Wintershock escrita por ariiuu


Capítulo 2
Caminhando rumo à lugar nenhum


Notas iniciais do capítulo

Vendo as estatísticas, acho que os leitores fantasmas estão adorando. Bom saber, pois aqui estou eu com mais um capítulo, que está beeeeeem mais dramático e que conta sobre como Bucky se encontrou com Darcy.
Então é isso. Divirtam-se!



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Ele andava pela margem do Potomac, famoso e extenso rio que percorria Washington DC, Virginia Ocidental, Virginia e Maryland.

Não sabia onde estava e nem o que faria depois de tudo o que aconteceu.

.

O homem da ponte...

.

Steve...

.

Ele era a sua missão, mas no final, acabou salvando-o...

Haviam vários destroços dos aero-porta-aviões por todos os cantos...

Sabia que provavelmente estariam esperando por ele em algum lugar, mas...

Sua cabeça latejava, enquanto tentava processar tudo o que tinha acontecido.

Continuava se arrastando pela margem do rio, repleto de ferimentos e hematomas causados pela luta com Steve.

Ele havia lhe chamado de “Bucky”... Seria aquele seu nome...?

Ainda percorrendo um caminho que não sabia, com destino a lugar nenhum, peças estranhas e confusas lembranças estavam circulando em torno de sua mente. Imagens recentes e dolorosas também começaram a aparecer.

Lembranças onde foi preso em uma cadeira de laboratório, mordendo uma prótese, enquanto sua cabeça sofria com grandes quantidades de descargas elétricas, acarretando uma terrível e cruel dor que lhe fazia não se lembrar de mais nada segundos depois... Apenas comandos dados por seus superiores...

“Quantos eram...? Seu superior...? Quem era...?”— Ele pensava.

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Alexander Pierce...

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O nome de seu superior era Alexander Pierce.

Mas naquela situação em que se encontrava, a coisa que mais fazia sentido para ele era que não podia confiar em ninguém...

Sua mente estava correndo e divagando, e não sabia se tudo aquilo parecia ser apenas um pesadelo ou a realidade...

Memórias fugazes puxando sua mente para vários lugares enquanto se lembrava dos flashes de um jovem, magro, baixo, loiro e de olhos azuis...

Steve...

Além de várias mulheres que ele não conseguia se lembrar... De um casal em um lar feliz... E um funeral onde Steve se encontrava totalmente deprimido...

Da guerra...

Ou de uma das guerras em que participou...

Mas acima de tudo, ele se lembrou da dor... A pior de todas as dores de sua vida... A dor que podia sentir fisicamente apenas por se recordar de momentos de terror, medo e pânico...

Deitado em um leito... e a claridade do local era extremamente incômoda...

Vários homens vestindo jalecos e máscaras...

Institivamente ele agarrou seu ombro e olhou para ele...

Aquele braço... Não era seu...

Bucky ainda sentia as cicatrizes doerem ao redor de onde o braço de metal foi implantado.

A dor súbita no ombro, onde o metal se uniu a carne, fez todo o lado esquerdo de seu corpo enrijecer...

Sua mão direita agarrada em seu ombro, pousando o olhar sobre o braço metálico com a estrela vermelha... E ele se recordou de como aquilo foi parar ali...

Lembrou-se de como se transformou naquilo em que os agentes da HYDRA chamavam de...

.

Soldado Invernal

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Ele estava com Steve no topo de uma montanha onde nevava... Não se lembrava o que estavam fazendo ali...

Os Alpes...

A sua trágica queda para fora do trem... Tendo o azar de ser encontrado por alguns agentes da HYDRA...

Foi arrastado pelo braço direito, enquanto metade do seu braço esquerdo se perdeu na queda...

O sangue que escorria do resto de seu membro esquerdo ficou estampado no chão repleto de neve, percorrendo o caminho para onde seria levado...

O rastro de vermelho escarlate na neve... Um perfeito contraste...

Quando deu por si, estava sendo amarrado a um leito e exposto sob uma luz forte... Homens vestidos com jalecos, aplicavam diversas seringas em seu corpo...

Seus olhos corriam loucamente pelos quatro cantos daquela sala, em busca de uma saída, mas não haviam janelas e todas as portas estavam trancadas e devidamente vigiadas.

A tensão e o medo de morrer dispararam em sua mente e ele começou a gritar, sentindo seu sangue gelar, seus pulmões pegarem fogo, seu estômago revirar em ondas flamejantes e o coração batendo tanto dentro de seu peito com a sensação de que explodiria.

Não queria que ali fosse o seu fim.

Ele chorava e não aceitava que tudo aquilo estivesse acontecendo. Toda a sua vida passou como um filme diante de seus olhos.

Os mesmos médicos, deram fim ao resto de seu braço esquerdo... E a dor...

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Foi insuportável...

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Deceparam o resto de seu braço esquerdo...

Bucky gritava e chorava... A dor era tão forte que naquela altura, não importava mais viver...

Ele implorou para que o matassem...

E tudo o que tinha como resposta era o silêncio de alguns, a frieza e a indiferença de outros que apenas observavam.

Ouvia várias vozes em alemão e todas aquelas pessoas ignoravam seus gritos de dor.

Máquinas estavam ao redor dele...

Não estava sendo visto como um ser humano... Mas como uma máquina... Um objeto a ser usado apenas para interesses que desconhecia, mas que julgava serem os piores possíveis...

A dor que preencheu cada milímetro do seu corpo parecia não ter fim e então...

Ele desmaiou...

Seus batimentos começaram a acelerar e os médicos fizeram de tudo para que o mesmo sobrevivesse ao procedimento.

Ele quase morreu...

Depois de tudo, sua cabeça foi cercada por uma máquina e fortes correntes de eletricidade invadiram violentamente seu cérebro a ponto de perder todas as suas lembranças...

Sua vida estava acabada... Ou melhor... Ela foi resetada...

Quando acordou e recobrou parte de seus sentidos, viu a sombra de alguém em sua frente... Os olhos dele piscavam através da luz cintilante daquela sala... Foi quando o rosto de um homem pairou sobre ele...

Arnim Zola...

.

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Você será o novo punho da HYDRA...

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Ele foi usado para missões extremamente secretas e de níveis altíssimos. Recebeu treinamento e trabalhou para outras organizações secretas, mas tudo com o aval da HYDRA.

Se tornou o assassino perfeito e um atirador desconhecido...

Mas o mais assustador era o fato de a HYDRA de tempos em tempos colocá-lo dentro de um tanque de nitrogênio com temperaturas baixíssimas e deixa-lo congelado...

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Por anos...

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O descongelavam apenas quando lhes convinham.

O nome daquele procedimento...?

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Criogenia...

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Depois de tanto tempo congelado, ele nem sabia quantos anos tinha... Nem quantas missões concluiu como Soldado Invernal.

Foi mantido em um laboratório com médicos que o sedavam e lhe faziam lavagens cerebrais toda vez que uma nova missão era cumprida.

O Soldado Invernal era uma arma perigosa, a nível global...

E enquanto continuava se arrastando por aquele lugar que não tinha ideia de onde era, tudo o que passava em sua mente era em descobrir quem de fato ele era...

Suas pernas se sentiam fracas e paralisadas... Ele quase não conseguia andar...

Estava machucado depois de lutar intensivamente com Steve...

E mesmo estando naquela situação, vivendo um verdadeiro inferno mentalmente, sem saber quem ele era e o que faria, o mesmo era perito em se esconder e sumir sem deixar rastros.

Ferido e cansado, conseguiu achar um lugar onde não havia movimentação de civis, porém, sabia que os agentes da HYDRA estariam atrás dele.

Se escondeu num lugar onde havia muitas árvores e um trilho de trem.

Destroços dos aero-porta-aviões estavam pelos arredores, e mesmo que não fosse um ótimo local para se esconder, ele ao menos precisava esperar que anoitecesse e conseguisse passar despercebido pelos agentes da HYDRA, pelas pessoas normais e provavelmente por policiais e agentes de outras organizações de inteligência.

Não tinha memória de quem era, porém, sua mente e seu corpo estavam altamente treinados para reagirem em situações como aquela.

.

.

Depois de horas escondido e recuperando suas forças, finalmente anoiteceu...

.

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A cidade ainda estava agitada por conta dos acontecimentos com a SHIELD e HYDRA, mas ele precisava sair imediatamente daquele lugar, antes que o encontrassem e o levassem de volta para algum laboratório...

Para passar por novas lavagens cerebrais...

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Alguns locais estavam cercados por policiais, agentes do FBI e da CIA.

Ele sabia que estava sendo procurado e precisaria ter cuidado redobrado.

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Não podia ser pego...

.

Porém...

Vários agentes da HYDRA infiltrados na SHIELD que se encontravam do lado de fora da base, já o procuravam depois de os aero-porta-aviões caírem.

Mas eles estavam seguindo ordens de outra pessoa, e Bucky não tinha ideia de quem era...

“Havia outro superior...?”— Sua cabeça dava nós só de pensar...

Os agentes o encontraram e o cercaram rapidamente.

Ele não percebeu a aproximação de todos aqueles homens, pois seus reflexos não estavam perfeitos por conta de seus ferimentos.

Mas resistiria até o fim se fosse preciso.

Foi então que o combate de vinte homens contra um começou.

Mesmo ferido, Bucky ainda tinha facilidade em lidar com vários deles ao mesmo tempo. Suas habilidades eram perfeitas, por conta do treinamento que recebeu no tempo em que esteve descongelado, além da força descomunal por ter se tornado um super soldado e o braço de metal que não possuía sensibilidade.

Muitos deles usavam armas, mas conseguia repelir facilmente os ataques através de seu braço cibernético.

O que ocasionou algumas explosões de veículos segundos depois, devido a colisão das balas rebatidas pela pele de metal.

Ele estava tomado de fúria e quando isso acontecia, suas habilidades como Soldado Invernal aumentavam até quatro vezes mais.

Naquela situação, encontrava-se quase imbatível, mesmo ferido.

Seus instintos foram tão fortemente exercitados para perceberem coisas a distância que Bucky notou passos, e num movimento abrupto, percebeu uma bala...

Ele correu rapidamente para o lado contrário da trilha, porque a bala atingiu um carro e explodiu no mesmo instante.

A explosão tomou grandes proporções e se alastrou por vários outros veículos, acarretando muitas outras explosões na Avenida que cruzava o rio.

A partir dali o pânico se instaurou por todas as Avenidas aos arredores.

Fogo e fumaça por todos os cantos.

Ele precisava sair dali, pois outros viriam atrás dele.

Porém, quando se virou para fugir do local, mais dois agentes o cercaram.

Um deles começou um novo combate, enquanto o outro preparava uma arma para atirar.

Bucky tentou ser rápido, para impedir que o outro atirasse.

Mas quando deu por si e nocauteou o agente que lutava contra ele... O outro agente já estava no chão... Inconsciente...

E tudo o que pôde perceber era que uma garota estava bem diante dos seus olhos...

.

Com uma arma de choque em suas mãos...

.

Ela estava com os olhos arregalados e totalmente imóvel em sua frente.

Ele olhou para o chão por alguns segundos, depois voltou a encará-la e piscou diversas vezes.

Sua mente girou...

Sentia que de alguma forma a conhecia. Mas de onde?

Várias imagens misturadas passaram em sua mente. Todas embaralhadas e de tempos e anos diferentes.

Parecia a lembrança de alguém semelhante aquela garota que estava em sua frente...

Mas não conseguia se recordar...

Sentia seu coração sendo subjugado, num indiscreto olhar que transparecia curiosidade e medo...

A sensação de encará-la era um pouco estranha... Fortemente seus sentidos pareciam ser dominados...

Porém, em meio a tantas imagens e lembranças confusas e dolorosas, a velha aflição e dores psicológicas por se recordar de tudo o que passou naquele laboratório fez com que perdesse de novo o controle de sua mente...

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HYDRA...

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Seu sangue passou a ferver e o ódio passou a consumir seus pensamentos...

Tudo o que ele precisava era descarregar a sua fúria novamente... Seu ímpeto desejo de finalizar todas as missões... Terminar tudo aquilo em que foi designado...

Ele passou a se aproximar dela...

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Sua presa...

.

Os olhos dela se alargaram ainda mais com a aproximação e a garota começou a recuar para trás.

O medo estava estampado em seus incríveis olhos azuis... Ele podia sentir o pânico emanando dela...

Lágrimas se acumularam em seus olhos, intensificando o brilho...

Percebeu uma lágrima caindo... Transparente e puramente cristalina... Um esplendor confino de um olhar que ele julgava ter visto em algum lugar...

A garota estava em pânico... E prova disto foi a forma como ela facilmente tropeçou no trilho do trem, deixando seu taser cair no chão...

O semblante de horror que permaneceu em seu rosto...

O vento soprando as madeixas onduladas...

Ela sentia um frio percorrer por toda a espinha, fazendo seus joelhos e mãos tremerem...

Os olhos dele a perfuravam, invisivelmente... de modo abrasador...

A garota sentia seu fim se aproximando...

Mas sufocando a vontade de gritar, deixou sua voz soar trêmula...

.

.

— V-você vai me matar...!? - Indagou com os lábios hesitantes, mal conseguindo respirar...

.

.

Mesmo tendo o forte impulso de matá-la, ele a encarou de modo feroz, olhando-a de cima a baixo, mas tendo parte de seus sentidos pouco controlados por algo que ele ainda não entendia... e então finalmente indagou-a...

.

.

Você não vai implorar por sua vida...?

.

.

Darcy ficou em silêncio, sem saber o que responder... Ela tentou controlar a emoção quando o sopro da voz dele penetrou suavemente em seus ouvidos...

A garota estava muito surpresa pelo fato de o misterioso assassino não a ter imediatamente lhe matado... e se sentia cada vez mais paralisada e perdida diante daquela escuridão radiante que ele emanava...

Já não sabia mais se estava com medo ou completamente impressionada em vislumbrar a figura de uma pessoa que parecia ser...

O assassino perfeito...

Talvez estivesse lendo romances policiais em excesso...

Mas quando tudo parecia perdido e ela se via prestes a morrer pelas mãos do misterioso e belo assassino em sua frente, a mesma percebeu alguém se aproximando lentamente por trás e automaticamente gritou, alertando-o...

.

CUIDADO!

.

Bucky olhou para trás, e mais um agente passou a cerca-lo.

Estava cansado, ferido, desmemoriado, exausto mentalmente e fisicamente e não sabia como sair dali...

Ele teria que recobrar parte de suas lembranças para então decidir o que fazer.

Mas já não estava conseguindo lutar direito e começou a perder suas forças ao ser golpeado de todas as formas possíveis.

Darcy continuou parada, mas percebeu que agora o misterioso assassino de braço metálico estava em desvantagem.

Bucky caiu no chão, enquanto o seu adversário o feria com vários chutes.

Ele gemia de dor...

Suas forças pareciam ter sido drenadas no momento em que se aproximou dela.

O agente que estava ali, desferindo vários golpes naquele misterioso homem, não parecia ser alguém que resgataria Darcy...

“Queima de arquivo...” — Ela pensou quando percebeu que talvez estivessem atrás daquele homem e que ela poderia morrer por ter presenciado tudo aquilo.

A garota não sabia se estava fazendo o certo, mas já tinha escolhido o seu lado desde que chegou ali e mais uma vez resolveu usar o seu taser...

Apontou o raio vermelho para o agente...

E acionou o potente choque elétrico no mesmo instante, fazendo-o cair no chão, inconsciente.

Seu taser era realmente impressionante...

Sem nem ao menos raciocinar direito e entender de fato o que estava acontecendo, Darcy correu para prestar socorro ao misterioso homem de braço metálico.

— Você está bem!? – Ela se aproximou e tocou seu ombro humano, cautelosamente.

Ele se assustou...

Bucky não se recordava de ninguém ter lhe tocado antes com o intuito de prestar ajuda, mas sim, para aplicar novas seringas ou ajustar as malditas máquinas que fritavam seu cérebro para apagar suas lembranças.

Por que ela o ajudaria?

Darcy não pôde decifrar sua expressão.

Ele continuou em silêncio, tentando desesperadamente recuperar seu fôlego e suas forças... Mas a estudante percebia que os olhos dele a olhavam de tal forma que pareciam fazer várias perguntas, e ela as respondia apenas por fitá-lo com compaixão.

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Compaixão...

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Algo que ele não se lembrava de como era... Mas que de alguma forma se familiarizava com tal gesto.

Ele tentou se levantar e ela o ajudou, mas se afastou imediatamente diante do toque em seu ombro.

A fúria havia se dissipado completamente, mas não tinha certeza se podia confiar nela.

Bucky a olhou profundamente e então...

.

— Quem é você...? – Ele redarguiu, sem muita emoção em sua voz.

.

— Aah... Eu estava apenas passando e... e... A-acabei parando aqui... E-e você...? – Ela gaguejou. Não sabia exatamente por que estava fazendo tudo aquilo, mas já que havia feito, então que Deus tivesse misericórdia de sua alma e lhe salvasse de um possível homicídio, de novo...

Ele era assustador, mas ao mesmo tempo fascinante...

O misterioso homem de braço metálico, pálido, de pele fria, que possuía o olhar mais ameaçador e mais belo que já tinha visto, a ponto de seus olhos doerem, continuava lhe fitando, curiosamente...

Como você chegou aqui e por que está aqui...? — Ele exigiu e ela já se sentia coagida novamente, mas aquelas indagações eram apenas para a sua própria sobrevivência.

— Bem... Eu apenas estou investigando algumas coisas para uma pesquisa e-

— Você também é um deles!? – Questionava, de forma incisiva e automaticamente...

“Deles quem?” — A estudante pensou.

O braço de cibernético se moveu na direção dela e sua mão metálica agarrou seu pescoço...

A garota sentiu o toque gélido da mão de metal em sua pele...

Seu sangue congelou novamente e a mesma tentou responder, com a voz hesitante...

— E-eu não sou uma deles...! S-sou apenas uma estudante universitária...! – Retorquiu com muito temor. Não tinha a menor ideia de quem eram eles.

“SHIELD...? Talvez...?” — Ela pensava.

O misterioso homem aproximou seu rosto do dela, analisando-a detalhadamente, e olhou dentro de seus olhos que se encontravam novamente...

Aterrorizados...

Agora que estavam tão perto, Darcy passou a se lembrar de alguém que possuía os mesmos traços que ele.

Aquele homem... Ela sentia que já tinha lhe visto em algum lugar, mas não conseguia se recordar de onde.

Ele franziu o cenho, sua expressão irritada e exigindo respostas.

A gélida brisa de primavera daquela noite e o cenário apocalíptico logo atrás, que ela já não sabia se seria seu túmulo... Eram completamente assustadores...

Bucky tinha instintos assassinos e além de ser um atirador de elite, ele também era um excelente espião. As reações da garota mostravam o que já sabia.

Ela parecia inocente...

Não sabia o porquê estava fazendo aquilo, mas decidiu dar uma chance a ela e aos poucos foi afrouxando o aperto em seu pescoço.

Você... — Ele ainda tentava se lembrar de onde a conhecia... Mas...

Uma nova explosão aconteceu.

Institivamente Bucky a segurou contra seu peito, no ímpeto de protege-la.

Os dois foram arremessados para longe com a pressão da explosão e caíram no chão.

Nessa hora, Darcy sentiu seu coração batendo completamente desacertado e...

Ela sabia que a sensação não era apenas pelo susto ou por bombear sangue...

Dessa vez, eles se encontravam ainda mais próximos e lado a lado...

A estudante o encarou com tanta precisão, que sentia seus globos oculares caírem de suas órbitas...

Pressentia o crepúsculo do tempo frio de semanas atrás nos olhos dele...

A personificação perfeita do inverno mais gelado...

.

Um iceberg no mar oriental da Sibéria...

.

Sua respiração havia engatado e os batimentos cardíacos estavam totalmente descompassados...

Naquele momento, as batidas do coração dela ressoaram até seus ouvidos...

“O que está acontecendo...?” — Ela pensava...

Darcy olhou para ele com os olhos arregalados, mais uma vez...

Bucky se sentiu incomodado com o olhar inconveniente e peculiar que lhe era lançado e institivamente ele a encarou de volta com surpresa...

Percebendo como era intrigante... aquele breve instante...

Não tinha entendido o porquê havia a protegido no momento da explosão... Seu corpo apenas reagiu naturalmente... o que para ele ainda era um completo mistério...

E talvez desde que recobrou sua consciência, fosse a primeira vez em muito tempo que sentiu algo que não fosse ódio ou medo, desde que se tornou o Soldado Invernal.

Resolveu quebrar o contato visual e impacientemente a agarrou pelo braço mais uma vez, começando a arrastá-la por um caminho.

A estudante entrou em pânico de novo, não entendendo por que ele estava lhe forçando a sair dali.

Enquanto ele a puxava para fora do lugar onde se encontraram, Darcy arriscou...

— Se você puder poupar a minha vida... Eu ficaria eternamente grata...! - Ela disse em tom amedrontado.

Ele não estava com disposição para ouvi-la e soltou seu braço abruptamente.

.

Vá embora agora...— Disse, sem a encarar de volta.

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Darcy finalmente suspirou de alívio.

Sua vida foi poupada.

Ela jamais faria aquilo de novo. A maldita curiosidade quase havia lhe matado. E ao mesmo tempo, estava agradecida de o misterioso homem ter lhe poupado a vida... mas...

Darcy não conseguia ignorar o fato de vê-lo sangrar em sua frente.

Foi quando um estalo em sua mente lhe fez lembrar de onde ela conhecia aquela fisionomia.

Bucky estava extremamente ferido e segurava o abdômen enquanto caminhava com dificuldade para fora dali.

A garota respirou fundo três vezes e então...

.

Espere...

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Ele não parou e a deixou falando sozinha.

Mas ela insistiu e naquele momento, Bucky a ouviu gritar...

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Eu acho que te conheço de algum lugar!

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Ele ficou um pouco incomodado com o que a estudante disse, mas a ignorou mais uma vez, mesmo ferido e com dificuldades para andar.

— Histórias da segunda guerra mundial, terceira edição. O Comando Selvagem, da editora Manhatan.

.

Bucky parou no mesmo instante...

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Ele inclinou a cabeça para o lado...

Seu olhar procurando por ela e seus olhos focando adequadamente na direção da garota.

— O que foi que você acabou de dizer...? – Indagou-a, intrigado.

Temerosa, Darcy caminhou em lentos passos, esperando que ele mudasse de ideia sobre poupar a sua vida, mas ela não estava errada.

— Você se parece com um homem que teve um papel importante na segunda guerra mundial. Não estou me recordando do nome, mas você... É semelhante a ele.

Bucky arregalou os olhos em surpresa. Seria possível que aquela garota...

.

Sabia sobre sua verdadeira identidade...?


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Notas finais do capítulo

Agora teremos o dilema entre o espião/assassino com a estudante universitária, juntos, na descoberta sobre a identidade dele. Será que isso vai prestar? Só acompanhando pra saber.
Até o próximo.



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