Preto|Branco escrita por Sensei Oji Mestre Nyah Fanfic


Capítulo 13
Vida nova no paraíso havaiano


Notas iniciais do capítulo

Último capítulo.

Até que enfim terminei mais uma fic este ano. A sensação é tão boa. Parece até uma medalha de ouro na olimpíada.

Quero agradecer a quem leu até o final, principalmente a teffy-chan pelos comentários e a lindíssima recomendação ❤

E pra você ver que troca de leitura dá certo. Eu normalmente procrastinaria, passaria uns 3 meses ou mais pra terminar se a fic tivesse flopado. Graças a Deus que não. Em menos de 1 mês eu entreguei o que prometi. Palmas para mim.

E sem mais delongas tenham uma boa leitura.



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 O incêndio no último andar impediu Zach de prosseguir no caminho do seu filho. Foi preciso descer no andar anterior, pegar um extintor de incêndio e apagar uma parte das chamas. Ele passou para o final do corredor, vendo uma porta de vidro de outro escritório e uma saída de ar logo na parte inferior da parede à esquerda. Voltou pelo mesmo caminho, desceu para os andares inferiores.

Doris e os dois agentes trocaram tiros com os bandidos na praça de alimentação no andar térreo. Um dos seus colegas foi alvejado na perna. Como era baixinha, passou despercebida deles e conseguiu acertar tiros certeiros.

— Parado! — apontou a arma o grisalho quando viu uma pessoa descer as escadas.

— Agente, Seth, sou eu.

— Zico? Não chegue assim de supetão, rapaz. Eu quase atirei em você.

— Preciso saber pra onde vai uma tubulação de ar que fica no último andar. Por favor.

A secretária de James levantou-se do chão para avisar aos dois que aquela tubulação dava para o laboratório principal da BioCorp.

— Chefe, vem cá. A gente tá encurralado. - disse Doris pelo rádio.

— Já estou indo, pintora de rodapé.

— HEY!!!

Seth deixou que a secretária levasse Zachary ao laboratório. Nesse ínterim, Louis fugia de um assassino com uma faca. Parou por um tempo e, ao olhar para trás, viu a figura de Sasha surgir.

— Mamãe!

O laboratório principal ficava no meio do prédio, incorporando quatro andares. Um grande salão espaçoso com máquinas de última geração, inclusive as que foram usadas no T.C de Thomas e Beringer.

— Aqui fica o laboratório principal. Parece que ninguém invadiu — ela abriu a porta de vidro com um cartão. Ambos entraram.

O loiro sentiu que já esteve naquele lugar, apesar de não se lembrar de nada quando ficou em coma. Seu devaneio acabou quando a mulher apontou para o teto do laboratório.

— Tá vendo aquela passarela de metal que liga os dois pontos do teto? É uma estrutura para os técnicos consertarem algo no teto. A tubulação de ar do andar dos escritórios termina ali — antes dela terminar a frase, levou um tiro à queima-roupa e morreu. O sujeito que a matou foi James Strannix.

— Doutor Strannix? Por que matou a moça? — Zach ficou assustado, pois o homem apontava um revólver para ele.

— Zachary, meu querido, fique calmo, relaxe. Deixe que eu cuido de tudo. Agora largue a arma e assista ao seu filho lutando contra o vilão — ele olhou para cima e viu Louis sair da tubulação e cair dentro da passarela. Zach tentou ajudar, mas Strannix obrigou-o a ficar imóvel.

Sasha também conseguiu sair do buraco e pulou na passarela. Riu enquanto se aproximava da criança com a faca na mão.

— Fique quieto, Louis. Papai precisa disciplinar o filhinho. Está na hora de fazer o que deveria ser feito, ou seja, uma surra bem dada para o meu filho aprender a nunca mais fazer traquinações.

— Não é o meu pai! — ele tropeçou, arrastando-se na tentativa de se afastar do algoz.

— Filho!

— Calma, jovem. Deixa que eu salvo o seu filho. — Apontou a arma na direção de Sasha.

— O que está fazendo, doutor? O senhor vai matá-lo.

Sem dar ouvido aos apelos do loiro, James atirou contra Sasha. A bala saiu do revólver, subiu, fez uma pequena curva e atingiu o peito esquerdo do moreno. Zach gritou incrédulo. Sasha olhou o sangue jorrar do seu peito, caindo vários metros até atingir a máquina do T.C. Zach correu até Beringer e o viu morto.

— É uma pena, não é?

— O senhor... o senhor... O SENHOR MATOU ELE!!!

— Ele ia matar o menino.

— Podia ter atirado na perna! E agora? Como vou voltar pro meu corpo?

Strannix riu, vitorioso por ter conseguido o que queria. Não se importou com o sofrimento de Zach, porque a única coisa importante era o seu bem-estar. James afirmou que o destino quis que aquele fim acontecesse, porque sem o transplante de consciência Zach teria os aparelhos desligados no coma.

— Eu queria ter uma chance, doutor. O senhor tirou tudo de mim — chorou perto do seu próprio corpo.

— O fim tem que ser esse: o Sasha morre, você é preso e eu sou o herói.

Brittany não teve coragem de entrar no laboratório. Ficou do lado de fora esperando os policiais federais chegarem. Seth Hoffman e os demais chegaram ao local.

— Oh, senhor policial. Que lástima. Aquele homem matou o ex-marido da minha noiva, matou minha secretária e quis me matar.

— É mesmo? — algemou o cientista. — Doutor Games Matrix, o senhor está preso por assassinato, fraudes, tortura e outros crimes. Levem o meliante ao camburão.

Ele se aproximou de Zach e pôs a mão em seu ombro. O fim trágico que Sasha Beringer teve com sua morte impossibilitou que a troca ocorresse, pois somente duas vidas poderiam ser trocadas. Agora a perspectiva de viver para sempre com o corpo de Sasha era assustadora.

— Tenha força, Zachary. Sei que vai conseguir superar isso, meu jovem.

Foi a primeira vez que Seth acertou o nome, achando que estava certo. A situação ruim gerou momentos únicos.

Na saída, viu o seu corpo sendo coberto por um saco preto. Quis ver pela última vez o que ele foi por 32 anos. Brittany observou o ex-marido com Louis nos braços. Ambos trocaram olhares até Zach entrar num carro da polícia.

...

2 semanas depois...

Os repórteres estavam na frente do Capitólio em Washington para tirarem fotos e tentarem alguma palavra de Zachary antes da sua audiência no Senado. Como todo o esquema foi descoberto, qualquer crime praticado por Sasha naquele corpo foi prescrito.

O homem saiu do carro com assessores e amigos. Crawford também estava acompanhando o amigo. Durante quase duas horas, ele deu o seu testemunho desde quando acordou sozinho no Texas, todo o caminho que percorreu com o amigo Adolf até culminar na invasão da BioCorp. Depois disso, ele pegou um voo para NI e foi visitar Willard no hospital.

— Calma, vai devagar — falou Carlos, levantando vagarosamente Adolf e o pondo na cadeira de rodas.

— Minhas pernas estão pesadas. Por que será?

— Em breve você terá fisioterapia. Aí sim suas pernas melhorarão.

Uma pessoa entrou no quarto com um buquê de flores. Adolf viu que era o seu amigo Zach.

— A última vez que nos vimos foi na casa de Samantha. Parece que está se recuperando, garoto.

— Graças ao Carlos, meu enfermeiro. Essas flores são pra mim?

— Sim.

Carlos fez cara de ciúme.

— Como prova de nossa grande amizade e por você ter me ajudado a superar meus problemas na viagem. Infelizmente, não consegui voltar para o meu corpo original. Terei que viver como branco, andar como branco, comer como branco, respirar como branco hauhauaha.

O jovem olhou com seus olhos pretos como se fosse um gatinho pedindo algo.

— Posso te pedir algo?

— Pede.

— Posso passar a mão no teu abdome?

— Err... claro que não — deu um tapinha em sua cabeça. — No máximo um beijo na testa e olhe lá.

Depois de beijar Willard, Zach saiu do quarto. O jovem cadeirante cheirou as flores e riu da cara de bobo que Carlos fazia. Explicou que Zachary era o seu melhor amigo e nada nem ninguém diria o contrário.

Cemitério Metropolitano

Aproveitando as suas últimas horas em Nova Iorque, visitou o túmulo de Samantha King. Uma grande mulher, uma ótima mãe, não teve o fim mais honroso que é poder morrer na velhice. Deixou a pequena Emily aos seus cuidados, contudo estava sob a lei de proteção às testemunhas sem chance de levar a pequenina consigo.

— Descanse em paz — colocou flores no túmulo.

Virou-se para ir embora, olhou Brittany perto do carro com um urna de madeira nas mãos.

— Então essa é a despedida? Depois de tudo que aconteceu, pensei que voltaríamos.

O vento gélido bateu nas árvores, espalhando folhas pelo chão. Zach ficou sério, observando a ex-esposa tristonha.

— Eu fiz uma escolha. Se eu disser que me arrependo, estarei mentindo, mas não por não estar perto de vocês, e sim para me esquecer do tanto que eu sofri e do tanto que este rosto fez sofrer.

Ela entregou a urna para ele. As cinzas do seu corpo estavam guardadas nela, pois a cremação foi a melhor coisa a ser feita.

— Se eu o enterrasse no jazigo da família, estaria enterrando um estranho, uma farsa. Não quero que depois de tudo o que aconteceu, Louis chamasse aquele homem de pai. Por respeito ao seu corpo, resolvi te dar.

— Obrigado.

Ele se aproximou dela e a beijou por pouco tempo. Brittany viu o homem da sua vida ir embora para um local desconhecido de tudo e todos.

...

5 MESES DEPOIS

Uma onda de protestos aconteceu em Boston depois que o juiz determinou a liberdade provisória para o cientista James Strannix. O milionário ganhador do Nobel de Ciência pagou uma multa de vinte milhões de dólares para aguardar o julgamento em casa. Pessoas com cartazes e pedindo justiça lotaram a entrada da corte.

— Doutor Strannix, como se sente livre de novo? — arguiu uma repórter.

— Muito bem. Tenho uma pessoa me esperando em casa.

— E sobre a acusação acerca da morte da sua ex-esposa?

— Isso é intriga. A mídia está comprando essa história e esquece o que os políticos andam fazendo. Tudo será esclarecido.

— Mais algo a declarar?

— A ciência evoluiu por causa de sacrifícios. Enquanto moralistas tentam barrar pesquisas científicas, o mundo jaz para a idade da pedra. Eu fui mal compreendido.

O motorista abriu a porta do carro, James entrou e foram embora. Murmurou dentro do veículo.

— Aonde vamos, senhor?

— Toca para minha casa, por favor — olhou o motorista com mais atenção. — Você é novo?

— Sim, fui contratado pela senhora Strannix.

— Ah bom. Então tá bom.

 

Mansão Strannix

Todos os empregados foram dispensados, inclusive todos os seguranças da propriedade. Saindo dos sais de banho na banheira, a morena pegou um roupão, maquiou-se e colocou um vestido negro. A ocasião era especial e deixou tudo preparado.

A mesa de vidro foi coberta pelo pano de seda, candelabros, taças de cristal, louça persa e talheres de prata. Naquele momento, ela preparou uma salada com peixe Salmão; e era um dos pratos que James mais gostava. Decidiu ser, por aquela noite, uma verdadeira mulher bonita, recatada e do lar.

Strannix chegou para o jantar. O carro de luxo teve que entrar com a ajuda do motorista novo, pois nenhum segurança estava na casa.

— Por que as luzes estão apagadas? — entrou no imóvel e viu Brittany perto da escada. — Que susto!

— Meu querido, preparei um jantar especial para ti em comemoração ao seu retorno para casa.

— Veremos.

Ambos sentaram-se à mesa. Ela acendeu as velas, colocou o vinho nas taças e a salada nos pratos de porcelana. James nunca viu sua mulher ser tão prestativa daquele jeito.

— Não vai comer, querido? — ela deu suas primeiras mordidas na comida. James fez o mesmo na sequência.

— Não sei o que seria de mim sem uma boa esposa. Estão tentando me derrubar, mas nunca conseguem — foi beber o vinho, porém esperou ela beber primeiro. Obviamente estava um pouco desconfiado com o tratamento de rei.

Brittany colocou mais vinho na sua taça e bebeu um pouco mais.

— Sabe, estou impressionada com sua perspicácia. Parece até que nasceu com sorte na vida.

— Ah, meu amor, está para nascer alguém para enfrentar James Marone van Strannix.

— Já nasceu...

— O que disse?

— Sabe qual foi o pior dia da minha vida? No dia que eu conheci um doutor por meio da indicação de um colega. Foi você, James. O homem que me fez sofrer esse tempo todo, que manipulou todos os fatos, que destruiu tudo o que eu mais gostava.

Ele parou de comer para olhar o quase monólogo da mulher.

— Eu fui a culpada por ter apresentado o Zach para você naquela festa. Depois de tudo o que ocorreu, inclusive o trauma do meu filho, o único desejo era de vingança.

— E o que seria, Brittany? Me envenenar? Acorda, garota. Tenho o dobro da sua idade e mais experiência de vida. Eu dei a você o que nenhum homem daria: conforto. Eu fiz foi um bem para ti, para mim e para todos. Se não fosse por mim, o moribundo do Zach teria morrido. Lide com isso. Perdi o apetite. E pare com esses pensamentos fúteis de vingança, porque você não tem coragem de matar uma mosca. Nunca faria nada contra... mim...

Em pouco tempo ele sentiu-se tonto e com falta de ar. Olhou para a noiva com incredulidade e viu ela explicar como o envenenou.

— Jamais poria veneno em comida ou no vinho. Pus no fundo da sua taça. Arsênico. O mesmo veneno que você dava à sua ex-mulher. A dose que eu dei, porém, derruba até cavalo.

Sangue saiu de sua boca e do seu nariz. A falta de ar aumentou mais ainda e a vontade de vomitar.

— Desgraçada... você vai ser... presa quando meus seguranças... chegarem amanhã...

— Eu já pensei nisso. Nick?

— Senhora?

— O Nick nunca trabalhou de motorista. Ele é um assassino profissional e está aqui para me ajudar a desmembrar seu corpo e pulverizar seus pedaços. Ninguém vai te achar, não nesta encarnação.

Strannix caiu no chão tomado por convulsões e vomitando sangue pela boca. Uma morte lenta, dolorosa e teatral. No fim, morreu aos pés da vingativa mulher.

— Ele espalhou fluídos no chão. Mesmo se lavar, a perícia consegue detectar a mancha.

— Eu vou trocar amanhã mesmo o piso deste cômodo. E o carro, mande para o desmanche. Nenhuma ponta solta.

— Claro, senhora — disse ele com um serrote.

...

Ilha de Havaí, Havaí

Quarta-Feira, 12 de Dezembro de 2018

Um grupo de turistas e moradores subiram no topo do extinto vulcão Mauna Kea para tirarem fotos. Entre o grupo estava um certo rapaz que era um dos guias da expedição.

— Este vulcão é extinto, não há problema nenhum ficarmos no topo. Logo ali ficam os telescópios do Observatório W.M.Weck. Eles são um dos mais importantes do mundo, criados em 1996.

— Pensei que o Kilauea ficava próximo daqui — disse um senhor idoso.

— Fica lá do outro lado. No parque nacional dos vulcões. Infelizmente está fechado por conta das erupções deste ano.

O rapaz continuou a guiar aquele grupo. Uma jovem loira se aproximou dele para dar uma paquerada.

— Você não parece ser daqui. Seu sotaque é do leste. Acho que é de Maryland.

— Errou. Sou de Nova Iorque — ambos se cumprimentaram. O homem não deu muita atenção para a patricinha e continuou com o seu trabalho.

Na hora do almoço, ele pegou o seu jipe e voltou para casa numa comunidade perto da cidade de Hilo. Sua casa ficava num local alto, cheio de árvores frondosas e casas de madeira. Sua casa era grande e espaçosa. A pista era bem em frente. Preferia se manter isolado.

— Aloha, Johnny — disse a velhinha simpática que era a sua vizinha.

— Aloha, senhora Takamada.

— Você pode me ajudar com essas sacolas, filho?

— Claro.

Ele ajudou a nipo-americana a carregar as sacolas de compras. Depois retornou para a sua porta, abriu e entrou na residência. Assim que retirou o boné revelou um loiro mais escurecido. O bigode e uma barba rala cresceram, dando um ar de maturidade ao homem. Zach havia praticamente virado outra pessoa depois de se refugiar no Havaí. Adotou outra certidão de nascimento e outros documentos por causa do seu testemunho contra os envolvidos nos crimes da BioCorp.

O agora Johnny Langdon morava sozinho, sem a possibilidade de voltar para a sua antiga vida. Entregou-se à solidão, por isso não levava a sério as cantadas das mulheres no trabalho.

Retirou a camisa, ficando somente de calça jeans na casa. Pegou uma lasanha e foi comer com refrigerante. Sua rotina era depressiva, incluindo seus hábitos alimentares — apesar de não engordar. Sentou-se no sofá da sala para assistir a algum jornal local quando a campainha da sua casa tocou.

— Já vai. — Pegou um revólver, olhou pelo olho-mágico, viu uma mulher de costas. Sem suspeitar, abriu. — O que você...

Brittany deu um pulo no homem e o beijou lascivamente. Zach não teve tempo de reagir e caiu com tudo no chão.

— Brittany! Como descobriu o meu endereço?

— Isso não importa mais, Zach. Agora estamos juntos.

— Espera. Não podia ter acontecido isso. O seu noivo fugiu do país. Agora você aqui...

Ela se levantou e começou a chorar. Culpou Zachary por sua saudade ser tão grande. O guia voltou a explicar que era lei da proteção à testemunha e que ele havia mudado de nome.

— Você não me ama mais.

— Eu não disse isso.

— Então vamos lá pro seu quarto agora. Estou sedenta de ter meu marido de volta.

— Ainda não terminei de almoçar... e tenho trabalho a fazer.

Sem dar ouvidos ao homem, Brittany puxou-o para o caminho do quarto. A sorte que a cama dele era de casal.

— Não tem problemas de transar comigo neste corpo?

— Quem não tem cão caça com gato — empurrou ele sobre a cama e abriu seu zíper. Ela retirou as roupas e as dele também.

Um tempo depois, ambos descansaram após a transa. Há muito tempo que nenhum dos dois faziam amor, mesmo Brittany sendo noiva, nunca cedeu ao falecido.

— Gostei. Você tem dois centímetros a mais de paixão. Eu senti.

— Que loucura — riu. — Parece um sonho. Você aqui neste fim de mundo.

— Achou mesmo que se livraria de mim? E vai se preparando, porque eu vim pra ficar. Principalmente porque eu gostei de uma coisa no seu novo corpo que você não tinha no original.

— Fala.

— Pelos nas pernas. Eu acho muito bonito homem com pelos nas pernas. Você era lisinho, mas agora tá um ursinho aí embaixo.

Ambos riram e voltaram a se beijar. Ele se lembrou do trabalho e ficou sentado na beira da cama. Uma grande cicatriz nas costas graças ao laser para a retirada da tatuagem da suástica. A morena beijou a cicatriz.

— Acha mesmo que vai trabalhar, loirão? Tenho um presente pra ti lá embaixo.

Um grito masculino assustou Zach. Ele se vestiu e desceu os degraus de madeira. Não acreditou quando viu o agente Hoffman e Doris na sua sala.

— Até vocês?

— Eu não queria vir, mas a surfista de microondas insistiu. Olha o Zinco...

— Quem é Zinco? — indagou Zach.

— Zinco, você se chama Goony agora? Olha só a Britta ou seria Britney?

— Ele erra tudo. Boa tarde, Zach, ou melhor, Johnny. O juiz determinou que você pode receber visita da família pois o ex-senador se declarou culpado e o Strannix fugiu sem deixar vestígio. Muita gente foi presa, soube? — informou Doris.

— O que a Morrison disse é verdade. O FBI permitiu que eu dissesse para a sua família onde cê morava.

Zach saiu de casa e viu um grupo com as pessoas que ele mais gostava. A maioria eram negros, mas também Crawford, Wanessa, Adolf e até seu namorado Carlos.

— Pensei que você fosse mais loiro do que isso. Como estão as suas pernas?

— Faço fisioterapia três vezes na semana. Agora que resolvi me assumir gay ninguém vai mais me segurar.

— Só eu que seguro.

— Só o Carlão aqui — Adolf estava com os cabelos mais compridos e castanhos. Apesar de depender da cadeira de rodas, seu progresso continuava bem.

Os pais de Zach abraçaram-no. Eles não se importavam com o novo corpo do filho. Era apenas o amor.

— Tem uma pessoinha aqui que quer te abraçar — disse sua sogra Bárbara.

— Papai! — correu Emily para os braços dele. Agora poderá cumprir a promessa que fez a Samantha.

Brittany pediu para o menino sair do carro e conhecer seu verdadeiro pai. Louis ficou confuso, pois sempre acreditou que o outro era o seu pai. A mulher prometeu que quando ele atingisse idade mental para entender, contará toda a história.

— Abraça ele, Louis. Ele é seu pai, filho.

Um pouco desconfiado, o menino abraçou Zachary. Naquele momento sentiu o calor paterno vindo daquele homem. Apertou ainda mais o abraço, aconchegando-se.

— Vamos entrar, pessoal — disse Crawford.

Zachary Scott Thomas chorou ao ver a sua família reunida. Esqueceu até do trabalho.

— Oh, Johnny, menino. Que multidão é essa? — perguntou Takamada.

— Minha família. Quer conhecê-los?

— Oh, sim. Espere aí — ela pegou uma torta que havia feito para vender na sua loja e levou.

— Eu abro a porta pra senhora.

A idosa passou. Zach ou Johnny ou o nome que você achar melhor sorriu e fechou a porta da sua casa. Dali em diante surgiu uma nova etapa em sua vida.

Talvez melhor!


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Notas finais do capítulo

*A foto acima mostra o Zach em 4 etapas. Em seu corpo original, logo após trocar com Sasha, raspar os cabelos e por fim como Johnny Langdon.


O final foi feliz, porém resolvi fugir do clichê em que eles voltam ao normal. Na verdade foi mais realista, pois Zach não conseguiu o que quis, Adolf ficou paralisado das pernas, Brittany passou 5 meses aturando aquele velho... foi fogo esse final!

Mas eu amei fazer a parte do Havaí. Queria um lugar paradisíaco como refúgio do Zach ou agora Johnny. Aceito pela família, poderá voltar a ser feliz.

Que rufem os tambores da escolha do meu personagem favorito: James Strannix. Por que, sensei? Apesar de ser o vilão secundário, esse cara foi o centro de TODA a desgraça na história. Se a Brittany não tivesse ido para a festa, Zach jamais teria ficado em coma. Se Strannix não tivesse feito o transplante de consciência nos dois, Zach morreria e Sasha continuaria na prisão e a vida de todos em volta seria normal: Samantha não teria morrido, Adolf não seria espancado, Victor provavelmente não seria preso, Brittany não seria noiva dele. Percebe que esse cara mexeu com o destino de todos os peesonagens? É o segundo vilão que faço assim, o primeiro foi Flynn Griffin de Younnan.

Pois bem. Agradeço a todos pela leitura. E até um outro dia.

Tchau e até a próxima.

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Agora se querem ver o meu cast com pessoas reais que serviram como modelos, leia abaixo.

ZACHARY SCOTT THOMAS (JOHNNY LANGDON):
ALEX PETTYFER/RAEL COSTA (1° fase)

JOACHIM-SASHA BERINGER:
RAEL COSTA/ALEX PETTYFER (1° fase)

BRITTANY THOMAS (STRANNIX):
AALIYAH

JAMES MARONE VAN STRANNIX:
BRUCE WILLIS

SMANTHA KING
SOPHIE TURNER

ADOLF WILLARD
EVAN PETERS

VICTOR CHEROKEE
JOSHUA HARTO



Zach Thomas: 13 capítulos (1,2,3,4,5,6,7,8,9,10,11,12,13)

Sasha Beringer: 13 capítulos (1,2,3,4,5,6,7,8,9,10,11,12,13)

Brittany Thomas: 12 capítulos (1,2,3,5,6,7,8,9,10,11,12,13)

James Strannix: 11 capítulos (1,2,3,4,5,6,8,10,11,12,13)

Samantha King: 10 capítulos (1,3,4,5,6,7,8,9,10,11)

Adolf Willard: 10 capítulos (3,4,5,6,7,8,9,10,12,13)

Victor Cherokee: 10 capítulos (1,2,3,4,5,6,7,8,9,10)



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