A Agenda escrita por Daniela Lopes


Capítulo 30
Capítulo 30- “Euphoria” (Final)


Notas iniciais do capítulo

Min Yoongi sabe que as escolhas de cada um conduzem a uma infinitude de destinos, mas como somos finitos, podemos viver somente uma história de vida, sem rascunhos.
Nessa existência, apenas o Amor define uma linha que podemos seguir sem desvios, sem temor de nos perdermos no caminho. É nele que esperamos o “Para sempre”...




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/771005/chapter/30

O vento assoviou no abismo. Suga fechou os olhos e não se virou. Kyun Lee-na estava ali, ao lado dele. O BTS sentiu que o mundo se quebraria em pedaços com vidro ao redor dele e ficou com raiva de si mesmo por se sentir tão frágil diante daquela situação.

            Permaneceram em silêncio por algum tempo, ouvindo o murmúrio do vento entre as rochas do precipício abaixo deles. Então ela falou primeiro:

—Temia que não viesse...

            Ele abriu os olhos, mirando o horizonte:

—Sua mensagem me pegou de surpresa. Como sabia que esse lugar estaria como antes?

            Ela sorri, ele pode sentir sem precisar olhar. A voz da mulher é calma e suave:

—Acompanho as mudanças desse mirante desde que me mudei para Portland. Meu único temor é que tudo desse errado e esse encontro não acontecesse.

            Suga pigarreou:

—Por que escolheu o silêncio todos esses anos?

            Ela o observava, desejando que ele voltasse seu rosto para ver seus olhos:

—Eu precisava saber o que faria com seus sonhos. Percebi que perto de mim, eles não aconteceriam...

            Suga virou-se de uma vez e encarou-a. Ela era Lee-na do seu passado, impossivelmente jovem, mas havia algo mais nos olhos. Apesar dos anos, ela conservava o frescor que ele conheceu quando namoravam. Ela estava esbelta, bem vestida e maquiada, sem excessos. Seus cabelos longos tinham um tom de castanho que realçava a pele clara e bem cuidada. A maturidade trouxe beleza à ex-estagiária.

            Suga observou que ela usava o colar e os brincos presenteados por ele. Sentiu-se extasiado, furioso e assustado numa mescla de sensações que iam e vinham em sua cabeça como embriaguez. Não conseguiu se conter mais:

—Se afastou de mim por causa dos meus sonhos? Acha que eu...

            Ela suspirou, virou-se para o horizonte e falou:

—Naturalmente nós dois teríamos nos afastado...

            Suga riu e voltou a olhar o abismo:

—Ora... Naturalmente...

            Lee-na olhou-o:

—Estou muito feliz em ver você, Yoongi... Está muito bem. Mas parece não estar contente em me ver.

            Ele volta a observá-la e em nenhum momento ela desvia o olhar. Suga balança a cabeça:

—Estava ansioso por vê-la novamente.

            Ela sorri e ele sente o corpo aquecer. A voz grave do cantor faz o rosto da mulher corar de leve:

—Está muito bonita, Kyun Lee-na... Imagino que seu namorado ou marido deve estar esperando por...

            Lee-na balançou a cabeça:

—Nenhum dos dois...

            Ele exclama, surpreso:

—Solteira?

—Meus projetos tomaram muito de meu tempo. Me formei em Psicologia e me especializei em patologias psíquicas. Hoje trabalho numa Fundação internacional e agora junto ao governo coreano para cuidado com jovens e crianças com comportamento autodestrutivo. É um programa visando combater o alto índice de suicídios em nosso país e...

            Ela percebe o sorriso no rosto do cantor e se cala. Suga morde o lábio inferior e diz:

—Eu sabia que comunicação não seria interessante pra você. Imagino que nesse meio, muitos caras...

            Lee-na se aproxima um pouco mais:

—Sim. Conheci pessoas interessantes. Eu precisava disso para entender porque estamos aqui agora.

            Suga concorda com um aceno de cabeça. Também ele teve experiência de relacionamentos e poderia ter se recusado a estar ali. Ela passa a mão nos cabelos e fala:

—Vocês andaram bem ocupados, hein? Soube do Grammy e do selo que criou. Fiquei muito feliz!

—Então soube disso.

            Ela baixa o olhar:

—Quando estive em Nova York, passei perto da BigHit americana. Fiquei tentada a fazer uma visita... Talvez ver você...

            A tarde ganhava tons de laranja e cinza. O vento ali ficava mais frio, fazendo-os estremecer. Suga enfiou as mãos no bolso do casaco:

—Você está em algum lugar da cidade?

—Num hotel do centro. Ainda não me decidi se permaneço lá ou alugo um apart hotel e...

            De repente, Suga a segura pela mão e puxa contra si, abraçando Lee-na com força, apoiando o queixo no ombro dela, respirando devagar e pausadamente, tentando controlar o que sentia naquele momento. Tomada de surpresa, ela envolveu-o pela cintura:

—Yoongi?

            Ele fala com voz rouca:

—Eu... Tenho a sensação que se soltar você agora, vai se dissipar como névoa.

            Ela sorri e afaga as costas dele, pousando a cabeça em seu ombro. Sentia a força e o desespero daquele abraço, o calor que vinha até ela e a envolvia. Após tanto tempo, os sentimentos ainda estavam lá, adormecidos. Ele falou:

—Durante muito tempo, eu fiquei imaginando como seria... Tinha razão, Lee-na. Naquela época eu era obsessivo em tudo que se relacionava ao meu trabalho. Eu teria feito você esperar por mim, oferecendo menos do que você merecia da minha atenção, minha presença... Eu teria afastado você. Então teria te perdido pra sempre.

            Ele se afasta devagar, mirando o rosto dela:

—Venha para minha casa! Traga sua bagagem e venha comigo! Quero que preencha todos os espaços dela. Que cada canto tenha o seu toque, seu cheiro.

Lee-na ouve aquele convite e confissão e sente o coração acelerado. Ela entendeu o que ele quis dizer com “se dissipar como névoa” e sentiu o corpo enfraquecer. Foram anos calando os sentimentos pelo BTS e agora não podia negar que era o que faltava em sua vida.

Min Yoongi segura o rosto dela com cuidado. Ela fechou os olhos, recebendo o beijo e retribuindo com a mesma intensidade. A doçura e o desejo não haviam se perdido, mas se intensificaram e amadureceram como o sabor de um bom vinho. Eles queriam muito mais daquele contato.

Afastaram-se e Suga apoiou o rosto na testa dela:

—Você vem comigo e não há o que discutir sobre isso! E nunca mais quero um presente como esse...

Arrancou a corrente do pescoço e arremessou-a no abismo. Ela riu e falou:

—Então sua agenda tem tempo pra mim?

—Lee-na...

—Não íamos pra sua casa?

            Ele puxou-a pela mão e correram para o carro dele. Ela ligou para a empresa de aluguel de veículos e pediu que buscassem o dela, estacionado no mirante. No trajeto, Lee-na permaneceu aninhada ao cantor, ambos calados. Quando entraram no condomínio, ela olhou o apartamento circundado por um grande jardim. Era o último do bloco de imóveis e parecia aconchegante. Ele acionou o elevador e foram para o 3º andar.

            A decoração do apartamento de Suga era sofisticada, mas sem exageros decorativos. Era a casa de um homem que não tinha tempo a perder. Yoongi tomou o casaco dela e pendurou no suporte da entrada. Ofereceu pantufas e ela sorriu, enquanto calçava. Ele se defendeu:

—São confortáveis! Tudo bem que não combinam com a decoração e...

            Ela tocou os lábios dele com o dedo indicador:

—São adoráveis.

            Ele aproximou-se e segurou-a pela cintura:

—Quer beber alguma coisa? Água... Vinho. Tenho uma adega na...

            Ela envolve os braços ao redor do pescoço dele:

—Quero saber tudo o que tem feito todo esse tempo...

            Ele a traz mais perto de seu corpo. O momento é perfeito:

—Vou te contar tudo o que quiser, mas não agora...

            A boca de Suga cobre a dela e prova os lábios que tanto amava e sentia saudade. As mãos dela sobem para os cabelos dele, acariciando e segurando à medida que ele avança para tocá-la, despi-la de suas roupas, erguê-las nos braços e caminhar com ela até o quarto mergulhado em penumbra. Ela sorri enquanto olha para Yoongi. Ele tomou uma de suas mãos e pousou sobre o peito, no lado do coração:

—Ele esteve quieto um bom tempo...

            Os olhos da mulher se enchem de lágrimas e Suga acaricia o rosto dela:

—Lee-na? O que...

            Ela sorri:

—Eu estou...

            Suga a abraça apertado, sentido o calor da pele suave contra a sua. O coração dela batendo forte junto ao seu:

—Obrigado, Kyun Lee-na... Por realizar meu novo projeto de vida...

            Beijou-a na testa, nos olhos e nas faces ruborizadas. Ela esperou, ele não tinha pressa. Queria experimentar cada segundo do retorno dela em sua vida, reacender uma chama que sabia nunca ter se apagado em seu coração. Lee-na estava ali, em seus braços e era real.

            Ela deitou-se lentamente e abriu os braços para o BTS. Ele sorriu, apaixonado, e mergulhou no abraço dela. Nenhum momento seria desperdiçado.

            Um ano após esse encontro, Lee-na deu à luz a uma menina, Min Sunhee, em homenagem à fã do grupo, Gong Sunhee. Lee-na recusou-se a ficar reclusa os 100 dias conforme a tradição coreana e Suga não quis contrariá-la. Namjoon foi escolhido como padrinho por sua parceria de longa data com Yoongi, o que gerou ciúme dos demais amigos.

            Lee-na informou ao grupo que não teria um afilhado para cada BTS e convenceu Suga que todos fossem padrinhos de Sunhee, o que promoveu uma festa fora do comum e gerou muitas situações cômicas.

            Através de um chat por vídeo, a irmã de Lee-na, Chaerin, pode ver a sobrinha e dar os parabéns ao casal, lamentando não poder visitá-los naquele momento. A jovem de 19 anos participava de um congresso sobre Tecnologia e robótica em Genebra, na Suíça. Os BTS ficaram surpresos em saber que Kyun Chaerin era um gênio em mecatrônica e parabenizaram a jovem.

            Os pais de Lee-na vieram de Portland para conhecer a neta e o senhor Kyun Jun-Su finalmente conheceu seu futuro genro. Ficaram hospedados na casa de Suga por dois meses e Lee-na pode curtir a família reunida, feliz por Yoongi e seu pai se darem tão bem a ponto de saírem para beber escondido das mulheres da casa, levando bronca quando voltaram. Os avós maternos voltaram aos Estados Unidos antes do inverno e Suga combinou de visitá-los logo que a filha completasse dois anos de vida.  

            Jimin anuncia que reatou com a ex-namorada e marcou a data para o noivado. Os amigos ficaram surpresos com a atitude ousada do amigo. Jungkook casou-se com a economista, Seonwoo Yun, e para a surpresa de todos, tornou-se um marido fiel e dedicado.

            Nasce o primeiro filho de Jin e a família Kim ofereceu uma grande festa. A esposa de V deu à luz a outro menino, assim o BTS Taehyung era pai de três garotos e uma linda menina. Lang Hae-Won informou ao marido que não teria mais filhos e a paternidade de V parou por ali mesmo. JHope conheceu uma professora de balé durante uma festa beneficente na escola de dança patrocinada por Jimin. Começaram a namorar pouco tempo depois e Jin brincou que o filho deles nasceria dançando.

O irmão de Yoongi, Min Jun ki trouxe os pais do BTS para conhecerem a neta. Era a terceira da família Min e esse momento foi especial para o rapper. Seu pai, o senhor Min, aproximou-se de Lee-na e olhou a bebezinha no colo dela:

—Meu filho faz você feliz?

            Surpresa com a pergunta, Lee-na sorri:

—Oh, sim! Ele é uma pessoa maravilhosa. O senhor... Quer segurá-la?

            O avô de Sunhee recebe a neta nos braços e fica balançando a menina bem suavemente. Sua esposa se aproxima e fala:

—Não a balance tanto! Ela vai ficar mal acostumada!

            Um pouco afastado deles, Suga olha os pais e sente que, apesar de terem muitas opiniões diversas, eles o amavam e tudo o que queriam do filho rebelde era que ficasse bem. A visita de seus familiares trouxe paz para Yoongi e gratidão à Lee-na por sua sensibilidade com eles. Aquela proximidade criaria belas memórias para a  filha.

            Namjoon fez uma viagem ao Japão para uma tarde de autógrafos da reedição de seu livro autobiográfico. A bookstore escolhida ficava em Tóquio e uma emissora de rádio fazia a cobertura no local. Enquanto autografava um exemplar do livro, alguém colocou na mesa um copo de café perfumado e fumegante ao lado dele e saiu rapidamente, antes que ele visse a pessoa. De repente, no meio da longa fila de fãs e leitores de seu livro, ele viu uma mão delicada acenar e inclinou-se para descobrir quem era.

            O rosto de Yuiko kawahara apareceu para ele, fazendo o líder BTS sorrir, surpreso. Ela havia feito um dueto com ele em 2016, num famoso programa de TV coreano, o Duet Song Festival, quando cantaram “Umbrella”, do Epik High e por pouco não venceram a disputa. Depois dessa apresentação, se falaram por um tempo, mas os muitos compromissos tomaram suas vidas e perderam o contato.

            Chegando a vez dela, aproximou-se e estendeu o livro. Ele sorriu e ela inclinou-se:

—Namjoon-san! Há quanto tempo!

—Yuiko-chan!

            Ela corou ao ouvi-lo chamá-la usando aquele sufixo e sorriu:

—Como tem passado?

—Bem, obrigado! Que bom vê-la de novo! E as músicas?

—Parei por um tempo. Terminei outra faculdade e me casei...

            O sorriso de Namjoon desbotou um pouco, mas ela continuou:

—Então fui para a França depois do divórcio e...

            Namjoon baixou o olhar e sorriu de novo.  Ele assinou o livro dela, escrevendo uma bela dedicatória e estendeu-o para ela:

—Quando eu terminar aqui, não terei outros compromissos... Quer me esperar pra gente comer alguma coisa? Estou faminto!

            Ela é pega de surpresa e diz:

—Oh! Bem… Sim! Abriram um restaurante legal a um quarteirão daqui e...

—Combinado. Posso sugerir que me espere?

—Combinado!

—Yuiko... Obrigado pelo café!

            Ela sorri e acena. Namjoon se sente revigorado para atender a uma fila de pessoas esperando por seu autógrafo.

            Eram 21 horas e a bookstore finalizou a sessão de autógrafos, fechando o evento com uma despedida de Kim Namjoon ao vivo pela rádio. Yuiko estava no segundo andar da bookstore, distraída folheando um livro de esculturas. Namjoon aproximou-se:

—Te fiz esperar muito?

—Não mesmo! Como foi tudo?

—Fantástico... Cansativo, mas fantástico!

—Com fome?

—Verde de fome!

            Eles seguem para fora do estabelecimento e Yuiko o conduz pelas ruas do centro, falando sobre a faculdade e sobre a pausa na música. Namjoon ouvia a jovem falar e sorri. Recordou-se como se conheceram e a timidez que sentiu no primeiro contato com ela. Nesse novo encontro, era agradável pensar que podia usufruir da companhia dela sem precisar baixar o olhar.

            Ela parecia a mesma de antes e isso o deixou contente. Sentaram-se e pediram pratos quentes e cerveja. Conversaram sobre muitos assuntos, principalmente sobre música e Namjoon perguntou:

—Yuiko-chan... Porque parou de cantar?

            Ela pestanejou e virou o rosto para a vidraça do restaurante. Parecia escolher as palavras:

—Eu me casei em 2020... Era um amigo de meu pai e da minha família. Uma pessoa querida... Ele parecia um cara correto, mas não aprovava meus projetos. Durante três anos, eu tentei levar aquilo, esperando uma chance de mostrar pra ele um pouco do meu mundo, das coisas que eu gostava fora do ambiente doméstico, mas foi uma perda de tempo e energia.

            Namjoon ouviu aquilo e viu por trás do olhar da jovem mulher, algo mais do que decepção. Ela tomou um gole de cerveja e riu:

—Dizem que o álcool destrava a língua...

            Ele riu e falou:

—Como já disseram os romanos “In Vino Veritas”! Vou propor um brinde...

—Um brinde? A quê?

—A esse encontro... À liberdade de nossas escolhas... Ao começo de alguma coisa boa.

            Ela o olha nos olhos. O rosto franco e maduro do BTS a mirava com carinho e ela baixa o rosto para olhar o prato vazio:

—Ah... Dizem que aqui tem uma sobremesa fora de série e...

            Namjoon toca a mão dela:

—Yuiko-chan...

            Ela corta o contato, fingindo se preocupar com as horas:

—Nossa! O tempo voa! Vamos pedir a conta?

            Pouco depois, caminham pelo passeio, lado a lado, em um incômodo silêncio. Ela sorri:

—Está hospedado aqui perto?

—Sim! Vim com um assessor da editora, mas estou por minha conta, agora.

            Ela olha o céu:

—O clima em Tóquio está fora de controle! Choveu a semana passada inteira! Teve sorte em encontrar a cidade seca para seu evento!

            Ele percebeu que ela estava sem jeito. A conversa no restaurante havia mexido com Yuiko e Namjoon decidiu tomar uma atitude. Segurou a mulher pelos ombros e empurrou-a gentilmente contra a parede mais próxima:

—Yuiko...

            Ela ergueu os olhos para o BTS, surpresa e assustada na mesma medida:

—Namjoon-san! Eu...

—Eu não sei o que esse idiota fez a você para tirar seu desejo de cantar... Mas eu quero ouvi-la hoje! Agora! E pare de me chamar de san...

            Ele puxou-a contra si e beijou a mulher, pressionando-a contra a parede, deixando bem claro seu desejo por ela. Horas mais tarde, sob a água quente do chuveiro, no hotel onde Namjoon estava hospedado, Yuiko cantou “Time to remember” da banda Nell, abraçada a Namjoon, que escutava de olhos fechados, sorridente.

            Ela calou-se e apoiou a cabeça no peito do BTS. Ele beijou-lhe a fronte molhada:

—Volto pra Seoul daqui a dois dias... Quer vir comigo?

            Ela apertou-o contra o corpo. Era a aventura de uma vida reencontrar um ídolo da juventude, um amigo e agora um recém-descoberto amante. Ergueu o rosto para ele:

—Eu aceito...

            Ele riu e beijou-a:

—Boa resposta, Yuiko-chan...

            Os BTS receberam a notícia que Namjoon e Yuiko ficariam noivos no fim daquele ano. Todos perceberam que Namjoon estava realmente apaixonado e demorou a convencer Yuiko de se casar novamente. Quando ela finalmente aceitou a proposta, o grupo festejou com o casal.

            PD nin fechou um contrato com uma empresa de tecnologia que queria os BTS como representantes de seus produtos. Consolidados como artistas e figuras públicas, passavam autenticidade, credibilidade e o sucesso do empreendimento coincidiu com o aniversário da fundação da empresa BigHit.

            Nessa noite, PD nin deu uma festa em comemoração onde reuniu familiares, amigos, colaboradores e Min Yoongi aproveitou-se do momento para pedir Kyun Lee-na em casamento, oficialmente.

            Os convidados aplaudiam e ovacionavam, enquanto Suga discursava o quanto era apaixonado pela ex-estagiária e o quanto ele esperou pelo momento de torná-la sua esposa. JHope ergueu a taça de champanhe e gritou, animado:

—Finalmente, Yoongi! E agora? Pare de enrolar e diga logo onde vai ser a lua-de-mel?

            Lee-na mirou o anel de diamante no dedo e olhou Suga por um segundo. O riso no canto da boca do rapper denunciava a ela o que ele estava pensando. Ela cobriu o rosto corado e riu. Suga abraçou-a pelo ombro e fez o gesto que todos chamavam swag e achavam hilário. Respondeu sem perda de tempo:

—Fiji!!

 

Fim.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Quando digitei as últimas linhas dessa fic, estava emocionada. Foi uma experiência curiosa.
O encontro de Suga e Lee-na podia tomar qualquer direção, mas eu preferi escolher esse final. Estranhei minhas escolhas, pois não sou uma pessoa romântica no dia a dia. Não suspiro em filmes românticos, não choro pelo casal do filme, mas torço pelo amor no fim de tudo, não pelo "Felizes para sempre".
Quis dar a cada BTS um par e sei que posso desagradar muitos fãs, mas foi uma visão pessoal desse futuro alternativo do famoso grupo. Sempre penso que Jungkook vai dar muito trabalho para quem ele for namorar!
Gostei muito de trabalhar a timidez inicial do encontro de Suga e Lee-na após tanto tempo longe, mas ainda apaixonados. Apesar de adultos e realizados, essa lacuna os trouxe à época em que eram jovens, para em seguida devolvê-los ao seu momento real e despertá-los para o tempo que perdiam em não dar vazão ao seu amor, saudade e desejo.
A parte que me deixou mais satisfeita em escrever foi a de Kim Namjoon. O dueto que ele fez com a cantora japonesa Yuiko Kawahara nunca saiu da minha cabeça. A fofura dos dois juntos nunca foi tão providencial quanto agora, quando fiz os dois se encontrarem após anos e descobrirem uma tímida atração mútua.
Ao trazer a família de Suga no fim da trama, tento me redimir por mantê-los longe desde o início da história, com apenas uma menção sobre isso no picnic em Achasan. Ainda sinto que a família de Yoongi é o tema mais delicado na vida dele, principalmente seu pai.
Quem se recordar, vai perceber que as ilhas Fiji aparecem duas vezes antes ao longo da trama, uma quando Suga diz que quer fugir com Lee-na, quando ela o dedura para Jin sobre a possibilidade do sequestro e fuga pra lá e no fim, ele faz uma zoação com a possibilidade de ser o destino almejado para a lua-de-mel.
Decidi desenvolver o final de forma mais dinâmica, pois tudo que podia dar certo ou errado para todos já havia ocorrido. Suas escolhas estavam feitas, eram adultos e experimentados.
Estou me despedindo. Agradecida por compartilhar minhas ideias e descobrir sobre as ideias dos leitores/escritores que fiquei conhecendo. Agora terei tempo de ler as fics que encontrei no Nyah e descobrir mundos diferentes do meu.

Um abraço.
Fiquem bem.
Quem sabe até uma próxima.

Atenciosamente,

Daniela.