A Agenda escrita por Daniela Lopes


Capítulo 20
Capítulo 20- Os mortos tem uma história a contar


Notas iniciais do capítulo

Uma visita ao cemitério revela muito mais do que os BTS poderiam imaginar.



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Lee-na estava deitada em sua cama. Havia colocado a irmã caçula para dormir e ajudado a mãe a colocar a roupa para secar. A mulher percebeu a filha mais silenciosa do que o normal e bateu na porta:

—Querida?

—Entre, ma...

—Algum problema? Você e o Yoongi...

—Estamos bem... É que às vezes acontecem coisas no trabalho... Mas nada que eu não procure resolver.

—Parece cansada!

—Tive um pesadelo noite passada, mas já estou melhor.

—Oh, filha! Há quanto tempo não te ouço dizer isso! Pesadelos você tinha muitos, mas na pré-adolescência!

            Lee-na sorri:

—Hum. Uns duzentos anos atrás, não é?

            A mãe ri:

—Que exagero! Mas se quiser falar sobre isso...

            A estagiária balança a cabeça e a mãe acariciou-lhe os cabelos:

—Eu sei que você guarda muitos problemas para si mesma. Sei que faz isso acreditando que me protege de ficar sobrecarregada, mas lembre-se que te carreguei por noves meses em mim. Essa função de proteger é minha, Lee-na.

            A estagiária abraça a mãe:

—Desculpe, ma! É que às vezes... Coisas estranhas acontecem ao meu redor.

            A mãe sorri:

—Eu sei. Você é especial. Não duvide do que sua mãe diz, ok?

—Ok!

            A mulher deixa o quarto após beijar a testa da filha mais velha. Esta permanece mirando o teto do quarto na semi escuridão. Nessa noite, ela não teve pesadelo algum.

            Era quinta-feira e a meteorologia previa chuva ao longo do dia. Lee-na entrou na empresa vestida com blusa, saia, botas pretas e um casaco preto que chegava até dois dedos acima dos joelhos. Ela usava os cabelos presos numa longa trança, leve maquiagem nos olhos e lábios e parecia muito ansiosa e preocupada.

            O manager Sejin entrou na sala e saudou-a:

—Bom dia, Lee-na!

—Bom dia, senhor!  Estou pronta para a visita.

—Ótimo. Vamos sair agora e buscar os rapazes.

            Eles seguem para o estacionamento e o motorista os cumprimenta. Pouco depois estão parando frente ao prédio onde moravam os BTS. Eles estavam elegantes e perfumados, usando óculos escuros e vestidos de preto. JHope não demora a inventar um passo de dança para estrear o visual:

—Here come The Men in Black!

            Todos riem e Suga se aproxima da estagiária:

—Oi.

—Oi.

—Não nos falamos ontem depois do programa de TV...

—Imaginei que sairia tarde de lá e estaria bem cansado.

—Tem razão. Como você está?

—Estou calma, não se preocupe.

—Até aqui estamos bem... Lá é que vai ser difícil!

—Eu sei, mas precisamos fazer isso por Gong Sunhee.

—Esse é o nome da garota?

            Ela acena com a cabeça e os demais BTS entram na van. Sejin dá as últimas orientações:

—Nada de comunicação verbal com o preso. Evitem encará-lo ou tocar nele. Nesse momento ele vai precisar de todo o nosso equilíbrio.

            Namjoon fala:

—Não há risco nisso, não é?

—Não. Já me inteirei de tudo.

            Dentro do veículo, Lee-na está sentada entre Suga e Jungkook. O mais jovem sorri para a estagiária:

—Está muito elegante, Lee-na!

            Ela sorri:

—E vocês estão todos muito bonitos!

            Jin sorri:

—O preto me cai muito bem, realçando meu físico, principalmente meus ombros!

            Jimin exclama:

—Ahhh! Lá vem você de novo com esse papo de ombros!

            A jovem ri e Jin fala:

—Olhe bem, Lee-na! Compare nós dois e me diga se Jimin não possui os menores ombros do grupo!

            Jimin fecha a cara e Lee-na diz:

—Park Jimin... Você está um dandy!

            O BTS sorri:

—Um dandy?

—Como aqueles elegantes lordes ingleses!

            Todos riem e Jin reclama:

—Sacrilégio, Kyun Lee-na!

            A van chegou ao cemitério e a viatura policial que conduzia o preso estava estacionada junto ao portão. Sejin de sinal para que seguissem e por algum tempo os veículos prosseguem pelas alamedas do cemitério. Nisso, um funcionário do local acena e eles param. Sejin desce da van primeiro e conversa com o policial que dirigia a viatura. O outro está esperando para abrir a cabine onde o irmão de Sunhee esperava.

            Os BTS desceram do veículo e Lee-na com eles. Seguiram para a sepultura da jovem e esperaram. Traziam buquês de flores e incenso e estavam visivelmente nervosos com tudo aquilo. O manager acenou para o policial e pouco depois o preso foi conduzido até eles, braços para trás, punhos algemados e correntes nos tornozelos, olhos voltados para o chão, alheio ao que acontecia.

            Lee-na inclinou-se para Suga:

—É realmente necessário que o prendam assim?

—Não sabemos como ele vai reagir... Melhor não arriscar, né?

            Os policiais caminhavam ao lado do conduzido portando tasers e cassetetes, mas pareciam calmos. Sejin deixou que se aproximassem uns dois metros e falou:

—Senhor Gong.

            O homem ergueu o rosto e encarou o manager, que continuou:

—Sei que foi informado de suas condições em relação ao grupo BTS. Você colocou uma de nossas funcionárias em risco e nos ameaçou.

            O preso balança a cabeça e ri:

—Vocês acabaram com a minha vida! Destruíram minha família... Mataram minha irmã!

            Sejin diz:

—Como fizemos isso, senhor Gong, se não o conhecemos ou à sua irmã Sunhee?

            O homem encara o manager:

—Não fale o nome dela!

            O manager fecha os olhos e respira fundo:

—Estamos aqui para prestar as devidas homenagens a ela. O BTS está comovido com...

            De repente o sujeito dá um arranco das mãos dos policiais, mas as correntes em seus pés o fazem cair ajoelhado. Ele sacode o corpo e grita a plenos pulmões:

—Comovidos com o fato de terem sido culpados da morte dela? Malditos! Não deviam estar aqui! Não tem esse direito! Vocês a mataram! Mataram!

            Lee-na tem o peito oprimido e os cantores estão chocados. O homem estava convencido da culpa deles e parecia uma fera irracional. Jin falou baixo com os amigos:

—Acho que viemos à toa. Ele não vai entender o que queremos fazer aqui...

            Suga se vira para eles:

—Talvez seja hora de terminar com isso e ir embora. Ele não vai mudar seus pensamentos só porque viemos colocar flores na sepultura da garota.

            A estagiária olhou todo o cenário e respirou fundo. Aquilo não podia ficar como estava, tinha de haver uma solução. Ela observou Sejin gesticular para os policiais e os BTS se afastarem da sepultura. Fechou os olhos e tomou uma decisão.

            Para surpresa e desespero de todos, Lee-na caminhou a passos rápidos na direção do homem ajoelhado, inclinou-se, ergueu as mãos e segurou-o pelo rosto. Ele exclamou, tomado pelo espanto e os policiais avançaram, mas ela ergueu o olhar para ambos e eles param, indecisos.

            Sejin corre até Suga e teve a ajuda de Namjoon e JHope para segurá-lo, enquanto Lee-na não se moveu, encarando o irmão de Sunhee:

—Sr. Gong... Eu o segui naquele dia e ouvi o que disse sobre sua irmã. Ela não estava bem de saúde e a pouca alegria que tinha vinha do fato dela ser fã do BTS...

            O homem abre muito os olhos, mas a garota não se intimida:

—Porque ela não conseguiu ir ao show? O que aconteceu? Ela não podia andar? Tinha medo de sair de casa?

            Gong recua, tentando se afastar da estagiária. Ela se ergue e fala:

—No quê o BTS tem culpa da morte de Sunhee?

            Furioso, ele grita na direção da jovem:

—Ela inventou de ir ao show desses malditos! Ela queria ir de qualquer jeito, apesar de eu falar que era perda de tempo e dinheiro! Eles nem sabiam que ela existia, nunca saberiam que ela estaria lá por causa deles! Ela não...

            Ele toma fôlego e olha para o chão. O tom de voz ameniza. A postura agressiva perde força:

—Sunhee me deu dinheiro... Disse para eu ir ao posto de venda do ingresso. O lugar estava cheio como no inferno e eu não queria estar ali, no meio daquelas garotas idiotas! Eu... Encontrei alguns amigos na rua e fui com eles para um bar próximo... Quando toda aquela gente tivesse saído e a fila ficasse menor, eu ia comprar o maldito ingresso... Eu ia comprar...

            Lee-na cobre a boca com as mãos e lágrimas enchem seu olhos. O homem encara a estagiária:

—Porque está chorando? Você nem a conhecia.

            A jovem balança a cabeça:

—Não é por ela...

O homem cai sentado e abaixa a cabeça. Seu corpo é sacudido por violentos soluços e ele chora em silêncio. Havia caído em si e percebido que era o único responsável pelo que havia acontecido à irmã. Sejin se aproxima da estagiária e a abraça enquanto ela chora. Ele afaga a cabeça dela:

—Bom trabalho, Kyun Lee-na! Bom trabalho...

            Os BTS estão chorando também e por algum tempo, todos permanecem em silêncio. Lee-na se aproxima de Suga e ele a segura nos braços, apoiando o rosto no ombro dela, falando baixo em seu ouvido:

—Ficou louca? Ele podia ter te atacado ou...

—Isso não ia acabar... Ele não ia parar...

            Pela primeira vez, o grupo ali presente vê um momento de intimidade do casal quando Suga se inclina e deposita um beijo rápido e suave nos lábios da namorada, ainda chorosa. Todos ficam surpresos e emocionados ao mesmo tempo, mas nada comentam.

            Sejin se aproxima do homem algemado e fala:

— Senhor Gong? Nos autoriza a prestar uma homenagem à sua irmã?

            Ainda em lágrimas, sem olhar para o manager, o homem acena que sim com a cabeça. Os policiais o erguem do chão e o conduzem até a sepultura de Sunhee. Cada BTS acende um incenso e faz uma prece silenciosa para a jovem ali enterrada. Eles depositam os buquês de flores e por último Lee-na repete a ação. Todos se inclinam em respeito e depois se voltam para o irmão da garota, se inclinando novamente.

            Envergonhado, ele se inclina, desajeitado, mas não encara nenhum dos cantores. Fala com voz embargada:

—Adeus... E obrigado...

            Surpreso, os BTS o veem ser levado pelos policiais de volta à viatura.  Jimin pergunta:

—O que vai ser dele agora?

            Sejin balança a cabeça:

—O quadro psicológico dele ainda está sob avaliação da justiça. Certamente ele não está bem, mas acho que isso acabou por aqui...

            Lee-na está parada frente à lápide, sozinha. Ela suspira e enxuga o rosto quando Suga se aproxima e a abraça pelos ombros:

—Hora de irmos.

            Ela concorda e segue com o namorado até a van. Todos permanecem em silêncio durante o trajeto até a BigHit e uma vez lá, o manager leva a estagiária até a sala do PD nin. Esse a encara e diz:

—Quando eu peço para não se arriscar, você...

            Sejin ri:

—Eu concordo que foi uma loucura, mas o homem caiu em si!

            PD nin olhou-a e falou:

—Já pensou em estudar psicologia?

            Ela sorriu:

—Sim... Mas eu só podia escolher um dos cursos e aquele que me desse maior chance de trabalho.

—Entendo. Bem! Pode voltar para suas tarefas!

            Ela se inclina e deixa a sala do chefe. Sejin coça a nuca e fala:

—Ela avançou contra o homem e enfrentou-o. Todo mundo ficou sem ação, mas essa garota...

—E os BTS?

—Estão aliviados. Tudo acabou correndo bem e acho que estarão mais focados no trabalho, agora que a ameaça do sujeito está descartada.

            PD nin segura o queixo, pensativo:

—Estive analisando uma coisa... Talvez possamos contratar a Lee-na antes do fim do estágio. O trabalho dela vai um pouco além da parte administrativa... Que acha?

—Concordo! Quanto tempo ela tem aqui? A sensação que tenho é que faz muito que trabalha conosco!

—Tem razão. Vou pensar nisso mais tarde.

—Ok, chefe! Até mais!

            Sejin deixa a sala e segue pelo corredor. Quando entrou em sua sala, os outros estagiários estavam ao redor de Lee-na. Eles souberam do ocorrido no cemitério e vieram perguntar como a garota estava, mas ela falou pouco sobre o que havia acontecido.

            O manager passou pelo grupo:

—Entendo a preocupação de todos, mas tudo correu bem. A estagiária Lee-na teve presença de espírito e como fez contato anteriormente com o detento, foi mais fácil para ela convencê-lo!

            Todos exclamam e Minh So toca o ombro da colega:

—Nossa, Lee-na! Não ficou com medo dele?

—Muito! Mas ele estava confuso. Ele acreditava mesmo que a perda da irmã era culpa do BTS.

            As estagiárias cobrem a boca, achando aquilo um absurdo. Pouco depois, os estagiários saem da sala e Sejin a encara:

—Que dia, hein?

—Eh... Como estão os rapazes?

—No salão de prática. Foi um tanto emocionante para eles. Como... Você sabia que o Sr. Gong ia reagir daquela forma?

—Eu não sabia... Mas a insistência dele em responsabilizar o BTS soava muito incerta...

—Soava como culpa!

—É... Acho que é isso.

—Sua visão foi bem acertada. Quando o PD nin propôs essa homenagem a Sunhee, ninguém poderia imaginar um desfecho assim, não é?

            Lee-na ergue os ombros. Parecia cansada, mas também mais calma. A sensação de medo a deixava lentamente. A dor que viu nos olhos do irmão da garota morta mostrou à estagiária que ele não seria mais uma ameaça aos BTS e nem a ela.

            No salão de prática, Suga estava sentado no chão, alongando as pernas, enquanto os outros amigos conversavam. Namjoon sacudiu a cabeça:

—Aquilo foi muito louco!

            V concordou:

—Quando a Lee-na avançou para o cara, pensei que ele ia pular em cima dela e depois vir até nós!

            JHope respira fundo:

—Foi assustador quando ele gritou! Fiquei com medo dele arrebentar as algemas, tipo naqueles filmes de psicopatas!

            Yoongi se volta para os cantores:

—O mais assustador pra mim foi quando ele admitiu que provocou a morte da própria irmã... Se eu carregasse uma culpa dessas, acho que me mataria.

            Todos se calam. Era verdade que a pior coisa para o detento seria conviver com a culpa. Nisso, escutam uma batida na porta de correr do salão de prática e depois ela se abre numa fresta. O grupo sorri ao ver Lee-na e ela entra, acenando para eles. Então eles formam um círculo ao redor da estagiária, preocupados, mas contentes em ver que ela parecia bem,

            Jungkook diz:

—Você não ficou com medo daquele cara?

—Apavorada! Mas alguma coisa me dizia que precisava fazê-lo falar sobre a irmã.

            Jin balança a cabeça:

—Eu pensei que conhecia gente maluca, mas agora sei que não! Estagiária Kyun Lee-na... Você queria nos matar do coração? Sabe como foi difícil segurar o Yoongi? Precisou do manager Sejin, JHope e Namjoon!

            Ela se vira para o namorado e ele esfrega a cabeça:

—Eu não podia saber o que aquele cara ia fazer com ela, poxa!

            Jimin suspira:

—Confesso que estou com pena do Sr.Gong...

            Eles concordam em silêncio e Lee-na fala:

—Vim ver como estavam, agora vou voltar para o trabalho e...

            Eles se dão as mãos ao redor da garota e se inclinam, deixando-a ruborizada:

—Oh, meninos! O que...

            Jungkook se ergue e fala:

—Kyun Lee-na é nossa heroína.

            Todos riem e ela balança a cabeça. Então, para a surpresa deles, ela se aproxima e deposita um beijo suave na face de cada BTS, sendo Suga por último e que recebe um beijo nas duas faces. Lee-na murmura para ele:

—Não mate seus amigos por isso.

            Ele ri e depois olha feio para os amigos, que tocam a face beijada pela estagiária e olham em pânico uns para os outros. A jovem sorri e sai dali e os cantores se voltam para Yoongi, que fala:

—Vou relevar porque ela pediu...

            Eles riem e respiram aliviados e JHope se espreguiça:

—Vamos retomar os exercícios de ontem. Fiz duas modificações que acho importantes e quero a opinião de todos. 

Eles erguem os polegares e se preparam para iniciar a dança. Tinham muitas horas de treinamento pela frente. 

Quando eram 12h e 30, saíram para almoçar e Suga foi procurar Lee-na. Ela estava preparando a bolsa e o viu na porta:

—Olá, Yoongi!

—Vai almoçar agora?

—Vou dar um pulinho em casa. Minha mãe me ligou mais cedo.

—Tá tudo bem em sua casa?

—Sim!

—Eh... Quer que eu te leve?

—Oh, Yoongi! Não é preciso. Vá almoçar com os meninos e...

Ele se aproxima:

—De vez em quando eu gostaria de fazer alguma coisa por minha namorada... Se ela deixar...

            Ela baixa o olhar:

—Desculpe... É o costume.

            Ele segura a mão dela e a puxa para si:

—Precisa exercitar meu lado gentleman... Vamos?

            O casal sai dali e Suga apanha um carro na garagem da empresa. Até a casa de Lee-na foram 25 minutos, e assim que chegaram ao prédio da estagiária, entraram no elevador. Lee-na abre a porta do apartamento e chama:

—Ma? Estou em casa! Temos vista!

            Chaerin aparece correndo com suas perninhas curtas e grita ao ver a irmã. Então vê Suga e ergue os bracinhos para o BTS:

—Suuuga!

            Ele sorri e a pega no colo:

—Chaechae! Você cresceu!

            A garotinha ri e a senhora Kyun aparece de avental:

—Oh, Lee-na! Veio rápido!

—Yoongi me trouxe!

            O BTS se inclina:

—Boa tarde, senhora.

—Boa tarde, querido! Já almoçaram?

—Ainda não. Vim saber o que aconteceu!

            A mãe sorri:

—Seu pai ligou! Ele conseguiu a vaga!

            Lee-na dá um grito e corre até a mãe, abraçando-a. A mulher a envolve num abraço apertado:

—De trinta candidatos, ele ficou em 3°lugar! Agora será orientador da equipe e instrutor de sua área de conhecimento! Oh, querida! Ele está tão entusiasmado! As coisas vão melhorar, enfim!

            Suga assiste à cena, emocionado e feliz pela namorada. Lee-na se vira para ele, que se aproxima:

—Oh, Yoongi! Papai tenta essa vaga há dois anos! Finalmente ele conseguiu!

—Então precisamos comemorar, não? Que tal esta noite?

            AS duas mulheres o olham e ele sorri, balançando Chaerin nos braços:

—Quero as duas prontas às 21 horas! Vamos jantar e comemorar a vitória do seu pai.

            Elas sorriem e a mãe de Lee-na segue para a cozinha:

—Sentem-se! Vou servir o almoço para os dois!

            Chaerin ofereceu um brinquedo para Yoongi, que brinca:

­_É meu? Vai dar um presente pra mim?

            A menina ri e toma o brinquedo, trocando por outro danificado. Suga ri:

—Oh, sua espertinha! Me deu o mais feioso, né?

            A bebê ri e toma o outro boneco, saindo dali para o quarto da mãe. Lee-na está pensativa, até que sente a mão segura pelo namorado:

—Ei... Imagino que seu pai gostaria de dar essa notícia pessoalmente pra vocês...

—Sim. Mas com essa promoção, ele poderá nos visitar nas férias!

            Suga sorri e afaga o ombro da estagiária, quando a mãe de Lee-na aparece com travessas do almoço e os dois se levantam rapidamente para ajudá-la. Almoçaram e se despediram da senhora e sua caçula. No caminho, Suga liga para Sejin e informa que ele chegaria um pouco mais tarde com Lee-na e ela não entende o porquê.

            Ele dirige até uma loja de departamentos e estaciona. Desce com Lee-na e ela olha o estabelecimento:

—Porque viemos pra cá? O manager não vai se aborrecer?

—Está tudo bem! Vem. Preciso ver uma coisa.

            Ela sorri e o segura pelo braço. Suga colocou óculos escuros, um chapéu Trilby e ao lado da namorada, parecia um rapaz como qualquer outro. Entraram primeiro numa loja de artigos musicais, onde o BTS comprou um fone de ouvido de bolso e alguns CDs de rappers coreanos. Lee-na andava junto dele e olhava para outras pessoas, preocupada se reconheceriam o cantor, mas ele não parecia preocupado. 

Na loja seguinte, uma perfumaria, ela separou-se dele, enquanto o mesmo escolhia um perfume. Ela voltou com uma sacolinha e nada falou, mas parecia contente. Após escolher o que queria, Suga foi ao balcão e pediu à vendedora que embrulhasse um deles para presente, mas a estagiária não estava atenta à ação dele.

            Suga segurou a sacola dela junto das suas e seguiram olhando vitrines e conversando sobre roupas e acessórios. Lee-na sabia que ele se vestia bem e era exigente quanto à qualidade de suas roupas. Ela tinha o orçamento familiar apertado e comprava somente o necessário, mas também prezava a durabilidade das peças. Seu guarda-roupa possuía peças coringa, onde ela montava mais modelos e economizava dinheiro para coisas importantes em casa.

            Eles pararam numa sorveteria e se sentaram para provar um milk-shake. Quando o pedido chegou, Suga colocou a mão na testa e falou:

—Putz! Esqueci uma coisa na perfumaria!

            Lee-na se levanta e ele fala:

—Não! Fique e tome seu shake! Volto num segundo!

            Ela concorda e o vê se afastar. Os minutos passam e o milk-shake de Suga começa a amolecer, molhando o guardanapo sobre a mesa. Lee-na olha ao redor e nem sinal do namorado, o que começou a preocupá-la. Em sua mente, ela pensou que ele poderia ter sido reconhecido por fãs e precisou fugir, mas teria avisado pelo celular. Poderia ter sido atacado por algum hater e agora era atendido pelos responsáveis pela loja, o que iria impedi-lo de ligar para ela. Na pior das hipóteses, poderia ter sido sequestrado e ela se levantou da mesa, com a mão no peito, realmente preocupada com a demora do BTS.

Continua...


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Notas finais do capítulo

Caríssimos!
Mais um capítulo! Perdoem-me a demora! Final de ano é uma bagunça, então fiquei um tanto afastada do computador!
Como informei antes, estou caminhando para capítulos finais da fanfic.
Calma! Tem bastante água pra rolar!
Um super abraço!
Feliz 2019 e que esse ano todos os brasileiros consigam resolver suas lutas diárias!




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