Lembranças escrita por Ju Paiva


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora, postarei mais frenquentemente e obrigado pelos comentários



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Carro SUV  11:00 AM

Depois de algum tempo sobre a estrada eles chegam no orfanato, ele era um pouco afastado da cidade, olhando por fora era um orfanato muito bem cuidado, com muitas flores, grama cortada, nas paredes não havia marcas de bola ou mãos, eram muito limpinhas, da rua até a porta tinha um caminho para que não pisasse na grama ao entrar e sair. Os dois peritos seguiram o caminho e o detive tocou a campainha.

— Talvez eu não devesse ter vindo, Mac! Vou fazer besteira e estragar o caso – disse Stella pela primeira vez após ver a pasta

— Ei, está tudo bem! Não vai estragar nada! Eu sei que não vai – diz Mac a olhando nos olhos e estendendo a mão para que ela pegasse

Stella olha para ele, e as borboletas no seu estomago começam a voar, ela pega na mão dele e tenta se acalmar. O perito aproveita o toque dela, e percebe que Stella está muito nervosa, a mão dela está gelada. Mas quando ele faz a pergunta a ela uma mulher de aparentemente 30 anos abre a porta e os olha de cima abaixo parando o olhar nas mãos unidas.

 

POV STELLA

Eu olhei a pasta e não consegui mais pensar em nada, eu preciso prender esse cara. Parece que cada vez que eu me aprofundo nesse caso mais eu sinto lembranças do meu passado me atingirem. Vou a viagem inteira em silencio tentando apenas parar essas lembranças. Quando chegamos lá eu fico muito nervosa, eu vou me envolver emocionalmente, eu não deveria ter vindo. Quando digo isso a Mac, ele tenta me acalmar dizendo que está tudo bem, que vou dar conta e estende a mão para mim quando percebe que eu realmente estou nervosa com isso.

— Você está nervosa, o que foi? – pergunta Mac

— Olá! Em que posso ajuda-los? Vieram adotar uma criança? – pergunta a moça

— Detetives Mac Taylor e Stella Bonasera, queremos fazer algumas perguntas sobre uma menina e também falar com o diretor do orfanato! – diz Mac mostrando o distintivo

— Vocês encontraram a Laura? Minha doce menina? - pergunta a moça.

—Essa é a Laura? – eu pergunto mostrando a ela uma foto da menina no necrotério

— Oh – diz a moça e lagrimas começam a brotar em seus olhos e escorrer em sua face – sim é ela, entrem.. por favor- responde ela indo para lado e dando espaço para que pudéssemos entrar

— Qual é seu? Você mora aqui?- eu pergunto a moça

— Maria Aparecida, eu moro aqui para cuidar melhor das crianças, eu sou inspetora e zeladora aqui.

— Por que não falaram com a polícia sobre o desaparecimento de Laura? – pergunto no momento em que todos sentamos no sofá.

— Mas o diretor falou com o polícia! O diretor sempre diz as crianças que se um dia uma criança sair daqui sozinha ela não volta mais, ninguém iria mandar procura-la, ia ficar na rua sozinha.. mas ele diz isso apenas para assustar as crianças e assim elas não saírem correndo de nós quando vamos brincar. – diz a moça, eu e Mac nos olhamos por um breve momento.

— Quantos anos Laura tinha? Por que veio para esse orfanato? – pergunta Mac

— Como era seu comportamento? – Pergunto também

— Ela tem 7, fará 8 em dois dias, pode parecer que é menos por ela ser meio pequenina.. mas é uma menina muito especial e inteligente, é a alegria desse orfanato, ou era.. nos últimos meses ela começou a ficar mais fechada e quase não tinha mais amigos.- ela diz e da uma pausa para que o choro não a impedisse de falar. Enquanto isso eu começo a sentir minha respiração ficar descompassada e sinto meu coração acelerar.

 

POV MAC

A zeladora Maria Aparecida parece muito atenciosa, ela ficou muito emocionada ao falar da pequena Laura, teve até que dar um tempo para conseguir se recompor para continuar a contar sobre a menina. Stella, que está sentada ao meu lado começa a respirar mais forte que normal, como se estivesse faltando ar, está fraco quase não percebo. O que há de errado com ela?

—Desculpem-me - diz Maria para continuar a contar a história - Bom.. quando ela tinha 3 anos o diretor mesmo a trouxe para cá, parece os pais morreram em um acidente e desde então ela fica aqui- nesse momento eu toco a mão de Stella para acalma-la enquanto a inspetora continua falando- o diretor cuida muito dela, ele que percebeu que ela estava triste a primeira vez e todo dia chamava ela na sala dele, mas ela continuou mais e mais isolada. – conclui a moça.

— E aonde está o diretor agora? – eu pergunto

— Ele saiu em viagem, para procurar a menina, não sei quando volta, mas quando o vi preparar o carro tinha malas muito grandes então acho que vai demorar para voltar. – ela diz

— Ele tem um celular, algum meio que possamos entrar em contato?- pergunto

— Claro só um minuto que já venho, vou pegar pra vocês. – Maria diz já se levantando- fiquem a vontade para passear pelo orfanato. – conclui já fechando a porta do cômodo

— Vamos dar uma olhada então Stell? Fico com esse andar e você com o de cima, ok? - eu digo me levantando. Quando olho pra ela vejo que está perdida em pensamentos.

— Stell!! Stell! Hey.. vamos – digo, e ela não mexe um dedo, não pisca. Estou realmente preocupado com ela. Continuo a chamando até que ela desperta assustada.

 

POV STELLA

A moça do orfanato começa a falar, e depois que ela diz que a menina começou a ficar mais fechada eu simplesmente não consigo ouvir mais nada, tudo é tão parecido, isso atingem minhas lembranças, aquelas que eu tanto quis esquecer.. mas agora vejo que não deu certo.

Flashback on

Eu acabo de acordar o sol está batendo em meu rosto e então percebo que um lindo dia começou, vou sair para brincar com minhas amigas.. mas espera, só tem eu no quarto, elas já levantaram. E eu aqui dormindo perdendo a brincadeira.

— Oh Stelinha! Que bom que acordou! Percebi que não sente-se bem e dormiu um pouco mais – diz o diretor em tom um pouco alto, parecendo querer que mais alguém escute.

— Eu estou bem, tio Robert – todos o chamavam assim, ele dizia que era para sermos uma família, apenas os funcionários o chamavam de ”O diretor”.

— Eu sei que não está – diz mais uma vez com o tom alto – Vamos conversar pequena – ele vai até a porta do quarto e a tranca

Ele vem dando passas largos até parar na minha frente, ele abaixa as calças e aí acontece de tudo, a minha única reação foi chorar, aquilo doeu muito, tudo doía, ele me ameaçou para que eu não contasse a ninguém, e todos os dias que se sucederam ele me chamava até a sala dele e acontecia tudo de novo.

Flashback off

—STELL!!!!!! – Fala Mac e eu volto para a realidade atual e corro os os olhos pela sala

— Oi, o que houve? – pergunto a ele, afinal ele estava gritando e Maria não está mais na sala

— Eu é que te pergunto? Você está bem? – ele diz

— Vai perguntar isso sempre? Eu estou bem, só estava distraída, ok? Onde está Maria?- pergunto tentando me esquivar da preocupação dele

— Foi pegar o telefone do diretor e nos permitiu andar pelo orfanato.- ele diz meio contrariado comigo.

—Vamos então! Tu em cima e eu embaixo?- pergunto a ele que me olha com a sobrancelha levantando

— Acho melhor irmos juntos

— Eu estou bem Mac

— Vamos logo Stell – ele disse e começou a seguir para uma escada que tinha atravessando a sala. Eu fui logo atrás dele.

Olhamos o orfanato de ponta a ponta, recolhemos algumas coisas de Laura que pudessem ajudar na investigação, mas não tinha muita coisa, então entramos no carro e seguimos para o laboratório para tentar rastrear aquele homem que se diz amigo das crianças. Enquanto as provas eram analisadas Mac me levou para casa, o turno não tinha acabado ainda mas ele me pediu para descansar depois do desmaio e de tudo que aconteceu mais cedo. 

— Eu vou entrar e quero que descanse bem, quando o almoço ficar pronto te acordo, vou cuidar dessa sua alimentação - disse Mac com um sorriso

— Nada que eu diga vai convence-lo do contrario não é? - digo com um sorriso ainda maior.

— Tu sabe que não! - responde ele gargalhando e assim entramos no meu apartamento.


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Notas finais do capítulo

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