Home escrita por Only Stark


Capítulo 1
Home Is Wherever I'm With You


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura ;)



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Respirei o ar de Montgomery novamente e surgiu um sorriso involuntário, a sensação de reconhecimento e saudade das ruas e do clima de Alabama.

Peguei um táxi e ao passar pelas ruas as lembranças começaram a inundar minha mente.

(...)

— Eu odeio o verão, é oficial. — Edward falou, encostado em uma árvore do parque.

— O quê? Não há clima melhor do que esse! Pense em toda a diversão que temos no verão. — falei, cutucando ele.

— Eu prefiro mil vezes o inverno, onde posso ter uma xícara de chocolate e lençóis quentes, verão só me dá a sensação de derreter. — Ele falou, dando de ombros.

— Eu tenho uma ideia. — falei, puxando seu braço em direção ao lugar que eu havia descoberto no dia anterior.

Não faço muito o estilo exploradora, mas ontem estava entediada, enquanto ele estava trabalhando e meus outros amigos estavam visitando parentes, que achei um lugar legal um pouco afastado.

— Você tá brincando? — Edward perguntou, olhando para a cachoeira e o barquinho que tinha depois de muito andarmos por uma trilha na floresta.

— Ou existe ou somos loucos. — respondi simplesmente, soltando sua mão e correndo para a cachoeira.

— Isso aqui é o paraíso! — Ele exclamou, me seguindo e nós nos jogamos lá de cima.

— Eu achei em umas explorações ontem, mas não tive tempo de aproveitar porque estava ficando tarde. — falei, jogando água nele.

— Eu já falei que você é a melhor amiga do mundo inteiro? — Ele perguntou, me abraçando.

— Não hoje.

— Mas saiba que é. — Ele falou. — Amo você.

— E você é o melhor amigo do mundo todo! — gritei, jogando água nele.

(...)

— Nessa época de Ação de Graças aqui fica um caos. — O motorista do táxi falou, me tirando dos devaneios.

— Entendo, vivi aqui tempo o suficiente para não esquecer como fica. — brinquei, fazendo ele rir.

— Voltando para visitar a família?

— Voltando ao meu lar. — falei, vendo dois garotos correndo pela rua e mais uma vez me perdi em minhas memórias.

(...)

— Não sei se deveríamos fazer isso. — Edward falou, olhando para os lados.

— Edward, nós temos que nos divertir um pouco. É só uma pequena brincadeira inofensiva.

— Não sei, Bella.

— Deixa de ser certinho, homem. — falei, rolando os olhos.

Disquei um número aleatório no orelhão, passando alguns trotes.

— Alô, tem um carro gelo na frente de sua casa? — perguntei para o homem que atendeu, fazendo voz séria.

— Vou olhar. — Escutei um barulho de porta antes dele responder. — Não.

— Então ele já derreteu. — respondi, rindo e Edward fez sinal de negação.

— Então são vocês passando trotes? — Um homem perguntou, surgindo perto de nós com um telefone na mão.

Edward e eu arregalamos os olhos e entramos no beco ali perto, correndo feito loucos como se nossas vidas dependessem disso.

— Eu nunca mais na vida vou aceitar suas distrações, Isabella! — Edward gritou, ofegante.

(...)

— Chegamos, senhorita. — O motorista falou.

— Obrigada, feliz dia de Ação de Graças adiantado. — desejei, pagando-o.

— Para você também.

Saí do carro e ele pegou minha mala no porta-malas, parei em frente à varanda de casa, não precisei bater porque mamãe abriu a porta.

— Oi, querida. — Ela falou, não perdi tempo em abraçá-la.

— Que saudades, mamãe.

— Eu também.

— E esse velho aqui não ganha um abraço? — Papai apareceu na porta com um sorriso leve no rosto, me fazendo rir.

— Nunca estará velho demais para um abraço. — falei, também o abraçando.

— Acho bom mesmo, assim como você nunca estará velha demais para voltar para casa. — Ele falou, pegando minha mala e levando para dentro.

Depois de cinco anos morando longe meu coração estava quentinho por voltar ao meu lar, não completamente, mas estava.

(...)

Mamãe insistiu para que eu descansasse da viagem, mas eu me sentia energizada, então a ajudei o máximo que pude com o jantar de Ação de Graças, enquanto conversávamos sobre as novidades e minhas propostas de emprego, papai não fez nada na cozinha além de levar ingredientes, ele é péssimo com os fogões. Assim que terminamos pude ir para o meu antigo quarto para tomar banho e me trocar, esperando o horário do jantar. Assim que desci não contive o impulso de ir até tia Esme e tio Carlisle.

— Que saudade eu senti de vocês! — exclamei animada.

— Nós também, Bella. — Tio Carlisle falou.

— Com certeza, encrenqueira. — Tia Esme falou, brincando.

— Eu nunca. — respondi, os seguindo para a sala de jantar.

O cheiro de torta de abóbora e doce de chocolate que exalava era o mesmo que eu me lembrava dos outros anos, me fazendo sentir em casa.

— Eu me lembro bem, mocinha. — Ela falou, divertida. — Ele disse que vinha, mas até agora não chegou, não sei se conseguiu um voo a tempo.

Fiquei surpresa com sua última frase, ele também vai voltar?

— Essa torta de abóbora está maravilhosa. — Papai falou, se aproximando de mim. — Veja. — Ele estendeu um pedaço para mim.

— Está mesmo. — falei, mas ainda digerindo que Edward viria. Ou pelo menos deveria vir.

— Olhem só quem eu achei perdido lá fora. — Mamãe falou, logo atrás dela estava Edward.

Ele estava um pouco mais velho, aparentava estar mais maduro também, mas o sorriso tímido ainda existia ali.

— Olá. — Ele acenou e logo todos foram cumprimentá-lo, enquanto eu não sabia o que fazer.

Depois que todos se afastaram seus olhos – por que tão intensos? – se focaram em mim, quando ele abriu os braços não tive mais dúvidas do que fazer, corri para os braços do meu melhor amigo de infância e adolescência.

— Olá, garota de Harvard.

— Oi, garoto de Yale.

— Sabem, no início da semana eu ajeitei aquele velho balanço do quintal. — Papai falou, ainda comendo torta. — Eu fiquei lá durante a tarde e estou inteiro.

Edward e eu sorrimos, entendendo que na verdade em “Charlês” ele dizia: Vão conversar lá fora.

— Vocês deviam verificar, alguém velho como ele não pode quebrar a coluna, vocês que são jovens sim. — Tio Carlisle falou.

— Hey! — Papai falou, fuzilando ele com os olhos.

Nós apenas rimos, enquanto íamos para o quintal.

— Quando o peru ficar pronto eu aviso. — Mamãe falou, piscando para nós dois.

Seguimos em silêncio para os balanços, eu estava um pouco incerta do que deveria dizer, então ficamos nos balançando.

— Você também vai morar aqui? — Ele perguntou.

— Sim, você disse “também”? — perguntei, arqueando a sobrancelha.

— Decidi que estava na hora de voltar para casa. — Ele falou, dando de ombros.

— Como foram os últimos anos?

— Normais, eu acho. Mas eu senti falta de você. — Ele falou, voltando seu olhar para mim. — E você?

— Também. Foi complicado demais, mas ao mesmo tempo aprendi muita coisa. Como que eu senti falta do meu melhor amigo de sempre. — confessei, olhando para o chão.

— Foi uma estupidez a gente quebrar o contato por causa de distância. Por que mesmo fizemos aquilo?

— Porque éramos dois idiotas. — falei, rindo. — Idiotas que passaram um bom tempo sem se falar e sentindo saudades.

O silêncio dominou novamente, somente o som suave dos balanços se movendo.

— Bella.

— Edward?

— Lembra daquele dia que você caiu da minha janela?

— Oh, sim, você nunca correu tão rápido. — falei, rindo do dia.

— Você quase se quebrou toda naquele asfalto, eu corri com você para o hospital.

— Nem me lembra.

— Sabe, enquanto você fumava o que achava ser seu último cigarro, aconteceu algo que eu não contei.

— O quê? — perguntei, com um sorriso lembrando do nosso desespero.

— Nunca falei antes, mas eu estava ficando muito, muito apaixonado por você ali. — Ele falou, olhando-me.

— Estava? — citei o verbo no passado.

— Sim, e isso só foi crescendo mais.

— E eu me apaixonei por você todo cuidadoso e desesperado, exigindo que eu fosse para a ala de emergência. — falei, percebi um sorriso nascendo em seus lábios. — Quase nossos pais nos mataram naquele dia. 

— Eu ainda temo aqueles dois. — Ele brincou.

— Mesmo depois desses anos todos longe eu não esqueci você. — falei, olhando-o nos olhos, hipnotizada pela intensidade deles.

— Nem eu, Bella. Mesmo você sendo meio maluquinha.

— Eu não sou! — exclamei, cruzando os braços.

— Sim, é sim. — Ele falou, levantando do seu balanço e parando em frente ao meu, mas parando na altura do meu rosto. — Mas eu amo você mesmo assim. — Ele falou, me beijando.

Demoramos anos para chegarmos até aqui, poderíamos ter tentado mais, poderíamos ter confessado na nossa adolescência que éramos apaixonados, poderíamos ter feito tanta coisa, mas eu sinto que aconteceu no momento certo e da maneira certa, apesar de ter sido horrível ficar sem Edward em minha vida por quase cinco anos.

Nem a cidade, torta de abóbora, doce de chocolate, clima, lembranças e família me faziam sentir em casa, Edward sim me deixava completamente à vontade, como se eu estivesse enfim voltando ao meu lar, e com ele eu posso dizer que em qualquer lugar com ele seria meu lar, porque lar é qualquer lugar que eu estivesse com ele.

 


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Notas finais do capítulo

Home, let me come home. Home is wherever i'm with you. ♥
Eu tô rindo muito agora (17/11) terminando de escrever a fic, rindo da ironia. Kkkkkk. Essa música na minha vida era uma parede, quando tocava na playlist eu pensava "Thank u, next" e trocava, mas depois de uns 4 ou 5 vídeos ouvindo o Raue falar dela e dele recomendar no TT, eu decidi realmente escutar ela e me viciei. Socorro. Kkkkkk. Desde então ela é meu amorzinho. Amo!
Se eu escrevi dia 17, por que estou postando dia 19? Para dar parabéns para a linda da Nanda. :3 (Ou Lola)
Nem sei se vai ler porque tá atolada entre fics, faculdade e vida, mas desejo meus sinceros parabéns, felicidades, muitos anos de vida, muita saúde e muitas fics. ♥
Escrever essa one foi meio complicado, fiz anotações do essencial mas não sei se captei a mensagem dela, mas espero que tenham gostado. :3
Bjs ♥



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