The Fear You Won't Fall escrita por WellDoneBeca


Capítulo 9
IX




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Cassiopeia apertou o cobertor um pouco mais em volta do corpo. Era o dia da última tarefa e ela simplesmente havia acordado com a pior febre de sua vida. Madame Pomfrey estava com tanta pressa que havia apenas dado à menina Malfoy uma poção para tomar e suas instruções, dizendo que ela devia dormir e que voltaria antes de ela perceber, correndo para encontrar os outros que iam em direção ao lago negro.

—Cassiopeia. — Ela ouviu, apertando os olhos e tentando voltar a dormir. — Cassie?

Cassie?

Ela abriu os olhos apenas o bastante para identificar quem estava ali, franzindo surpresa ao encontrar Jorge sentado ao seu lado.

— Quê? — Ela ignorou o apelido, ainda com o rosto pressionado no travesseiro.

— Eu te procurei na escola inteira. — Ele sussurrou. — Eu ouvi uma menina dizer que viu o seu irmão te trazendo aqui, o quê aconteceu?

Os ombros de Cassiopeia caíram em derrota e ela grunhiu em desconforto.

— Gripe do gato preto. — Ela choramingou.

Cassiopeia tinha uma imunidade bastante alta e estava bastante surpresa ao perceber que estava doente. Com dois grupos de outros países visitando a escola, era até uma surpresa que só ela estava doente, mas não a fazia se sentir melhor.

— Que chato. — Ele se abaixou, descansando o queixo na cama ao lado das pernas dela. — Você está perdendo toda a diversão.

— Você também. — Ela se virou para ele, parecendo confusa. — Porque está aqui?

Jorge deu de ombros.

— Draco está assistindo a tarefa, a sua amiga, aquela… Qual é o nome dela, mesmo? Alguma coisa Rosier?

— Eleanor Rosier.

— Isso. Ela saiu também. — Ele continuou a explicar. — Eu pensei que você talvez não quisesse ficar sozinha, então eu vim te ver.

Cassiopeia deu a ele um sorriso pequeno. 

— Obrigada. — Ela agradeceu, ainda surpresa pelo gesto. — Mas você não devia vir, não vai querer ficar doente.

Mas Jorge apenas riu.

— Talvez eu queira. — Ele abriu um sorriso um tanto maldoso.

A loira ergueu as sobrancelhas para ele, dessa vez chocada.

— Jorge!

— O quê? — Ele sentou direito. — Olha, você vai passar pelo menos uma semana aqui, é praticamente férias. Eu não vou precisar competir com o Rony por comida e ainda vou ficar perto de você, o quê é a melhor parte. Quer dizer, é uma semana sem precisar dar desculpas ou esconder que somos amigos ou tendo que me enfiar na biblioteca sempre que eu quiser trocar uma palavra que seja com você.

Em resposta, ela apernas balançou a cabeça de forma negativa.

A amizade de Cassiopeia e Jorge era provavelmente o maior segredo que ela já havia guardado não relacionado à sua família. Ela não sabia como os Weasleys reagiriam a ela, mas se qualquer um da família Malfoy soubesse que ela estava perto de um Weasley, com certeza não reagiria bem e ela estaria em maus lençóis. Então todos os dias desde o inverno — meses antes — os dois encontravam momentos durante o dia para se encontrar e passar um tempo juntos antes de voltar às suas vidas.

Na maior parte do tempo, eles apenas compartilhavam histórias. Jorge falava de si e Fred e sobre suas invenções e aventuras de uma forma que sempre a faziam rir, e Cassiopeia contava sobre sua infância com Draco e seus pais, dando a ele uma pequena visão de como sua vida realmente era fora de Hogwarts.

Fora de viagens e presentes e coisas que o dinheiro pode comprar, e mesmo com um irmão, Cassiopeia parecia ser alguém bastante solitária e que queria mais da vida. Não que ela não gostasse do dinheiro: Ela falava de suas viagens e certos momentos proporcionados pela riqueza dos pais de uma forma que deixava claro que essas coisas eram significativas pra ela, mas ouvir sobre tudo o fazia se sentir mais grato pelos pais que tinha. Talvez os Weasleys não tivessem muito dinheiro, mas Molly era sempre amorosa e calorosa, e brutalmente honesta com os filhos, e Arthur era sempre presente e afetuoso com ele e seus irmãos. Para ele, Lúcio parecia mais um professor que um pai em casa, um pai que Jorge nunca iria ser- diga-se de passagem. 

— Você acha mesmo? — Ela sussurrou.

Nem Draco havia dito algo como aquilo para ela. No momento em que ela havia insistido para ele ir embora e assistir o torneio, ele saiu sem nem mesmo protestar.

Um ótimo irmão.

— Eu nunca mentiria pra você. — Ele revirou os olhos. — Eu pareço ser da Son…

Jorge parou no meio da palavra, mordendo o lábio inferior.

— Força do hábito.

— Tudo bem. — Cassiopeia deu de ombros. — A maioria de nós mente muito bem.

Ele corou, não olhando nos olhos dela.

— Nós somos ambiciosos. — Ela destacou. — Então… Saber mentir te dá algumas vantagens.

Ela descansou a cabeça no travesseiro — Draco havia trazido ele de seu dormitório com a ajuda de Eleanor, o que ela havia recebido na Ala Hospitalar era muito fino e nada confortável. 

— E você? Quer dizer, você… Você mente pra chegar onde quer?

Cassipeia se virou para Jorge, seus olhos cinza encarando os dele sem nenhum pudor.

— Uma vez, eu pus uma poção espinhenta o suco de abóbora de uma menina porque ela copiou do meu teste de transfigurações e fiz todos pensarem que foi a Eleanor. A poção fez ela ficar com espinhas que pareciam vulcões por, pelo menos, duas semanas.

Os olhos do ruivo se arregalaram.

— É sério?!

Cassiopeia encarou Jorge, completamente séria, por um longo momento, mas começou a rir.

— Não. — Ela chacoalhou a cabeça, usando as mãos para empurrar o cabelo para trás com uma das mãos. Ele estava bastante bagunçado, já que ela nem mesmo havia o penteado antes de sair do dormitório, mas Jorge não dava a mínima. — Eu queria ter feito, pra ser sincera, mas não existe poção espinhenta. Mas você acreditou em mim.

Jorge riu, completamente nervoso, e relaxando na cadeira.

— Você me pegou dessa vez.

A adolescente apenas riu por um pouco mais de tempo, fechando os olhos e respirando fundo por um momento antes de ficar em silêncio.

— Mas sim. Eu posso mentir se for necessário.

Ele hesitou, enrolando o lençol em seus dedos por um momento sem querer olhá-la nos olhos.

— Mas eu não planejo mentir para você, Jorge. — Ela se virou para ela. — Eu prometo.

O ruivo finalmente levantou a cabeça para olhar nos olhos de Cassiopeia com a boca levemente aberta em surpresa, e então sorriu.

— Obrigado.

— Não por isso.


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