Like a Vampire 3: Lost Memories escrita por NicNight


Capítulo 4
Capítulo 4- A última valsa


Notas iniciais do capítulo

GENTEEENEY me perdoa a demora! Esses dias foi minha festa de quinze anos (magina o estresse) e o começo das minhas aulas, PORÉM CÁ ESTOU trazendo mais um capítulo maravilhoso- humildade é tudo né gente?
Enfim, esses capítulos iniciais vão ser mais chatos porque essa temporada vai ser maiooor! Sim, temos uma meta de trinta capítulos aqui, então aguentem os capítulos iniciais por mais um tempo que alguma hora vai!
Enfim, bezos de luz e boa leitura ♥



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Narração Victoria

Acordei com dificuldade. Meus olhos estavam pesados como se estivessem sob alguma força do além que não deixava eles se abrirem. Minha cabeça latejava e dava pontadas de dor, e eu sentia meu estômago embrulhando, ameaçando a vomitar todas as minhas refeições de ontem.

Com algum sufoco,consegui me sentar (no que eu havia percebido ser uma cama, no caso) e abri meus olhos. Soltei um chorinho quando meus olhos arderam com a claridade, e eu os fechei de novo.

—Victoria?- Ouvi a voz de Reijii- Você acordou.

—Não, eu sou sonâmbula- Ironizou, dando uma risada meio grogue.

Mesmo de olhos fechados, eu conseguia imaginar Reijii revirando os olhos:

—Você não está bem o suficiente pra se levantar, mas está bem o suficiente pra fazer piadas.

—Não foi uma piada- Expliquei- É o que vocês meros imortais chamam de "ironia".

Eu ouvi um suspiro, e um barulho de fechar a cortina.

Abri os olhos, notando que o quarto estava um pouco mais escuro.

—Você lembra de alguma coisa que aconteceu ontem?- Reijii me perguntou, se sentando aos meus pés da cama.

—Você tá falando da parte onde eu tentei te avisar sobre a Meg-sei-lá-das-quantas e você brigou comigo, me chamou de paranóica e falou que eu tô inventando coisas pra tentar te controlar?- Cerrei os olhos na direção dele- Sim, eu me lembro.

—Eu não tava falando exatamente disso, mas ok.- Ele suspirou novamente- Lembra de alguma coisa depois disso.

—Eu chorei.- Admiti- Muito. Daayene provavelmente ficou de saco cheio do quão humilhante eu tava naquela hora.

—Ela é sua amiga, e você nunca é humilhante- Reijii segurou na minha mão- Ou insuficiente. Você é minha esposa.

—Sua esposa paranóica que tenta te manipular?- Perguntei, tirando a minha mão da dele.

Ouvi alguns segundos de silêncio:

—Eu errei- Ele admitiu, tão baixo que parecia que ele queria falar isso mais pra ele mesmo do que pra mim- Você é maravilhosa. Eu percebi isso quando você subiu no palco ontem á noite.

—Espera aí, que palco?- Eu fiquei confusa.

—Você fez um stand-up bêbada- Reijii olhou pra mim como se eu fosse louca- Você falou de mim, falou das suas irmãs, do nosso filho, da Meg...

—Ai. Meu. Deus- Eu me afundei na cama- Me diz que você não ouviu sabe-se-lá o que foi que eu disse.

—Ouvi a maior parte. Daayene que ouviu tudo- Reijii disse- E no final do show você tirou a roupa e foi levada pelos guardas. Tive que pagar sua fiança por "indecência pública".

Fiquei em estado de choque:

—Nossa. Eu fui presa. Eu sou forte agora.

—Não é assim que prisão funciona- Reijii revirou os olhos.

—Eu sou badass- Ri pra mim mesma- Mas sério, eu tirei a roupa? Na frente de completos desconhecidos?

—Você tava de camisola, não era tão difícil assim- Reijii notou.

—Realmente não era- Eu sorri- Eu era boa?- Quando Reijii pareceu confuso,eu completei- No stand-up. Eu era... Engraçada?

—Todo mundo daquele bar estava gargalhando das coisas que você dizia- Percebi Reijii sorrindo- Você estava...brilhando. Apesar de completamente bêbada, eu acho que você estava sendo você mesma naquele palco.

—O meu eu mesma tira a roupa e é presa?- Questionei- Vou tentar levar isso com um elogio.

—Não nesse sentido- Reijii respondeu- Desde quando nos casamos, você não parece ser você mesma. Você parou de gritar pela casa, dar ideias de cantadas horríveis e aleatórias. A cada dia que passa você usa roupas mais "comportadas" e controla o que diz mais.

—Eu sou uma princesa e uma mãe agora- Assumi mais pra mim mesma- Não posso ser idêntica a quem eu era dois anos atrás.

—Sei que não.- Reijii segurou minha mão de novo- Você amadureceu desde dois anos atrás. Mas eu sei que sua essência não muda. Aquele show provou. Você ainda é a garota absurdamente barulhenta, indecente e sociável que eu amo. Você não quer deixar o status de princesa e mãe abalar isso em você, e você não precisa.

—Você ainda vai ficar comigo se eu voltar a ser assim?- Eu perguntei meio emotiva.

—Eu vou ficar com você não importa o que aconteça- Reijii beijou as costas da minha mão-Seja mais uma gravidez, alguma garota entrando em cena pra você experimentar, você criar um exército, fazer stand-up ou ser presa.

Passamos algum tempo em um silêncio confortável até eu quebra-lo:

—Eu te amo, Reijii. Eu também vou ficar com você não importa o que aconteça.

Percebi ele olhando pra mim meio preocupado antes de falar:

—Eu também te amo, Victoria.

Ele se curvou em minha direção pra me dar um beijo suave nos lábios, do qual tivemos que nos separar quando a porta se abriu:

—Ugh, eu não queria ver vocês dois se devorando.

—Subaru- Reijii bufou- Da próxima vez, bata na porta então.

—Não temos tempo pra isso- Subaru reclamou, os olhos vermelhos brilhando de certa raiva- Lilith quer ver todos os primos. Reunião de família, eu acho.

Subaru então saiu, e Reijii começou a segui-lo.

—Essas reuniões da família Sakamaki nunca dão certo- Eu disse, já sentindo certa saudade de minha reconciliação com Reijii.

—Eu sei. Sempre falamos de alguma coisa que deu errado- Reijii respondeu, e então saiu pela porta.

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Narração Lilith.

—Finalmente vocês dois chegaram- Kanato reclamou quando viu Reijii e Subaru saindo pela porta e frente do castelo- Lilith ficou em silêncio enquanto vocês estavam fora. Anormalidade total.

—É, ela nem reclamou com a gente sobre as Herbert- Ayato revirou os olhos verdes- Agora que todos chegamos, pode começar o papo?

—Não se preocupem,eu vou ser rápida dessa vez- Eu ajeitei meu vestido vermelho- Igor chegou hoje com Oliver. Ele não foi aceito no castelo, então está hospedado numa pousada aqui perto.

—Quando é que vamos poder ver nosso sobrinho de novo?~- Laito perguntou, e Shu respondeu:

—Ele não é nosso sobrinho. Na verdade é nosso primo de segundo grau. Heisuke é nosso sobrinho, caso esteja confundindo.

—Eu acho que Laito quis dizer que como Lilith é praticamente nossa irmã, Oliver é praticamente nosso sobrinho- Reijii ajeitou os óculos- Mas claro, você não entenderia uma coisa dessas, bom pra nada.

—Podem deixar eu terminar de falar uma vez na vida?- Briguei- Eu vou ter que fazer uma viagem agora, mas se tudo der certo eu volto durante á noite.

—Onde você vai?- Subaru perguntou meio preocupado.

—Isso é informação confidencial- Sorri fracamente na direção dos meus primos- Entre eu e Igor, no caso. Mas digamos que, se tudo der certo, quando eu voltar nós teremos nossos problemas resolvidos.

—Menos a rebelião- Ayato deu de ombros- Porque você não se importa com a rebelião.

—Não me importo com coisas inexistentes- Respondi- A rebelião é só uma lenda. Uma lenda maldita pra pessoas não se importarem com o governo, e sim com um suposto grupo social que quer...

—Matar todos com sangue ou associação com a realeza- Kanato completou- Maldita lenda.

Olhei pra todos eles com uma cara meio emocionada.

—Eu tenho que ir agora- Falei- Não falem pras meninas pra onde eu fui. Só... Avisem que Mao, Jackson, Sol e possivelmente Yui estão a caminho.

Eles começaram a se virar de volta pro castelo, até Shu se virar de novo pra mim:

—Lilith?

—O que foi?- Perguntei.

—...- Ele ficou alguns segundos em silêncio- Toma cuidado.

Sorri na direção dele:

—Eu vou. Não se preocupem comigo.

E então eles foram embora até o castelo.

Eu fiquei olhando pro castelo, meio bamba com tudo que estava acontecendo.

Eu estava noiva. Eu tinha um filho. Eu acabei de me despedir de meus primos pra ir numa missão sozinha.

Missão que eu nem sei se vou voltar viva dela.

Eu senti dois braços envolvendo minha cintura, e num susto me virei pra dar de cara com Igor:

—Eu estava mesmo querendo te ver antes de ir embora.

Ele me puxou pra trás de uma parede, onde me deu um selinho.

—Tem certeza que não pode ficar pro banquete?- Ele perguntou, sua mão acariciando minha bochecha.

—Já conversamos sobre isso. Eu volto hoje á noite- Eu expliquei, minhas mãos pousando em seu peito- E se tudo der certo, teremos material suficiente pra incriminar meu tio e nós poderemos viver nossa vida como sempre sonhamos.

—Nós quem?- Igor sorriu em minha direção.

—Eu, você e o nosso filho- Eu respondi seu sorriso.

—Lilith, eu...- Igor segurou minhas duas mãos- Eu nunca quero me separar de você, a não ser quando um de nós está no trabalho, no banheiro ou assistindo um filme que o outro não quer ver. Eu te amo.

—Eu também te amo- Eu dei um beijo mais demorado nele- Mande minhas lembranças pras Herbert e pras Hudison.

Eu peguei uma das suas mãos e a levei pros meus lábios rapidamente, antes de sorrir e entrar no carro.

Eu estava colocando o cinto, até uma voz me despertar:

—Você nunca foi muito forte pra despedidas, não é mesmo?

Olhei pra trás, assustada com a familiaridade da voz.

Lá estava ele, meu pai. Os cabelos levemente esverdeados estavam presos numa espécie de coque. A pele estava mais pálida e ele ainda usava roupas pretas cobrindo seu corpo inteiro.

—Pai- Eu me xinguei mentalmente por chorar- Eu imaginava que você estava vivo mas...

—Pode me dar uma carona, filha?- Ele pediu. E mesmo por alguns segundos,eu me senti incapaz de negar algo pra ele.

Dirigimos até certo ponto onde estava quase anoitecendo. Então eu parei o carro e saí dele.

—Dirigimos por muito tempo, não?- Ricther perguntou meio melancólico- O tempo voa quando estou com você.

—Eu não vou perder o banquete pra conversar com você.- Fui sincera e mais seca do que eu tinha planejado- Eu vim com um plano. E você?

—Eu vim ver como minha filha estava- Ricther disse de uma forma quase falsa- Fiquei sabendo que tenho um neto.

—É. Biologicamente seu neto- Eu respondi friamente- Não ache que isso te dá algum direito de criação com ele.

—Eu vim por você, filha- Ricther tentou me segurar pelo rosto- Eu senti sua falta.

—Você devia ter morrido queimado naquele dia do despertar da Yui- Me afastei de meu Pai- Mas por algum motivo conseguiu escapar,mesmo fraco depois da facada que recebeu no coração. Devia ter morrido no dia do despertar das Herbert, mas Laito teve piedade de você. Eu deveria te matar agora mesmo sem nenhuma dó.

—Mas você não é assim- Ricther sorriu- Você viu mortes demais na sua frente pra ser capaz de matar alguém.

Coloquei minhas duas mãos na sua garganta, apertando levemente:

—Não me subestime, papai. Eu não hesitaria por um segundo antes de matar o homem que apesar de ter me dado uma vida, arruinou ela. Você tem sorte de eu ser uma Sakamaki que trabalha com coisas mais discretas como venenos.

Eu o soltei, enxaguando as lágrimas que escorriam pelo meu rosto.

—Acredito em primeiras chances, posso acreditas em segundas dependendo da pessoa- Eu disse, ainda de costas pra ele- Mas eu não acredito em terceiras chances. Não me faça ter que correr atrás do seu sangue.

Eu entrei no carro, me olhando pelo espelho retrovisor com os olhos levemente borrados e vermelhos. Passei novamente a mão pelo rosto e dei partida no carro, rumo ao grande desconhecido.

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Narração Victoria.

—Sabiam que esse é o primeiro baile da minha vida?- Lua desabafou, passando blush

—Não é um baile, Lua, é um banquete- Brunna explicou- Ok, nós teremos que fazer pares com os cavalheiros Sakamaki e Mukami, usar vestidos caros e chiques e provavelmente dançar valsa, mas no convite diz bem explicitamente que é um banquete.

—Será que vão servir bolo de chocolate?- Sofie perguntou, quase retoricamente.

—Por favor, arrumem um lugar que venda bolo de chocolate nessa capital- Nikki bufou- Ela não para de reclamar disso desde quando chegamos.

—A gente procura amanhã uma padaria pra você, Sofie- Daayene riu- Nossa, eu preciso renovar meu guarda roupa. Todos meus vestidos já foram usados na frente de vocês.

—E isso é um problema desde quando?- Brunna parou de trançar o cabelo- Voce não pode só comprar mais trezentas roupas enquanto você tem roupas maravilhosas e em ótima qualidade!

—Não é assim que a mente da Daay funciona, aparentemente- Eu respondi, terminando de passar delineador- Enfim, vocês sabem com quem vão no banquete de hoje?

—Eu vou com o Yuma- Priya respondeu, recebendo uma olhada estranha de nós- Não me olha assim, ele literalmente me carregou no ombro dele e berrou que eu era obrigada a ir com ele. Não é como se eu tivesse muita escolha nessa parte.

—E-eu vou com o Azusa- Anna murmurou- Não é como se algum outro menino fosse me convidar de qualquer jeito.

—Gente, relaxa- Marie se apoiou na mesa- É só um banquete idiota feito por um rei idiota, não a formatura do ensino médio.

No segundo depois que Marie terminou de falar isso, alguém bateu na porta. Nikki se levantou e foi abri-la. Era Shu.

—Nossa, você tá usando um vestido- Ele notou.

—Contra minha vontade, obviamente- Nikki revirou os olhos vermelhos.- Mas eu ainda tenho algum senso comum mesmo vivendo com vocês.

—É, parece que sim- Shu disse preguiçosamente com um "quê" diferente no olhar- Enfim, tá todo mundo esperando vocês na recepção.

Quando Shu saiu, eu e as garotas nos entreolhamos por alguns segundos antes de sairmos todas juntas para a recepção, onde nos encontramos com os Sakamaki e os Mukami.

Além dos comentários (tanto pervertidos quanto debochados) dos meninos sobre nossos vestidos e algumas brigas ocasionais sobre coisas meio bestas, tudo estava normal.

—Oy, quem será que vai vir de diferente nesse banquete?- Ayato perguntou meio retoricamente.

—Como assim gente diferente?- Sofie arqueou uma sobrancelha, parecendo curiosa.

—É um festival para todas as raças- Ruki explicou- Várias pessoas de vários reinos vão se unir aqui. Até alguém com um cérebro como o seu deveria entender isso, Ayato Sakamaki.

Cruzes, de repente ele começou a me lembrar do jeito que a Sofie fala.

Ayato bufou com certo desprezo.

—Lilith vai vir?- Brunna perguntou de repente.- Querendo ou não, ela ainda é uma Sakamaki.

—Ela está numa... Viagem especial- Shu disse preguiçosamente- Disse que volta logo.

—Dá última vez que ela disse que estava numa viagem especial, ela mandou nosso irmão lobisomem pra ver a gente- Lua brincou- O que vai ser agora? Um primo perdido demônio?

—Vocês fazem piadas demais próprio bem- Reijii reclamou.

—Eu acho o otimismo das MNeko-chans fascinante!- Kou cantarolou.

—Claro que acha- Marie bufou.

—Enfim, quando é que nós vamos chegar lá?- Nikki reclamou- Eu nem tô de salto e meus pés tão tudo dolorido. Esse castelo parece um labirinto!

—Então deve ser seu dia de sorte, porque a gente acabou de chegar- Subaru murmurou,apontando para nossa frente.

Lá estava uma porta dourada gigantesca, toda com detalhes de folhas e flores. Em ambos os lados, existiam dois guardas. Eles, ao perceberem a existência dos Sakamaki, abriram as portas pro banquete.

Percebi que o lugar já estava cheio. O chão era todo em cor de bronze, e as paredes eram brancas com detalhes marrons, e todo o cômodo era iluminado por lustres gigantescos e algumas pequenas tochas presas nas paredes.

O lugar também estava cheio. Diversas mesas de madeira espalhadas pelo salão, circuladas por grandes cadeiras e cobertas de pratos e pratos de comida. Mulheres com cinturas completamente falsas e vestidos longos, homens com ternos tomando vinho. Todos conversando altamente porém ainda conseguindo permanecerem dignas, e alguns casais dançando graciosamente á música clássica que estourava pelo salão.

—É melhor se nos separarmos- Shu falou de repente, e eu me percebia cada vez mais surpresa pelo fato dele estar acordado e não dormindo no quarto dele- Não me olhem assim, se andarmos todos juntos atraímos mais atenção.

—...E desse jeito, é mais fácil de escapar do KarlHeinz- Sofie completou.

—É, Shu está certo- Nikki bufou- Vamos rápido então. Não quero ficar aqui muito tempo.

—Isso não surpreende ninguém-Marie deu um sorriso de canto.

—Eu acho que surpreender alguém não foi o objetivo da Nikki- Sarah sugeriu, pegando no braço de Kanato- Podemos ir?

—A gente devia ter um sinal de perigo, caso alguma coisa aconteça-Daayene pediu- Tipo... KarlHeinz aparecer e começar a causar.

—Vocês tem cada ideia idiota- Yuma bufou- Não precisamos de um "sinal de perigo" ou qualquer coisa assim.

—Eu...acho...uma boa... Ideia- Azusa levantou uma das mãos, o que fez seus irmãos reclamarem-Fiz algo... Errado?

—Não, meu querido, seus irmãos que são chatos mesmo- Priya bateu levemente no ombro de Azusa- Podemos só não ficar muito longe umas das outras, desse jeito fica mais fácil de checar.

—Priscila está certa- Subaru concordou- Nas duas afirmativas.

—Ok. Nos vemos mais tarde.- Brunna se virou pra nós, e então foi levada por Ruki para um canto da sala.

Pouco a pouco, as duplas foram saindo do círculo e enfim sobrou só eu e Reijii.

—Pronta?- Reijii estendeu a mão pra mim.

—Na medida do possivel- Eu segurei a mão dele, dando um sorriso fraco.

Ele deu um beijo suave em minha mão, e nós então começamos a andar pelo salão juntos.

—Por que todos nesse lugares parecem chatos?- Eu perguntei de repente, atraindo a atenção dele- E muito formais. Eu tô começando a me achar fora do comum nessa minha roupa.

Dei uma olhada breve pro meu vestido. Todo vermelho, curto na frente e longo atrás. "O equilíbrio perfeito",como Marie diria.

—Eles são "chatos". Na maior parte das vezes ninguém presta atenção no que o outro está falando- Reijii explicou baixo para mim- Eles só estão concordando com a cabeça e esperando sua vez de falar e exibir seus títulos e terras. Ou seus filhos e filhas.

—Para casamentos arranjados?- Eu perguntei, e ele concordou com a cabeça- Deus, parece que nós dois só popularizamos a ideia de um casamento arranjado. De repente eu vejo meninas de dezesseis anos com anéis de diamante nas ruas e as pessoas achando normal!

—Aquele homem nunca fez questão de evitar isso- Reijii respondeu- As pessoas tem fé que, se casarem seus filhos jovens, eles terão mais chance de serem ganhadores de riquezas e títulos. Além de serem criados na realeza.

—Vendo isso acontecer, eu até agradeço que casei com dezenove anos.- Apoiei minha cabeça no ombro dele por alguns segundos- Nem acredito que já faz um ano. Eu sinto falta do Heisuke.

—Quando tudo acabar, nós vamos ficar com ele- Reijii me prometeu- Em qualquer lugar que você quiser.

Antes que eu pudesse respondê-lo, uma figura apareceu diante de nós, de cabelos cacheados e pele morena.

—Olha só quem resolveu aparecer- Meg deu um sorriso venenoso- Reijii Sakamaki e... Sabe-se lá quem é você. Lembra da última vez que nós vimos, meu príncipe?

—Claro que me lembro, boa memória é algo que as pessoas costumam elogiar em mim- Reijii apertou a mão de Meg- Suponho que já conheceu minha esposa, também?

O olhar dela se rebaixou de repente:

—Claro que já. Soube que você tinha bom gosto, mas achava que era um pouco... Superior a isso.

—Meu bom gosto é inquestionável, senhorita Pann- Reijii respondeu- Amor, tem alguma coisa para falar?

—Todos meus assuntos já foram...abordados com a senhorita Pann- Eu sorri- Mas agradecemos por seus cumprimentos. Quem sabe no nosso aniversário de casório, nós convidemos seu pai e a família da sua madrasta para a festa?

Meg revirou os olhos:

—Claro que vocês iriam.

—Agora, se nos permite- Reijii fez um breve cumprimento- Temos mais convidados para ver.

Ele então me puxou de leve até outro canto, onde eu falei:

—Eu fiz alguma coisa errada?

—Por que você faria alguma coisa errada?- Reijii cerrou as sobrancelhas.

—Quando você passou a bola pra eu falar com a Meg, eu só te imitei-Admiti meio envergonhada- Eu até que me senti bem chique. Nunca na minha vida eu ia falar "abordado" ou "cumprimentos" numa FESTA!

—Você foi ótima- Reijii respondeu- Não que eu esperasse alguma coisa menos da minha esposa.

Eu me inclinei pra dar um selinho nele, mas fomos interrompidos por alguém pigarreando.

—Desculpa interromper o casal,mas minha irmã viu você do outro lado da sala e achou que seria de bom tom eu vir te cumprimentar- Ouvi a voz de Cousie, e meus olhos se arregalaram imediatamente:

—Cousie? Eu não sabia que você vinha!

—Não fique tão surpresa, o banquete é aberto pra qualquer um que tiver vontade, paciência e uma boa roupa pra vestir- Cousie tinha os cabelos escuros presos num coque, deixando o vestido azul escuro que arrastava no chão destacando na sua pele, e ela tomou um gole do vinho que segurava- Então, esse é seu marido?

—O próprio- Eu sorri e então virei pra Reijii- Reijii, essa é Cousie Creedley. Uma... Conhecida minha.

Reijii apertou a mão de Cousie:

—Um prazer conhecê-la.

—O prazer é todo meu- Cousie respondeu meio friamente- Tenho que falar que é uma surpresa te ver sem suas guardas costas te perseguindo.

—Elas não são minhas guarda costas, são minhas irmãs e minhas amigas- Eu dei uma risada- E também, você não tá carregando seu arco e flecha que nem eu imaginava.

—Você sabe que o castelo tem uma política de sem armas, né?- Cousie arqueou uma sobrancelha- Apesar de que eu não mataria ninguém com arco e flecha.o Não sem querer, pelo menos.

—Oieeee!- Uma garota brotou perto de mim, era Eliza- Victoria, né? Lembra de mim?

—Lembro sim. Você é a metamofomaga, né?- Eu encostei no cabelo dela, que mudou de preto pra rosa num instante- Esse seu poder é muito maravilhoso e útil.

—Eu sei!- Eliza riu meio vermelha, seus cabelos voltando a serem ruivos como o normal- Mas não posso fazer muito isso em público, ou a Cousie me mata. Por falar nisso, essa é a nossa irmã mais nova Haruka! Vocês não tiveram a chance de conhecer elas naquele dia!

Uma garota de cabelos azuis escuros com as pontas mais claras até a cintura e olhos meio cinzas usando um terninho brotou atrás de Eliza, observando o lugar antes de pop pra mim:

—Oi.

—Oi- Respondi, achando meio estranha a frieza dela.

—Ela é meio estranha assim mesmo- Eliza explicou- Não se preocupa, acho que é contato demais com água.

—Com certeza.-Haruka revirou os olhos- Vi Meghhany conversando com vocês agora a pouco. Falou alguma coisa a mais?

—A mesma coisa de sempre- Respondi- Ameaças, ela tentando seduzir meu marido. Coisa normal.

—Se ela te encher o saco de novo, sabe onde encontrar a gente- Cousie brotou de novo.

—Eu sei?- Perguntei.

—Mesmo lugar da primeira vez.- Eliza sussurrou nada discretamente- Agora vamos nos distanciar, estamos aqui meio de penetra. Beijos pra você e pra suas irmãs, florzinha.

Elas então saíram, e Reijii se virou pra mim:

—Você parecia bem íntima delas.

—A gente meio que salvou uma delas de um bêbado. Te conto tudo depois. Agora, onde nós estávamos?

Eu coloquei minha mão na parte de trás do pescoço de Reijii, puxando ele pra um beijo suave, que ele correspondeu por alguns breve segundos antes de se separar de mim:

—Podemos ir?

—Podemos- Sorri pra ele, entrelaçando nossos dedos.

Andamos juntos por algum tempo, eu basicamente fascinada sobre o lugar e questionando Reijii sobre tudo enquanto ele me respondia entre resmungos e alguns sorrisos discretos.

—Atenção á todos!- Um homem de repente começou a falar- Agora o rei KarlHeinz abre o salão para a primeira valsa!

—Primeiro valsa?- Eu perguntei- O que isso significa.

—Todos que querem dançar tem que achar um par do sexo oposto para a valsa- Reijii explicou para mim com suavidade- De vez em quando as duplas são obrigadas a mudar durante a dança.

—Ah- Eu suspirei, e após alguns segundos da música clássica começar a tocar e nós ficarmos em silêncio, eu me virei pra ele- Você vai me convidar pra dançar ou não?

Reijii parecia quase chocado:

—Eu nem sabia que você gostava de valsa.

—Eu não gosto. Mas acho muito romântico, muito obrigada- Revirei os olhos numa risada abafada- A não ser que você prefira que eu convide outro rapaz...

—Você me daria a honra da sua primeira valsa, então?- Reijii segurou minha mão, e eu me senti acanhada.

—A honra será toda minha- Eu ri, e então ele me guiou até o meio do salão.

Uma das suas mãos encontrou minha cintura, enquanto a minha encontrava um de seus ombros. As duas mãos que ficaram soltas logo se entrelaçaram, e eu me senti sorrindo meio envergonhada quando ele começou a se mexer comigo, me liderando numa dança lenta.

Olhando levemente pros lados, eu conseguia ver alguns rostos familiares na valsa. Ruki e Brunna, por exemplo, dançavam com uma graça e elegância invejável.

Eu percebi minhas irmãs sentadas juntas em um canto do salão, os Sakamaki discutindo logo perto delas. Priya, Daayene e Anna estavam perto do buffet comendo e rindo, e o resto dos Mukami eu não conseguia encontrar.

Enquanto Reijii me girava, eu vi KarlHeinz pelo canto dos olhos. Ele estava dançando com uma mulher aleatória distante o suficiente da gente, mas ainda assim desconfortável.

—Aconteceu alguma coisa?- Reijii me perguntou.

—Seu pai. Acabei de ver ele- Respondi, gesticulando gentilmente pra trás dele. Ele então inverteu os lugares para ver melhor:

—Realmente. Se ele não nos viu até agora, deve estar arrumando algo melhor.

—Ele tá dançando com uma moça, deveríamos nos preocupar com uma quarta esposa?-Perguntei de uma forma meio irônica.

—...Não ouse sugerir isso perto dele- Reijii de repente ficou sério.

—VICTORIA!- Ouvi a voz de Priya e vi em correndo até mim- Mals,não vou gritar de novo.

—Aconteceu alguma coisa?- Eu perguntei, envolvendo meus braços na cintura de Reijii.

—Aparentemente a realeza feiticeira chegou- Yuma veio logo atrás de Priya- Aparentemente Anna conheceu ela e eles estão ansiosos em conhecer a nova princesa vampira.

Eu arregalei os olhos:

—Eles querem ME conhecer?

—A não ser que algum dos outros Sakamaki tenha se casado em segredo, eu imagino que seja você- Priya deu de ombros- Vamos,eu vou com você. E vocês dois,sigam a gente!

—Eu não tinha muito lugar pra ir de qualquer jeito...- Yuma abaixou a cabeça, e nós quatro começamos a andar atrás de Priya.

De repente então, a gente parou na frente de uma mulher. Alta, os cabelos eram pretos e os olhos eram um azul meio arroxeado, usando um vestido verde água que escorria pelo chão.

Percebi Anna no fundo apontando pra essa mesma mulher. Priya então me empurrou pra frente.

—Eh...- Eu congelei, olhando pra Reijii como se eu precisasse de ajuda, e Reijii tomou as rédeas da situação:

—Princesa Alice Rosemary, imagino?

A mulher se virou pra nós, sorrindo:

—Eu mesma. Príncipe Reijii Sakamaki e você é...

—A esposa dele.- Eu ri meio nervosa- Victoria Sakamaki.

—Ah, eu ouvi algumas coisas a seu respeito- Alice tinha um sorriso suave no rosto ainda e seus olhos brilhavam quase angelicamente- Não tanto quanto ouviram de você no Mundo Vampiro, te garanto. As poucas coisas que ouvi de sua pessoa é sobre seu casamento e sua posição como princesa.

—É muito gentil da sua parte falar isso- Reijii se intrometeu- Tenho certeza que vossa majestade se orgulharia dos feitos de minha esposa em tão pouco tempo.

Fiquei vermelha com os elogios de Reijii e o sorriso doce de Alice em minha direção. De repente, um rapaz mais baixo do que todos se aproximou de nós. Braços e pernas muito curtas e as roupas vermelhas bem apertadas. Seu cabelo era loiro e seus olhos eram azuis claro.

—Boa noite, Victoria e Reijii. Irmã, quem são os outros dois?- Ele perguntou, olhando pra Priya e Yuma- Sou Tyrosh Rosemary, irmão mais novo da Alice e de Robert.

—É um prazer conhece-los- Priya pareceu levemente animada- Meu nome é Priya Hudison... Eu sou tipo uma colega da princesa Victoria.

Segurei a vontade de bater nela pelo comentário.

—Eu sou Yuma- Ele respondeu parecendo irritado- Mas no meu caso não é um prazer conhecer vocês, eu nem queria tá aqui na verdade.

Vi Priya pisando no pé de Yuma com força enquanto Tyrosh arregalava os olhos:

—Seu namorado é sincero demais pro próprio bem, senhorita.

—Maravilha- Eu segurei uma risada.

—VALHA-ME DEUS!- Priya berrou- VOCÊ ACHA QUE ESSE PÉ GRANDE É MEU NAMORADO? EU NUNCA NEM FICARIA COM UM BICHO DESSES!

—Para de gritar, Priya, dá pra te escutar do outro lado do salão- Brunna apareceu, puxando Priya pelo braço- Desculpa, ela é hiperativa.

—EU NÃO SOU HIPERATIVA!- Priya continuava gritando enquanto estava sendo arrastada.

—Há discordâncias- Brunna comentou antes de desaparecer por completo.

—Suas amigas?- Alice perguntou.

—É, alguma coisa assim- Eu ri pra mim mesma.

—Alice- Tyrosh a chamou, puxando a cauda de seu vestido- Se nos atrasarmos, Robert ficará irritado.

—Robert?- Yuma perguntou- Quem diabos é Robert.

—É o rei feiticeiro.- Reijii disse como se fosse óbvio, e eu ignorei o fato que queria perguntar a mesma coisa de Yuma- Robert Rosemary.

—Ah, irmão de vocês?- Perguntei, e Alice concordou com a cabeça:

—Se as senhorias nos dão licença, foi um prazer conhecer vocês.

E então eles saíram do salão, me deixando com uma grande interrogação na cabeça:

—Eu sinto que eu deveria saber quem são essas pessoas.

—A realeza mais polêmica- Subaru brotou atrás de mim- Mais polêmica que nosso pai até. Robert nunca se casou, mas teve uns dez bastardos e já foi prometido. Além disso, existem boatos de corrupção, doenças mentais e muita violência por trás do castelo deles.

—Ah, que pessoal simpático- Percebi que Lua também apareceu, e fiquei assustada ao ver de repente todo mundo atrás de mim.

—Da onde diabos vocês surgiram?!- Eu perguntei.

—Oy, nós estávamos aqui o tempo inteiro!

—Só eu que estou assustada de KarlHeinz não vir nos encher o saco até agora?- Sarah perguntou, e ninguém respondeu- Tá, parece que é só eu mesmo.

Percebi Sofie olhando meio ansiosa pra porta.

—Aconteceu alguma coisa, Sofie?-Marie perguntou, se aproximando dela.

—Eu só tô... Com um péssimo pressentimento- Sofie respondeu. Os garotos estavam distraídos brigando, mas eu consegui perceber bem pra quem ela estava olhando.

Um homem de cabelos pretos longos e emaranhados, uma grande barba, pele meio rosada e olhos azuis estava na porta conversando com Alice e Tyrosh.

Mas por algum motivo ele não parava de olhar pra Sofie.

Vi que Daayene também tinha percebido, e ela tampou a visão da porta pra Sofie enquanto colocava seu braço sob o ombro dela.

—Podemos voltar pra casa agora?- Shu bufou.

—Vocês são tão chatos!- Kou grunhiu- Vamos ficar mais um pouco.

—É... Vamos ficar mais um pouco- Marie disse, também olhando de canto pro cara da porta- Pelo menos até algumas pessoas desaparecerem.

E pela primeira vez no festival, eu fui dominada pelo mesmo sentimento que o de Sofie.

Um péssimo pressentimento.


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Notas finais do capítulo

E aí? Gostaram? O que acharam das aparições nesse capítulo? E das REaparições? Não se esqueçam de comentar suas teorias, opiniões e sugestões porque eu amoooo ler!
Bye bye e até o próximo capítulo ♥ !



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