O Domínio de Hadassa escrita por xdrome


Capítulo 3
Capítulo 3- Cidadão de Bem.




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Hadassa estava em conflito com ela mesma, diante da sala do pastor, poderia denunciar os abusos do noivo á congregação, ela saiu dali, não podia trair sua congregação.

         Chegando em casa estava parte do coral da igreja, irmã Naomi e Saul.

— mamãe...

— Hadassa, quer casar comigo?

— ela aceita.

— eu preciso dizer...

— você já aceitou, meu bem.

         Arlette estava no quarto lendo e fazendo correções no trabalho de Raquel, quando Olavo entra.

—sozinha?

—pensando, tô meio que passada com o boy de Hadassa.

— deixa isso pra lá.

—oi? Olavo, podia ser Melissa.

— mas não é.

—veí...

— vai começar o discurso...

—Olavo! Passada...

— somos cidadãos de bem, amor, isso não importa, quero um carinho.

—vai ver carinho no X-Vídeos, Olavo!

         Olavo, empresário, pai de família, a cara do privilegio branco, defensor da moral, desde cedo incentivado a continuar o legado dos Camargo, seus filhos Alison e Melissa eram o oposto dele.

         Melissa 18 anos, estudante de Ciências Sociais, a cara da mãe em todos os sentidos, adorava quebrar paradigmas, Alison 25 anos, o cara das exatas, trabalhava em Suape, era bem desconstruidão em algumas coisas, os irmãos conversavam na frente da tv.

—queria ir com a Paty pra Tarantina, mainha vai embaçar a ideia.

—ela nem vai soltar 1 real pra tu, assim como não vai dar a gasolina pra buscar a Leah.

—aff!

—a gente pode pedir pra painho.

—não mainha vai dar dois pernão na cara dele.

—que merda.

         No outro dia, Hadassa estava chorando escondida no acervo, quando Arlette entra.

—tá tudo bem?

—eu tô noiva do Saul.

—como?

—eu não queria, a minha mãe falou por mim.

—oh Hadassa, não deixe que os outros falem por você, caso você case com Saul que seja porque você quer.

         Naquela manhã, Alison tinha ido ao arquivo, queria falar com Arlette, Hadassa guardou o anel de noivado na mesa, colocou suas luvas e foi ajudar a sua chefa a procurar um determinado arquivo, ela pegou o códice cheio de pó, ia levar pra higienizar, ele pediu pra entrar, desceu as escadas e esbarrou na menina ruiva de blusa de magas e saia jeans.

—droga!

—desculpa!

—ótimo! Eu posso pegar um fungo por sua culpa, Doente!

         Alison saiu furioso com a menina que o olhava com encantamento, Hadassa descobriu da forma mais desastrada do mundo: o amor.

1994- Casa Forte.

         Arlette bateu a porta do quarto de Wanderson, para organizar a pilha de roupas que tinha tirado do varal.

—oi.

—só vim deixar...

—Arlette você gosta da minha mãe?

—não vou com a cara dela, agora eu sei o porquê de dela estar sendo processada.

—ela quer me mandar de volta pro seminário.

—isso é ruim?

—não é o que eu quero, desejo ser etnólogo, como meu pai.

— Darcy Ribeiro?

—é quase isso, também quero namorar...

—namorar?!

—pessoas namoram...

         Arlette estava feliz internamente com a possibilidade de Wanderson gostar dela, na escola tinham dito que índios comiam pessoas, mas ela comeria churrasco de pessoas por ele.

         Pablerkson colava um adesivo do candidato de direita na porta do quarto de regata branca, tentava impressionar Arlette.

—tira isso daí!

—tem comunista no convento aonde tu veio?

—escroto!


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