Like a Vampire 3: Lost Memories escrita por NicNight


Capítulo 12
Capítulo 12- Flecha


Notas iniciais do capítulo

Oieee, mais um capítulo ♥
Estou tão feliz que já estamos na parte do meio da história, vocês não tem ideiaaaaa!
Enfim, boa leitura ♥ ♥



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Narração Lua

Assim que acordei, me lembro de ter trocado de roupa e descido pra tomar café. E fiquei bem surpresa quando encontrei nenhum dos meninos na mesa, e sim Marie, Victoria, Sarah e Priya parecendo conversar sobre um assunto bem sério.

—Tem certeza que foi isso que ele falou?- Sarah parecia assustada.

—Absoluta.- Marie tomou o resto do seu café num gole só- Eu nunca fiquei com tanta raiva de um cara, eu acho.

—Foi realmente uma coisa babaca de se fazer.- Priya opinou.- Você fez certo em sair dali.

Desci as escadas, fazendo as meninas finalmente me notarem:

—Bom dia... O que aconteceu? Cadê todo mundo?

—Bom dia, mana!- Victoria me cumprimentou- Nada demais, só Marie que tava contando um caso pra gente. Acho que as meninas tão no salão principal, e os meninos eu nem vi direito.

—Ah...- Respondi.- Tudo bem, então. Acho que vou tomar café lá no salão.

As meninas apenas concordaram com a cabeça e continuaram conversando baixo. Peguei um copo de leite e alguns biscoitos e desci as escadarias já comendo.

Quando desci, encontrei o resto das garotas e me sentei do lado delas:

—Só eu que tô sentindo uma bad vibes nessa manhã?

—Acredito que não.- Brunna respondeu, tomando café.- O que é estranho, considerando que ontem mesmo fomos a um casamento fofo.

—É. Seria super fofo se aquele rei maldito não tivesse aparecido- Nikki opinou- Ouviram Marie falando sobre os negócios que ele falou pra ela?

Fiquei confusa, e as meninas me explicaram tudo que tinha acontecido na noite do casamento enquanto eu estava muito ocupada comendo no buffet.

Basicamente, KarlHeinz apareceu do nada falando que era pra Marie casar com ele. Além disso, Marie e Laito quase ficaram, mas aí aconteceu alguma treta que a Marie voltou praticamente chorando pro consolo da Vic falando que NUNCA mais ia falar com aquele menino na vida dele.

—Nossa...- Foi minha reação- O que será que rolou entre os dois?

—Sei lá.- Daayene suspirou- Mas o que quer que seja, não foi nada bom. E a Cousie ainda piorou toda a situação, porque ficou falando que ela e as irmãs dela tinham avisado que nenhum dos Sakamaki prestam.

—Talvez elas não estejam tão erradas- Sofie deu de ombros- Considerando todas as minhas vivências com Sakamakis, não é difícil acreditar que eles realmente não prestam.

—Ah, isso é exagero.- Eu respondi- Os meninos já foram bem piores, mas agora eles até que aceitáveis.

—Não acho que aceitável seja o suficiente- Nikki respondeu- E eu também concordo com a Sofie nesse quesito.

—O que é mais estranho é que a Victoria conseguiu gostar de um Sakamaki.- Brunna cerrou os olhos- E casou com ele. E teve um filho com ele. Ainda parece ter esperança.

—Por falar em esperança- Victoria apareceu descendo as escadas- Lua, Subaru tava te procurando.

Arqueei as sobrancelhas em choque:

—Eu? Procurando euzinha, o canto dessa cidade?

—Pelo menos dessa vez ele te chama, não só te agarra e te leva pra algum lugar- Daayene riu, e Anna concordou com a cabeça:

—É...

—Ele tava indo pro jardim.- Priya apareceu detrás dela.

—Cadê a Marie?- Sofie perguntou, e Sarah apareceu ainda mais acima das escadas dando de ombros.

Suspirei.

—Vou lá ver o que aquele TPMista albino quer comigo- Dei uma risada e fui até o jardim.

Sem zoeira, tive que dar umas cinco voltas por aquele jardim imenso inteiro antes de eu conseguir achar ele, sentado em cima do muro. Segurei meu colar com força e respirei fundo:

—Você queria falar comigo?

Subaru olhou pra mim, talvez não esperasse que eu o achasse tão rápido (quer dizer, pra ele. Pra mim parecia uma eternidade que eu fiquei procurando aquela criança.)

—Não.- Subaru respondeu, e eu queria ser a Nikki pra ter a coragem e força necessária pra dar um soco nele.- Suas irmãs te falaram isso?

—Eh, sim.- Falei meio constrangida- Por que você me chamaria se não queria falar comigo?

Subaru olhou comigo meio estranho. Retribui o olhar.

—Você... Quer sair comigo?- Eu sugeri, ajeitando as mangas do meu vestido.

O Sakamaki pareceu em alerta:

—Por que você sugeriria isso?

—Porque... Não vi você saindo pelo festival até hoje.- Eu disse, dando de ombros- E eu nunca saí com você. Deve ser divertido, quando você não tá socando paredes e pessoas.

—Com certeza.- Subaru bufou- Você nem saberia pra onde ir.

—Ah é?- Me senti ofendida- Só por causa disso, você agora vai sair comigo sim! E eu escolho o lugar!

—...Você vai me levar pra um lugar estranho tipo um aquário, não vai?- Subaru estreitou o olhar.

—Ei! O que tem de errado com aquários?!- Coloquei a mão na cintura, praticamente fazendo beicinho.

—Já pensou que só de alguém quebrar o vidro, você pode morrer?- Subaru questionou.

—Mas é agua! E tem peixes!- Eu retruquei, e vendo o olhar cínico do rapaz, desisti- Tá, nada de aquário. Mas eu ainda vou decidir! E você não pode reclamar.

Subaru suspirou:

—Você tem um acordo.

Eu me arrependi de ter contado pras minhas irmãs.

E também me arrependi de ter chamado Subaru pra sair, já estava morrendo de vergonha na verdade. Onde que eu tava com a cabeça de fazer isso?!
Agora eu estava sentada nas escadarias do castelo, já arrumada, esperando a boa vontade do Sakamaki aparecer, apesar de estar uma hora atrasado.

E as minhas irmãs e as Hudison estavam coincidentemente relaxando e conversando em bancos de praça que existiam bem na frente do castelo. Como se eu não notasse elas me olhando e se questionando onde Subaru estava a cada cinco segundos.

Bati o pé no chão e comecei a roer as unhas, nervosa e ansiosa por cada segundo.

Porque, claro, era o primeiro encontro que eu ia.

Não que aquilo fosse um encontro, não sei o que Subaru pensa disso na verdade, mas era quase um encontro, então pra mim já conta.

Na distância, vi Sol andando pela rua com as duas mãos no bolso, o cabelo albino preso frouxamente e os olhos nem olhando por onde andava. Cruzei o olhar com ela brevemente, e trocamos um aceno e um sorriso.

Isso é, é claro, até ela ser barrada por um homem aleatório.

—Eu te conheço- Ouvi o homem dizer pra ela, e me senti revirar os olhos por dentro.

Ai, por que os homens são todos iguais, com o mesmo jeito idiota de cantar uma menina?

—Eu não- Sol respondeu brevemente, e tentou sair, mas ele a prendeu com o braço direito pela cintura.

—Você é Sol Dellanoce, certo?- O garoto se aprpximou- Vi o discurso do seu pai. Só queria te dizer que você é uma delícia.

—É o quê?- Sol parecia ofendida, e percebi as meninas se aproximarando aos poucos dela. O rapaz apenas respondeu:

—Garotas como você só precisam de um menino como eu pra botar de volta no caminho certo.

—Tira essa sua vida idiota e babaca da minha frente.- Priya deu um passo a frente, interrompendo o menino.

—Agora mesmo.- Daayene insistiu.

—Calma meninas, só tô tentando fazer ela ser normal.- O menino revirou os olhos.

—Ela é normal.- Sarah justificou.

—Não é uma escolha, mas se fosse, você seria nossa última escolha.- Marie cruzou os braços.

—Ah, eu já entendi- O menino riu- Vocês todas são um bando de sapatões.

—E se nós formos?-Sofie revirou os olhos- Você não tem chance de qualquer jeito.

—Isso mesmo.- Brunna- Bye bye, idiota.’

O rapaz foi embora, se juntando a um grupo de meninos enquanto provavelmente reclamava sobre como nós éramos um bando de sapatões chatas. Andei até as garotas:

—Isso que eu chamo de união poderosa!
—Eu dava conta dele sozinha, pessoal.- Sol deu de ombros.

—É. Mas foi mais divertido fazer isso juntas.-  Nikki suspirou.

—Ouvi ele falar alguma coisa sobre um discurso que seu pai fez...- Anna falou baixo.

—Ah, isso.- Sol revirou os olhos- Meu pai resolveu fazer um discurso público de falso apoio depois que descobriu da Akemi. Falando sobre como a filha dele era corajosa o suficiente pra gostar de garotas num mundo tão retrógrado e qualquer baboseira assim. Ele provavelmente só fez isso pra se pagar de super-pai, considerando a discussão de legalizar a união homossexual aqui.

—Duas coisas: Primeiro, quem é Akemi?- Victoria perguntou- Segundo, sério que aqui duas mulheres ou dois homens ainda não podem se casar? Uau, pros que se acham a civilização mais pra frente, ele são bem século V, né?

—Akemi é a minha namorada.- Sol sorriu- A gente conversou e ela decidiu vir pra cá, depois de ouvir sobre o discurso do meu pai. Vocês vão ter a chance de conhecer ela.

—Sinto que estou rodeada de casais...- Priya bufou- Jackson e Yui, Sol e essa Akemi aí, a Victoria com o Reijii, Brunna e Ruki...

—Eu e o Ruki não somos um casal.- Brunna retrucou.

—Claro que não. Você só passa toda noite no quarto dele.- Sofie arqueou as sobrancelhas.

—Não precisa ter cíumes, irmã.- Marie zombou, e Sofie revirou os olhos.

—E não se esqueçam que Lua tem um encontro com o Subaru hoje- Nikki lembrou.

—Eu não...- Comecei, mas fui interrompida:

—Mas que droga vocês tão arrumando aqui?

Olhei pra trás e vi Subaru, com uma roupa toda preta (é, a pessoa sai da moda emo mas a moda emo não sai da pessoa), e a mesma expressão irritada de sempre.

—Ah, só planejando um assassinato de uns caras, nada demais.- Daayene riu, e Subaru fez uma cara confusa.

—Não é nada, esquece.- Eu abafei uma risada- Bem, meninas, parece que essa é minha deixa pra sair...

Despedi das meninas, que ficaram sussurrando coisas como “PEGA ELE!”, “BOA SORTE!”, “VAI NA FÉ!” e relacionados.

Eu e Subaru então começamos a andar na direção esquerda da rua.

—_____________________________________________________________
—Você lembra do dia que você me chamou de monstro?- Subaru perguntou quando a garçonete entregou nossos pedidos na mesa.

Tínhamos acabado de dar uma volta pela feira do festival, até eu ficar com fome e pedir pra que nós parássemos pra comer alguma coisa.

Fiz uma expressão confusa pra ele:

—Eu fiz isso?

—Fez.- Subaru pareceu tenso se ajeitando na cadeira- Foi no primeiro ano de vocês na casa. Vocês tinham acabado de achar nossa camâra de tortura e Nikki tinha mostrado minha faca, o que levou á conversa da Yui...

—Ah!- Me envergonhei com a lembrança- Não foi um dos meus melhores dias. Eu me tranquei no banheiro pra chorar.

—E depois sua irmã arrombou a porta do banheiro.- Vi um sorriso de relance aparecer no rosto do albino com a lembrança- Você tinha seus motivos pra ficar naquele estado. Eu tinha te xingado antes.

—Nah, você estava certo. Eu sou realmente intrometida demais.- Respondi rindo.- Mas se você fazer alguma coisa desse naipe comigo de novo, minha irmã não vai ser a única a te dar um soco na cara!

 Acabei rindo alto com as memórias.

Caramba, quem diria que um dia eu estaria rindo sobre as coisas ruins que nos aconteceram desse jeito?

E realmente, eu estava começando a repensar minhas escolhas de vida agora que percebia que Subaru tinha feito um pouco mais do que só ser meio tsundere comigo.

—O que foi que você pediu?-  Vi Subaru brincando com seu colar de pingente de rosa vermelha, e por instinto fiz o mesmo ato com o meu colar. Percebi que ele olhou e pigarreou.

—Ah, donuts.- Eu gesticulei, abrindo meu pacote e tirando de lá uma rosquinha coberta de chocolate e granulado. Dei uma mordida generosa na comida- Não se pode errar com um doce desses. E você.

—Ah, água.- Subaru respondeu como se fosse normal.

—Água?!- Me assustei tanto que quase engasguei com o donut- Você tá me falando que me trouxe numa lanchonete, com uma comida incrível por sinal, e que você pediu ÁGUA?!
Subaru deu de ombros:

—Não vejo o problema.

—O problema é que você e seus irmãos tem uma eternidade toda pela frente e não sabem aproveitar ela!- Eu bati na mesa- Você por acaso não tem uma comida favorita.

Subaru deu de ombros:

—Eu como de tudo.

—Meu Deus...- Eu ajeitei meu rabo de cavalo- Vocês são ainda um caso pior do que eu imaginei. Nem vem revirar esses olhos pra mim! Se eu fosse imortal e tivesse a habilidade de ficar linda e maravilhosa e jovem por toda a eternidade não importando o que acontecesse, eu ia comer TODAS as coisas existentes nesse planeta Terra.

—Isso é fisicamente impossível, maluco e bizarro.- Subaru estreitou as sobrancelhas.

—Não quando você vive pra sempre!- Eu dei uma outra mordida no meu donut- Quer experimentar minha comida?

Subaru negou com a cabeça:

—Não precisa. Eu vou indo pagar a conta.

Eu pensei em retrucar, mas ele já tinha levantado e ido pagar na bancada.

Suspirei em derrota, lambendo dos dedos o creme doce que recheava o donut.

De repente, senti uma presença do meu lado:

—Com licença, senhorita...

A mulher do meu lado não parecia ser muito mais velha que eu. Tinha mais ou menos a altura de Sofie, porém era esquelética. Sua pele era pálida demais, o que marcava seus cabelos desgrenhados negros e seus olhos da mesma cor, profundos demais.

Senti quase vontade de oferecer comida pra mulher, mas senti que isso poderia ser ofensivo, considerando que eu não sabia na verdade o que aquela mulher era ou estava fazendo.

Ela se sentou na cadeira onde uma vez estava Subaru.

—Te vi conversando com um garoto...- Ela disse, e só então eu percebi o quanto sua voz era esganiçada e quase irritante- Vi o jeito que você olhava pra ele... E como ele olhava pra você...

Corei furiosamente com o comentário da desconhecida:

—Q-que jeito?!

—O colar de vocês dois não mente, oras.- A mulher apontou pro meu pingente- São duas partes idênticas, mas são diferentes também, complementares, quase.

Gente, que papo bizarro.

—Mas se eu fosse você, senhorita...- Ela então segurou minha mão, e a apertou com tanta força que eu tive que morder meu lábio pra não gemer.- Me afastava dele. Esse rapaz não é nada bom. Veja só quem é o pai dele. Vai quebrar seu coração na primeira chance.

—Subaru não é que nem o pai dele.- Retruquei, retirando minha mão da mulher- E mesmo assim, você não sabe nada sobre ele. Eu, por outro lado, convivo com ele á três anos. Acho que sei dizer bem em quem posso ou não confiar.

Já ia me levantando pra ir embora, quando a mulher voltou a falar.

—A união de vocês dois só trará sofrimento.- A mulher falou, e eu me senti congelar mesmo sem querer- Pode te fazer feliz, ou melhor, satisfeita por um tempo, mas a distância entre vocês dois e o terror de tudo os farão separar.

Eu já me sentia tremer áquele ponto. Eu nem sabia porque, mas se aquela mulher queria me deixar paranoica, ela conseguiu.

—Sua mãe Molly não ia querer que você fizesse isso consigo mesma, ia?- Ela disse.

E foi aí que eu me senti quebrar.

Olhei pra ela em terror:

—Quem é você? Como você conhece minha mãe?

—Eu sou...- A mulher começou a falar, mas só olhou pra mim com aquelas orbes escuras profundas que me gelaram até a alma, e deu um sorriso de canto venenoso-...

—Ei, uma demônia!- Vi um grupo de jovens uniformizados de branco e prata se aproximando de nós.- Junto com uma humaninha, há!

—Ei, você quer voltar?- Virei pra trás e dei de cara com Subaru- Já tá ficando tarde, e eu não acho que suas irmãs vão levar na boa se eu te trazer de volta pra casa  mais tarde que isso...

Ele então seguiu meu olhar, vendo a mulher desaparecendo de repente, mas os jovens indo na minha direção.

—O que estão fazendo aqui?- Subaru brigou- Esse não é o lugar de vocês.

—Ora, ora, se não é um dos Sakamakizinhos por aqui.- O que parecia ser o líder, de cabelo longo castanho e olhos dourados, riu com deboche- Um prazer encontrar você e sua... qualquerzinha, aqui.

—Com licença?- Eu me ofendi- Eu estou bem aqui, não precisa me tratar como se eu fosse um espantalho ou coisa do tipo.

—Ah, que fofo, ela sabe falar e ainda se defende- O rapaz disse, e segurou meu queixo entre os dedos- A-do-rá-vel.

—Tire as mãos dela- Subaru bufou- Ou vou fazer questão de  eu mesmo contar pro seu pai. Ichiro Bernadi, sobre o fato da sua noção de liderar a rebelião ser mexer com humanas indefesas.

Opa, indefesas?

—Você tá defendendo ela?-  O tal Ichiro disse com um sorriso- Eu, por outro lado, achei ela uma menina bem formidável e... linda. Seria um bom produto de troca para a rebelião, não é?

Tudo que eu vi foi uma flecha, passando rapidamente na frente de Ichiro, e acertando um pilar de madeira.

Olhei pra direção da onde a flecha tinha vindo, apenas pra dar de cara com Cousie:

—Ora, ora, ora... O que esses belos rapazes da rebelião estão arrumando no festival?

Ela então estendeu a mão, o que fez a flecha dela voltar pra si.

—Quem é você?- Um dos discípulos de Ichiro disse.

—Não te interessa.- Cousie respondeu- O que realmente interessa é o porquê de vocês estarem no festival, mexendo com a minha amiga e esse rapaz que eu não me importo muito porém ainda o defendo.

—O festival é para todos.- Ichiro respondeu- Ambiente neutro.

—Primeiramente, isso é uma mentira, e você sabe disso.- Cousie se aproximou dos rapazes- Segundo, é pra todas as raças, e todo o objetivo da rebelião é “acabar com a hierarquia das raças”, ou seja, vocês não são bem vindos aqui. E terceiro, acho que não existe algo muito “não-agressivo” em você mexer com uma garota só pra arrumar intriga com um Sakamaki, e ainda sugerir que ela seja moeda de troca entre os vampiros e a rebelião.

—Por que deveríamos escutar você?- Um dos outros garotos respondeu.

—Ah, vocês não deveriam, na maioria das vezes.- Cousie riu- Mas é um conselho bom quando eu digo pra vocês saírem daqui imediatamente antes que eu pense em envenenar a comida que servem pra toda a rebelião.

—Você não seria cap...

—E também, eu sou muito boa em estrangular pessoas.- Cousie continuou- E minha mira é impecável, como podem perceber. Ainda querem me desagradar? Porque eu posso continuar a lista.

Ichiro olhou nós três de cima a baixo:

—Vamos embora. Não podemos nos misturar com essezinhos.

Eles se afastaram, e Cousie deu um sorriso cínico enquanto mandava um tchauzinho pra eles. Ela então se virou pra mim:

—Te machucaram?

—Não, eu tô bem, graças a você.- Sorri- Valeu, Cousie.

—Nós temos um acordo, passarinho.- Cousie deu um sorrisinho também- E eu sou uma mulher de palavra.

Ela então começou a recuar:

—Agora, se não se incomodam. Preciso ir, tenho coisas mais importantes a fazer do que cuidar de moleques mimados e chatos.

Nos despedimos dela.

—Ela é... brusca.- Subaru disse, chocado.

—Você não viu nada ainda.- Eu ri.

—Você tá bem?- Subaru perguntou.

—Tô sim.- Respondi, lembrando da mulher que havia me falado aquelas coisas e dos rebeldes querendo me comprar.- Só... chocada com esse dia.

Subaru ficou me encarando, como se não acreditasse em mim.

Fiquei vermelha quando o albino envolveu os dois braços sob minha cintura, mas eu berrei mesmo foi quando ele SIMPLESMENTE começou a voar.

Por instinto, eu coloquei meus braços em volta do pescoço dele, escondendo meu rosto em seu peito:

—MAS O QUE VOCÊ TÁ FAZENDO?!

—Te levando pra casa, ué.- Subaru respondeu como se fosse simples.

Ok, eu sabia que vampiros tinham um poder maluco de ficar no ar ou coisa assim. Mas isso não significava que um deles podia só me TIRAR DO CHÃO do nada!

—Mas voando?- Questionei, tentando controlar meu pânico e falando baixo.

—É mais rápido- Subaru deu de ombros- Por que diabos você tá com essa cara?

—Ah, sei lá, talvez porque VOCÊ tenha acabado de me segurar e começar a voar comigo!- Retruquei, vermelha pelo meu piti.

—Você tem medo de altura?- Ele me questionou. Gaguejei:

—....Não.

—É um medo idiota.- Subaru suspirou.

—Não é não!- Me defendi- Se você me deixasse cair aqui, eu NO MÍNIMO ia cair, bater a cabeça no chão e ter um traumatismo craniano, além de quebrar uns ossos!
—Exatamente. Isso ia acontecer SE eu te deixasse cair.- Subaru ficou meio vermelho, mas bufou pra disfarçar- Coisa que NÃO vai acontecer.

—...Eu não confio em você- Virei a cara.

—Não precisa confiar em mim, só se segurar forte que eu te deixo em casa.

Olhei pra ele, hesitando. Eu então apertei meus braços ao redor do pescoço dele, afundando meu rosto na curva de seu ombro e fechando os olhos. Senti ele bufar, e logo depois um movimento rápido e forte, além do vento no meu rosto.

Tentei não me importar com o perfume cítrico que Subaru estava usando, mas falhei miseravelmente.

Eu estendi minhas pernas, querendo apreciar a sensação dos meus pés se mexendo porém não tocando o chão.

Apesar de aterrorizante, era até que legal.

—Chegamos.- Subaru disse, e eu abri meus olhos á tempo de nos ver pousando.

Quando coloquei meus pés no chão, senti eles meio dormentes e dificuldade pra andar. Por isso, acabei me sentando num banco da varanda.

—Ei- Subaru se sentou do meu lado- Acabamos não tendo a chance de conversar sobre tudo que tem acontecido.

—Não temos a chance de conversar sobre isso exatamente porque é muita coisa ao mesmo tempo- Eu dei um sorriso fraco, praticamente me deitando na parede- Esse ano tá uma loucura, não sei quanto mais eu aguento.

—Você... Olha, você...- Subaru então esfregou as palmas- Escuta aqui, eu só vou dizer isso uma vez pra nunca mais, ok?!

Eu senti um sorriso completo espalhar pelo meu rosto enquanto eu me virava pra ele, completamente entusiasmada.

—Você e suas irmãs, amigas e... Sei lá, colegas, são mais fortes do que qualquer um de nós pensou. É por isso que nós começamos a nos engatar nos planos de vocês.

—Jura?- Eu ri- Tem certeza que não é porque vocês estão completamente apaixonados pela gente?

Vi Subaru corar pelo canto do olho, e enrolei meu colar na mão:

—Tá tudo bem, sem julgamentos por aqui. Eu não te culpo, sou realmente irresistível.

—...Esquece tudo o que eu disse, você não presta- Subaru revirou os olhos.

—EI!- Eu dei um tapinha no ombro dele- Estou ofendida!

—Esse foi o objetivo.

—Uau, você é uma pessoa horrível- Eu dei uma risada, mas não conseguia esconder as batidas rápidas do meu coração.

—Eu sei disso- Subaru de repente suspirou meio cansado- Eu estraguei nossa saída hoje, né?

Olhei pra ele confusa:

—Não, quem estragou foram aqueles rebeldes que nunca aprenderam a respeitar uma mina. Por que você acharia que é sua culpa?!

—Porque... Se a gente não saísse, eles não mexeriam com você- Subaru se levantou, falando como se fosse óbvio.

—Tá. Pra começar, se eu resolvesse não sair de casa por causa de homem mexendo comigo na rua,eu ia morrer sem nunca sair- Comecei, me levantando e ficando em frente a ele- Segundo, se eu não saísse com você hoje, eu não ia me divertir e aí sim você seria culpado por me deixar no tédio.

Subaru arqueou a sobrancelha, como se não acreditasse.

—Subaru, eu sou uma completa fracassada- Eu ri de mim mesma- Eu faço piadas e trocadilhos horríveis, nunca dei um beijo na minha vida, minha única amiga no colégio foi minha própria irmã e eu ainda sou irritantemente animada. Eu tenho consciência disso. Mas eu não quero parar de fazer coisas que eu gosto. E eu gosto de passar tempo com você.

—Você não é uma "fracassada"- Subaru respondeu- Alguns artistas te chamariam de "incompreendida", mas você é só uma garota brilhante aos meus olhos.

Eu sorri novamente, sentindo minhas bochechas ficarem levemente brilhantes:

—Você também é brilhante, mesmo socando algumas paredes.

Vi ele revirando os olhos  com um sorrisinho no rosto, e só então eu prestei atenção na hora que devia ser.

—Você já deveria ir- Subaru falou como se lesse meus pensamentos- Suas irmãs vão ficar preocupadas.

—É, eu deveria.- Eu sorri na direção dele, percebendo que ele enrolava o colar de rosa vermelha nos dedos.

Eu cheguei ainda mais perto dele, puxando-o pelo colarinho e dando um selinho curto demais em sua boca:

—Obrigada por hoje, Subaru. Foi mágico.

E então eu soltei ele, correndo até entrar no castelo e dando uma risada quando vi ele parado, as bochechas excessivamente vermelhas e uma cara chocada.

Fui até meu quarto, saltitante pelo fim daquele dia, apesar do drama que havia sido o resto dele.


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Notas finais do capítulo

E aí, gostaram do capítulo? E desse novo casal, hein, hein?
Enfim, não se esqueçam de comentar suas teorias e opiniões porque eu amo leer
Beijos, até o próximo capítulo ♥



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