Like a Vampire 3: Lost Memories escrita por NicNight


Capítulo 6
Capítulo 6- As três damas


Notas iniciais do capítulo

Olaaar de novo! Nossa, faz tempo que eu não posto né haueheuheu Culpem minha escola por essa demora toda, e me perdoem ♥
Enfim, mais um capítulo chegandooooo, espero que gostem e boa leitura XD



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Narração Sofie

Custei dormir naquela noite. Me revirei toda Santa hora, mas eu não conseguia tirar da minha cabeça a imagem do corpo morto daquele rebelde... E a faca na minha mão, cheia de sangue.

Quando finalmente consegui dormir, meu sono durou menos de três horas. Aquela maldita imagem ainda perdurava meus sonhos, me aterrorizando como se fosse imagem de filme de terrorm.

Quando acordei, porém, me surpreendi ao ver Ayato dormindo ao meu lado. Ele estava virado pras minhas costas, dormindo de forma pacífica e profunda. O invejei por alguns segundos.

Deixei a cabeça virada pro teto pelo resto da madrugada, tentando me distrair com o perfume forte de Ayato ao meu lado e com contas idiotas na minha cabeça.

Quando o sol começou a raiar, vi Ayato tentando sair da cama disfarçadamente e fingi dormir na mesma hora. Ele provavelmente iria odiar saber que ele mesmo, o "rei todo poderoso" tinha sido pego num estado de fragilidade por eu, a "mera Chichinasi".

Mal sabia ele que sim, eu tinha visto ele.

Assim que o ruivo saiu do quarto e bateu a porta, peguei meu celular e comecei a vasculhar alguma coisa pra fazer. Obviamente, aqui não tinha internet, e raramente tinha sinal. Ou seja, eu tive que me contentar em ler documentos antigos que eu tinha escrito.

Quando eram umas oito horas da manhã, eu resolvi me levantar e me arrumar para o dia. Enquanto eu olhava nos meus cabides algo que eu poderia vestir, percebi que o casaco de Ayato ainda estava pendurado lá.

...E todos os meus moletons estavam pra lavar.

—Maravilha- Resmunguei, antes de colocar o casaco preto do rapaz sob a camisa azul que eu estava usando. Depois, vesti uma calça jeans escura e calcei meus tênis. Me virei pro espelho, ajeitando a roupa e prendendo o cabelo num coque sem pentear.

Na realidade, eu estava sem me importar com o fato de ser zoada por usar um casaco de Ayato. Eu conheço ele a três anos, Ayato que foi o idiota de deixar o casaco lá e eu sabia que não tinha acontecido NADA entre nós.

Além disso, roupas masculinas são sempre mais confortáveis do que as femininas. Infelizmente.

Saí do quarto, dando de cara com Brunna.

—Eu já ia te acordar!- Ela comentou de forma animada- Bom dia, Sofie!

—Bom...dia...-Eu bocejei entre as palavras,não entendendo o motivo da animação súbita dela.- Por que você tá desse jeito?

Ela abriu a boca pra falar, mas arregalou os olhos e então apontou pra meu casaco com uma cara confusa:

—É seu?

—Não. É do Ayato.

—Por que uma roupa do Ayato tava no seu quarto?- Brunna perguntou.- Vocês dois se...

—Não.- Cortei a frase dela no meio- E eu não faço a mínima ideia do porquê da roupa dele estar no meu quarto.

Na verdade eu sabia, mas eu resolvi não contar. Se eu fizesse isso, Brunna ia zoar Ayato, que ia descobrir que eu sabia do seu segredo vergonhoso e nunca mais olhar na minha cara.

Brunna revirou os olhos:

—Tá bom, não importa. Tenho certeza que a gente consegue lidar com você usando a roupa de um Sakamaki por um dia.

—Roupas de homens são mais confortáveis- Me justifiquei.

—Eu sei- Brunna envolveu seu braço sob meus ombros- É por isso que eu não te julgo. Mas não posso prometer que você não vai ser zoada pelas suas irmãs ou pelos Sakamaki.

Eu e Brunna demos uma volta pelo lado de fora (onde percebi que estava muito frio. Não culpo Ayato por usar casacos ao invés de suas roupas idiotas de sempre), conversando sobre coisas comuns. Depois, nos sentamos nas escadas e dividimos um bolo de chocolate.

Me senti tentada a contar pra ela sobre o que acontecera ontem com Haruka. Brunna era minha melhor amiga, afinal. Mas resolvi que seria melhor ficar calada, antes que as coisas piorassem do meu lado.

Brunna, por outro lado, quis contar tudo sobre o que estava acontecendo na sua cabeça. Como o festival era legal, como as irmãs Creedley eram divertidas (bléh), e sobre o novo livro que ela estava lendo. Ela não costumava falar muito, então eu não sabia por que logo hoje ela estava atacada desse jeito.

No final das contas, acabamos indo parar na mesa de café da manhã, onde todos estavam sentados que nem a família boazinha e feliz que nós éramos.

Depois de todos os bons dias trocados, eu me sentei entre Laito e Marie, e logo senti um silêncio pairar sobre a mesa.

— O que foi?- Eu perguntei, pegando uma torrada e comendo um pedaço.

—Por que você tá com a blusa do Ayato?!- Marie perguntou, meio escandalosa.

—Qual é o problema dela estar com a blusa do Ayato?- Brunna retrucou- Ayato, você tem algum problema com isso?

Ayato não respondeu. Na verdade, nem estava prestando atenção na conversa, já que estava se empanturrando de takoyaki:

—Huh?

—Deixa pra lá, Marie- Priya instruiu- É só uma blusa.

—Além disso, roupas masculinas são mais confortáveis- Nikki me defendeu.

—E mais bonitas- Anna falou baixo.

—Além disso,a blusa ficou melhor em você do do que no Ayato- Laito disse pra mim, e e abafei a risada.

—Isso é verdade.- Kanato concordou.

—ORE-SAMA ESTÁ BEM DO LADO DE VOCÊS!- Ayato brigou.

—Quanto escândalo...- Ruki bufou.

—Sério, vocês são muito barulhentos...- Victoria reclamou, deitada na mesa.

—Que isso, o espírito do Shu te possuiu?- Nikki deu uns tapas na irmã- Acorda aí, filhote, tem tempo pra dormir não.

Ela levantou completamente sonolenta.

—Pela sua cara, você ficou acordada até tarde...- Marie estreitou os olhos- O que você ficou fazendo até tarde, senhorita?

Senti um clima de “vish” se espalhar pela mesa. Hoje, Marie estava mais atacada que o normal. E isso já é perigoso por si só.

—Deixa ela em paz, Marie- Lua riu.

Victoria ficou meio vermelha, e olhou pra Reijii como se pedisse algum tipo de apoio.

—Depois eu que sou preguiçoso e pervertido.- Shu reclamou.

—Você É preguiçoso e pervertido- Subaru revirou os olhos- Vitoriana ser assim uma vez na vida não muda isso.

—Do que foi que você chamou minha esposa?- Reijii cerrou as sobrancelhas.

Um silêncio ficou na mesa por alguns segundos.

—Eu moro na mesma casa que você!- Victoria parecia abismado- A TRÊS ANOS! EU SOU SUA CUNHADA!

—Dá na mesma- Subaru deu de ombros.

—Não estou surpreso- Yuma continuou comendo- Mariana, pode me passar o sal?

Marie congelou:

—Você tá falando comigo?

Yuma concordou com a cabeça.

—Qual o problema de vocês com nome?- Priya respirou fundo- O nome dessa menina QUE VOCÊ CONHECE A DOIS ANOS é Marie, meu querido.

—Achei que Marie era sei lá, apelido carinhoso- Yuma deu de ombros- Ninguém chama Marie hoje em dia.

—O seu nome é Yuma- Eu me peguei reclamando- Você acha que tem moral pra falar do nome Marie quando seu nome é Yuma?

—Gente, só pra eu me situar, do que a gente tá falando?- Lua perguntou- Da Sofie usando o casaco do Ayato, da Victoria ficando “acordada até tarde”, do Subaru e do Yuma não sabendo nossos nomes ou de Marie ser um nome atual ou não?

—Boa pergunta- Brunna tomou um gole de suco de laranja- E por falar nisso, cadê a Daay e a Sarah?

Olhei para as cadeiras. Realmente, haviam dois lugares vagos. E realmente, minha gêmea e Daayene estavam faltando.

—Desculpa a demora!- Ouvi a voz de Sarah de cima das escadas- Eu e a Daay estávamos... ocupadinhas!

Olhei pra cima, engasgando no chá quando vi Sarah sorrindo. Ela estava normal... exceto por tudo.

Seus cabelos, que antes batiam quase nas suas panturrilhas, agora estavam num corte Chanel menor do que o meu. Além disso, ela estava usando botas pretas, meias arrastão e umas saia lápis preta, combinando com uma espécie de top cropped de mangas longas vermelhas.

—Meu Deus, que tipo de demônio baixou em você?- Priya perguntou, enquanto eu e minhas irmãs estávamos muito ocupadas escancarando a boca pra falar alguma coisa.

—EU NÃO GOSTEI!- Kanato gritou- VOCÊ ESTAVA MUITO MAIS BONITA SENDO UMA BONECA!

—Você não precisa gostar- Daayene surgiu detrás de Daayene, usando suas típicas roupas rosas e brilhantes e com um sorriso esplendoroso no rosto- Sarah veio em mim e disse que queria testar uma coisa nova, e eu fiquei bem feliz em ajudar ela!... Quer dizer, exceto a parte do cabelo, tô realmente pensando em doar tudo aquilo que caiu no meu quarto.

—Desde quando você usa preto?- Marie se virou pra Sarah, finalmente reagindo e engasgando com a comida-Tentando ser punk?

—É um novo ano, Marie- Sarah riu, ajeitando a saia preta- Uma nova era, uma nova moda.

—Concordo plenamente- Lua disse, com boca cheia de pão.- E você ficou linda assim.

—É... diferente, mas linda- Eu dei um sorriso fraco de aprovação- Queria eu ser corajosa assim pra mudar o visual.

—Ah, rouba o visual da Sarah- Nikki brincou- Agora não temos uma irmã fofa, você seria ótima nesse papel.

Revirei os olhos na direção da minha irmã.

—Deixem de ser dramáticos- Brunna riu, prendendo os cabelos num coque- Sarah continua sendo a mesma menina fofa. Só que agora ela usa preto ao invés de rosa.

—Eu tô só experimentando ainda- Sarah desceu e ficou atrás de mim, com as mãos nos meus ombros- Vocês ainda podem ter esperanças de eu voltar a usar rosa.

Silêncio por alguns segundos.

—Garotas, alguma de vocês pode me explicar por que os garotos de repente tão olhando pro nada?- Victoria perguntou, mordendo o lábio.

—Não é pro nada...- Anna falou baixo- Eles tão olhando pra janela.

Nós dez nos viramos pra janela de uma vez, nos assustando ao ver ondas de água lavando o vidro de maneira rápida.

Revirei os olhos.

—Eu já volto.- Eu fui até a grande janela de madeira, a abrindo, senti uma onda de água quase bater no meu rosto, mas ela pareceu recuar antes de me encontrar.

—Finalmente alguém apareceu- Haruka bufou lá de baixo- Eu já estava começando a achar que ia ter que usar esse lago de elevador pra gente.

—Por favor, Haruka, menos.- Cousie a repreendeu- Estamos em frente á uma fortaleza real, mais respeito com os convidados de honra.

—Não sabia que você se importava com os convidados de honra- Eliza parecia surpresa.

Cousie a fuzilou com o olhar:

—Foi uma anedota.

Eliza soltou um suspiro de decepção.

—Vocês querem subir pelas escadas?- Eu perguntei, me sentindo idiota ao falar isso.

—Não precisa, a gente sobe por aqui mesmo- Haruka respondeu friamente, se prendendo em duas pedras do castelo e subindo de forma surpreendentemente rápida, sendo seguida pelas suas irmãs.

Quando as três estavam sentadas na janela, olhei pra trás e vi a cara dos meninos.

—Essas garotas de novo?- Shu bufou.

—Eu não reclamo~~- Laito cantarolou, levando um tapa de Marie- Ouch, por acaso está com cíumes, Bitch-chan?

Marie olhou pra cara dele de forma séria:

—Por acaso a minha cara é de alguém com cíumes?

—Não, a sua cara é de “vou matar essa pessoa”- Priya respondeu com comida na boca.

—Ninguém vai comentar o fato de que as Meninas Superpoderosas acabaram de escalar a parede do castelo e subiram pela janela?- Lua perguntou. Ruki olhou confuso pra ela:

—O que são as Meninas Superpoderosas?

—Eu sei lá, mas eu gostei- Eliza falou baixo.

—Enfim, o que vocês querem?- Brunna se levantou.

—De novo- Nikki reclamou- Vocês só vem aqui pra pedirem favores.

—É claro.- Cousie respondeu simplesmente- Por que outro motivo nós víriamos?

—Pra apreciarem nossa companhia?- Daayene sugeriu, ajeitando o vestido rosa.

—Vocês são irritantes. Nunca íamos apreciar a companhia de vocês- Haruka cerrou as duas sobrancelhas.

—Nossa. Essa doeu até em mim.- Ayato pareceu assustado com a Creedley- Vocês sempre são tão amáveis assim?

—Você nunca me viu com um arco e flecha- Cousie respondeu- Não iria acreditar em quão amável sou com essa arma na mão.

Quando ela apontou pra minimochila nas suas costas, vi Ayato engolir em seco.

Caramba, essas garotas são as coisas mais assustadoras do mundo de vez em quando.

E olha que eu tenho um drakon.

—Ignorem as duas, elas são muito mais fofas quando conhece elas direito- Eliza empurrou as duas pra trás, que falaram ao mesmo tempo:

—Não somos não.

—Elas são piores do que a Priya, a Nikki e a Marie juntas- Kanato comentou.

—Impossível.- Victoria deu de ombros.- A junção das três só poderia resultar no anticristo.

—Agradecemos pela parte que nos toca, Victoria- Priya bufou- Enfim, o que vocês querem?

—Vamos ser diretas- Haruka começou- Precisamos de um lugar pra ficar.

Silêncio.

—E o que faz as senhoritas pensarem que podem ficar aqui?- Ruki perguntou.

—Elas podem.— Victoria respondeu, recebendo um olhar raivoso dos garotos- Desculpa, mas eu também sou uma Sakamaki, logo tenho direito de decidir algumas coisas por aqui. Além disso, elas vão ficar nos NOSSOS quartos. Não vão incomodar vocês. Não estou certa, Reijii?

Todos os olhos foram pra Reijii, que pareceu sem resposta pela primeira vez na eternindade.

—Você nem é Sakamaki de sangue!- Kanato reclamou.

—Mesmo assim, nós fazemos parte da família no coração de gelo de vocês. E Victoria TEM o nome Sakamaki- Sarah falou, atraindo os olhares das Creedley.

—Meu deus, o que aconteceu com você?- Cousie pareceu assustada- Da última vez que eu te vi, você tinha os cabelos longos e parecia uma boneca.

—Pois é, sister, agora ela deu a louca e resolveu virar... isso- Ayato olhou com uma cara de reprovação para minha irmã gêmea.

—Se você me chamar de "sister" de novo, eu vou te estrangular enquanto você dorme, Sakamaki- Cousie nem desviou o olhar para Ayato.

Ayato olhou pra mim como se pedisse apoio, mas eu só dei de ombros e me levantei:

—Vamos, melhor mostrar os quartos pra vocês.

E nós treze saímos juntas, deixando os meninos pastando na sala de jantar.

Andando pelos corredores, começamos a conversar brevemente sobre os quartos.

—Uma de vocês pode ficar no meu quarto- Victoria comentou- Ele normalmente fica vazio, já que eu costumo dormir no quarto do Reijii.

—Uhum, “dormir”- Nikki ironizou, levando um tapa na cabeça por Marie- Ai!

—Eu fico no seu quarto- Cousie decidiu- Onde é?

—Do lado do meu- Daayene apontou para uma porta marrom do lado de uma porta toda cor-de-rosa.

—Como é que até a porta do seu quarto é cor de rosa?- Haruka cerrou as sobrancelhas.

—Kou não queria ser o único com porta colorida nesse castelo, então ele pediu pra mim pra nós dois pintarmos nossas portas de rosa- Daayene explicou como se fosse a coisa mais normal do mundo.

—Eu posso ficar no seu quarto, Sofie?- Haruka perguntou pra mim com um ar quase cúmplice.

—Por que vocês duas dividiram quarto?- Brunna perguntou com um ar meio de raiva e confusão.

—Desculpa, Haruka, mas eu já tenho colega de quarto aqui- Eu disse no exato momento que a porta do meu quarto se abriu.

—SOFIE! EU FIZ UM DESENHO NOVO! OLHA! OLHA!- Mun praticamente pulou em cima de mim, com um papel na mão. Eu me agachei pra ficar na mesma altura que ela, que pareceu notar a existência das outras meninas- Oi Tia Marie, Tia Vic, Tia Sah, Tia Nikki, Tia Lua, Tia Brunna, Tia Priya, Tia Daay e Tia Anna! Oi, moças novas que eu não conhecço!

Eliza olhou pra mim confusa:

—Sua filha?

Eu engasguei na saliva junto com as outras meninas:

—É o quê? Ela, minha filha?

—Com quem Sofie teria um filho?- Nikki perguntou.

—É, quem seria louco o suficiente de ficar com ela?- Lua brincou, me fazendo revirar os olhos?

—Com aquele cara ruivo lá de baixo.- Eliza se justificou, e eu senti todo meu corpo esquentar de vergonha- Esqueci o nome dele, mas ele estava te olhando daquele jeito.

—Ayato?- Marie perguntou, e Eliza concordou com a cabeça- De que jeito que ele estava olhando ela?

—Como se ela fosse um cubo mágico sexy. Eu também notei- Cousie comentou.

—Eu? Filha do Ayato?- Mun fez uma careta- Ele é meu irmão!

—E... por que você chama elas de tia?- Haruka perguntou.

—É forma de falar, sabe, porque a gente cuida delas melhor do que os irmãos dela- Priya comentou.

—Mun- Sarah se ajoelhou do lado dela- Por que você não vai lá e mostra seu desenho pro Reiji? Aproveita e chama o Kanato pra vocês dois terem um chá da tarde!

Mun concordou com a cabeça e saiu correndo pelas escadas. Sarah se levantou e também me ajudou a levantar.

Sei lá o que a gente estava conversando depois, mas sei que acabamos todas no quarto da Priya.

—Que tal se a gente jogasse um jogo?- Lua sugeriu, pulando na cama.

—De novo essa história?- Priya revirou os olhos, enquanto gesticulava pra Lua descer da cama dela- Tudo pra vocês vira Verdade ou Desafio, eu hein.

—É tradição!- Sarah defendeu nossa irmã mais nova- Toda vez que entra alguém novo na panelinha a gente joga Verdade ou Desafio!

—Quem disse que a gente entrou na panelinha de vocês?- Cousie cerrou os olhos.

—A gente veio só dormir e vazar- Haruka concordou.

—Eu tenho uma ideia- Eliza estendeu a mão- E se, ao invés de Verdade ou Desafio, a gente jogasse Segredos e Pecados?

—...Como joga isso?- Brunna perguntou, tirando as palavras da minha boca.

—E-eu já joguei- Anna estendeu timidamente a mão- N-no e-ensino f-f-fundamental.

—Menina, por acaso você é gaga?- Haruka disse de um jeito meio arrogante- Fala direito, mulher!

Anna se encolheu de vergonha, vermelha da cabeça aos pés.

—O jogo é resumido em cada uma falar sobre seu segredo ou seu pecado mais profundo- Cousie respondeu finalmente a curiosidade de todas- Sua maior vergonha.

—Cruzes.- Daayene reclamou- Esse jogo parece ser tenso, não gostei.

—É melhor do que o jogo idiota de vocês- Cousie comentou.

—MINHA QUERIDA, ME RESPEITA QUE VERDADE OU DESAFIO É UMA CULTURA- Daayene berrou, e Nikki cobriu sua boca:

—Vamos jogar o jogo das Creedley, então.

Daayene reclamou:

—Hmmmph, hrf...

—Nikki, solta a Daayene antes que ela morra sufocada- Eu pedi, e Nikki obedeceu com hesitação.

Nos sentamos em roda, e então um silêncio constrangedor preencheu o quarto pra ver quem ia começar.

—Tá, eu começo.- Cousie revirou os olhos- Eu não consigo ter filhos.

Silêncio.

—É sério que essa é sua maior vergonha?- Priya resmungou- Eu também não consigo ter filhos. Você não pode deixar um útero ou um par de ovários com alguma “falha” te definir pelo resto da vida.

—Você não tá me entendendo.- Cousie grunhiu- Eu quero ter filhos. Eu TENHO que ter filhos. Mas graças á uma merda de linhagem, eu não consigo.

—Como assim você “tem” que engravidar?- Victoria perguntou- Ter um filho não devia ser uma obrigação sua.

—Eu tenho um compromisso com a raça demônia- Cousie deixou os cabelos de lado- Eu tenho que dar a luz ao novo herdeiro, com o Primeiro Sangue mais velho que restou. Mas é claro, como eu sou uma demônia renegada, não é tão fácil assim.

—Olha, eu sou mãe.- Victoria a consolou- Acredita em mim, não é nem um pouco fácil abandonar meu filho com o meu pai só pra que meu sogro não tente, sabe, fazer alguma coisa com ele.  Eu entendo a sua dor, mas meio que no oposto. Você não consegue ganhar um filho, e eu não consigo acompanhar os primeiros anos de vida dele.

Cousie olhou pra Victoria:

—Eu não sabia que você tinha um filho.

—Tenho.- Victoria sorriu- Vai fazer seis meses.

Cousie pareceu se derreter um pouco, mas não deixou transparecer:

—Eliza, sua vez.

—Eu?- Ela perguntou, apontando pra si mesma ao mesmo tempo que seus cabelos adquiriam um tom rosado- Bem... eu... Eu gosto de um cara, mas ele não gosta de mim.

—Acontece com todo mundo- Lua deu um sorriso reconfortante pra Creedley do meio.

—Ele me chama de “Brinquedo”- Eliza continuou- E deve me ver só como um jeito de carregar os filhos dele pra que ele possa superar o irmão.

—Por acaso o irmão dele seria o cara que está tentando engravidar a Cousie?- Eu perguntei, e as duas se entreolharam antes de concordarem- Eu não sei qual a tara desse pessoal daqui de juntar família com família desse jeito.

—Eu me pergunto a mesma coisa todo dia- Marie suspirou- Haruka, sua vez.

Haruka hesitou por muito tempo, trocando olhares comigo.

—Conta pra elas sobre aquela vez que você quase matou seu ex afogado, irmã- Cousie falou simplesmente.

—Ela quase matou o ex afogado?- Sarah pareceu assustada.

—Não sei porque estamos surpresas- Anna murmurou muito baixo, e eu abafei minha risada. De repente, a porta abriu.

—Uh, sabia que vocês estavam todas aqui.- Yuma fez uma cara de nojo- O cheiro de tantas humanas no mesmo lugar é até que legal, mas o de vocês é nojento.

—Valeu pela informação útil, agradável e simpática, amigo- Lua fez um joinha com as mãos.

—Não há de que- Yuma deu de ombros.- Enfim, aqueles Sakamaki lá mandaram avisar pra vocês não esquecerem do torneio de amanhã.

—Que torneio?- Daay perguntou.

—Ah, um torneio aí que os meninos tão obrigando a gente a ir- Marie deu de ombros- Nada de mais.

—Não sabia que aqui rolava torneios.- Brunna pareceu confusa.

—Enfim.- Cousie se levantou- Acho que é nossa hora de acabar o jogo.

Sem nem dizer tchau, as garotas se levantaram e começaram a ir pros nossos quartos.

—Ué.- Victoria parecia confusa.

—Que meninas estranhas, cruz credo- Daayene parecia mais confusa ainda.

—Nem me fale- Nikki se levantou- Vamos dormir, temos um longo dia amanhã.

Fui pra o meu quarto quase imediatamente. Quando eu estava arrumando minha cama, Anna bateu na minha porta perguntando se podia pegar um cobertor emprestado.

—Haruka resolveu dormir no meu quarto. Ela roubou todas as cobertas.- Foi a justicativa que ela deu. Quer dizer, inclua nisso um monte de gaguejos e uma Anna muito vermelha. Foi assim que ela falou.

—Ok.- Foi a minha resposta. Eu peguei uma cadeira e coloquei na frente do armário, abrindo as portas lá de cima e pegando uma coberta grossa, quase jogando em cima da pobre menina.

Desci de lá, colocando a cadeira no lugar.

—P-por que uma coberta tão grossa?- Anna perguntou.

—Ué, porque tá frio- Eu falei, apertando o casaco de Ayato contra mim. Ainda era final da tarde, notei. Mas é claro, os meninos queriam que nós mudássemos nossa rotina de sono DE NOVO por eles.

Anna abriu a boca pra falar alguma coisa, mas não conseguiu terminar. Fomos impedidas pelo barulho estrondoso da janela abrindo com uma violência absurda, deixando um vento forte e frio entrar no quarto.

Na nossa frente, haviam dois homens altos. Um deles, tinha os cabelos longos e  brancos com uma franja que havia uma coloração marrom-arroxeado nas pontas. Além disso, ele tinha os olhos dourados que pareciam de uma cobra. Vestia um longo cachecol preto com símbolos nele, cobrindo seu queixo enquanto se enrolava sob seus ombros e caía até seus braços.  Ele vestia luvas brancas, com uma jaqueta preta que combinava com sua calça, além de uma blusa que parecia ser de botões e uma espécie de gravata.

Do seu lado, havia outro. De cabelo curto numa mistura de loiro com rosa. Seus olhos... ou melhor, seu olho direito era como o do primeiro homem, o segundo estava coberto por um tapa olho. Notei que ele também usava óculos verdes. Ele vestia uma camisa branca de mangas compridas e uma espécie de colete preto por cima, com uma espécie de nó. Usava luvas pretas, e um colar de ouro de um caixão vermelho.

Eles olharam pra nós duas de uma forma esquisita.

—Boa noite, senhoritas Hudison e Herbert- O de cabelos brancos falou, enquanto o outro parecia engolir um sorriso. Não perguntei como eles sabiam meu nome.

—É...Quem são vocês?- Anna deu um passo a frente.

O homem de cabelos brancos suspirou embaixo das camadas grossas de tecido:

—Prazer, senhoritas. Somos os Tsukanami.


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Notas finais do capítulo

E aí? O que acharam das Creedley (que foram melhor introduzidas agora)? E esses dois que apareceram no final?
Não se esqueçam de comentar suas opiniões e teorias que eu amo ler! E eu tenho um questionamento pra vocês responderem pra Tia Nic:
—Qual é o maior mistério de LAV até agora?
Enfim, até o próximo cap e byeeee ♥



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