Aquele Que Ficou escrita por teffy-chan


Capítulo 3
Capítulo 3 – Vegeta


Notas iniciais do capítulo

Trunks "do presente" tem oito anos de idade nesse capítulo.
Boa leitura^^



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Às vezes ainda sonhava com aquele moleque. Não o que morava comigo, mas o que viajou até aqui em uma máquina do tempo, e que já tinha partido. Fazia anos que isso aconteceu, mas eu me lembrava muito bem dele. De como aquele moleque era fraco e inseguro… e ainda se dizia um Saiyajin! Há! Que piada! Mas ele era persistente e corajoso, tinha que admitir. A luta contra aquele maldito Cell foi mais difícil do que eu imaginava e, pelo que ele contou, precisaria derrotá-lo novamente em seu mundo, sozinho dessa vez, pois todos nós estávamos mortos no futuro de onde ele veio.

Era difícil acreditar que aquele moleque era mesmo meu filho, o Príncipe dos Saiyajins. Ele era apenas um fracote! Talvez fosse assim por não ter treinado o suficiente… sim, deve ter sido isso. Lembro de quando treinamos juntos na sala do templo sagrado, ou melhor, de quando eu treinei e ele entrou lá na sala, tentando me bajular como um garotinho carente querendo atenção. Ele progrediu um pouco, devo admitir, mas eu continuava sendo mais forte, é claro.

E mesmo não sendo forte o suficiente, ele insistiu em nos acompanhar na luta contra Cell. E morreu. Aquilo provocou uma sensação estranha em mim. Ele vivia dizendo que eu deveria cuidar mais da mãe dele e da versão bebê dele que vivia no presente. Sempre me criticava, sempre dizia o quão arrogante e insolente eu era, sendo que isso não fazia a menor diferença para ele, pois eu estava morto em seu mundo, as críticas daquele moleque apenas me irritavam. Então, por quê? Por que a morte dele me abalou tanto? Aquele moleque nem sequer pertencia à minha época, ele iria embora em algum momento, não deveria fazer diferença se tinha perecido em batalha. Mas, ainda assim… ele era meu filho. Era a versão mais velha do bebê que Bulma sempre carregava nos braços, a quem nunca dei atenção, nunca me dei ao trabalho de segurar, nem sequer chamei pelo nome.

Ver Trunks morrer em batalha me fez ter consciência pela primeira vez de que eu era pai. Eu não pude fazer nada por aquele garoto, nem na época dele, e nem durante o presente que ele visitou brevemente, mas eu faria pelo Trunks que ficou.

Depois que Trunks do futuro foi ressuscitado com as Esferas do Dragão e partiu, eu tentei me tornar um pai mais presente. Não queria que aquele bebê tivesse o mesmo destino que o rapaz que nos pediu ajuda teve. Mas ser pai era mais difícil do que eu imaginava. Eu não tinha nascido para fazer tarefas domésticas, como segurar bebês, dar mamadeira… isso era coisa de mulher! Quando Trunks cresceu mais um pouco, decidi treiná-lo. Não permitiria que ele se tornasse um fracote como aquele moleque do futuro. E ele gostava de lutar, desejava ficar cada vez mais forte. É claro, sendo meu filho, não poderia ser diferente.

Às vezes, quando eu decidia ter um treino mais rigoroso na sala de gravidade, Trunks me seguia. Eu sempre tentava expulsá-lo, a gravidade de lá era alta demais para um nanico como ele suportar. O pirralho mal conseguia ficar de pé! Sinceramente, não entendia o que ele ia fazer ali. No entanto, Trunks acostumou-se com a gravidade aumentava em vinte, depois em até cinquenta vezes, mais rápido do que eu esperava.

Decidi testar sua força e lutar com ele. Talvez tenha me precipitado, o pirralho quase chorou no primeiro golpe que recebeu, mas logo se recuperou com uma promessa tola que fiz sobre levá-lo ao parque de diversões. Desejando que ele se esquecesse disso, voltei a atacá-lo. É claro que ele não era páreo para mim, Trunks ainda era uma criança. Mas era uma criança com grande potencial de luta. Talvez mais até do que o do garoto que veio do futuro anos atrás.

Era impossível saber, pois eu não sabia como estava o seu nível de luta atual, e provavelmente jamais saberia. Mas havia algo além disso… algo diferente com ele. Mesmo sendo a mesma pessoa, o Trunks diante de mim era diferente do Trunks que partiu. Aquele moleque do futuro era muito impulsivo em combate, deixava se levar pelas emoções facilmente e gostava de lutar sozinho para proteger os outros. Bem, esta última parte ele deve ter herdado de mim, embora não pelo mesmo objetivo. Mas o pequeno Trunks diante de mim calculava melhor seus ataques e, mesmo ainda sendo apenas um pirralho, tentava criar estratégias de luta, ainda que não surtissem nenhum efeito contra mim, devido a enorme diferença de experiência em combate entre nós. Mas ele estava melhorando aos poucos, tinha que reconhecer.

Eu estava morto no futuro do meu “outro filho”, e por isso não pude treiná-lo adequadamente. Por isso aquele moleque não foi forte o suficiente para proteger seus entes queridos, a população, o lugar onde morava e chegou ao ponto de precisar viajar no tempo para tentar salvar o seu mundo. Mas não permitiria que a mesma coisa acontecesse com o filho que estava diante de mim. Não importa se tivesse que fazê-lo treinar até desmaiar de exaustão, eu tornaria aquele pirralho forte o suficiente para proteger aquilo que fosse importante para ele. Porque ele era o filho do Príncipe dos Saiyajins.  E porque ele era o meu filho que ficou.  


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Notas finais do capítulo

Bom dia gente bonita!
Esse foi o capítulo mais difícil de escrever até agora. Eu me diverti escrevendo ele, mas vocês não têm noção de como é difícil escrever um capítulo pelo ponto de vista do Vegeta, capturar aquele jeito arrogante de ser dele, e ao mesmo tempo tentar transmitir algum sentimento pelo filho... eu espero que tenha ficado bom.
Deixem reviews por favor e façam uma autora feliz! *-*



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