Não conte a ninguém escrita por StellaHime


Capítulo 8
Uma chance e um beijo


Notas iniciais do capítulo

Enjoy it!



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Após quase três dias, Kakyuu saiu do hospital e voltou para casa. E a manhã do dia seguinte à alta era feriado e Serena e Artemis foram ao orfanato visitar Kakyuu, Seiya e Diana. Seiya deu boas-vindas aos dois e levou a garota ao quarto de Kakyuu, que estava dormindo.

Às duas e meia da tarde, Seiya disse que precisava se arrumar e que levaria as crianças à praia. Ele convidou Serena e Artemis para ir junto, e eles aceitaram.

— Taiki e Yaten insistiram para eu levar as crianças, mas isso é função deles – Seiya disse quando todos já estavam na praia.

— Eles devem ter um motivo para isso, não é?

— Talvez – Seiya ponderou e sorriu levemente. – Disseram que eu precisava sair, já que fiquei com Kakyuu quase o tempo todo.

— Nós podemos ir comer alguma coisa qualquer dia se você quiser – Serena disse, pegando Seiya desprevenido, e ele ruborizou. Ele então se recompôs e assentiu, com um sorriso.

— O que você gosta de comer?

— Hamburguer, pizza, massas...

— Nossa, como você é gulosa! – Seiya exclamou, em tom de brincadeira, iniciando uma provocação à loira e uma longa conversa.

Perto da hora do pôr-do-sol, Seiya deixou Artemis e Hotaru olhando as crianças e chamou Serena para um local mais elevado ali perto. Serena subiu o monte de areia com dificuldade, já que não estava com trajes apropriados. E quando chegaram ao topo, ela estava cansada.

— Era para você ter me avisado que eu iria pelo menos trocar de roupa! – Ela disse entre a falta de ar. – Ainda vamos demorar a chegar?

— Larga de ser molenga, Bombom. Vem cá. Nós já chegamos. Quero te mostrar uma coisa.

— O que? – Serena indagou e logo arregalou seus olhos a ver a paisagem à sua frente.

Não havia prédios nem construções que obstruíssem a paisagem. Havia somente o mar intenso sob o céu alaranjado e um sol se pondo atrás de uma ilha montanhosa ao fundo. Serena sorriu ao ver tão bela paisagem e colocou as mãos no peito, sentindo a brisa do mar.

Após alguns minutos e o sol quase se pôr, Serena exclamou:

— É uma vista muito linda!

— Bombom, eu te trouxe aqui também por outro motivo – ele disse, hesitante, atraindo a atenção da loira para ele. – Eu queria ficar a sós com você, já que no orfanato é difícil por causa das crianças e o Artemis está o tempo todo com você.

— Você quer me contar alguma coisa? – Ela perguntou e recebeu um assentimento.

Seiya deu um passo em direção à loira, encurtando a distância entre eles e fitou os olhos dela.

— Bombom, eu não sei como te dizer isso de forma mais direta, nem faço ideia do motivo ou de como aconteceu. Eu só sei que eu... – ele disse e então sentiu seu coração acelerar: - eu me apaixonei por você desde o momento que te vi naquele telhado. E você não faz ideia do quanto.

As palavras de Seiya fizeram com que o coração de Serena acelerasse também e que o ar quase lhe faltasse.

— Seiya, eu... – ela tentou dizer e prendeu a respiração.

— Não precisa responder nada. Eu só quero que saiba disso – ele a interrompeu e sorriu, fazendo um carinho no rosto da garota com os dedos. - E eu também sei que esse não é um momento apropriado, por tudo que você está passando. Mas eu não consigo mais guardar isso para mim. Você não faz ideia de como eu me sinto e do quanto eu faria qualquer coisa só para estar com você – ele finalizou e então respirou fundo. – E é por isso que eu também te peço uma chance.

Serena arregalou os olhos com a última frase de Seiya e colocou sua mão sobre a dele, fechando seus olhos.

— É muita coisa acontecendo, Seiya. Eu não sei se conseguiria...

— Eu só preciso saber se você sente algo por mim, qualquer centelha de sentimento que seja maior que amizade. Mas se for só amizade, eu não me importo. Eu só quero ter você sempre perto de mim.

— Nós... Nós não podemos...

— Sim, nós podemos. Me dá uma chance e eu vou te mostrar o quanto é possível e o quanto nós podemos.

— Seiya, eu não quero que você se machuque. Eu realmente não quero que você sofra por minha causa. Já me basta tudo o que está acontecendo. Eu não aguentaria ver você...

— Me ver feliz? – Seiya a interrompeu com um sorriso e a expressão no rosto da loira se suavizou. – Porque é isso o que vai acontecer. Mas, Bombom, eu preciso que você me responda se você sente o mesmo.

— Eu não sei bem o que é esse sentimento. Eu nunca me senti assim antes – ela respondeu, fitando o rapaz, e sorriu. – Eu senti algo diferente na primeira vez que nos vimos. E então você me salvou daquele acidente. E nós ficamos amigos tão rápido. Eu não posso dizer que não me sinto diferente quando estou com você, me sinto mais...

Seiya interrompeu as palavras de Serena ao selar seus lábios no dela. Ela fechou seus olhos e permitiu que os lábios deles continuassem se tocando. E após três segundos, eles se afastaram e sorriram.

...

Naquele mesmo dia à noite Serena e Darien haviam marcado um jantar. Às oito horas, Serena ouviu a campainha tocar e soube que a esperavam na sala de estar. Ela terminou de escovar seus longos cabelos loiros e desceu as escadas. Quando viu o rapaz de costas, Serena poderia jurar que se tratava de Seiya, já que os cabelos de Darien estavam penteados da mesma forma que  Seiya usualmente penteia o dele e os dois tinham quase a mesma altura. Então, o rapaz se virou de frente e sorriu ao vê-la, e ela retribuiu o sorriso de volta.

— Desculpe por não ter conseguido vê-la antes, mas somente cheguei hoje de viagem. Você está linda, Serena.

— E você está muito elegante – ela retribuiu o elogio e então pegou na mão do rapaz para descer o último degrau da escada. Os dois se dirigiram ao carro do rapaz.

Chegaram a um dos restaurantes mais caros da cidade, que tinha um ambiente aconchegante e climatizado. A decoração era rústica e a iluminação era suficiente para tornar o lugar acolhedor e romântico. Eles pediram o cardápio e logo depois um dos pratos à la carte que serviam.

Enquanto a comida não chegava, Darien e Serena conversavam sobre vários assuntos quando Darien iniciou:

— Você pensou na minha proposta daquele dia? Eu preferi um local mais reservado para conversarmos sobre isso.

— Darien, eu pensei sim – ela respondeu, fechando seus olhos. A imagem de Seiya a beijando irrompeu em sua mente e ela abriu os olhos, prosseguindo: - e decidi aceitar.

— Então quer dizer que você vai me dar uma chance de provar minhas reais intenções? – Ele perguntou, com uma estranha felicidade, e recebeu um assentimento. – Garanto que você não vai se arrepender.

Darien era um rapaz extremamente educado e sério. Em poucos minutos de conversa, Serena pôde ter a certeza de que ele também era deveras inteligente. Afinal, com trinta e dois anos, era um empresário rico. E isso não se devia a nenhuma herança, somente a esforço próprio.

Enquanto Darien falava de seus últimos negócios e os dois comiam, Serena lembrou-se de Seiya e de como tudo aconteceu tão rápido: em um dia eles foram apresentados no leilão; logo depois, ele a salvara de um acidente que poderia tê-la matado; depois, ela começou a frequentar o orfanato no qual ele é diretor; em seguida, veio a história do noivado e de Darien; e então ele diz que está apaixonado e a beija.

Eram tantos pensamentos embaralhados que estavam em sua mente que ela não conseguia pensar direito. Por um lado, o desejo da família de que ela se casasse com Darien e o desejo deste em conquistá-la. Por outro lado,  havia Seiya, que estava disposto a dar tudo o que ela sempre desejou.

Havia algo em Seiya que ela não poderia deixar de considerar. Ela não sabia exatamente o que era, porque, afinal, foi tudo tão rápido. Será que era apenas gratidão pelo salvamento? Decerto que não. Ela não poderia dizer que não sentia nada por ele, senão estaria mentindo. De fato, ela também sentiu uma estranha atração imediata pelo rapaz no dia em que se conheceram. Havia algo naqueles olhos azuis escuros que pareciam penetrar a alma dela. E logo depois, eles se conheceram melhor. Ela se divertiu tanto com ele e com aquelas crianças. E ele sempre conseguia arrancar sorrisos dela, seja provocando-a ou contando algo engraçado. Além disso, ele, ao contrário de todos os outros e até mesmo Darien, fazia com que ela se sentisse importante por ser apenas ela, Serena, e não por ser "a filha de Kenji Tsukino". 

E Serena chegou à conclusão de que talvez fosse esse fato que a fizesse amar tanto aquele lugar. Naquele orfanato, ninguém a conhecia, todos a conheceram como Serena, todos a tratavam como uma garota normal, todos gostavam dela porque ela era uma pessoa normal.

— O que você achou? – Darien indagou, mas Serena estava perdida em seus pensamentos e não escutou. – Serena? – E a voz de Darien tirou a loira dos pensamentos.

— Desculpe, eu me distraí – ela disse, sem graça. O rapaz suspirou e então sorriu.

— O que você está achando da comida?

— A comida está deliciosa. Eu também adorei o ambiente – ela respondeu e deu um gole no vinho à sua direita.

Na verdade, o ambiente era sim bonito, mas a comida não estava tão boa. Talvez até estivesse, mas o seu estômago estava desejando algo muito mais gostoso e menos caro do que aquela comida: um hambúrguer ou uma pizza com muito queijo.

 

— Então, Darien, a sua empresa atua em qual ramo?

E, assim, os dois conversaram pelo resto do jantar.


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Notas finais do capítulo

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