mais cuidando de Mun!

Mas é claro, nem tudo eram flores, e eu ainda estava me sentindo mal pelo que havia acontecido ontem. Principalmente agora, que Anna ficava andando meio distante de mim e olhando pro chão. Percebi que ela estava cutucando as cutículas, sempre desviando seu caminho.

Quando chegamos, ajudei Eliza a arrumar a toalha vermelha na grama, e fiquei surpresa quando ela chamou Marie, Victoria, Priya, Daayene e Haruka para ajuda-la a buscar alguma coisa no bosque. Quando todas as chamadas se levantaram e foram na direção das florestas, Eliza fez um sinal com a mão pra sua irmã mais velha, que se sentou ao lado da cesta de comida.

—Se sentem- Cousie gesticulou com a mão para a nossa frente- Se sentem nesse chão desconfortável que nós fingimos que fica melhor se colocarmos um tecido finíssimo nele.

Eu, Sofie, Nikki, Lua, Brunna e Anna a obedecemos rapidamente. Ela pegou uma garrafa de vinho da cesta, e serviu numa taça pra si mesma.

—Por que só nós sobramos?- Lua perguntou.

—Porque vocês são as únicas puritanas daqui, ué.- Cousie respondeu como se fosse óbvio- São as únicas que tem alguma coisa a aprender.

—Eu não me descreveria como uma “puritana”, exatamente.- Cerrei os olhos.

—Talvez não em relação a sua virgindade- Cousie deu de ombros- Mas seu coração é tão abestalhado quanto o daquela criança que vive com vocês.

—O nome da criança é Mun- Sofie respondeu.

Uau, agora eu me ofendi.

—Tanto faz.- Cousie revirou os olhos- Já deviam estar agradecidas por eu e minhas irmãs insistirmos em passar um tempo com vocês. Considere isso uma aula.

—Uma aula?- Brunna pareceu não acreditar.- Você vai nos dar uma aula?

—Daayene, Priya, Victoria, Marie...- Cousie foi citando os nomes lentamente- Todas elas já se deitaram com homens. Já experimentaram da estupidez do gênero masculino quando uma garota está em jogo. Vocês não.

—Pera aí- Sofie interrompeu Cousie- Você quer nos ensinar a deitar com homens? Tipo, não acha isso vergonhoso de você falar?!

—Eu ia preferir encarar uma centena de espadas do que ser calada.- Cousie deu uma grande golada na sua taça de vinho- Vocês querem virar o jogo? Querem manipular e ter os reinos dados pra vocês de mãos beijadas? Mirem nos homens que dominam esses reinos. Sejam mulheres, damas pra eles.

—Você quer que nos paguemos de submissas, basicamente?- Nikki revirou os olhos- Qual a chance!

—Nunca disse que deviam ser submissas.- Cousie deu um sorrisinho de canto.- Vocês viram a reação daquele Sakamaki baixinho e estranho quando ficou sabendo que sua linda noivinha deu um beijo num cara ainda mais estranho que ele. Furioso. É isso. Vocês tem controle sob aquelas pestes que se chamam de príncipes. E vocês nem sabiam disso, mas eu sou uma alma caridosa e contei pra vocês. De nada.

—Existe diferença entre conquistar e manipular- Brunna retrucou- Não sei se seu coração de gelo sabe alguma coisa sobre conquista, mas é assim que se faz.

—Você quer conquistar honestamente seus namoradinhos. Tudo bem por mim.- Cousie respondeu- Mas como pretendem ganhar os lordes e reis e duques e condes de todos os quatro reinos contra KarlHeinz? Pedindo gentilmente?

—Você quer que nós choremos e imploremos pra que eles fiquem com a gente?- Anna mordeu o lábio.- Quer que nós nos finjamos de indefesas mas que sejamos as maiores jogadoras?

—As lágrimas não são as únicas armas de uma mulher. A sua melhor arma... está entre suas pernas.- Cousie então ergueu seu copo- Bebam.

Eu peguei um copo de suco que estava na minha frente e bebi sem fechar os olhos, e percebi o resto das garotas voltando e se sentando ao nosso lado.

—Sobre o que estavam conversando?- Priya perguntou- Parecia interessante.

—Sarah e Anna fizeram as pazes- Cousie mentiu descaradamente.

—...Não fizeram não.- Lua cerrou as sobrancelhas.

—Mas vão fazer agora.- Cousie bufou- O que foi? Querem que eu vire professora de primário de vocês e fale pra vocês darem abraço no coleguinha agora? Acelerem o processo!

Respirei fundo e me virei pra Anna:

—Desculpa que eu beijei o Azusa. Foi irracional e insensível da minha parte. Eu tava... mal ontem. Eu ainda tô mal e... meio fora de mim. Eu não sei o que tá acontecendo comigo, então já queria pedir desculpa se eu fui grossa ou violenta com qualquer uma de vocês...

choro.

—Nós t-te desculpamos, Sah-chan...- Anna respondeu baixo- N-ninguém aqui estava b-bem ontem, mas você só e-estourou... E eu r-reagi de u-uma f-forma e-exagerada.

—Você por acaso é gaga?- Haruka perguntou, quebrando o clima de todo mundo- Todo diálogo que nós temos você gagueja, fiquei preocupada.

—Ei, não fala assim com a Anna!- Daayene brigou.

—Eu só tô falando a verdade!- Haruka se justificou- Vamos ter que trabalhar nessa sua coragem se quiser realmente fazer parte de um exércio tanto militar quanto diplomata.

—Fácil pra vocês falarem!- Marie reclamou- Uma tem um arco e flecha, a outra muda a aparência e a outra controla a água! Muito fácil vocês serem corajosas sendo X-Men!

—Quer tentar segurar meu arco?- Cousie estendeu o arco dela pra Marie- Vamos lá, pode segurar. Eu não envenenei o casco nem nada.

Marie hesitou, e segurou o arco. Mas assim que a arma saiu das mãos da Creedley e foi pras mãos da minha irmã, ela pareceu ter ficado uma tonelada mais pesada, já que foi direto pro chão e Marie não conseguiu levantar ele.

—Parece fácil pra você?- Cousie estreitou os olhos.

—Por que... um arco... é tão... DIFÍCIL DE CARREGAR?!- Marie gritou, tentando tirar o arco do chão com ajuda de Victoria.

—Meu arco e flecha foi feito quase sob medida pra mim.- Cousie deu de ombros-É magico. Mistura habilidade com magia, por isso eu nunca erro. E adivinha? Só os honrados conseguem segurar ele  e usá-lo.

Um silêncio passou por nós enquanto absorvíamos a informação.

—Você me jura que o arco das pessoas honradas pertence á rainha do deboche e da grosseria?- Nikki revirou os olhos.

—Posso ser a rainha do deboche e da grosseria, mas ainda sou uma rainha- Cousie deu de ombros, pegando seu arco e uma flecha das costas, e mirando numa maçã que estava pendurada numa árvore. Ela soltou a flecha, fazendo a maçã cair e a ponta de pedra ficar presa na árvore. Cousie estendeu a mão, e a flecha voltou pra sua mão.- Acontece.

—Por falar em arco e flecha...- Anna começou, claramente tentando não gaguejar apesar das bochechas estarem vermelhas.- O torneio...

—Ah, sim!- Eliza estalou os dedos, seus cabelos ficando loiros e os olhos violetas.- Queríamos mesmo falar sobre isso!

—O que tem o torneio?- Perguntei.

—Isso é sobre a flechada que eu levei?- Sofie perguntou- Por que se for, não quero falar sobre isso. Talvez meu novo trauma seja de coisas afiadas, agora.

—Bobagem.- Haruka suspirou.

—Foi você que acertou a flecha nela, não foi?- Anna perguntou- Eu te vi...

Mais um tempinho de silêncio.

—Ah, que bobagem, Aninha!- Daayene forçou uma risada- Claro que n...

—Ela tá certa, fui eu mesma.- Cousie respondeu.

—POR QUE VOCÊ FEZ ISSO?- Nikki berrou de repente.

—Porque a Herbert estava claramente horripilada com o monstro daquele Rei Rosemary- Haruka justificou- Não seria a primeira vez que ele fez isso, sabe. Dizem que ele tem mais de dez bastardos. É um rei safado. Mas só por causa disso não deixaríamos que ele te comprasse por alguns ouros.

—...Obrigada?- Sofie parecia incerta do que dizer.

—Ele não vai desistir de você.-  Eliza segurou a mão de Sofie- Quando um rei coloca os olhos em algo que quer, faz de tudo pra conseguir, custe o que custar. É como se eles ganhassem uma síndrome de Deus, mesmo sem acreditarem em quaisquer religião. Estejam preparadas pro pior vindo de qualquer rei. Todas vocês.

Credo, até assustou Eliza ficar tão séria.

—Por falar na família Rosemary...- Brunna estendeu a mão- Tem algum detalhe sobre eles? Eles me pareceram bem suspeitos.

—Não se sabe muito sobre eles desde quando Robert assumiu o trono, após a morte “misteriosa” de seus pais.- Haruka explicou- Tirando a quantidade de bastardos do rei e da frequência do príncipe Tyrosh em prostíbulos e bares, a vida privada deles é um mistério. Ou eles fingem que é assim, pelo menos.

—Ele é inimigo do KarlHeinz, né?- Sofie perguntou, retoricamente.- Talvez a família Rosemary seja um bom aliado...

—Os inimigos dos meus inimigos são meus amigos, né?- Lua deu de ombros.

—Eu voto em investigarmos eles melhor primeiro.- Brunna sugeriu- Robert parece ter uma atração sinistra por Sofie por algum motivo, e Tyrosh e Alice podem ser simpáticos, mas não me parecem muito confiáveis.

—Como você planeja que a gente investigue eles então, Capitã Óbvia?-  Victoria questionou.

—O castelo deles está apenas com alguns dos guardas.- Cousie respondeu- Conheço contatos que te mandam pra lá dentro através de passagens subterrâneas.

—Passagem subterrâneas?- Daayene perguntou.

—Todo castelo tem alguma passagem secreta, majoritamente subterrânea- Eliza explicou- Lá costumam estar os melhores esconderijos de guerra e os maiores segredos das famílias. Mas podem ser perigosos. Uma família inteira foi massacrada por se esconder nos subterrâneos enquanto o exército invadia o castelo pela porta da frente e um lorde inimigo inundava a caverna desviando o curso do rio que passava lá perto.

Elas eram tão motivadoras de vez em quando.

—Não podemos ir nós todas.- Priya opinou- E seria bom convencer alguns dos meninos a irem conosco. Uma força e conhecimento a mais.

—Podemos chamar Ruki, se quiserem.- Brunna respondeu- E eu me voluntario a ir.

Sofie olhou pra amiga com cara de julgamento, e a loira corou.

Ficamos um tempinho nos olhando, e então um vento forte começou a bater bem nas nossas caras. Fechei os olhos quando terra começou a entrar nos meus olhos, e só os abri quando escutei uma voz masculina:

—Creedley. Sabia que encontraríamos vocês em algum momento.

Tive que olhar pra cima pra dar de cara com o homem alto que estava em nossa frente. Ele tinha os cabelos longos brancos, e as pontas do cabelo meio rosa-escuro. Seus olhos eram dourados, e ele usava várias e várias camadas de lenços sob o pescoço, fazendo que seu rosto ficasse meio coberto. Ao seu lado, tinha outro homem, de cabelos meio loiro-rosa e os olhos no mesmo tom dourado, com um tapa-olho em um deles.

—Tsukanami.- Vi Haruka revirando os olhos- Quantas vezes eu vou ter que dizer pra vocês não serem tão dramáticos na hora de aparecerem? Principalmente perto de convidadas.

—Há!- O de cabelos rosados riu- Vocês? Confraternizando com essas humaninhas? Por favor, até vocês conseguem fazer melhor que isso!

—Estamos bem aqui, se vocês não notaram.- Victoria estendeu a mão, e foi completamente ignorada.

—Por favor, Shin.- Eliza grunhiu- Não começa a envergonhar a gente na frente delas.

—Vocês vão voltar com a gente.- O de cabelos longos disse- Agora.

Cousie então se levantou:

—Carla. Você sabe que viemos aqui pra cumprir parte do plano. E é exatamente isso que estamos fazendo agora. Você não gostaria de parar o plano no meio do caminho, não é?

Carla deu um olhar de desprezo pra ela:

—Você sabe que seu deboche e insolência não funcionam comigo.

—Sei que não.- Cousie respondeu, pegando na mão dele- Mas sei que isso funciona.

Ela posicionou a mão do homem sob sua barriga, dando um olhar surpreendentemente nervoso na direção do rapaz.

—É tudo pelo plano.- Cousie respondeu- Voltaremos pra casa logo.

—É bom.- Shin reclamou- Porque se não... sabe o que acontece com vocês.

E os dois desapareceram, sem mais nem menos.

—Eu achei que você não podia engravidar- Priya lembrou, com rosto suspeito.

—Não posso.- Cousie respondeu- Mas estou tentando. É minha obrigação.

Nossa obrigação.- Eliza a corrigiu.- É por isso que estamos aqui, consolando vocês sobre o exército e o poder de vocês...

—Por que vocês querem nos ajudar?- Sofie perguntou- Não sei como ficaram sabendo da Patrulha das Mulheres, ou como sabem da nossa existência. Mas aí tem.

As três irmãs Creedley se entreolharam.

—Somos Primeiro-Sangue renegadas.- Eliza disse com um sorriso- Mas disso vocês já sabem. Mas nossa raça está praticamente toda extinta. Aqueles que não morreram,  estão infectados com uma doença chamada Endzeit...

—O que é Endzeit?-Lua perguntou.

—É uma doença que só afeta os Primeiro-Sangue... Por enquanto, pelo menos. Está começando a afetar também os demônios, pode se espalhar mais ainda.- Haruka explicou- Não tem cura, e é mortal. Ela faz você ficar cada vez menos forte e com menos poderes, com hematomas por todo o corpo. Além de várias crises de agonia e dor. Transmitida pelo sangue, muito provavelmente também é genética.

—E... vocês tem essa doença?- Marie questionou.

—Não. Por enquanto.- Eliza parecia agoniada.

—Mas vamos chegar lá. Continuando...- Cousie cutucou as cúticulas- Nossa família era uma das famílias primeiro-sangue mais poderosas. Mas um grupo de pessoas, que não sabemos quem exatamente, massacrou todas. Só nós restamos.

—Que horror!- Daayene gritou.

—Mata eles!- Nikki sugeriu, e recebeu um beliscão de Sofie.

—E então eles, os Tsukanami, a família que na teoria reinaria os Primeiro-Sangue, nos acharam.- Haruka continuou- Eles também são os últimos da família deles. E eles precisam de herdeiros, então nos tornaram “propriedade” deles. Um dia vamos nos casar com eles, e vamos ter os filhos dele.

—Mas só tem dois pra vocês três.- Brunna arqueou uma sobrancelha- E vocês não podem ter filhos... Pera aí, eles não sabem disso, né?

Cousie negou com a cabeça:

—Nos obrigaram a fazermos testes de fertilidade. Todos os testes saíram com resultados de chances baixíssimas de engravidarmos. Mas não tínhamos o que fazer, então falsificamos os resultados, e cá estamos. Eliza apaixonada no futuro marido idiota dela, eu presa com o meu, Haruka servindo só como “segunda escolha”, e os dois lutando pra ver quem vai reinar os demônios.

Olhei pra Eliza:

—É  sério que um deles é o cara que você gosta?

Eliza corou.

—Isso não responde minha pergunta.- Sofie respondeu.

—Carla tem Endzeit.- Cousie disse- Ele adora negar isso, mas é verdade. Eu vi ele tendo crises. Eu ofereci milhões de vezes meu sangue pra que ele se acalmasse, mas ele recusa. Pra ele conseguir acalmar suas crises, teria de beber muito sangue meu. E eu posso ser uma Primeiro-Sangue, mas sou uma renegada, não sou imortal.

Revirei os olhos pra mim mesma. Jesus, ela  também estava gostando do noivinho dela.

—E o que a gente tem a ver com isso...?- Brunna perguntou- Você tá com medo do seu filho herdar a Endzeit?

—Não exatamente.- Cousie respondeu- Eu sempre tive um sonho desde pequena. Sentar num trono com uma coroa na minha cabeça. E, se meu futuro marido se tornar Rei dos Demônios, eu terei essa chance. Mas ele não pode governar se estiver morto. Então eu tenho que tomar o trono. Custe o que custar.

—Você quer que a gente te ajude a ser Rainha dos Demônios?- Daayene perguntou.

—Não. Eu quero que vocês me ajudem a ser Rainha dos Quatro Reinos.- Quando Cousie disse isso, quase engasguei.- Vocês suspeitam do reinado feiticeiro, odeiam o reinado vampiro, tem aliança com as tribos dos lobisomens e eu sei que o reinado demônio está por um fio. E vocês são um exército. Precisam se aliar á alguém. E eu preciso de apoio. E vocês conseguem apoio do povo.

—E o que nós ganhamos com isso?- Victoria perguntou.

—Conosco, vocês conseguem aliança de lordes e ladies, líderes e alfas de todos os reinos.- Haruka explicou- A gente ensina vocês a diplomar, a conquistar exércitos e apoio. Além disso, vocês tem os príncipes Sakamaki do lado de vocês, e odeio admitir, mas ter um homem do lado de vocês conquista muita gente.

—Precisamos de vocês.- Eliza pediu- Assim como vocês talvez precisem da gente.

—E então, aceitam?- Cousie estendeu a mão.

Nos entreolhamos por vários e vários segundos, como se discutíssemos todos os prós e contras da oferta. Era, realmente, uma oferta melhor do que ser amante do Rei Robert ou ajudar nos esquemas corruptos de KarlHeinz.

Nikki se levantou, respirou fundo e pegou a mão de Cousie:

—Aceitamos.


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Notas finais do capítulo

E aí? O que acharam desse capítulo? O que acham que vai acontecer agora que as Herbert e as Hudison fizeram esse trato com as Creedley?
Não se esqueçam de comentar suas opiniões e teorias que eu amo ler! Beijos de arco-íris e até o próximo capítulo ♥ ♥



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