A Agenda escrita por Daniela Lopes
Notas iniciais do capítulo
Lee-na tem seu primeiro dia de contato com o BTS JHope e precisa conviver com o assédio das colegas de estágio que gostariam de estar no lugar dela.
SÁBADO-TOUR PELA BIGHIT-06/08/2016
O sábado transcorreu tranquilo, com a visita de todos os estagiários à empresa BigHit. Eles descobriram como funcionava uma agenciadora de Idols, como era a rotina de trabalho e sua divisão. Foram apresentados a todos os funcionários e foi um primeiro contato muito amigável. O BTS chegou cedo e foi direto para o salão de prática, onde os estagiários puderam ver alguns minutos de treino de dança, o que deixou todos empolgados com a energia dos artistas em suas performances. O grupo estava de malas prontas para sua viagem à Tailândia, num show da turnê Young Forever.
Lee-na deixou um pouco o salão e foi à copa em busca de água. Ela mexia no celular, distraída, quando Suga apareceu na porta e olhou-a. Ela virou-se e guardou o celular rapidamente:
—Oh! Eu... Vou voltar para o grupo! Estava vendo uma mensagem de minha mãe e...
Ele suspirou:
—Não vim buscar você... Só quero água.
Ela se afasta para um canto e ele tira uma garrafa da geladeira. Ela olhava para o chão e Suga falou:
—Não ia voltar?
Ela saiu dali rapidamente, constrangida e Suga tomou um gole de água, balançando a cabeça. Pouco depois voltava para o salão e reuniu-se com seus amigos para retomarem os treinos. O tour dos estagiários terminou às treze horas, quando todos foram liberados para o almoço e de lá, para suas casas. Enquanto isso, o BTS estava em um vôo para Bangkok, para o show no Indoor Stadium.
Num restaurante próximo, Lee-na sentou-se com os outros estagiários e conversaram sobre a experiência daquela visita. Kim Dan aplaudiu, animado:
—Foi top, cambada! Aquele lugar é muito legal! Viram os estúdios? E os caras dançando?
Eun-ja e Minh So sorriam e cochichavam, enquanto Lee-na tomava seu suco em silêncio. Os colegas a olharam por um momento e Kim Dan sorriu:
—Mais um dos silêncios de Kyun Lee-na... Quer dividir suas profundas impressões com esse grupo de pessoas comuns?
Ela ergueu os olhos e sorriu:
—Foi Legal.
Os estagiários se entreolham e caem na gargalhada. O estagiário mais velho segura o ombro dela e dá uma leve sacudida:
—Boa resposta, estagiária!
E passam a conversar trivialidades e rememorar eventos da época de faculdade, até que cada um se despede, indo pra casa.
Lee-na seguia para o ponto de ônibus, quando percebeu que Kim Dan seguia na mesma direção de ela:
—Kim Dan... Você também pega essa linha de ônibus?
—Não. Só queria que chegasse bem até o ponto. Está cansada?
—Um pouco. Mas foi um passeio válido, agora que temos noção do que vamos fazer e com quem vamos trabalhar, não?
Ele sorri:
—Você... Só pensa em trabalho?
Ela sorri e se despede, entrando no ônibus que apareceu em seguida à pergunta do colega. Kim Dan balança a cabeça e segue para seu próprio ponto, enquanto tarde do sábado foi substituída por uma noite fria e com poucas estrelas. Em seu quarto, Lee-na olhava a cidade à distância e sentiu-se estranha. Mesmo reunida com colegas conhecidos, com quem dividiu anos de faculdade, não conseguia se conectar a nenhum deles profundamente, apesar de se esforçar para que isso acontecesse. Seu universo limitava-se à mãe, à pequena Chaerin, sua irmã caçula e isso parecia ser o suficiente para ela. Mas naquela noite, ela sentiu-se inquieta e angustiada.
No domingo, o BTS chegou a Seul por volta das 14 horas, após pernoitarem em Bangkok. O manager Sejin deixou-os em seu apartamento, onde todos foram direto para suas camas, exaustos.
Segunda-feira, 08/08/16- dia do JHope:
Eram 07h30min da manhã e Lee-na encontrou-se com seus colegas de estágio no saguão da BigHit. As estagiárias se cumprimentaram, animadas, e os rapazes estavam rindo delas. Lee-na observou que as garotas traziam sacolas de papel e uma delas falou:
—Lee-na? Acha que o manager Sejin vai ficar bravo se os BTS autografarem nosso material do grupo?
A estagiária cobriu a boca:
—Oh! Vocês... Se esqueceram das regras do contrato? Não acho que vai ser uma coisa legal, ainda mais que estamos no começo do estágio!
A estagiária Minh So fechou a cara:
—Não é justo! Você vai trabalhar diretamente com eles! Podia conseguir pra gente!
Lee-na respira fundo:
—Ouçam. É muito cedo pra certas liberdades na empresa... Vamos esperar até que...
Eun-Ja suspira frustrada:
—Só porque você não gosta de Idols...
Um dos rapazes, Jung Moo, agitou as mãos:
—Ah! Chega! Chega! Lee-na tem razão! Podemos nos dar mal por causa dessa tietagem de vocês!
Minh So vira o rosto:
—Você não merece trabalhar com os meninos! Eles merecem alguém que goste de verdade deles!
Lee-na olha para as duas, incrédula, e decide ignorar o comentário. Ali era trabalho e não fã clube particular delas. Subiram pelo elevador e cada um foi para seu setor de trabalho. Eram 8 horas e o manager Sejin apareceu na porta da sala:
—Bom dia!
Ela acenou e falou:
—Hoje é dia do JHope.
—Está pronta?
—Estou. Alguma recomendação?
Sejin reflete a pergunta e diz:
—Ele é descontraído e muito brincalhão. Não se importe se ele fizer algo fora do protocolo.
—Entendi.
Eram 09h40min quando os BTS entraram pelo corredor. Estavam arrumados e perfumados, conversando animadamente, exceto JHope. Jimin o abraçou pelos ombros:
—Coragem, Hyung!
JHope sorri, inseguro:
—Eu tinha que ser o primeiro a ser sorteado?
Rap Monster tocou o alto da cabeça do rapaz:
—Aposto que ela está tão nervosa quanto você! Então seja JHope! Isso é o trabalho e devemos colaborar para que ela se saia bem no estágio, não é?
Os amigos fazem o gesto de luta e JHope vai até a sala do manager, onde Lee-na digitava algo no computador, enquanto consultava algo na agenda. Ela ergueu o olhar para o BTS:
—Bom dia.
Seus olhos se encontram pela primeira vez e JHope sorri:
—Bom dia. Estou pronto.
Ela sai da mesa, levando o celular e o tablet, além de uma pequena bolsa. JHope a observa de perto e pensa que ela não era uma garota tão bonita quanto as colegas. Não era alta ou curvilínea e suas roupas não tinham apelo ou estilo definido. Pareciam confortáveis e só. Os cabelos longos estavam presos em uma trança bem feita e caíam pouco abaixo da omoplata. Havia uma aura sutil de perfume ao redor dela e JHope ficou um pouco mais calmo.
Lee-na aproximou-se e apresentou os cartões do cronograma do dia:
—Eis o que faremos.
Ele apanha os cinco cartões e leu. Ela comenta:
—Foi elaborado pelo manager Sejin. Se tiver algo que queira modificar, poderemos...
Ele sorri:
—Let´s go! Vamos começar!
Saíram da sala e seguiram para o corredor. Atrás deles, os BTS espiavam nas portas e JHope sabia disso, mas conteve-se para não rir. Lee-na também havia percebido os amigos dele, mas preferiu fingir que não sabia.
Desceram até o estacionamento em silêncio, enquanto ela consultava alguma coisa no tablet e ele ficou indeciso se puxava conversa. Quando viram o motorista da empresa, Lee-na saudou-o:
—Bom dia!
O homem inclinou-se e saudou JHope:
—Bom dia! Aonde vamos primeiro?
O BTS apanhou o cartão e falou:
—Spa!
Algum tempo depois, entravam num Spa conhecido do grupo, onde JHope faria um tratamento de pele, parte de uma rotina para manter uma aparência agradável para suas fãs.
Lee-na pediu a atendente que seguisse as solicitações escritas no cronograma que havia sido enviado com antecedência e JHope foi conduzido por duas funcionárias, enquanto Lee-na esperava numa sala contígua à recepção, consultando os dados do próximo endereço. Após duas horas, JHope saiu do centro estético aparentemente renovado. Lee-na sorriu de leve:
—Quer pausa para um lanche ou podemos seguir para o próximo local?
—Tomei café mais tarde... Podemos continuar e depois almoço!
—Certo.
Se despedirem das atendentes e vão até o carro. O próximo endereço era uma loja de CDs e Vinis raros que JHope conhecia, mas quase não tinha tempo para visitar. O dono do local o conhecia e saudou-o, alegremente, com um aperto de mão:
— Hoseok!
Voltou-se para Lee-na:
—Foi você quem ligou, não?
—Sim. O Sr. Hoseok vai precisar de algum tempo da sua atenção, por isso pedi que sua loja ficasse à nossa disposição.
O dono da loja sorriu e JHope ficou sem graça. Ela falou dele com tom formal e não estava acostumado com isso, mas não comentou nada a respeito. Passou um tempo considerável escolhendo cds, discos e falando sobre música com o amigo. Terminado o tempo, seguiram para o carro, após se despedirem do proprietário da loja.
JHope, no carro, perguntou à estagiária:
—Você gosta de música?
—Sim. Coleciono alguns cds de artistas nacionais e internacionais. Tenho uma playlist gigante no meu notebook.
—Oh, isso é legal!
Ambos se calam e Lee-na fala ao motorista:
—Vamos parar para o almoço. Sr.Hoseok, você...
—Me chame de JHope ou Hobi! Senhor é meio pesado, não? Se vamos conviver por um ano, não vou te chamar de senhorita!
Ela sorri:
—Oh, certo... Ah... JHope?
—Bem melhor agora! Vamos comer!
O restaurante não estava muito cheio àquela hora. De boné e máscara de tecido, JHope entrou com Lee-na para uma parte reservada, onde ficavam à vontade e longe de olhos curiosos dos outros cliente. O gerente do restaurante já havia sido informado da agenda e deixou um garçom à disposição dos dois, que escolheram seu cardápio e JHope percebeu que os pratos de Lee-na tinham pouca ou nenhuma fritura, além de muitos legumes e verduras e carne magra. A estagiária pediu chá e o BTS tomou refrigerante.
Comeram em silêncio, até que o celular de JHope tocou e ele se desculpou com Lee-na. Ela sorriu de leve e ignorou enquanto ele atendia. A voz de Jin soou divertida para o BTS:
—Fala, Hobi!
—Oh! Olá!
—Tá podendo falar agora?
—Estamos almoçando...
—E que tal está sendo o dia?
JHope ergue os olhos para Lee-na, mas ela não parece perceber. O rapaz fala:
—Eu... Não sei dizer ao certo. Preciso estar de volta às 17 horas.
—Entendi...
Jimin grita ao fundo:
—Não vá paquerar a estagiária, hyung! Ou manager Sejin vai matar você!
JHope ouve as risadas dos amigos e diz:
—Avise ao Jimin que vou “conversar” com ele na volta!
Os BTS exclamam:
—UHHH! Jimin encrencado!
JHope ri e desliga o celular e vê Lee-na consultar o tablet:
—Temos uma hora para descanso até o próximo cronograma. Quer ir a algum lugar especial ou...
Ele fala:
—Tem um lugar tranquilo perto daqui. Podemos ir?
Ela ergue o polegar e ele coloca o boné e a máscara. A estagiária percebe que era algo natural para ele, talvez para se ocultar de fãs mais afoitas ou fotógrafos enxeridos. Ela aponta a máscara:
—Não é desconfortável?
—Com o tempo se acostuma. Passa a fazer parte do vestuário também.
—Entendi.
Saindo do reservado, os dois passam pelo salão do restaurante, até que um grupo de moças começa a olhar longamente para eles. Uma delas cobre a boca com a mão e ri nervosa, enquanto cochicha alguma coisa com a amiga ao lado. Lee-na percebeu que JHope corria o risco de ser descoberto ali e toma uma atitude surpreendente.
Ela se aproxima rapidamente dele, no corredor entre as mesas, e o abraça por trás, enlaçando a cintura dele e apoiando o queixo no ombro do BTS, que estaca, tomado pela surpresa do ato. Ela sussurra em seu ouvido:
—Relaxe o corpo. Vamos seguir assim até sairmos do restaurante... Tem um grupo de garotas que acham ter visto algo mais em você.
JHope sente o sangue congelar e fica tenso. Ele estava longe da BigHit, sem seus amigos e na companhia de uma completa estranha. Enfrentar um grupo de fãs agitadas podia acabar de forma trágica.
Lee-na dá um uma risadinha descontraída e segue abraçado com ele, como se fossem íntimos, o que causa o desinteresse das moças e um olhar de desaprovação de outros clientes do restaurante, devido à demonstração de afeto em público por parte da garota. Lá fora, ela o segura pelo braço por mais algum tempo até estarem perto do carro. JHope tremia um pouco e quando o motorista abriu a porta para ambos, o BTS respirou aliviado.
Enquanto o veículo seguia para o local indicado pelo rapaz, ele olhava para Lee-na, que olhava algo no celular, distraída. A voz dele soou mais grave do que esperava:
—Pensou rápido... Lá no restaurante. Obrigado.
Ela ergueu o olhar e sorriu, para depois voltar a digitar no celular, deixando JHope desconcertado. Pouco depois estacionaram próximo a um parque onde as árvores perdiam suas folhas, emprestando uma beleza melancólica à paisagem. Havia poucas pessoas circulando por entre os canteiros e a maioria era formada de casais ou pessoas mais velhas.
Lee-na olhou ao redor e falou:
—Não conhecia esse lugar. É muito bonito!
—Precisa ver na primavera.
Ele aponta um banco e se sentam. Ela examina o relógio e ele suspira:
—Nós... Vivemos correndo.
Ela ergue os olhos para o rapaz. Era tão jovem e já sentia o peso de ser um Idol famoso, mas o sorriso que ele deu em seguida tomou-a de surpresa:
—Mas eu não trocaria isso por nada no mundo. Amo o que faço... Todos nós amamos.
Lee-na olha a paisagem à frente e seu olhar se perde:
—Deve ser maravilhoso fazer o que se gosta de verdade.
—Você não faz o que gosta?
Ela ergue os ombros:
—Acho que sou como a maioria das pessoas... Preciso de um trabalho estável, um salário bom, um carro, um apartamento...
—Não há nada que ame?
—Trabalhar com pesquisas ou algo do tipo. Escrever livros... Não é tão emocionante no fim das contas.
JHope balança a cabeça:
—Entendo... Mas acho que se está em seu coração, é o que conta no fim, não?
Ela sorri e consulta o relógio:
—De volta ao cronograma!
Eles voltam ao carro. O motorista inclina-se e Lee-na fala:
—Ah... JHope? Você tem mais dois locais para ir. Quer modificar alguma coisa?
Ele olha para o parque e fala:
—Gostaria de ver uma pessoa.
Ela concorda e JHope fala o endereço para o motorista. O local ficava afastado do centro e, pouco depois, o BTS desceu do carro numa rua pouco movimentada, com alguns prédios antigos e casas simples muito juntas umas das outras. No portão de uma delas, JHope bateu e esperou.
Lee-na ficou no carro. Um rapaz mais velho saiu para o passeio e exclamou surpreso, ao ver o BTS ali. Era um momento particular do cantor e ela sabia que não tinha de se intrometer. Podia ver que Hoseok conhecia bem aquela pessoa e conversaram por um bom tempo.
O rapaz gesticulava e balançava a cabeça ao estilo dos rappers. Sentados no passeio, eles falavam em tom baixo. JHope apanhou a carteira, mas o rapaz acenou com as mãos que não queria nada, apesar da insistência do outro. Ergueram-se, abraçaram-se como irmãos saudosos e JHope retornou ao veículo. Durante o caminho de volta à BigHit, o BTS ficou em silêncio meditativo. Lee-na alterou o cronograma e fechou a agenda do dia de Jung Hoseok.
Desceram no estacionamento da empresa e ele falou, finalmente:
—Aquele cara... Kwan... Eu o conheci nos tempos de colégio. Éramos parceiros das danças de rua e tínhamos muitas ideias sobre um grupo de street dance para competições. Então ele seguiu outro caminho e se envolveu com gente barra pesada... Acho que agora ele está tranquilo, tentando colocar a cabeça no lugar.
Lee-na fala, suave:
—Ele tem sorte de ter você como amigo.
JHope respira fundo e sorri:
—Foi um dia diferente...
Ele apanhou as sacolas que trazia da loja de CDs e tomou o elevador junto da estagiária. Dentro da empresa, ela voltou à sala do manager, enquanto JHope foi recebido pelos amigos na sala de prática de dança. Eram quase cinco da tarde e os BTS estavam curiosos por saber tudo daquele cronograma.
Sentados no chão, em círculo, ouviram a narrativa de JHope, atentos aos detalhes. O BTS corou ao falar do evento no restaurante:
—Havia um grupo de garotas onde almoçamos e acho que uma delas me reconheceu...
O grupo exclama tenso e preocupado, mas JHope ri:
—Man! Foi muito louco! Ela se aproximou de mim e me abraçou pelas costas. Fingiu ser... Como minha namorada para distrair as garotas e foi tudo tão rápido que nem sei como saímos de lá!
Todos começam a rir e Jungkook dá um tapa no ombro do BTS:
—Hyung danado!
JHope balança a cabeça:
—O mais assustador é que ela nem piscou... Parecia uma agente da CIA, do FBI! Pronta pra fazer o que fosse preciso e depois voltou à neutralidade, como se aquilo não tivesse acontecido!
Todos se olham e Jimin coça a cabeça:
—Então...
Suga ri:
—Vocês têm sérios problemas...
Namjoon olha o colega e balança a cabeça:
—Pessoal! Pessoal! Ela não é uma fã... E daí? Logo ela vai conhecer o resto de nós, assim precisamos mostrar que somos caras legais dentro e fora do BTS.
O grupo ergue os polegares, exceto Suga, que fala:
—Quando terminarem, estarei no estúdio.
Suga seguia pelo corredor quando viu Lee-na abrir a porta da escada de incêndio. Ela não o percebeu e seguiu para os degraus, ligando o celular. O BTS se aproximou devagar, em silêncio e a escutou falar com alguém num tom de voz aborrecido. O eco da voz dela deixava algumas partes da conversa ininteligíveis. Quando ele decidiu ir embora, ouviu-a finalizar a conversa, mas só compreendeu algumas palavras:
—Mimados... Mas não... Sem tempo pra isso! Sou... Não vale a pena investir... Sou obrigada a... Certo! Certo! Vou aguentar mais um pouco.
Suga ouviu aquilo e ficou furioso. Era deles que a estagiária estava falando?
Ele saiu dali para seu estúdio. Não conseguiu entender muito do que ela falava, mas o conjunto de palavras parecia direcionado ao trabalho que ela faria ali, na BigHit. Sentou-se diante do teclado do computador e murmurou para si:
—Mimados? O que ela sabe de nós para dizer isso?
Lee-na despediu-se do manager Sejin e guardou seus pertences na mochila. Suas colegas, Eun-Ja e Minh So não se despediram dela na saída para o elevador. Foi quando Kim Dan aproximou-se:
—Estão magoadas com você. Não quis levar aquele material de fã para os Idols autografarem...
A estagiária suspirou:
—Vou ter que me explicar de novo? Isso é trabalho! Preciso dessa avaliação ou não consigo finalizar meu curso e conseguir meu diploma.
Jung Moo, Chio Sik, Moon Jim e Myung Seo chegaram logo depois e saudaram os dois estagiários:
—Yo!
Kim Dan ri e Lee-na consulta as horas no celular. Myung Seo comenta:
—Aquelas duas estão bravas e azedas hoje! Foi difícil almoçar perto delas e a culpa é da Lee-na!
A garota se volta para os rapazes e diz:
—Quando minha mãe perguntou como eram meus colegas de trabalho, tentei passar uma visão positiva, mas são todos uns mimados! Nosso tempo aqui é contado e não posso perdê-lo por causa de mimimis ou outra coisa!
Chio Sik ergue as mãos:
—Foi mal! Foi mal! Não vamos mais incomodar você!
—Agradeço!
O elevador se abre e o grupo entra, exceto a estagiária. Kim Dan passou por ela:
—Não vai descer?
—Podem ir à frente...
Chio ri e Jung Moo aponta para a estagiária:
—Você se leva muito a sério, garota!
Ela ergueu o olhar para o grupo, mas a porta do elevador se fechou, descendo com os cinco estagiários.
Lee-na suspira, aborrecida. Queria não estar ali, com aqueles estagiários ou com o grupo de cantores de quem só ouviu falarem. O elevador voltou e ela entrou nele. Quando a porta se fechava, ela viu Suga no corredor e ele encarou-a. Havia uma estranha animosidade no jeito dele observá-la e ela virou o rosto, desconcertada. Desde o primeiro dia, sentiu que ele não simpatizava com ela. Ele era o último da lista e ela teria que trabalhar essa impressão ruim. Pouco mais tarde, ela estava em casa com a mãe e a irmã, esperando o pai se conectar pelo computador.
Ele conversava com elas em inglês, exercitando o idioma do país em que estava e ensinando um pouco do idioma para a esposa, uma vez que Lee-na era fluente na língua inglesa. A filha caçula do casal estava no colo da mãe e tentava tocar o pai pela tela do computador. Falaram-se por quase uma hora e por volta das 23 horas, Lee-na preparou-se para dormir. Nesse momento, ela recordou-se de Suga, do olhar frio e ameaçador dele e isso a deixou inquieta.
Continua...
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Eu escrevi bastante conteúdo dessa fic, assim posso postar mais de um capítulo na sequência. O rascunho começou em fevereiro desse ano e à medida que fui pesquisando sobre o BTS, alterações foram sendo feitas para tornar o texto menos superficial.
V é o próximo da agenda de Lee-na. Confiram o que vai acontecer!
Abraços!