Hadassa se libertava de suas amarras com alegria, no metrô ligou pra Amelie que estava transando com Melissa.

—oi Hadassa, precisa de algo?

—Amelie posso ir pra sua casa?

—agora?! Aonde você tá?

—tô no metrô.

—beleza tô indo pra ir.

—quem era Amelie?

—Hadassa a menina do arquivo, rompeu paradigmas.

—e agora?

—chama Alison pra ajudar.

         Alison e Leah estavam no meio de uma DR violenta, ela totalmente descontrolada por ciúmes de uma pessoa que nem existia ainda, o telefone dele vibra, ela atira o telefone na parede.

—pirô Leah?

—não tem mais boyzinha porra!

—claro que não, também não tem mais a gente, tá?

—escroto!

         Ele sai em seguida pega o carro e vai pra casa de Amelie, eles vão ao encontro de Hadassa.

—bem vinda ao mundo baby!

—oi.

—oi. Disse Hadassa com um sorriso enorme.

         Na manhã seguinte Olavo e Arlette conversam sobre sexo.

—você não compartilhou meu orgasmo.

—tava uma merda, Olavo.

—aposto que você tá comparando com teu ex.

—Wanderson?! Fumô?! Ele é casado.

—qual o problema?

—Olavo meu amor... Calma, eu te amo.

         Patrícia acaba com Melissa por Whatsapp, Alison compra um celular novo e encontra Hadassa na vitrine da livraria.

—oi.

—oi Hadassa.

—vim comprar um livro...

—espero que não esteja com pó.

—desculpa.

—eu fiz exames, vai que né.

—eu gosto de você.

— o que? Dão o que pra vocês na igreja? Santo Daime? Se enxerga fóssil.

         Ela estava destruída, só tinha uma pessoa a quem recorrer: Arlette, que estava comendo sushi com Antonio que era afim dela.

—Olavo tá um saco, ele fica relativizando as coisas com Wanderson.

—não é da assombração premium que ele tem que ter medo.

—ham?

—pessoa fora da casinha!

—quer me falar alguma coisa Antonio?

—isso é salmon?

—tá gostoso.

 Casa Forte 1995.

         Depois do 1º beijo de Wanderson e Arlette, eles estavam tendo um caso, normalmente era quando Otávia ia pra igreja e ficavam os dois em casa sozinhos.

         Eles compartilhavam alguns prazeres ilícitos, não só para o Vaticano, pois Wanderson seria padre, eles queriam romper instituições, eram felizes.

         Meses depois...

         Isolda coloca remédio pra dormir na jarra de suco, Wanderson é amarrado e amordaçado, sendo transportado em uma van e jogado no seminário.

         Arlette acorda com dor de cabeça, procura por Wanderson e zonza desmaia.

— o que ela tem?

—além do sonífero, essa moça está gravida de 4 meses.

—Wanderson!

—senhora Otávia, cuide bem dela.

         Otávia não cuidou e botou Arlette na rua, ela conseguiu trabalho em uma pequena escola com professora de História, quando descobriu o sexo do bebê, era menina e se chamaria Erica.

         Wanderson estava morando com o pai, cursando ciências sociais, trabalhando na xerox, alimentando seu sonho de ser Etnógrafo.

Recife 2018.

         Otávia estava irritada pelo fato de ser declarada mentalmente incapaz e de ter de morar com ele, o filho que escolheu seu próprio caminho, Wanderson tentou estar o mais calmo possível ao dar essa notícia para Inês.

—o que?

—eu também não queria...

—eu não posso ser mãe por conta da Otávia.

—eu sei.

—essa escolha era minha...

—eu vou respeitar qualquer decisão.

—se ainda tivéssemos a Erica.

—a Ketny sumiu, Inês, tinha um bebê Chinês no lugar da Erica.

—por que você não me contou isso? Em que ano ocorreu?

— a Erica nasceu em 1995.

—se for o bebê que eu atendi, os pais não falavam português.

—tem arquivos?

—eu preciso procurar.

—Inês...

—eu vou encontrar a Erica.

—obrigado.

—ainda tô brava com o lance da Otávia.

—é lasca.

—mas eu tô junto com você, Wanderson.