Incompréhensible escrita por Sky


Capítulo 9
Très, très étranges événements


Notas iniciais do capítulo

Ei! Oi gente linda, dedico esse capítulo especial a Lazuli Mikaelson, que deixou um comentário maravilhoso que me alegrou de++++! Comentem!!!!! Esse cap. é diferente e nos aproxima um pouco, além de ar dicas de algumas coisas que vão acontecer. Espero que gostem!



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Très, très étranges événements.

 

Alguns, alguns… Não faço ideia.

 

Cecília já perdera a conta de quantas horas já havia perdido trancafiada naquela saleta repleta de livros e pergaminhos. O cheiro de páginas antigas e de poeira acumulada sobre cada unidade de conjunto de palavras. A luz do sol já a incomodava quando não a via atravessada pelos vidros coloridos, que davam ao lugar um tom artístico e talvez aconchegante.

Já passava da meia noite quando a garota rendeu-se ao cansaço deixou seu corpo relaxar sobre a mesa, mesmo tal ato sendo completamente inútil, já que todos os seus músculos estavam tensos e rígidos. Ela fechou uma série de livro empilhados que se espalharam sobre a mesa de carvalho perto da janela.

Então se levantou cuidadosamente indo em direção às escadas, esfregando os olhos, obrigando-se a ao menos chegar ao quarto.

Quando subiu pelo último degrau, porém, notou os pequenos feixes de luz que iluminavam o vão existente entre a porta e o chão do quarto de Clarisse. Cecília coçou a nuca se aproximando do quarto, abrindo de fininho a entrada do mesmo.

Ali, deitada sobre a cama, Lisse se contorcia apresentando uma irredutível dor, ondas de eletricidade percorriam seu corpo, como raios faziam as veias da garota saltarem em tons roxos fluorescentes que iluminam todo o quarto, dando uma impressão assombrosa ao mesmo. Faíscas púrpuras saltavam das pontas dos dedos da menina, como raios que cortavam o céu. Ceci se aproximou da cama colocando o rosto sobre o da irmã, vendo a mesma cor irradiando por entre as veias da menina, dando outra tonalidade no rosto da mesma. E então ela abriu os olhos.

Ela agarrou o rosto da irmã com suas mãos eletrizantes esquentando o rosto da outra, seus olhos estavam brancos, como se sua pupila não existe, como se os mesmos tivessem virado do avesso, e olhavam a parte de trás da cabeça.

Seus lábios tremiam, ainda assim, conseguiu de alguma forma balbuciar.

— Não me deixe morrer! Não me deixe morrer!- sua voz suplicava agarrando-se ainda mais na outra garota.

Os nervos de Cecília começavam a ferver sob sua pele, ardendo em brasa, a garota tentou se desvencilhar das mãos da outra, que só a segurou com mais força deixando escapar mais faíscas que cortaram o ar envolta do rosto de Ceci, antes de por fim, soltá-la e cair novamente sobre a cama, repousando num sono profundo e calma, não lembrando nem por um momento a garota de segundos antes, elas parecia tranquila, como se tudo o que houve não passasse de um mero sonho, ou pesadelo.

Mas aquilo não era algo que se aplicava a outra garota. Cecília tinha as mãos sobre a cabeça, como se tentasse forçá-la a parar de latejar, mas não era tudo o que acontecia, seu corpo fervia e cada músculo tensionado sentia a pequena corrente elétrica que percorria seu corpo, a mesma cambaleou até a porta do banheiro da irmã, forçando-se a encontrar a banheira mesmo com a visão turva. Quando finalmente a encontrou percorreu toda a extensão da parede até encontrar a torneira e girá-la recolhendo todas as forças que se restou em seu corpo.

Se jogou dentro batendo contra o mármore, ela sentiu a água caindo sobre seus ombros, vapor saiu de sua pele quando segundos depois sua alma sentiu o contato da água com a eletricidade que flui desequilibrada dentro de si.

E ela sentiu algo mais correr seu corpo, cada veia, cada osso e cada fio de cabelo seu sentiu também. Mas nada mais parecia ferver, tudo o que consumia o lugar era o vapor quente, mas dentro dela algo estava prestes a explodir e tomar conta de cada centímetro seu. Quando o que quer que fosse aquilo chegou aos seus olhos.

De repente uma série de flashes passou por seus olhos, consumindo-a por inteiro. Ela viu o encontro de dois feitiços unindo-se num duelo, cortando o ar. Em seguida viu sangue em meio a fios rubros, misturando os dois tons de vermelho sobre um chão de pedras acinzentado, gritos ecoavam por todos os lados mas soavam distantes, como se a mesma não estivesse ali de fato. Ela foi movida até estar sobre um par de mãos entrelaçadas, mesmo já sem vida, e transportada para o meio de um mar de fios rosas chiclete já mortos e opacos.

Seu corpo foi puxado até um par de olhos azuis sem vida, sem ponto exato para onde olhar, olhos abertos, mas não vivos. Tudo o que estava cravado neles era o horror, o medo, o pavor que a pobre alma sentiu segundos antes de deixar aquele mundo.

E então,um segundo mais tarde ela estava submersa, sendo aos poucos cercada de escamas que roçavam-lhe a pele, grandes caudas e cabelos que flutuavam ao mar que tocavam-lhe a pele de modo a fazer cócegas, ela olhou para cima, para o céu tempestuoso e nublado, que explodia em raios e trovões que cortavam o céu como uma navalha, e então, grandes olhos amarelos apareceram, olhos de lobo que brilhavam em tom de preocupação e alerta, as pupilas se dilataram ao encontrar os olhos de Cecília, e ela pode escutar um uivo antes de ouvir um som distante se aproximar até tornar-se um sussurro no ouvido da garota, um canto, uma melodia dócil cantarolada ao pé do ouvido da mesma. Tudo se tornou distante, fraco, e começou a se dissipar no vento, como leve brisa que vem e vai.

E então ela voltou para o banheiro da irmã, sentindo-se sem ar, sufocada, sua visão estava clara e seus sentidos mais nítidos e aguçados. Ela desligou a torneira, encarando a parede, sem ponto fixo de atenção, ela levantou-se meio cambaleante e aos tropeços se dirigiu ao seu quarto, deixando um rastro no chão, pequenos rastros. Ela encarou sua própria banheira chegando perto do batente. aquilo era muito estranho, todas as sensações que inundaram seu corpo naquele dia.

Ela cambaleou até a cama, caindo sobre ela, seus músculos se relaxaram enquanto seu coração batia de forma tão devagar que quase parava dentro dela. Suas pálpebras se tornaram incrivelmente pesadas, e quando estava para cair no sono, ela ouviu uma voz sussurrar seu nome, a voz tornou a cantar e a embalou por completo envolvendo-a numa onda da água que batia contra seu corpo, levando-a de um lado para o outro.





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Notas finais do capítulo

Como não sei se terá mais capítulos ou não, Feliz Ano Novo! ♥ Comentem anjos!



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