Não conte a ninguém escrita por StellaHime


Capítulo 1
Prólogo - Fuja comigo!


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura.



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Fevereiro de 2006

Nós estávamos no mesmo lugar em que nos encontramos pela primeira vez: em cima do telhado do luxuosíssimo hotel Arcturo.

O cenário parecia exatamente o mesmo embora tenham se passado oito meses: o céu escuro trazia serenidade ao local e as finas gotas de água que caíam sobre nós afastavam as pessoas dali; a lua havia se escondido, parecia que estava com medo do desfecho que aquela noite teria; e havia também algumas estrelas no céu.

Eu acabara de dar uma desculpa para sair daquela festa de comemoração em que meu pai se elegera governador mais uma vez. E da ultima vez que vi Darien, ele estava conversando com meu pai. 

Eu estava ansiosa, preocupada, talvez com um pouco de medo dos momentos que viriam. Eu o esperava já havia quase dois minutos, o que podia parecer pouco, mas comparado ao que eu estava sentindo, eram horas. Não havia sinal de Seiya.

Pouco depois, eu pude sentir um perfume suave combinado com o cheiro que a chuva trazia no lugar em que estávamos. Era o cheiro dele, não haviam dúvidas. Virei-me para ele e contemplei seus olhos azuis aflitos e esperançosos.

Eu estremeci quando ouvi seus passos se aproximarem de mim e prendi a respiração quando ele me chamou pelo apelido que sempre me chamava.

E então, ele estava exatamente como deveria estar: com capa e capuz preto, mas, desta vez, com o capuz caindo para trás, deixando seu belo rosto descoberto. De repente, quando me dei conta da situação, meus olhos começaram a arder e um nó em minha garganta se formou.

Ao ver a minha reação, ele me abraçou rapidamente e eu me permiti ser confortada por seus braços por breves instantes, que era o tempo que tínhamos. Senti o cheiro do seu perfume mais forte e agarrei-o com força como se fosse o bem mais precioso que eu tivesse. E, de fato, ele era.

— Fuja comigo, Bombom! – Ele repetiu ao pé do meu ouvido da mesma forma que o dissera há quatro dias quando nos encontramos no parque. A sua voz estava instável e, mesmo sem ver, eu sabia que seus olhos suplicavam uma resposta positiva. Ele afastou-se um pouco e acariciou meu rosto com a mão direita. Logo depois, encostou a testa na minha e fechou seus olhos. Então, meus olhos se encheram ainda mais de lágrimas no instante em que as palavras dele chegaram aos meus ouvidos. Era tudo o que eu queria. Era tudo o que eu precisava. E era tudo que eu não podia. – Você sabe o que vai acontecer se eu ficar aqui. Então, por favor, fuja comigo - ele suplicou mais uma vez.

E ele estava certo. Nós dois sabíamos que ele seria preso ou morto e que meu pai não descansaria enquanto ele não estivesse longe de mim, assim como das outras vezes nos últimos meses.

As lágrimas começaram a escorrer dos meus olhos quando ele se aproximou e me beijou suavemente. Eu estava atordoada com aquela situação e desejei que Kakyuu estivesse viva para me aconselhar naquele momento.

— Seiya... – eu sussurrei, agarrando o sua camisa por debaixo da capa preta e apertando-a com força. - Eu... - Tentei iniciar uma frase, em vão. Eu não queria vê-lo partir. Eu queria que ele ficasse comigo.

Devagar, senti a boca dele selar a minha. Ao primeiro toque, nossas bocas se entreabriram e pareciam ter necessidade uma da outra. E, de repente, ele se afastou um pouco. E então o pânico tomou conta de mim. Senti como se meu sangue congelasse quando ele iniciou:

— Por favor, Bombom – ele repetiu entre meus lábios, sentindo meu pânico, e pôs a sua testa contra a minha mais uma vez, fechando fortemente seus olhos e interrompendo nosso beijo. – Fuja comigo.

Nós permanecemos em silêncio e por volta de dez segundos depois, ouvimos algumas vozes e passos um se aproximando. Eram eles. Nós fomos descobertos. De novo. 

O olhar de Seiya estava indecifrável. Eu conseguir ver súplica e esperança, medo e angústia, e talvez até mesmo desespero. Ele esperava a minha resposta; ele precisava dela. E nós não tínhamos muito tempo.


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Notas finais do capítulo

Críticas, sugestões e elogios são sempre bem-vindos.
Comentem!



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