Clóvis e William corriam com os preparativos do casamento, além do amor, eles tinham medo de perder o direito ao casamento, então decidiram juntar as alianças no dia 30 de Dezembro.

     A exoneração de Hadassa era real, Arlette não sabia como salvar a filha, ela e Clóvis desciam as escadas do arquivo juntos.

—Bicha eu tô feliz pela senhora, mas não era pra ser assim.

—Ai miga, tô me casando com meu boy.

—Não paro de pensar em Hadassa com aqueles crentes.

      Hadassa ouve atrás da porta, uma conversa entre Suzy e irmã Naomi, que acreditavam terem dopado a "filha" de sonífero.

—Hadassa vai embora do Brasil? mesmo?!

—Vai sim, a dona Otávia vai mandar ela pro Alabama; é o máximo que uma avó pode fazer.

—Como assim?

—Irmã Naomi, Jesus trabalhou na minha vida, Hadassa não é minha filha biológica, ela é filha do Wanderson com uma empregada.

         A menina escutava atônita, Wanderson, o cara do Uber que a levou para o Halloween, era pai dela, mas quem era a mãe? Por que ela foi criada por Suzy? 

       Em 30 de Dezembro Clóvis e William se casavam em um jardim, os dois de terno branco, ao som de The Power of Love, Arlette e Michelle de madrinhas.

—Clóvis, além do meu amor por você, quero dividir quem eu sou, conviver com essa grande personalidade, ama-la, respeitar-la... Viver essa história de amor.

—William, eu quero amar você por toda a minha vida.

        Os dois se beijam, a festa acontece e quem pega o buquê é Michelle, os três amigos dançam e comemoraram, Richarlison perdoa a dívida de Mag e ela volta a morar com Raquel na cobertura do prédio.

—Com ódio Richarlison?!

—Sua cobra, safada, sonegadora, você só tá de volta porque vendeu informação pra Arlette.

—Bom dia Richarlison.

Olavo passa por Mag e sorri.

—Sai de perto de mim!

—Eu vou usar o elevador, Richarlison.

—Usa o de serviço, bicha Bolsominion de Chernobyl! Richarlison aperta o botão do elevador e pela primeira vez na vida, Olavo usa o elevador de serviço.

       Wanderson acorda com o cheiro de cocô de gato, o animal havia feito no chinelo, Otávia comia cereal com leite de saco, Pablerkson estava água com uma camiseta alusiva a extrema-direita.

—Wanderson só tem leite de saco?

—Lao Fong morreu ontem á noite.

—É o que?

—Cê matou ele por que? hein Otávia?

—Virou policial?

—Se a senhora for presa, eu não vou poder fazer nada.

— O gato ainda tá vivo?

—Mano! Já basta ter matado o meu peixe, deixa o Frederich em paz!

—Hum.

       Naquele ressesso Arlette queria e estava conseguindo dormindo, como ela amava estar jogada na cama de camisa da URSAL e Short, ela acordou e achou Melissa comendo pão com queijo.

—Oi Melissa, sobrevivendo?

—Vou indo, a senhora nem fez mais comida pra mim.

—Eu tô de férias, né Melissa?!

—Hum, a Amélie me pediu em casamento.

—Normal, quem me preocupa é a Hadassa, tenho que falar com Wanderson.

        O Ano Novo foi quase igual a todo ano, com a exceção de que poderia ser o ultimo fim de ano democrático.

         Wanderson fumava na praia do Bairro Novo, Arlette desceu do ônibus, com uma blusa da CUT e de bermuda listrada e ele de camisa da Jamaica e bermuda verde.

—Oi Arlette.

—Wanderson, vão casar a Hadassa e o Saul e a gente tem que impedir isso.

—Como?

—No dia do casamento, a gente conta a verdade.

—Ok, mas tu sabe onde vai ser?

—Sim, a Mag me deu o endereço.

—A tua vizinha?

—A própria.

—Imagino a cara dos crente quando a gente disser que tinha um caso.

—Não vai ser mentira.

—Tenho saudade, as vezes.

Wanderson tenta beijar Arlette.

—Se saia, Wanderson, te livra da tua mãe problemática e aí, talvez.

—Você tá divorciada da Barbie Fascista e eu tô divorciado da Inês.

—E daí?

—Eu gosto de você.

—Eu vou chamar um Uber.