Meu querido sonâmbulo escrita por Cellis


Capítulo 4
Meu querido sushi


Notas iniciais do capítulo

Voltei! Obrigada por todo o carinho ♥

Boa leitura.



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Eu estaria sendo mais falsa do que uma nota gigante de três reais se dissesse que sabia o que fazer naquela situação. Eu já tive muitas mães, mulheres dos mais variados tipos que insistiam em me adotar sabe-se lá o porquê, mas infelizmente nenhuma delas nunca me ensinou a como se lidar com um possível maníaco invasor de casas alheias — inclusive a sua — que, por coincidência, também é o seu chefe.  

Se a sua lhe ensinou, parabéns, você foi uma criança de sorte.  

Ou, olhando por outro lado, tem uma mãe meio desregulada da cabeça. 

Contudo, sentada de frente para Park Jimin, eu o fitava e analisava como se soubesse o segredo da existência da humanidade. Seu escritório era tão espaçoso que nele havia uma enorme mesa de conferências redonda, feita de uma madeira caríssima muito bem lustrada, e era através dela que nós nos encarávamos. Ele parecia incomodado tanto com a minha presença quanto pelo meu silêncio, o que eu vi como uma vantagem. O Park mexia nas próprias mãos e vez ou outra coçava a nuca discretamente, praticamente confessando que tinha culpa no cartório. Por um momento, eu me perguntei para onde tinha ido aquele Park Jimin que ousou erguer uma sobrancelha na minha direção para me desafiar; porém, logo no segundo seguinte, eu agradeci aos céus por ele ter aparentemente fugido.  

Era muito satisfatório não ser, pelo menos hipoteticamente, a pessoa mais nervosa no recinto. 

— Por que essa comida está demorando tanto? — murmurou com um sorriso torto.  

Tudo bem, Jeon Soojin, essa é a sua hora de atacar. 

— O que você estava fazendo na minha casa hoje de manhã? — indaguei diretamente e, por sorte, esbanjando confiança em minha voz. 

Mal sabia Jimin que por dentro eu estava mais para uma vara verde no meio de uma ventania.  

— Na verdade, é possível que eu estivesse lá desde ontem à noite. — ele rebateu pensativo, logo percebendo o que dissera e se arrependendo por isso. — Quero dizer, não me entenda mal, eu realmente não sei como fui parar lá e... 

Interrompido por um par de batidas na porta, Jimin imediatamente parou de falar. Céus, para o vice-presidente de uma empresa tão grande, ele era péssimo em se impor e de longe muito pior em se expressar. Tudo bem que eu não sou lá a rainha dos discursos ou a expert em expressões faciais, mas ele realmente... 

Espera, aquilo é sushi? 

Pela enorme porta de correr do escritório — convenhamos que as únicas coisas pequenas naquela sala eram o seu dono e, atualmente, a sua convidada — surgiu uma senhora de meia idade muito abençoada carregando consigo uma bandeja prateada repleta de comida japonesa. Como era possível que tantos pratos coubessem em uma só bandeja? Sinceramente, aquilo parecia mais com um almoço para todos os membros acionistas da Maximum e isso fez a minha boca salivar duas vezes mais.  

— Ah, eu estava com saudades da sua comida, halmeoni. — disse Jimin com um tom de voz carinhoso e um sorriso que ia de orelha a orelha. Correu até a mulher e gentilmente pegou dela a bandeja, impedindo que ela continuasse carregando aquele peso. — Mas a senhora não precisava trazer tudo isso até aqui sozinha, podia ter pedido para outro funcionário da cozinha fazer isso.  

— Aigoo, até parece que eu perderia a chance de matar a saudade de você. — a idosa respondeu também com um sorriso, observando-o colocar a bandeja exatamente no meio da mesa, entre minha cadeira e a dele. — Você tem se alimentado direito, Jiminie

E, assim, os dois iniciaram uma breve e simpática conversa sobre a qual eu não entendi sequer uma vírgula. Primeiramente, antes estava fora da minha cogitação imaginar o homem que invadiu a minha humilde residência, vulgo o filho de um empresário podre de rico, protagonizando uma cena tão agradável com uma senhora funcionária da sua empresa e, ainda, a mesma senhora retribuindo sua gentileza como se Jimin fosse realmente seu neto querido ou algo do tipo. 

Segundo, eu nem sabia que havia uma cozinha nesse prédio. 

O que pude pescar da conversa, talvez a única coisa que meu cérebro extremamente útil captou, foi que Jimin havia acabado de retornar de alguma viagem. A senhora não havia deixado claro se fora uma viagem de negócios ou a lazer, mas, pelo visto, já fazia algum tempo que ele não dava as caras pela empresa. Aquilo me deixou com um carrapato de boi (porque a fase das pulgas já passou faz tempo, convenhamos) enorme atrás da orelha: por que diabos alguém que tinha acabado de voltar de uma longa viagem faria algo tão estúpido como invadir uma casa para dormir

Ainda sorrindo, Jimin se despediu da mulher que, antes de deixar a sala, me cumprimentou com um sorriso acolhedor. Retornando para a mesa, ele distribuiu os pratos sobre o móvel de madeira e, inevitavelmente, eu acabei sendo fisgada pelo colorido e pelo cheiro maravilhoso daquela comida. 

Droga, agora o meu coração estava amolecido pela vovó fofinha e o meu estômago estava prontíssimo para me trair.  

Park Jimin fez menção de começar a comer, porém acabou retornando no meio do caminho a colher de shoyo para a vasilha de cerâmica do molho e, em seguida, pigarreou. Infelizmente, eu fui obrigada a fitá-lo ao invés de atacar aqueles belos peixes crus.  

— Eu preciso me explicar se quiser convencer você de que não sou um maluco, ladrão ou tarado. — ele iniciou. — Na verdade... — pausou, talvez escolhendo as palavras ou talvez já envergonhado das que escolhera. — eu sou sonâmbulo

Emudecida, eu o encarei como se ele fosse um extraterrestre verde e desengonçado daqueles dos filmes de Hollywood. Abri e fechei a boca algumas vezes, incrédula.  

E, assim, lá se foi todo o meu interesse pelo sushi. 

— Sonâmbulo? — foi o que eu brilhantemente consegui dizer, depois de alguns segundos. 

— Sim. — ele respondeu. — Eu sofro de sonambulismo há muitos anos, mas sempre foram acontecimentos simples e inofensivos. Geralmente eu levantava no meio da noite e começava a andar pela minha casa, mas logo deitava pela sala e continuava dormindo lá até o dia seguinte. Eu nunca saía de casa, pelo menos até alguns meses atrás.  

Jimin pausou sua fala, ajeitando-se em sua cadeira com uma expressão nada confortável. 

— O que aconteceu? — eu o incentivei a continuar sua história porque, por algum motivo, eu queria saber para onde aquele trenzinho dos horrores estava indo.  

— Um dia, sem mais nem menos, eu acordei no que hoje é o seu quarto. Eu não faço a menor ideia de como eu fui parar lá, mas felizmente a casa estava vazia e ninguém me viu tendo que pular uma janela para sair de lá. — pausou, respirando fundo. — Na época eu pensei que aquilo fosse um evento isolado, talvez por causa de algum estresse, mas isso passou a acontecer toda maldita noite.  

— Que mal lhe pergunte... — eu o interrompi, franzindo o cenho e unindo minhas sobrancelhas bem acusadoramente. — Então você está me dizendo que acorda naquela casa todos os dias? E isso há quanto tempo? 

— Exatamente dois anos. — ele respondeu sem hesitar. Se eu estivesse comendo um sushi naquele momento, provavelmente teria me engasgado com o peixe ou o cuspido na cara de Jimin, tamanho o meu espanto. — A imobiliária que cuidava da casa descobriu, eu fui parar na delegacia e mais um pacote de outras desgraças aconteceram, até eu resolver me mudar para o exterior depois de tentar vários tratamentos diferentes aqui mesmo, na Coréia, todos eles falhos. Então, há três meses eu me mudei para o Canadá, mas não consegui ficar lá por muito tempo.  

— Por que?  

Rich people problems eu mesma quis responder, mas felizmente me controlei e não soltei um meme no meio daquela conversa que já não tinha nem pé ou cabeça. 

— Porque eu não conseguia dormir sequer um minuto de noite. Ficava me revirando na cama e só conseguia tirar alguns cochilos durante o dia, nada mais. — bufou, novamente coçando a nuca. — Eu fiquei parecendo um cadáver depois de três meses sem uma boa noite de sono e, cansado disso tudo, eu resolvi acreditar que essa minha coisa com aquela casa tinha passado. Eu voltei ontem e estava tudo bem, até eu acordar com os seus gritos hoje de manhã e ter de sair correndo seminu pela rua. 

Bem, se no começo dessa conversa eu já não sabia o que fazer ou dizer, vocês podem imaginar como a situação piorou de alguns travessões para cá. Na minha frente havia um prato de sushis suculentos e, depois do mesmo, um homem que está alegando que possui um histórico de invasões à casa a qual eu acabei de comprar. 

Ah, não podemos esquecer também que esse mesmo homem é o meu chefe. 

— E o que você pretende fazer agora? — indaguei, buscando desesperadamente uma luz no fim daquele túnel que seria cômico, se não fosse trágico.  

Jimin encarou a mesa durante alguns segundos, em silêncio. Voltou a se remexer na cadeira, um nítido sinal de desconforto, e só depois me fitou de escanteio.  

— Sinceramente, eu não sei. — admitiu, frustrado.  

Sim, com toda a certeza do mundo, essa é exatamente a resposta que eu estava querendo ouvir. 

— Não sabe? — eu rebati. — Então você está me dizendo que não sabe o porquê de acordar todos os dias na minha casa, como entra lá e que também não sabe como parar de fazer isso? — sim, eu estava começando a me exaltar. Um pouco. — Tem alguma coisa que você sabe nessa vida?  

Espantado com o meu tom de voz nada amigável e aparentemente com o orgulho ferido, Jimin assumiu uma postura mais firme.  

— Também não é para tanto. — respondeu.  

Vamos à lição de moral mais importante dessa história: todos nós temos dentro dos nossos pequenos seres uma linha. Um pedaço de fio tênue e frágil chamado de linha do abuso. Quando alguém ultrapassa essa linha, a coisa costuma ficar bem feia e os nossos aspectos raivosos mais primitivos começam a tomar conta das nossas ações. A partir daí, a pessoa que é dona da linha que foi atingida não pode mais ser completamente culpada pelos seus atos, pois a culpa dos mesmos passa a ser de quem a cruzou.  

Parabéns, Park Jimin, você acaba de ultrapassar em alta velocidade a minha linha do abuso. 

— Não é para tanto? — foi como eu iniciei. — Então você só está planejando invadir a minha propriedade todas as manhãs como se isso fosse perfeitamente normal? Aliás, essa sua história não me cheira muito bem. Quem me garante que você está me dizendo a verdade? — pausei para fitá-lo acusadoramente da cabeça até onde a mesa me permitia ver. — Sonâmbulo? Jura?  

— Eu estou falando a verdade, oras. — ele se defendeu. 

— E quem pode me garantir isso? — rebati e, naquele momento, eu já nem tinha mais amor ao meu emprego. Essa é a triste saga das pessoas que não conseguem controlar a intensidade da sua raiva ou, no mínimo, a própria língua. — Na verdade, eu não quero garantias. O que eu quero é que você nunca mais coloque os pés sequer na minha rua. 

 Em algum momento da conversa, vulgo enquanto eu fazia minhas exigências nada educadamente, eu havia me levantado. Agora, Jimin fazia o mesmo e eu via a minha oportunidade de comer aqueles deliciosos sushis cada vez mais distante, abandonada ao relento. 

— Olha, eu estou sendo bem legal com você e lhe fazendo o favor de lhe avisar que, provavelmente, isso não irá acontecer. — ele retrucou. — Não que seja da minha vontade, mas é provável que você me encontre perambulando pela sua casa essa noite novamente.  

Tudo bem, agora ele estava agindo como se tivesse o direito de se irritar comigo diante daquela situação? Park Jimin havia oficialmente acabado de explodir a minha linha do abuso. 

— Se você fizer isso, eu juro que chamo a polícia e lhe coloco atrás das grades com, no mínimo, umas três denúncias diferentes. — céus, quando eu havia começado a bufar como se estivesse correndo uma maratona? — Eu não me importo se é você quem paga o meu salário ou não. Não coloque os pés na minha casa de novo, seu... — pausei, tentando encontrar uma palavra que pudesse cutucar a ferida do engravatado. — tarado

Jimin arregalou os olhos, chocado com as minhas atitudes e palavras dignas de uma fugitiva de um hospício. Mas não era porque ele, tecnicamente, pagava as minhas contas, que tinha o direito de usufruir também da minha vida. 

Se é que isso faz sentido. 

— Você é maluca. — ele murmurou, espantado.  

E foi assim, deixando uma maravilhosa primeira impressão, que eu sai batendo meus belíssimos Louboutins porta afora da sala de Jimin. Caminhei firme por um extenso corredor e dobrei na minha primeira direção que vi (direita?), só então percebendo que estava prendendo minha respiração. Parei e expirei uma quantidade monstruosa de ar, agradecendo aos céus pelo escritório estar vazio e não haver ninguém ali para presenciar meu estado transtornado. Levei alguns segundos respirando fundo para me recompor e, por fim, ajeitei meu blazer com toda a sofisticação que havia dentro de mim. 

Sim, eu era maluca, mas uma maluca que estava dentro de todos os meus direitos.  

— Sabe de uma coisa? — falei comigo mesma. — Vamos lá embaixo comprar o melhor sushi dessa vizinhança, Jeon Soojin. Você merece.  

Dito isso, eu tratei de encontrar orgulhosamente o caminho até o elevador. Ainda me restavam alguns minutos de almoço, o suficiente para eu me desafiar a comer peixe cru num tempo recorde e, assim, matar aquela vontade que crescera ainda mais depois de ter passado raiva.  

No fundo, eu também estava pretendendo afogar a esperança de que eu ainda teria um emprego para voltar depois do almoço.  

 

*** 

 

Comer o sushi tinha sido a parte fácil — na verdade, quando eu acabei o meu prato ainda me restavam uns bons minutos de descanso e a garçonete me olhava um pouco assustada. O desafiador era, na verdade, subir até o meu andar pronta para correr de qualquer segurança que tivesse recebido ordens para me barrar.  

Mas isso magicamente não aconteceu. 

O clima no escritório era exatamente o mesmo. Ninguém me olhou torto, me entregou um aviso prévio ou me enxotou do prédio pela janela. Claro, eu também não tinha nem visto Jimin passar por ali, o que fazia com que eu me perguntasse se ele não estava ocupado demais planejando uma vingança pior para mais tarde.  

Mais tarde. 

Foi nesse momento que eu percebi que, infernos, eu moro sozinha e ele aparentemente sabe de um jeito infalível para entrar na minha casa. Contudo, como eu nunca pude me dar ao luxo de surtar ou ter medo diante de uma situação como essa, eu tive que usar o restante da minha tarde para tentar arrumar um jeito de me defender caso aquele maluco realmente aparecesse. A metade direita do meu cérebro focava no trabalho, naqueles papéis e números infinitos, enquanto a esquerda tentava se lembrar de todos os métodos de autodefesa que eu conhecia.  

E digamos que, no fim do dia, a única conclusão que eu pude chegar é de que o hemisfério esquerdo do meu cérebro sofreu algum dano irreparável em algum momento da minha vida. 

Nesse exato e vergonhoso momento, eu me encontro trancada em meu quarto em meio a uma escuridão desnecessária.  

Minha arma de autodefesa?  

Uma frigideira

Você não leu errado. Como nos desenhos animados — talvez eu tenha assistido esses demais com meu irmão — eu estava esperando o vilão aparecer segurando uma frigideira velha atrás da porta. Eu cheguei a cogitar usar a antiaderente, mas aquela preciosidade foi cara demais para terminar estragada na cabeça de Park Jimin, então eu optei por uma que poderia ser facilmente da época da guerra entre as Coréias. Eu poderia ter pego uma faca, mas meu cérebro (a metade estragada, óbvio) achou que aquela era uma medida muito radical e violenta e que, por isso, provavelmente daria errado. Também havia a possibilidade de comunicar alguém, talvez contar toda a verdade para Yoongi e implorar por arrego, mas a minha infinita teimosa em resolver meus problemas sozinha não me permitiu pedir a ele para que dormisse na minha casa aquela noite.  

E havia mais uma dezena de outras ideias, mas, como eu disse: danos irreparáveis

Respirei fundo, tentando não pegar no sono. Eu tinha posicionado meu colchão encostado na parede oposta à porta e, por isso, o pedaço de madeira branca era tudo o que eu via. Se algo ou alguém cruzasse aquela porta, nem que fosse uma maldita lagartixa, eu não hesitaria em atacar com a minha companheira de guerra. 

E assim eu fiquei por um par de horas. Tudo estava sob controle e eu estava conseguindo manter a minha guarda com bravura, até aparecer um pequeno probleminha: sede. A estimada guerreira Jeon Soojin não tinha o diabo da capacidade de pensar em trazer uma garrafa de água para o quarto. 

Pasmem. 

Resisti bravamente durante mais uma hora, contudo, passada a meia noite, eu sentia a minha garganta implorando por qualquer coisa líquida que não fosse a minha própria saliva. Bufei. Não tinha outro jeito, eu teria que desmontar a minha vigília e sair do quarto. Mas estava tudo bem, eu não havia captado nenhum barulho estranho pela casa, o que significava que eu ainda estava sozinha. 

Digo, sonâmbulos geralmente são barulhentos, certo? 

O que raios eu estava dizendo? Eu nem sabia se Jimin era mesmo sonâmbulo ou se só tinha inventado aquela história para tentar se safar do xadrez. Bem, de um jeito ou de outro, o que importava era que eu estava a caminho da minha cozinha e tudo parecia pacífico.  

Mas, infelizmente, nem tudo é o que parece. 

A cozinha era iluminada apenas pela luz da Lua que entrava pela janela da sala, o que não ajudava em nada a minha visão. Quando esbarrei em algo que parecia maior do que eu, julguei ser a geladeira e segui com a minha mão na direção do que acreditava ser o seu puxador metálico. 

Contudo, no lugar do tal puxador, eu encontrei gomos abdominais.  

Gomos abdominais. 

A partir daquele momento estava tão escuro e um par de braços me segurou com tanto desespero que eu não tive sequer tempo de gritar. Não havia dúvidas de que aquele era Park Jimin, ainda que eu não pudesse vê-lo, mas o que me surpreendeu mesmo foi o fato dele estar me abraçando.  

Jimin usava uma camiseta e, por baixo dela, eu podia sentir seu coração batendo rápido contra o meu peito. Eu permaneci estática e, depois de alguns segundos, ele pareceu se acalmar. Seu aperto não diminuiu de força, mas ele parecia relaxado o suficiente para enterrar o rosto na curva do meu pescoço com uma ternura que me deixou ainda mais perdida. 

Contudo, foi o que ele fez em seguida que, literalmente, varreu para o espaço qualquer possibilidade que havia de eu entender aquela situação. 

 — Eu senti tanto a sua falta. — ele disse, meio rouco. Apertou-me um pouco mais. — Prometo que vou cuidar de você exatamente como não pude fazer antes. 

Oi? 


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Notas finais do capítulo

E então, que tal me contarem o que acharam? Faça uma caridade logo no começo de 2019 e bata um papo com essa autora.

Até ♥