Não conte a ninguém escrita por StellaHime


Capítulo 7
Doença




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Três minutos. Cinco minutos. Dez minutos. E nada daquela conversa acabar. Seiya ainda estava tentando decifrar o conteúdo daquela conversa tão demorada. Pelas expressões de Serena, a conversa era sobre algo que a incomodava, mas, logo após, as expressões dela foram se suavizando. Em determinado momento, ela até mesmo sorriu. E, após mais alguns minutos, Darien deu um beijo na testa da jovem e os dois caminharam de volta à mesa. Seiya fez o mesmo logo depois.

O resto do aniversário se passou sem grandes emoções. Serena passou a maior parte do tempo em outras mesas, principalmente na mesa de suas amigas. Após partir o bolo, Serena deu o primeiro pedaço aos seus pais e agradeceu a presença de todos, incluindo Darien, Seiya e suas amigas. Logo depois, perto das quatro da tarde, todos se dirigiram à parte de dentro da casa, onde estava montada uma luxuosa pista de dança. E pelo resto da festa Seiya não conseguiu sequer se aproximar da loira. Ela estava sempre rodeada de parentes e de suas amigas. Mas, pelo menos, ela parecia mais relaxada e, talvez, feliz.

Pouco depois das dezenove horas, os convidados começaram a ir embora. Seiya aproveitou a deixa e foi também, despedindo-se da loira e prometendo que se veriam no dia seguinte.

~~

No dia seguinte, Serena e Artemis estavam lá às nove e trinta.

— Como você está se sentindo? Parece muito melhor! – Seiya disse, ao notar uma boa expressão no rosto da garota.

— Estou me sentindo melhor. Ontem conversei com Darien e nós nos resolvemos.

— Então, vocês não vão mais noivar? – Seiya indagou, e Serena negou.

— Ele me pediu uma chance. Uma chance para me conquistar – ela respondeu e pausou. - Ele também não aprova os métodos dos nossos pais. Mas ele disse que realmente se interessou por mim e que queria uma chance para poder me mostrar suas verdadeiras intenções.

— E você? – Foi só o que ele conseguiu dizer.

— Eu aceitei – e aquelas duas palavras golpearam o moreno no estômago. – Mas, sinceramente, Seiya, eu não sei o que vou fazer se eu não conseguir retribuir os sentimentos dele. Se eles continuarem pressionando, vou ter que ceder.

— Viva sua vida! Faça o que você tiver vontade.

— Eu já disse que não é tão simples. Eu não posso simplesmente desobedecer aos meus pais dessa forma.

— Você já é uma mulher, pode fazer o que quiser, Bombom.

— Sabe, no dia que você me salvou, aquilo tudo foi resultado de uma tentativa frustrada minha de me sentir livre. Eu só queria um pouco mais de liberdade. Mas eu sou tão idiota que acabei...

— É por isso que você tem vindo aqui todos os dias, não é? – Ele perguntou e acertou em cheio. Ela abaixou a cabeça e assentiu. - Você não precisa se envergonhar disso, Bombom. Precisaria se não estivesse lutando pelo que você quer. Se é mais liberdade que quer, lute por isso.

— Darien disse que me ajudaria. Ele é uma boa pessoa – ela respondeu e então os dois ficaram em silêncio. – Nós vamos sair amanhã, como amigos.

Seiya não pôde deixar de se sentir triste pelo fato de que Serena e Darien estariam se aproximando. Mas, por outro lado, ele estava aliviado pelo rapaz ter sido sensato e ter atendido ao pedido da loira.

Pouco antes de Serena ir embora, porém, Yaten irrompeu na sala em que Serena e Seiya estavam, dizendo que Kakyuu estava passando mal e que precisavam levá-la ao hospital. Serena se apressou e se ofereceu para levar a mulher, e todos se dirigiram ao hospital mais próximo.

~~

Ainda não temos muitas informações. O médico disse que o quadro dela se agravou, mas que se ela ficar internada, vão conseguir estabilizar. – Seiya disse ao telefone e deu uma pausa. – Acredito que um ou dois dias. Quando eu tiver mais informações, te aviso. Ah, e não diga nada para as crianças.— E desligou, suspirando.

Após quinze minutos, o médico retornou e avisou a todos que Kakyuu precisava ficar internada por mais alguns dias até que seu quadro se estabilizasse.

Seiya contou à Serena sobre a trajetória da ruiva e a sua luta contra a doença que a consumia:

— Os episódios começaram com tosses constantes. Até então nós achávamos que era algo relacionado à imunidade dela. Mas então ela começou a tossir muito todas as noites e a esconder que estava piorando. Quando contratamos uma moça para lavar roupas, ela nos informou das constantes manchas de sangue que encontrava nos lençóis de Kakyuu. Foi então que nós a colocamos contra a parede e a levamos ao médico. Mas, infelizmente, já era tarde para curar, só podíamos prevenir e tratar os episódios quando acontecessem. E vez ou outra acontece como hoje. Ela tem um histórico um pouco grande de internações nesse hospital. Todos já a conhecem.

— Ela é uma mulher tão gentil – Serena murmurou e abaixou sua cabeça.

— Mas a doença não afeta seu relacionamento com as crianças nem o seu trabalho no orfanato. Obvio que nós limitamos o possível o trabalho dela, mas ainda assim ela o faz por amor. A verdade é que Kakyuu foi o primeiro vínculo que eu tive aqui, é como uma grande irmã mais velha. E é por isso que eu não suporto vê-la assim...

— Ela vai ficar bem, Seiya. Tenho certeza de que os médicos cuidarão bem dela.

— Obrigado por estar aqui, Bombom.

Seiya pediu para que Yaten voltasse para o orfanato e cuidasse de todos, pois ele passaria a noite com Kakyuu e providenciaria o necessário ao hospital. Já Serena, insistiu em ficar com Seiya por mais algum tempo, tentando reanimá-lo e conversando com ele.

Ao anoitecer, Taiki foi ao hospital e pediu que Seiya fosse em casa trocar de roupa e comer alguma coisa. Então, Seiya aproveitou a oportunidade e foi com Serena e Artemis em uma lanchonete perto do hospital. E, após lancharem, Artemis se dirigiu ao carro, e Seiya virou-se para Serena:

— Muito obrigado mais uma vez, Bombom. Obrigado por todo o apoio nesse momento.

— Conte comigo, Seiya. Eu também sou sua amiga – ela respondeu com um sorriso, lembrando-se do que Seiya lhe disseram a alguns dias.

Seiya se aproximou e os dois se abraçaram por alguns segundos. Ainda abraçados, os dois se afastaram e fitaram um ao outro nos olhos. Seiya olhou para os lábios da garota enquanto ela ainda olhava para seus olhos. Ele sorriu e se aproximou dela, que permaneceu imóvel. E, então, em um movimento sutil, fechou seus olhos e depositou um beijo na testa da garota, agradecendo a ela mais uma vez.

Serena somente percebeu que não estava respirando quando Seiya agradeceu e se despediu e ela se viu obrigada a responder algo. Ela sorriu docemente, acenou e dirigiu-se ao carro, onde Artemis a esperava. Como a lanchonete ficava perto do local, Seiya disse que voltaria a pé.


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Notas finais do capítulo

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