Ele estava detestando aquelas pessoas xeretas na sua vida! Sinceramente? Estava quase gritando de agonia e assim, ele passava durante duas semanas com a senhorita Martin e as duas irmãs Hale conspirando contra sua pessoa. Odiava elas do fundinho da sua alma? Não. Mas não aprovava as coisas que elas faziam e até mesmo conversou com as três, mas Lydia riu da cara dele, Cora ficou envergonhada e se afastou da ideia e a mais velha, Laura, adorou colocar fogo no parquinho e virou confidente do plano com a Martin, plano esse que era planejar um meio de mandar um currículo de Stiles para não destruir Metropolis. 

Fora de contexto, mas isso rendeu alguns estresses e tiques em Stiles, bem dramático e típico dele, mas que causou um efeito positivo foi... Stiles tinha o número de Derek Hale! Não sabia como foi a proeza, mas suspeitava de Lydia e Laura, de novo. Era engraçado ver que quem teve a iniciativa foi o outro e com isso, Stiles nem perdeu tempo, imagine, perder tempo em não salvar o número de uma de suas quedinhas adoráveis, é engraçado de lembrar que começou com um “oi” e terminou com Stiles finalizando com “até mais ver”.  

Início de semana e alguns meses par acabar e ele ir para a universidade, já tinha que fazer a matricula em breve e ainda, por sorte, conseguir uma bolça parcial vantajosa e que não teria que se preocupar com um lugar para ficar, Cora poderia ter se unido com Lydia, mas ela não parecia ter uma malícia em armar contra ele... Ele viu que Cora queria ajudar e aceitou, falando que uma prima dela morava no centro e perto da universidade, o que ajudaria e o aluguel que ele pagaria não seria caro. 

Uma coisa boa, o céu não parecia mais o limite e tudo estava indo bem... Mas estava indo bem até demais. 

— A professora de literatura pediu um trabalho enorme para a minha turma, não sou muito boa com literatura – Cora falava ao lado dele, ambos seguindo caminho fora da escola ao fim das aulas — Como você suportou essa mulher? 

— Não pergunte para mim, nem mesmo uma professora como a Dolores iria me fazer pegar ranço de leitura, fosse o gênero que fosse – Falava, de boca cheia por estar comendo um chocolate guardado para aquele momento – Para adoçar a sua vida escolar, querida – Ofereceu o doce e Cora negou. 

— Muito obrigado, querido – Respondeu, dando uma risada e sendo acompanhada por Stiles — Vamos seguir para a sua casa? Assim dá pra enrolar a bronca lá em casa, minha mãe está uma fera. 

— Você sempre fala que fez alguma coisa ruim e bem feia, mas nunca fala o que é - Deu uma risada, vendo Cora se encolher – Se for algo constrangedor, nem precisa falar, eu sou curioso assim por natureza. 

— E é por isso que se envolvia nas investigações que seu pai estava envolvido? — Brincou, dando uma risada e mudando até de assunto, mas Stiles não a interrompeu – Se fosse comigo, meu pai estaria gritando aos quatro ventos na reserva de Beacon Hill’s o meu nome, o seu simplesmente acredita que você vá ficar em casa – E dessa vez ela foi longe demais. 

— Tão engraçadinha — E deu a risada mais feia e forçada que tinha, parando ao sentir o celular tocar com um toque de mensagem. 

— O quê? Espera, por que você têm o número do meu irmão no seu celular, Stiles? — Pronto, o circo estava armado e era aquilo que ele menos queria. 

Como proceder? 

— Eu não fiz nada, juro — Ergueu as mãos, impedindo que Cora visse a tela do celular, mas isso só fez que ela cruzasse os braços - Ele conseguiu o meu número e eu não sei como ele ou eu tivemos essa proeza, eu não falei nenhuma besteira e ele não me parece do tipo stalker para com alguém magrelo como eu – E falou tudo sem pausa alguma, agora ela o olhava confuso e ambos estavam na calçada e era quase de noite. 

— Acredito em você, Stiles – E ela suspirou, cansada – Sei quem deu seu número para meu irmão...  

— Espera, vai acreditar tão fácil assim? Eu poderia estar mentindo – Engoliu em seco, nervoso do mesmo jeito – Cora, ele só mandou uma mensagem perguntando se você saiu da escola comigo... Não é me paquerando nem nada, se foi ele ou não, ele só... Manda mensagem quando estamos saindo da escola ou se precisamos de uma carona... — Contou, sem graça. 

— Sei que não é apenas isso – Negou com a cabeça e Stiles bateu na própria testa. 

— Garota, você me deixa doidinho! — Resmungou e isso atraiu a risada de Cora – Qual a graça...? 

— A graça é que eu acredito em você e mesmo assim, você não quer que eu acredite no que me diz – E outra risada dela – Stiles, você é a pessoa mais sincera que já conheci. 

— E isso é uma coisa boa, não é? Espera, quem deixou meu número com ele mesmo? — E ele voltou ao ponto de confusão. 

— Minha irmã e Lydia, é bem óbvio — Resmungou, massageando a têmpora e seguindo caminho, acompanhada de Stiles e passando por uma viela que tinha ao lado de um restaurante pouco frequentado na cidade, o caminho mais longo até a casa de Stiles. 

— O que eu fiz ou indiciei sobre querer algo com seu irmão? Eu não tenho interesse nele mesmo achando ele bem bonitinho – Tentou se justificar, a ouvindo dar uma risada. 

— Você é mesmo sincero, Stiles. 

Aquilo levantou certo animo nele, achava que Cora iria destilar várias palavras sobre ele ser interesseiro, afinal, ele ouviu pela escola que quando estudava com os irmãos, todos se aproximavam da pequena Cora para chegarem aos mais velhos, os típicos interesseiros. E era por isso que Stiles parecia pisar em ovos, não queria afetar os sentimentos da Hale mais nova.  

Quando chegaram na casa de Stiles, se despediram e Stiles não entrou até ver a mesma conseguir pegar boa parte do caminho que a levava até a sua casa, mandando uma mensagem para ela para que soubesse que chegou bem. 

Largou a mochila no hall de entrada e seguiu caminho a escada, parando ao notar o barulho estranho vindo da cozinha e devagar, andou até o armário embaixo da escada e pegou o seu bom e velho taco de baseball, segurando firme e indo em direção a origem do barulho. 

Se aquilo fosse um filme de terror, seria ele quem estaria gritando para não ir até o barulho, xingando e chamando o personagem de burro, mas ele fez o que um personagem burro faria, olhando de soslaio pelo lugar e ficando quase escondido pelo batente da porta e esperando quem quer que fosse aparecer, usando sua força para bater nesse alguém e sentindo apenas o gemido de dor e seus braços doendo, só não doía mais que o outro que recebeu o golpe. 

O ouviu xingar e Stiles não queria ficar e enfrentar ainda mais aquela pessoa, acabou dando um gritinho e saiu correndo... Para onde? Onde será? Para o seu quarto! Droga, ele fazia bem o clichê, mas ele deveria alertar o seu pai a tempo, aquela era a casa do xerife e alguém a invadiu, poderia querer alguma coisa que ele nem saberia onde estaria. 

Sentia seu coração bater com força e antes de chegar ao fim da escada, foi puxado pela touca do casaco e sentia cada pare do seu corpo doer, era o lance de escadas e aquele pânico apenas crescia dentro dele ao não sentir seu corpo direito...  

Não ouvia mais nada e o vento gelado da tarde entrava de algum lugar pela casa, talvez fosse a porta de entrada que o ladrão usaria para sair, mas o que Stiles ouviu apenas foi... 

— Superman...! 

Sua cabeça latejava e sua noção de tempo e espaço foi jogada fora, mas ele se sentiu ser carregado e o vento batendo em seu rosto. 

— É a segunda vez... — Murmurou, ele estava nas nuvens de forma mais dolorida possível — O meu anjo da guarda é o superman... — Falava, fraco e nem sentindo o braço direito, mas se preocupava com seu pai, ele nem mesmo conseguiu ligar para ele. 

— Estamos chegando no hospital, não se preocupe — O tranquilizou e Stiles franziu o cenho levemente. 

Conhecia aquela voz.. Mas ele estava com tanto sono que nem se preocupava, talvez fosse coisa da sua cabeça que o irmão de Cora voasse e fosse tão forte. Queria dormir e acordar dali uma semana, talvez mais... 

— Não durma, estamos chegando — Pediu o superfortão e Stiles nem deu bola, deu voz da  razão para o cansaço.