The Fear You Won't Fall escrita por WellDoneBeca


Capítulo 8
VIII




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/770111/chapter/8

Narcisa era uma mulher elegante demais para enviar um berrador a Draco, mas se pudesse ela com certeza o faria. No dia depois do Baile de Inverno, ela havia enviado cartas aos dois filhos, e a que Draco havia recebido parecia ser do mesmo tamanho que O Profeta Diário. Cassiopeia havia visto um pedaço, e estava surpresa com a fato de que sua mãe não havia furado o papel com a pena ao ver o quão agressivamente ela havia escrito o conteúdo.

Depois da carta, ele estava praticamente se transformando num escudo humano entre ela e qualquer indivíduo do sexo masculino na escola. 

Era o último dia antes do recesso acabar e a escola voltar à rotina normal, e todos os que haviam voltado pra casa no Natal estavam chegando, e Lúcio havia aproveitado a oportunidade para fazer uma visita surpresa. Cassiopeia estava usando o cachecol que Jorge havia lhe dado quando ouviu a notícia, e correu para escondê-lo no fundo do baú antes de sair do dormitório das meninas para encontrá-lo.

Lúcio estava em pé a poucos passos de um dos sofás quando ela chegou ao salão comunal, indo até ele em passos suaves.

— Pai. – Ela sorriu, parando em frente a ele, sentindo Draco em seus calcanhares.

Não havia ninguém no mundo mais intimidante do quê Lúcio Malfoy para Cassiopeia, e se seu olhar já podia fazer a filha tremer ao vê-lo direcionado a outra pessoa, era pior ainda quando ela era o alvo dele. 

— Cassiopeia. — Ele moveu os olhos para o rapaz atrás dela. — Draco.

— Pai.

Todos os outros alunos saíram da sala ao sentir a tensão se construindo ali dentro, e Cassiopeia respirou fundo ao perceber que os três estavam sozinhos.

— A que devemos a honra da visita? – Ela ofereceu um sorriso a ele.

Ele encarou o hematoma no rosto da menina e por um momento sua boca se curvou em claro desgosto. 

— Sua mão me contou do incidente do baile, então eu vi aqui discutir a situação com o diretor e ver se minha filha ainda necessita de alguma coisa.

Cassiopeia conhecia bem aquele tom de voz.

Não era muito confortante, mas não era a especialidade Lúcio.

— Está tudo bem agora. – Ela o tranquilizou. – Não precisa se preocupar.

Ele lançou um relance ao filho, que engoliu a seco.

— Draco. Quer me acompanhar, por favor?

O menino confirmou, respirando fundo.

— Claro.

Ele se despediu com um olhar e Cassiopeia caiu no sofá com um suspiro.

Merlin…

Os dois voltaram trinta minutos depois, e seu irmão não lhe disse nenhuma palavra antes de subir para seu dormitório, mas Lúcio parou em frente a filha. 

— Venha cá. — Ele chamou. 

Ela se pôs de pé e ele moveu um dedo delicadamente sobre o hematoma que o punho de Aleksandar havia deixado em seu rosto, sempre cuidadoso ao não aplicar pressão. 

— Sente alguma dor? — Ele indagou.

— Não. — Ela negou rapidamente. — Parece mais feio do que realmente é. 

Ele apenas confirmou com a cabeça e beijou sua testa, dando um passo para trás. 

— Agradeça ao rapaz novamente por mim. 

— Sim senhor. 

.   .   . 

— Então ele simplesmente apareceu? – Jorge questionou, surpreso. – Do nada?

Cassiopeia deu de ombros.

Eles estavam sentados no corredor mais vazio da biblioteca com ele praticamente deitado na mesa enquanto ela estudava.

— Ele faz isso de vez em quando. – Ela moveu os olhos do papel para olhar para ele, olhos acinzentados encarando o par de íris castanhas. – Não é do nada.

Cassiopeia havia vindo estudar; aquele era seu lugar favorito, sem barulho, pessoas intrometidas ou casais se beijando.

— Então ele aparece para ver se vocês estão se comportando como deveriam? — Ele erguei as sobrancelhas pra ela. – É. Ele nem é controlador.

Cassiopeia franziu as sobrancelhas.

— Meu pai tem a melhor das intenções em tudo o quê faz. – Ela o defendeu. – Ele só quer ter certeza de que estamos bem.

— Se você diz… — Jorge sussurrou. — Já acabou?

Ele havia aparecido sem razão aparente pouco menos de uma hora antes e se sentado ao lado dela.

— Entediado? – A loira pegou a pena ao seu lado.

— Bem… — Ele se esticou. — Está um dia de neve perfeito lá fora e nós não temos nada a fazer por pelo menos mais uma hora. E eu sei de um lugar muito legal e vazio onde nós podemos ter uma guerra de bolas de neve.

Cassiopeia riu para si mesma, balançando a cabeça de forma negativa, mas dando atenção a ele.

— Quer saber, Jorge? Tudo bem.

Ele a ajudou a guardar suas coisas antes de praticamente puxar a menina por corredores vazios. Quando os dois alcançaram o pátio que ele havia mencionado, ele parou para observá-la. A neve estava refletindo o sol em seu rosto e os olhos dela havia se tornado completamente cinza agora.

Ela era tão linda.

Ele só acordou do leve transe quando sentiu uma bola de neve atingir seu rosto.

— Sua mãe nunca te ensinou que é feio ficar encarando as pessoas? – Cassiopeia sorriu.

Jorge sentiu as bochechas, o pescoço e as orelhas se avermelhando de vergonha antes de se recompor.

— Vamos lá, Weasley. — Ela se abaixou para pegar mais neve. — Não está com medo de me atingir, está? É só neve.

Ele estava, mas só um pouquinho. Quando a primeira bola de neve a atingiu depois de tanta provocação, porém, ele deixou o medo completamente de lado e correu para achar um bom escudo enquanto ela fazia o mesmo.

Eles brincaram como duas crianças e, quando menos perceberam, já estavam completamente cobertos de neve e, num movimento mal calculado, caíram no chão com ela em cima dele.

Jorge congelou, encarando Cassiopeia com a boca levemente aberta enquanto a risada que ela havia sustentado no último minuto morria lentamente e seus olhos se conectavam com os dele.

Ela, por sua vez, abriu e fechou a boca duas vezes antes de conseguir dizer qualquer coisa.

— Eu devia ir embora. – A Sonserina se pôs de pé. – Está ficando tarde.

— É. — Ele se sentou, limpando os ombros numa tentativa de evitar olhar para ela. — Você está certa.

A menina confirmou com a cabeça, pondo o cabelo atrás da orelha, e Jorge se pôs de pé com algum esforço.

— Eu te vejo amanhã? — Ele perguntou, hesitante e esperançoso.

— Claro. Tchau.

Cassiopeia praticamente correu depois de se despedir, deixando-o sozinho, e Jorge soltou uma longa respiração enquanto passava a mão no cabelo.

Merlin, o quê é que ela estava fazendo com ele?!

— Tchau.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "The Fear You Won't Fall" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.