Incompréhensible escrita por Sky


Capítulo 10
La visite à charlatan


Notas iniciais do capítulo

Oie!!!!!! Primeiro, antes de qualquer outra coisa, que agradecer a Lazuli, sério, essa menina é o amor da minha vida, real, além de ser um anjo para mim em relação a esta fanfic, quando vi que ela favoritou a estória, eu comecei a pular no lugar, sem brincadeira, acho que nunca me senti tão feliz com algo relacionado a alguma das minhas fanfics, parece algo simples, talvez bobo, mas mudou meu dia de um jeito tão lindo, me deixou tão feliz, que não tenho palavras para descrever minha gratidão a este anjo. Lazuli, você é maravilhosa, um anjo que me faz muito bem, não tem ideia, e dedico não só esse capítulo para você, dedico a estória também… Obrigada amore, de todo o meu coração, obrigada.
Esse capítulo estava beeem maior, então divide ele em dois e dei uma editada em ambos.
Eu espero de coração que vocês tenham entendido a prof…., enfim, espero que gostem!
P.S: O que acharam da capa nova? E da sinopse? (a antiga era mais temporaria). Talvez a capa não seja mais bonita que a antiga, talvez seja, mas fiquei muito feliz com ela, apesar de tudo ela é minha, e gostei de ter tido o esforço de fazê-la.
Beijo! ♥



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La visite à charlatan.

 

Madame Úsberta.

Na manhã seguinte.

Cecília podia sentir cada músculo seu fazendo o maior esforço possível para fazê-la levantar, mas a mesma não conseguiu sentir força para isso, seu corpo estava pesado, e parecia agarrado a cama, ela não podia se mexer. Só seu olhos se moviam, e corriam de um lado para o outro em busca de algo ou alguém, mas tudo o que via eram os raios fracos e alaranjados do nascer do sol, que infiltraram aos poucos o quarto passando por entre as cortinas.

Ela focou sua visão em um ponto aleatório do teto, até que esse ponto qualquer transformou-se em um par de olhos azuis, cristalinos como água, que a observavam com uma presa. Ela mordia o lábio inferior, buscando algum significado por trás da garota imóvel na cama.

Um barulho estranho, um chiado vieram do outro quarto, e ambas olharam a parede onde a cama se encostava despretensiosa. A loira que continuava a encarar Ceci começou a se afastar, e a garota pode ouvir os passos da outra indo em direção a saída do quarto, ela cantarolava baixinho uma música suave, quase assoviou a canção.

Quando a porta encostou-se no batente, Cecília sentiu um vazio, como se a paz que reinava no quarto enquanto a outra garota estava presente, tivesse ido embora, partindo com ela.

O mais estranho, talvez fosse o fato de Ceci não sentir medo, ela sentiu-se segura com a outra ali. Sentiu que estava no lugar certo na hora certa.



Ela se revirou na cama, acordando do sonho com a loira misteriosa que a observava, ela se sentia incomodada.

A cama estava molhada, ela havia a molhado na noite anterior, quando saiu do quarto da irmã após aquele episódio estranho. Ela ainda sentia cada parte de seu corpo reclamar tenso, sentia cada gota de sangue que corria em suas veias e cada batida do seu coração, ela ouviu a tudo. Quando sentou-se na cama, encostando-se na parede de tinta descascada, tampando os ouvidos numa falha tentativa de parar de ouvir o choro que lhe assombrava a mente, mas então ela percebeu. Não era algo de sua cabeça, alguém estava chorando.

Levantou-se mesmo sentindo a cabeça latejar e cada músculo implorar para que voltasse para a cama.

Cruzou o corredor tentando escutar melhor, forçou a porta de Clarisse, já que a mesma estava fechada, o choro vinha de lá, ela tinha certeza.

Cada a merda da minha varinha?!” ela gritou internamente, voltando ao quarto pegando a fina peça de madeira, com sua madeira entalhada desenhando água, ao menos era isso que ela achava que era, o objeto de vinte centímetros com seu núcleo de fênix pendia em sua ponta uma pequena pedrinha de coloração rosado, no tom do seu quando o sol se põe no horizonte.

Alohomora” balbuciou Cecília com a varinha sobre a maçaneta.

Empurrou a porta devagar para que a mesma não rangesse, entrou fechando a mesma atrás de si, enquanto seus olhos corriam pela cama da irmã.

A roupa de cama tinha marcas claras de queimadura, e o rosto da irmã estava manchado pelas lágrimas, que avermelharam as bochechas e o  nariz da mesma. Clarisse estava no canto do quarto escorada na parede enquanto olhava para as próprias mãos horrorizada, seus olhos encontraram os da outra.

— O que há de errado comigo?!- sua voz soava angustiada enquanto seu rosto tentava ocultar um pouco do desespero.

Cecília trabalhou com as mãos rápidas retirando todos os lençóis da cama, ela escondeu-os dentro do baú nos pés da cama, depois colocou novos. Ela sequer pensava, só tinha que se livrar daquilo antes de mais nada. Era estranho demais, e tudo o que é estranho demais gera perguntas.

Em seguida se abaixou na altura do rosto da irmã, que já parara de chorar e só encarava um ponto fixo na parede antes de abaixar a cabeça.

— Sou uma aberração, não sou? - sua voz saiu abafada, a irmã levantou seu rosto para que a mesma a encarasse.

— Não é uma aberração… É diferente, todo mundo é…- a mais velha sentia que devia dizer mais, devia ajudar a irmã, mas algo a impediu. Os olhos.

Havia algo nos olhos de Clarisse que lhe causavam um pressentimento ruim, mas a mesma não tinha certeza.

Ela cambaleou para trás.

— Volte a dormir, parece cansada…- Ceci disse virando o rosto para o outro lado, aproveitando que a irmã não a encarava, e não pensaria que Cecília estava com medo dela.

— E se acontecer outra vez..?- ela parecia ressentida.- E se isso continuar?- Lisse levantou as mãos, mostrando as pequenas correntes elétricas que corriam por seu corpo, fazendo suas veias brilharem púrpura.

— Se continuar, você me chama, e damos um jeito juntas…- ela esticou a mão para a irmã, mas a mesma recuou.

— Se continuar, Cecília, se continuar…?— Lisse escondeu o rosto entre as mãos.

— Então, damos um jeito juntas…- esticou a mão novamente, Clarisse ficou um minuto atônita antes de aceitar a mão da irmã e com ajuda da parede, se levantar. Uma pequena onda correu pelo corpo da mais velha, que escondeu uma careta tentando ao menos não demonstrar que aquele ato lhe esquentava até o sangue.

Quando Ceci estava segura de que Lisse dormira, ela voltou para o próprio quarto, sentando-se ao pé da cama, no meio de uma dúzia de malas e caixas acumuladas.

A pequena dose de faíscas púrpuras que restaram em sua mão após o toque da irmã, já havia desaparecido, a sensação porém, mantinha-se permanente, como se a garota estivesse perto de uma fogueira.

Sente sua garganta inflamada dando um nó, juntamente com sua cabeça.

Mas de alguma forma, ela podia ouvir a pena e a tinta tocando o pedaço de pergaminho.

Suspirou e se levantou num salto, pisando firme até chegar ao quarto da irmã.

— Qual parte do “vá dormir” você não ouviu, Clarisse?- ela perguntou com uma aparência zangada porém contida.

— Qual parte do do lençol queimado, das faíscas, e de tudo, você não viu, Cecília?- a garota respondeu em tom de deboche.

A mais velha suspirou, se jogando na cama, encarando a irmã.

— Vai ficar me encarando por quanto tempo?- a mais nova perguntou cansada sem tirar o foco do pergaminho.- Sou tão assustadora que preciso ser observada?

— Não é isso…- Ceci revira os olhos.

— Então o que é?- a outra largou a pena sobre o papel permitindo que horas de tinta pingasse sobre o mesmo.

— Eu vi uma coisa estranha ontem… não tinha haver com você, foi estranho, como uma visão…- Ceci disse coçando os olhos enquanto reprimia a vontade de gritar.

— Deveria ir até alguém que entenda o assunto, grande gênia…- Millie apareceu enrolada nas cobertas com os olhos repletos de ódio.

— Caiu da cama?- Lisse pergunta provocativa.

— Não, eu pulei para matar as hienas das minhas irmãs…. Só não lanço um Avada em cada uma porque não quero ir para Azkaban…- murmura deitando ao lado da irmã.

— Okay, grande gênia, mas com quem eu conversaria?- Ceci tinha preguiça na expressão do rosto.

— Conheço uma de fácil acesso…- a mais nova rebateu olhando os lados para garantir que não havia ninguém à espreita.- Madame Úsberta…

O rosto de Clarisse se contorceu numa careta.

— Ela é charlatã, Camille.- ela disse como se fosse óbvio.

— Não, não é…- seu rosto tornou-se sombrio.

— É sim…

— Sabe irmã, as vezes me surpreendo com sua falta de imaginação e talento para a clarividência…- seu rosto retrocedeu ao estado de antes.

— Acho que passou tempo demais com Professora Trelawney e suas bolas de cristal, suas borras de café…- Lisse resmungou enquanto prendia o cabelo num coque.

— Não importa, é de fácil acesso e sabe sobre isso, de um jeito ou de outro já é alguma coisa…- Millie agarrou-se ainda mais na coberta.

— Madame Úsberta…- Cecília sussurrou para si mesma.- Acho que vamos dar uma passada no Beco Diagonal, afinal…

— Melhor chamar Amélia também…- Lisse balbuciou, depois aproximou o rosto do das outras duas.- Pelo que sei, é meio sombrio por onde ela vive…

As outras duas se entreolharam, impressionante a capacidade de se meter em furadas daquelas três.

 

As quatro garotas andavam grudadas pelas ruas do Beco, algumas sacolas nas mãos das compras escolares das mais novas enquanto se aproximavam da Travessa do Tranco.

Entraram numa ruinha íngreme e espremida, lojas amontoavam-se umas sobre as outras dando somente pequenas entradas que davam para alguma das outras ruas do Tranco.

Passaram por uma série de lojinhas escuras onde não se conseguia ver seu interior. Adentraram mais a dentro passando por lojas repletas de artefatos de magia negra.

O cheiro podre de esgoto aumentava a cada curva.

Passaram por uma senhorinha corcunda envolta em uma longa capa negra desbotada, ela esticou a mão ossuda e trêmula sobre as meninas, tentando puxar seu casaco e trazê-la para perto de si.

Cecília puxou as irmãs para perto do corpo. Amy tremia atrás delas.

— Se eu morrer aqui, minha coleção de discos de vinil é sua, Millie…- Amy apertou os olhos como se tentasse enxergar através das capas.

— É aqui…- Lisse brecou e fez Cecília trombar nela, e ambas por pouco não caíram.

Era um lugarzinho minúsculo, espremido entre uma loja com frascos duvidosos e outra loja aparentemente fechada. As cortinas roxo berrante impediam a visão do interior do estabelecimento, degraus tortos de pedras que rachavam.

Cecília subiu os pequenos dois degraus, sentindo a pedra se moveu sob seus pés, empurrou a pequena portinha velha, que rangeu junto do tilintar do sino, que indicou a presença delas lá.

O cheiro de chá e pergaminho antigo logo subiu, era uma pequena, minúscula saleta, com outra pequena porta num canto, cortinas roxas, uma mesa no centro onde repousava uma bola de cristal que brilhava incessante, a única fonte de iluminação do lugar. As cadeiras tinha um veludo vermelho meio sujo, e xícaras pendiam para todos os lados, juntamente com pergaminhos que se prendiam nas paredes com mapas astrais.

— Se eu fosse você, não tocaria nisto.- uma voz rouca e grave disse da pequena portinhola, que fez a mão de Amélia recuar.

Uma senhora de seus sessenta anos apareceu, ela usava um tecido amarelo repleto de estrelinhas, seus olhos eram claros, tão claros que Cecília sentiu poder ver a alma da mulher. Ela tinha rugas pelo rosto, e se movimentava jogando o quadril para o lado.

Um frio correu pela espinha de Ceci, e ela pode notar que a senhora a olhava de cima a baixo.

— Não parecem daqui, bonitinhas demais, se vieram, querem algo, o que?- sua voz era arrastada, e ela parecia querer provocar alguma delas.

Camille empurrou a irmã mais velha até a cadeira a frente da mulher.

— Vejo que tem muitas perguntas, criança…- ela inclinou-se para frente.

— Aconteceu uma coisa… uma que espero que me ajude a entender…- Ceci desviou o olhar.

— A sua visão criança… Imagino que tenha sido pega de surpresa…- Cecília se aprumou na cadeira tentando parecer minimamente séria.- Uma guerra. A guerra.

— Gue-guerra?- Amy gaguejou dando uns passos para trás.

— Não tenham medo, não, não tenham…- ela deu um sorrisinho fantasmagórico.- Mas se fosse você, Cecília Morgenstein, eu tomaria cuidado. Principalmente com olhos de lobo e belas cantoras…

— É o que?- Amélia levantou as mãos na defensiva.

— Eu disse que ela é charlatã… mas alguém me escuta?- Lisse resmungou consigo mesma.

— Acho melhor irmos embora, Cecília…- Amy tocou o ombro da amiga, que começou a se levantar, antes de Madame Úsberta puxar-lhe pelo pulso.

— Uma guerra entre o lado humano e o lado sobrenatural, um uivo que ecoa contra a música que chama. Cuidado, pequenina, todo mundo pode trair todo mundo.- sua voz tornou-se mórbida e fria ecoando pelas paredes contra o único som do lugar, as respirações descompassadas. Seus olhos estavam fixos no pulso da garota e nunca estiveram tão brancos.- Luxúria e poder, serão a sua maldição. Uma garota de coração partido, uma filha perdida, uma sereia encontrada, um mundo diferente, onde tudo lhe diga a alma. Uma guerra irá surgir, dentro da garota. Um lado vai cair. Cedo ou tarde. Na noite ou no dia. As criaturas ficam a espreita para buscar de volta o que lhe foi tomado.

Sua última palavra saiu não mais do que um murmúrio. A mulher soltou o pulso e se ajeitou na cadeira, olhando fixamente os olhos de Cecília.

Amélia começou a puxá-la para fora, arrastando-a pelas ruas junto com as outras irmãs. O cheiro de esgoto foi ficando para trás, e Ceci foi envolta pelos diversos adolescentes que iam e vinham andando pelo Beco fazendo suas compras escolares.

— Aquela mulher, ela é louca..! Eu tô dizendo!- Amy ajeitou o casaco no corpo.

— O que foi aquilo?- Millie olhava o nada empolgada, repassando tudo em sua cabeça.

— Uma profecia… eu acho. Mas do que importa, ela é só uma charlatã, não é?- Lisse sussurrou.

— Acho melhor irmos para casa…- Cecília balbuciou. “Onde estava com a cabeça quando vim para cá, trazendo minhas irmãs?!”.

— Espera, ainda não fomos na loja que mais quero ir!- Millie saiu de seus devaneios e começou a pular como uma criança de cinco anos.- Gemialidades Weasley, logros e brincadeiras!

Clarisse revirou os olhos.

— É sério isso?- Ceci pode ouvir um francamente quando a outra pulou assentindo.

— Vem!- ela começou a puxar a irmã por entre a multidão, deixando as outras duas para trás, no meio do formigueiro.


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Notas finais do capítulo

E a profecia? O que acharam?? Claro que não são todas as pontas ligadas, mas sequer sabia como introduzir a profecia na fanfic direito… Espero que tenham entendido…
Spoiler: Próximo cap. tem uma interação, mesmo bem fraquinha, do Fred e da Cê.



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