Wintershock escrita por ariiuu


Capítulo 15
Um pôr do sol na Big Apple


Notas iniciais do capítulo

Hello, gente! Tudo certo? Hoje, o capítulo veio mais cedo porque a bonita aqui está fazendo home office, e não há nada mais prazeroso do que estar em casa, debaixo do edredom nesse começo de outono, trabalhando e postando esse capítulo na hora do almoço, já me preparando para editar as capas dos próximos capítulos e escrevendo mais coisas pra vocês... parei no capítulo 33... e ainda tem muita coisa pela frente. Aguardem =D
Esse capítulo é muito fofo... já adianto. E espero que se divirtam com ele, aliás... os próximos capítulos serão muito regados a humor, já que o que tem predominado é o ponto de vista da Darcy. Então... divirtam-se e não esqueçam de comentar!



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.

Darcy chegava em seu apartamento depois de um dia intenso de trabalho.

Enquanto subia as escadas, seu telefone tocou.

“Número desconhecido”.

Quem seria?

— Alô?

Silêncio...

Ela esperou algum tempo antes de dizer algo novamente.

— Alô!? – Acentuou o tom de sua voz.

E mais silêncio.

— Olha aqui, seja quem for que esteja ligando pra me fazer de palhaça, saiba que eu sou uma feiticeira que mexe com o alto escalão da magia negra e desde já estou lhe rogando uma praga: Tomara que você caia de cara no chão no meio da rua! Passar bem!

A garota desligou o telefone, revirando os olhos. Já era a segunda vez que um número desconhecido ligava e não dizia uma palavra sequer.

De qualquer forma, não tinha importância.

Devia ser trote, ou vendedores... quem ligaria pra ela naquele horário?

A estudante entrou no apartamento, carregando algumas sacolas.

Ela deixou muitas coisas que comprou para Bucky em seu quarto, pois antes de se entenderem de vez, o soldado a evitou por um tempo, então, pensou que seria um grande incômodo empurrar mais coisas para ele naquela época.

Agora que os dois estavam bem, não haveria problema.

O soldado havia saído novamente naquele horário, então aquela era a hora perfeita.

Quando decidiu entrar no quarto dele e deixar tudo em cima da cama, James chegou bem na hora e a pegou no flagra, com a mão na maçaneta da porta.

O barulho da porta da sala fez com que ela desse um pulo, de susto.

— Aaaaah!!! – A garota quase caiu no chão.

— O que está fazendo...? – Ele perguntou, desconfiado.

— Eu ia deixar umas coisas novas pra você no quarto... – Darcy ficou olhando pro chão, sem graça.

— Coisas? Que coisas...? – Ele a fitou, percebendo que o cabelo dela estava mais encaracolado do que o normal.

— Roupas... E sapatos... – Sussurrava, tentando disfarçar.

Bucky ficava perplexo. O soldado realmente achava que tinha virado o mais novo mascote dela.

— Por que está fazendo isso? Por que está gastando seu dinheiro comigo? – Arqueava uma sobrancelha.

— Eu tinha bastante dinheiro guardado... E qual é o problema!? – O tom de voz dela, soava como o de uma criança.

— O que seus pais vão dizer se descobrirem que está comprando coisas para um assassino e traidor da nação? – Contestava, irritado.

— Nada... Eles não ligam... – Ela deu de ombros.

— E por que não ligariam...?

Porque até mesmo um assassino e traidor da nação é mais digno do que o ex-genro deles...— Ela murmurava muito mais baixo do que o habitual, e ele não entendia.

— Seja como for, não posso aceitar tantos presentes de uma mulher... Isso fere a honra de qualquer homem. – Protestava, um pouco sem paciência.

— Regra número um, Sargento... As mulheres conquistaram seu espaço no mundo e agora trabalhamos e pagamos as nossas próprias despesas, sem precisar de vocês para isso. – A garota dizia orgulhosa, com um sorriso convencido no rosto.

— É mesmo...? Mas eu não pertenço a esse século e se quiser conviver pacificamente comigo, terá de aceitar o meu jeito de ser. Uma moça não pode trabalhar para comprar nada para um homem.

Darcy fez uma careta.

— Que pensamento mais retrógrado! O que eu devo fazer com tudo isso então!? Jogar no lixo!?

A estudante ficou um pouco triste, e por mais que ele não entendesse as mulheres daquele tempo, resolveu ceder, apenas para não a deixar decepcionada.

Teria de forçar a se habituar ao jeito dela, ou teria problemas...

— Certo, vou aceitar, mas vou pagá-la no futuro, de alguma forma, então interprete como um empréstimo... – Redarguia, um pouco retraído, pegando as sacolas da mão dela.

— Você é demais! – Ela sorriu e esticou o braço, dando joinha.

— Como você pode agir tão naturalmente comigo...? Mesmo depois daquele dia em que perdi o controle...? – Ele dizia, cabisbaixo.

— Não vejo nada de diferente em você, que não veja em qualquer ser humano... – Ela respondeu despreocupadamente enquanto bocejava.

Bucky olhou fixamente nos olhos dela por longos segundos, deixando-a um pouco sem graça.

— Você... Não tem medo ou aversão que eu tenha um braço de metal...? – Contestou, no intuito de ouvir algo ruim em resposta, mas...

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— Não... Eu até acho sexy...!

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Darcy sorriu obstinada e ele ficou abismado. Mas sabia que não podia levar muito em consideração as palavras de uma garota louca.

— De qualquer forma, não temos tempo pra ficar aqui falando sobre isso, porque vamos sair agora. – A garota dizia naturalmente, sem nem mesmo perguntar a opinião dele.

— Sair...? Pra onde...? E você me perguntou antes se eu queria sair com você...? – Bucky já achava que Darcy estava tomando liberdades demais com ele, e aquilo não era normal para uma mulher... Da década de 40...

— Pra um lugar muito legal! Pare de ser mala! – E a garota fazia mais uma típica careta que o mesmo achava estranhamente grotesca.

— Me diga que todas as mulheres não são como você... – E sem perceber, Bucky já projetava expressões um pouco mais humanas, diante das bizarrices de Darcy Lewis.

A garota caminhou até o armário ao lado da sacada.

— Não. Acho que eu não sou muito normal. – A estudante dizia, enquanto procurava algumas coisas na gaveta dentro do armário da sala.

— Você acha...? – Contestou-a, irônico.

— Eu tentei ser normal uma vez… Foram os dois piores minutos de minha vida. – A estudante redarguiu, calmamente.

— Viver assim é melhor?

— Com certeza.

— E no meio do seu modo de viver, ajudar assassinos é algo normal?

— Sim, por que não seria? E só pra constar, você não é um assassino. Você é só uma vítima daquela seita satânica da HYDRA. – A garota continuava procurando coisas pela sala enquanto colocava em sua mochila.

Bucky ficou em silêncio, tentando assimilar o que Darcy dizia. Será que ele faria o mesmo se estivesse na exata condição que ela?

Se ele fosse alguém que pertencesse aquele tempo e a garota precisasse de sua ajuda, será que faria o mesmo?

— Você acha que realmente sou digno de sua consideração? – Indagava, carregando dilemas em seus olhos confusos e sua mente que se encontrava caótica e desenquadrado daquele século.

— Sim, você é... – Ela parou imediatamente o que estava fazendo, apenas para responder à pergunta dele, olhando em seus olhos.

James parecia apreensivo...

— Por quê...? – Contestava sempre a mesma coisa, tentando compreender totalmente as reais intenções dela.

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Cai na real, soldado... Eu já te amo...!

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E Darcy delineou um sorriso incandescente em seu rosto, deixando o Soldado desmemoriado com um ponto de interrogação enorme estampado em sua face.

— Você o quê...? – A feição irresoluta fez Darcy soltar um riso alto.

James Buchanan Barnes era mesmo um homem ultrapassado, por não entender que aquilo era apenas uma expressão e não uma declaração de amor.

— Quando me apego, é muito fácil amar. Simples... É assim com todos os meus amigos. E você é um caso bem especial! Eu quero ser sua bússola, não somente por ser grata a um herói de guerra, mas porque é empolgante! É assim que muitas pessoas desse século agem. – Explicava, tentando não fazê-lo entender errado a situação.

— Você é louca... – E ele virou o rosto. Não estava habituado a ser tratado tão afetuosamente de uma forma descarada por uma mulher. As de antigamente eram discretas... Bem mais discretas...

— De verdade, eu gosto da sua companhia... É bem legal ver as reações de uma pessoa que não conhece nada do mundo atual... É muito divertido...!

— Não seria melhor ter adotado um gato, já que queria ter um mascote...? – Bucky estava um pouco encabulado e ao mesmo tempo com raiva de ouvir tudo aquilo.

— Mas eu já tenho um gato bem aqui, e é você! – Ela passou por ele e tocou seu ombro, dando altas risadas.

Um sorriso preso... Um olhar amargo e distante... James ainda não conseguia reagir como um ser humano normal, mesmo depois de tanto compadecimento e... Piadas estranhas.

Darcy o encarou, com um grande sorriso travesso nos lábios.

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Descongele suas emoções, Sargento...

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Mesmo sem saber mais como fazer aquilo de forma espontânea, a sombra de um sorriso pôde ser vista em seu rosto.

E ela ficou imensamente satisfeita com aquele fragmento de expressão, vindo do maior assassino da HYDRA.

— Então o que você acha de irmos no Stabucks que tem aqui perto...? – Sua voz quebrou o silêncio entre ambos.

— Starbucks? – Bucky pronunciou, sem saber o que era... e por quê ela estava lhe chamando para sair com ela àquela hora da tarde?

— Você não conhece o Starbucks...? – Indagava, mas era obvio que ele não conhecia, afinal, o Starbucks foi fundado na década de 70.

— Se eu disser que não, vou parecer mais velho e cafona...? - Ele involuntariamente esbanjou uma feição de menino perdido da mãe no supermercado.

— Não, mas se você não quiser parecer, é melhor irmos agora. – A estudante sorriu confiante.

— Acho arriscado andar em lugares movimentados, ainda mais em Nova York. – Afirmava, já recobrando sua capacidade perspicaz de espião.

— Mas você está saindo quase todos os dias de dia! – Protestou, não entendendo se o problema era sair naquele horário ou sair com ela.

— Sair sozinho é fácil, mas com você é arriscado... se qualquer coisa acontecer no meio do caminho, não sei se conseguirei de proteger...

— Ah, larga mão de ser chato! Eu tenho meu taser, então sei me defender sozinha... e não vamos para um lugar muito longe.

— Pra onde vamos? – Questionou-a, sem paciência para contrariá-la.

Os olhos dele rolaram para o alto. Já sabia que a ideia dela era no mínimo bem excêntrica.

— Eu vou te mostrar uma coisa incrível! – Os olhos azuis da garota brilhavam.

— Não sei... – Respondia, um pouco inquieto, pois Darcy parecia uma criança de 9 anos.

— Tenho certeza que você vai adorar! – E os olhos da garota brilharam mais ainda.

O que ela estava planejando afinal...?

— Você realmente vai me arrastar se eu disser que não...? – A contestou, quase desistindo.

— Você sabe que não tem escolha! – A garota sorriu, teimosamente matreira.

.

.

Não muito longe dali, Thor – Filho de Odin, chegava à Torre dos Vingadores, no centro de Manhattan.

Após conversar com Bruce Banner pelo telefone, o asgardiano foi chamado por Tony Stark, para uma reunião.

Passados dois anos da batalha de Nova York, finalmente os três se encontrariam.

Mas ainda assim, o time não estava totalmente reunido.

Ainda faltava Steve, Natasha e Clint.

O loiro foi conduzido por Maria Hill até o topo do prédio, onde Tony e Bruce estavam.

Ao chegar ali, o asgardiano sorriu.

Bruce sorriu de volta, surpreso.

E Tony começou a rir como louco quando avistou os trajes de Thor.

Camiseta, calça jeans, tênis e cabelo amarrado. Roupas casuais que os midgardianos costumavam usar.

— Vem cá, você tá aqui como turista ou como imigrante ilegal, porque não sei se você sabe, mas a América tem uma política rígida contra estrangeiros, ainda mais se eles forem do espaço. – O Homem de Ferro mal o cumprimentou e já lhe enchia de piadas.

— É bom te ver de novo, Stark. – O loiro o cumprimentou, com um aperto de mão apertado.

— Então você está morando com a Doutora Foster? Estou surpreso que ela esteja em Nova York. – Dessa vez, era Banner que o cumprimentava.

— Depois da convergência, tomei a decisão de deixar Asgard para ficar aqui, na terra.

— Hmm... O que uma mulher terráquea não faz. – Tony esboçou um sorriso malicioso.

— Em que parte de Nova York você está? – Bruce indagava, curioso.

— Eu não sei exatamente. É do lado de um lugar chamado Central Park.

— É aqui do lado. – Tony replicou, com alguns papeis na mão.

— Somos vizinhos então. – Banner afirmava.

Thor caminhou ao redor, dirigindo-se até as paredes de vidro que mostravam a imagem magnifica de Nova York numa tarde ensolarada.

— E vocês entraram em contato com Steve? – Depois de saber o que aconteceu com a SHIELD, Thor não imaginava que fim os agentes daquela organização tiveram.

— Ainda não. O Tony está indeciso se deveria ligar pra ele. – Bruce dedurava o Homem de Ferro, com suas cismas em relação ao Capitão América, afinal...

Os dois não tiveram uma boa relação desde o início...

— Por quê? – O loiro não entendia muito sobre desentendimentos humanos. Todos pareciam sempre brigar por motivos supérfluos.

— Olha, isso não importa agora. A gente te chamou aqui porque descobrimos com quem está o cetro do seu irmão.

A feição de Thor se transformou em outra no mesmo instante em que ouviu a palavra “cetro”.

— O cetro do Loki? Vocês descobriram com quem está?

— Sim, e é por isso que tive a ideia de nos reunirmos de novo. – Banner se aproximava do asgardiano, que o encarava seriamente.

— Precisamos recuperar esse cetro imediatamente e-

— Sim, eu concordo e é por isso que precisamos do Steve. – O cientista completou, deixando Tony levemente irritado.

— Olha, eu disse mais de mil vezes que podemos fazer isso sem ele. – O bilionário não cedeu na decisão de chamar Steve para aquela “missão”.

— Tony, precisamos contatá-lo. Ele é o único que pode nos ajudar a localizar o novo quartel general da HYDRA. – Bruce insistia, por mais que o bilionário relutasse sobre ter a presença do Capitão América ali.

— O cetro está com a HYDRA? – Thor inquiria, um pouco chocado.

— Sim. – Bruce completou.

— Já tentaram entrar em contato com a Agente Romanoff? Ela deve saber algo sobre essa organização. – A sugestão de Thor era válida, mas...

— Natasha Romanoff está fora do radar. Desde o incidente com a SHIELD, não conseguimos mais contato com ela. Nem mesmo Maria Hill obteve êxito.

— E quanto ao agente Barton?

— Nada também. Ele é tão difícil de achar quanto a Romanoff.

— Então o único que pode nos ajudar nisso é o Steve. – Era a conclusão que o asgardiano chegava.

— Sim, mas o Homem de Ferro não parece muito feliz com isso. – Banner cruzava os braços, lançando um olhar austero na direção de Tony.

— Me diga, Stark... O que há de errado em chamar Steve para essa missão? – O loiro ponderava, no intuito de chegarem a uma decisão plausível.

— Bem... Nenhum... exceto pelo fato de existir uma rivalidade entre nós e que não foi resolvida, mesmo depois de anos...

— Uma rixa ridícula, sem o menor cabimento, não é mesmo? – Banner insistia em dizer que a suposta “rivalidade” entre Tony e o Capitão era imaginária e nada recíproca, afinal...

Steve Rogers era adulto e nobre suficiente para levar picuinhas como aquelas adiante, mesmo que o suposto “rival” fosse alguém tão egocêntrico como o Homem de Ferro.

— Pensei que tivéssemos colocado todas as nossas diferenças de lado quando sentamos para comer shawarma depois da batalha naquele dia... – O loiro dizia na maior inocência, mas se esquecia que humanos não eram como ele, que costumava ser prático e racional, evoluído o suficiente a ponto de não saber o que era guardar mágoas ou ressentimentos...

— Eu sei que vamos encontrar um jeito de acharmos o cetro sem o Steve Rogers. – Tony insistia, teimosamente, mas Banner não estava de acordo.

— Jarvis, chame a Hill aqui. – Bruce encarava Tony impetuosamente, farto de suas pirraças.

— Por que vai chama-la? – O bilionário não estava disposto a ceder.

E em poucos segundos, a ex-agente da SHIELD entrou no local.

— Mandou me chamar, Banner?

— Sim. Quero que você localize o Steve e ligue pra ele.

— Vocês... decidiram chama-lo?

— NÃO!

— SIM!

A dupla dizia ao mesmo tempo, e Thor sorria, achando graça da contradição de ambos.

— Devo contatá-lo? Sim ou não?

— SIM!

— NÃO!

— Sim... – E dessa vez, era Thor quem completava.

Eram dois contra um.

— Certo. Assim que tiver notícias, eu aviso. – A morena saia da sala, deixando um Tony Stark nervoso e a dupla Thor e Bruce baterem as mãos.

— Já vou avisando que se eu tiver um transtorno pós-traumático por causa do Rogers, a culpa é de vocês.

— Você não terá, Stark. Confie na gente. – O asgardiano sorriu, tentando mostrar firmeza.

— Não confio não. – E o Homem de Ferro saiu dali, deixando-os sozinhos.

Teria de tomar muito calmante para lidar com Steve Rogers. Mas por ora, pedia a Deus que o Capitão América não fosse achado por Maria Hill.

.

.

Darcy saia do Starbucks, com dois copos de cappuccinos de chocolate com chantilly nas mãos.

A garota combinou de se encontrar com Bucky num local específico, perto de seu apartamento.

Quando se encontraram, ela o obrigou a subir pelas escadas de um prédio onde tinha total liberdade de entrar e que se encontrava há três quadras de sua residência. Ele não entendeu o porquê.

— Por que está me arrastando para esse lugar!? – Contestava um pouco nervoso, no ímpeto de alguém os ver. Seu alarme mental de espião estava disparando freneticamente por instinto, e não compreendia o quão louca Darcy podia ser, mesmo sabendo de tudo aquilo.

— Ah, qual é!? Vai dizer que não é gostoso sentir esse friozinho na barriga de medo por ser capturado de novo pela HYDRA? – Ironizava, deixando o soldado ainda mais sem paciência.

— Você está sendo leviana e negligente.

— Aah, para de usar essas palavras antigas! Precisa atualizar o seu vocabulário... – Replicava, enquanto continuava a subir as escadas.

James ia reclamar, mas finalmente terminaram de subir, dando de cara com uma porta.

Quando Darcy abriu a porta, a luz forte do sol invadiu suas vistas, mesmo estando de óculos.

O soldado então tirou os óculos, apenas para enxergar de fato o que estava em sua frente.

— Tcharaaaaaaan! – Ela gritou, fazendo sua típica pose idiota.

Mas Bucky ficou muito imerso na paisagem de fundo.

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Nova York...

Seus olhos divagavam naquele mar de prédios...

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O barulho da agitação a metros de altura...

A paisagem urbana da capital do mundo...

Os raios solares realçando tudo em volta...

A radiação visível que deixava tudo ainda mais laranja...

James estava absorto diante de tudo aquilo...

E de quanto o mundo havia evoluído... Do quanto sua cidade havia desenvolvido desde que saiu dela em 1942...

— Hey...!

O vento penetrava delicadamente seus ouvidos... E seus cabelos oscilavam suavemente.

Heeeeeeeeey!!! – Darcy gritava e acenava para que ele a percebesse lhe chamando.

Foi quando o sargento saiu do frenesi e atentou para ela.

— Eu não disse que você ia gostar!? – O sorriso da garota era largo e exultante.

E dessa vez, ele sorriu terno, pois a Darcy estava certa.

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Seus caprichos de menina eram fascinantes...

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James andou até onde a estudante estava, encarando-a fixamente.

— Acho que preciso te levar mais a sério... – O meio sorriso naquele rosto que antes era marcado apenas por expressões sombrias e nebulosas, era algo incrivelmente perfeito de se apreciar.

— Sério!? Estou me sentindo a Mel C quando iniciou a carreira solo depois das Spice Girls! – O riso dela era uma das coisas mais agradáveis que ele ouvia, após anos afastado do mundo, mesmo não sabendo quem era Mel C e Spice Girls.

Mesmo diante daquela paisagem extraordinária em sua frente, Bucky não se sentia digno. Nem mesmo de que a mesma confiasse nele. Numa máquina projetada detalhadamente apenas para matar. No Soldado Invernal...

— Você precisa parar de me enxergar como um herói... – Mesmo dizendo tal frase, a expressão dele era extraordinariamente serena.

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Tem razão... Pois o mundo não precisa de heróis, nem de vilões... Apenas de seres humanos...— A estudante proferia num tom de voz afável...

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O reflexo das cores vivas que o sol explanava quando a alcançava, era a paleta de cores mais encantadora que viu em 70 anos...

O brilho azul, meio esverdeado, misturado com os raios alaranjados do sol que podia vislumbrar nos olhos dela, a pele cândida, os belos e luminosos cabelos castanhos que meneavam através da brisa vagarosa, tornava tudo ainda mais perfeito...

O sorriso dela era terapêutico... E seu olhar parecia fazer com que o tempo parasse e bagunçasse tudo por dentro de sua cabeça...

Darcy estendeu um copo fechado em sua direção.

— Aqui está o melhor cappuccino que você vai provar desde 1942. – A estudante fazia uma cara convencida.

Bucky pegou o copo da mão dela.

Darcy ainda era uma incógnita para a sua mente caótica.

— Então você quer que essa paisagem seja lembrada dessa forma? – Indagou, sem descongelar o sorriso singelo de seu rosto.

— Esse é um dos momentos em que a vida precisa fazer sentido! – E então, ela caminhou alguns passos para frente, cruzou o muro de proteção do topo do prédio e sentou ali.

Era uma atitude completamente arriscada e perigosa, mas a garota parecia habituada a fazer aquilo com frequência.

James a acompanhou e fez o mesmo, sentando ao lado dela.

— A vista daqui é ótima... – Ele articulou, meditativo entre tudo o que o centro de Manhattan poderia lhe mostrar.

— Sim, mas há dois anos, estava um caos por aqui, por causa da batalha dos Vingadores contra o exército Shitauri.

— Exército Shitauri?

— Sim, era um bando de extra-terrestres liderados pelo irmão do Thor. Eles estavam atrás de um artefato que mexe com o espaço. – A garota revelava coisas que James não tinha ideia que existiam.

— Não sabia que essa batalha foi tão devastadora assim...

— Bem, vamos esquecer isso por enquanto. Olha... Daqui dá pra ver o Empire State Building, o maior arranha-céu dos Estados Unidos...

— É bem alto mesmo...

— Mas o One World Trade Center vai ocupar o primeiro lugar em breve. Depois de treze anos dos atentados às torres gêmeas, esse prédio finalmente vai ser inaugurado.

— Atentado?

— Sim, os atentados terroristas que aconteceram em 11 de Setembro de 2001. Foi uma das piores catástrofes dos Estados Unidos.

— Não tinha ideia que algo assim poderia acontecer, ainda mais aqui...

— Isso só mostra o quão vulnerável somos... ainda que sejamos uma potência econômica e nuclear, não estamos livres de sermos atacados por quem quer que seja. Mas vamos deixar isso de lado e aproveitar a paisagem!

Bucky admirava a facilidade que ela tinha de sorrir tão facilmente.

— Aposto que você não via algo assim há muito tempo... – Darcy abriu a tampa do copo de cappuccino.

— Acho que nunca vi nada assim a vida toda... – Alegava, enquanto continuava admirado com a beleza da incrível Nova York banhada através dos raios solares do entardecer.

— Sério!? O que você fazia antes da guerra? – Curiosa, a estudante perguntou enquanto saboreava seu cappuccino.

— Eu não ligava em ver o pôr-do-sol ou coisas do tipo.... Mas o mundo mudou muito desde a guerra... Eu tenho flashes em minha mente das missões que a HYDRA me designava, mas em nenhuma delas eu podia simplesmente me esquecer do que estava fazendo e contemplar a paisagem...

— Então você passou por lugares bonitos?

— Sim.

— É uma pena... Você perdeu muita coisa, mas... Agora você pode recuperar todo o tempo perdido...

— Você tem razão. – Afirmava, abrindo a tampa do copo e inalando o doce aroma do café misturado ao chantilly.

Ele experimentou o cappuccino logo em seguida e fez uma cara espantada com o sabor inexplicável.

Aquele século era mesmo extraordinário, pois não tinha ideia do quanto seu paladar ainda se surpreenderia com tudo o que podia saborear de novo.

— Eu tenho um sonho... Claro que não é o meu maior sonho, mas um dia quero poder realizá-lo... – Darcy dizia, risonha.

— Que coisa poderia ser chamada de sonho, mas que não é o seu maior sonho...? – James redarguia, um pouco curioso.

— Viajar pelo mundo todo! Conhecer os lugares mais lindos do planeta inteiro! Isso com certeza seria uma dádiva! – E mais uma vez a garota estendia as mãos para o alto, como se quisesse abraçar a paisagem à sua volta.

O Soldado ficava paralisado, com tamanho sentimento de liberdade que ela irradiava, mesmo que invisivelmente.

Mas era incrível como a estudante parecia uma criança... E consequentemente...

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Bucky soltou uma risada...

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Darcy o olhou, perplexa...

Ela nunca o viu rir antes...

O ocorrido com certeza era um fato histórico...

Os livros de história precisavam registrar aquilo... O Soldado James Buchanan Barnes estava rindo pela primeira vez depois de longos 70 anos de tortura?

— Você é mais infantil do que imaginava... - Ele concluiu, segurando o riso, o máximo que podia.

— Eu gosto de ser infantil... – A garota sorriu de volta para ele. Seu sorriso era ofuscante, ainda mais com os cintilantes raios solares contornando o rosto feminino, realçando seus traços e deixando os olhos azuis quase verdes.

— Algumas pessoas diriam que você brinca de ser feliz... – A voz do soldado ia perdendo a frieza usual cada vez mais.

— Eu não brinco de ser feliz... Eu sou feliz brincando...! – Afirmava, com grande convicção e alegria na voz.

James sentia um sopro de liberdade por um mero instante e que ansiava durar pela eternidade...

Ele apenas queria esquecer de tudo e viver aquele momento para sempre, pois não se recordava de se sentir tão livre depois de tudo o que aconteceu...

Darcy percebia o olhar dele sondá-la, de forma curiosa, e a garota não se intimidava, pois queria mostrar um caminho alternativo a qualquer destino sombrio que estava preparado para ele.

Bucky observava Darcy olhar o céu e com as nuvens viajar... Alguém com uma mente saudável e limpa, sem marcas ou cicatrizes... Alguém que parecia não conhecer a dor... A verdadeira e impetuosa dor do sofrimento...

Seus olhos traçavam caminhos tortuosos que jamais poderiam ser lidos pelos olhos de quem não sabia o que era sofrer...

Essa era a impressão que ele tinha dela naquele momento...

Mas o sargento saiu do frenesi quando Darcy virou o rosto e passou a encará-lo com precisão por longos segundos.

Não se incomodou com aquilo, mas...

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Num abrupto movimento, a mão dela rapidamente retirou o boné da cabeça do soldado.

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— Seu cabelo é tão lindo... Pare de esconde-lo... – A estudante protestou, com seu típico jeito intrometido.

— Isso faz parte do disfarce, esqueceu...? – Lembrou-a, que sempre quando saia, tentava não chamar a atenção, pois ainda que as pessoas não lembrassem de quem ele era, alguém podia acabar descobrindo sua identidade, de alguma forma.

— Acho que se você sair por aí desse jeito, as mulheres não vão te deixar em paz... – Darcy riu divertidamente enquanto tocava o cabelo dele, deslizando seus dedos facilmente pelos fios castanhos, numa espécie de carinho.

James não se importava de ser tocado por ela naquele momento...

A estudante era extremamente afetuosa... e seu afago mostrava uma personalidade doce e amável que o tranquilizava... era terapêutico...

— Se essas mulheres fossem como você, eu realmente não teria paz... – Afirmou, encarando-a enquanto seus olhos azuis piscavam lentamente e um sorriso convicto e simples, porém ameno, surgia em seus lábios.

A mão de Darcy abaixou com o choque que a mesma tomou...

Bucky era um assassino, mas quando não estava tomado pelas trevas de seu passado com a HYDRA, tinha a aparência de um anjo... Seu sorriso era luminosamente gentil...

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E ele a fez corar...

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Pela primeira vez depois de tanto tempo, ela sentiu seu coração bater descompassado dentro do peito...

E seu sangue parecia ter subido até suas bochechas, a ponto de enrubescerem...

— Você é mesmo uma pessoa surpreendente...! – A garota redarguia, tentando disfarçar, mas sorria com um rubor brilhante que florescia em todo o seu rosto.

As linhas pálidas que formavam sua fisionomia eram cintilantes... Na face, a inocência de uma estudante universitária com uma aura puramente infantil...

A liberdade ávida de uma jovem do século 21... Com sonhos e ambições de uma pessoa perfeitamente normal...

Condescendente candura... Era o que ele podia vislumbrar quando a contemplava...

Darcy voltou seu olhar para frente, admirando a vista adiante.

— Mas admita... O pôr do sol sobre os prédios de Nova York é lindo, não acha...? – Ela indagou, imersa na linda paisagem.

James esqueceu o pôr do sol... semicerrou os olhos para focalizar ainda mais o que estava diante de sua vista e observou atentamente o rosto de Darcy, totalmente fascinado...

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Sim... É lindo...

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Notas finais do capítulo

- Sim, é lindo... Por dentro... – FALA DO DRAX PARA A MANTIS EM GUARDIÕES DA GALÁXIA VOLUME 2. QUEM LEMBRA? Skskshuhsukskhsuskksuhusha
Gente, sei que vocês estão ansiosas pra que os dois se apaixonem, mas já vou logo mandar a real: Sejam pacientes. Momentos como os desse capítulo são essenciais para que isso aconteça. E como muitos sabem, quando a paixão acontece, vem a negação... vamos ter um bom drama engraçado por parte da Darcy. Esperem pra ver.
Mais imagens desse capítulo, no Tumblr: wintershock.tumblr.com
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Até semana que vem.



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