—Tem certeza, querida? — Umbridge bebeu de sua xícara de chá cor-de-rosa. — Tenho certeza de que podemos usar seus bons serviços em nosso Esquadrão Inquisitorial.

— Tenho certeza, senhora. — Cassiopeia sorriu educadamente. — Eu estou me abstendo de qualquer atividade extracurricular este ano para poder me concentrar em obter as melhores notas em todas as minhas matérias.

Ela abriu outro daqueles sorrisos incrivelmente irritantes. Merlin, se Cassiopeia pudesse apenas dar um soco no meio daquele rosto idiota.

— Tenho certeza que seus pais devem estar orgulhosos de você.

Seus pais. Essa era a grande razão pela qual Umbridge parecia querer ser tão próxima de Cassiopeia. Seus pais e sua grande influência no mundo bruxo.

— Eu espero que sim, senhora. Posso ir agora? Eu gostaria de estudar um pouco antes da minha próxima aula.

— Claro. — Ela enxotou a adolescente com uma mão. — Vá, eu não quero manter você aqui por mais tempo do que o necessário.

Cassiopeia saiu do cômodo em silêncio e caminhando até a biblioteca, ela sentiu uma mão puxando-a pelo cotovelo assim que se aproximou de seu lugar favorito. A loira puxou a varinha para fora, pronta para atacar quem quer que fosse, mas relaxou quando percebeu que era apenas Jorge.

— Onde diabos você estava? — ela questionou, preocupada, mas foi interrompida por um beijo repentino nos lábios. — Jorge!

— Olha, eu não tenho muito tempo. — O namorado a interrompeu novamente antes que ela pudesse protestar mais. — Eu só queria te ver uma última vez antes de terminar a escola.

Cassiopeia franziu a testa. Antes de ela terminar a escola.

— O que você quer dizer?

— Estou indo embora. Hoje. — Ele abriu um grande sorriso.

Ela balançou a cabeça.

O quê?!

— Você não pode!

— Eu posso! E eu vou. — Ele disse de volta. — Olha, se Dumbledore não está aqui, não há razão para eu ou o Fred ficarmos aqui. Nós não vamos aprender mais do que já sabemos neste lugar, e nosso futuro não está na área intelectual, você sabe disso. Vamos abrir nossa loja, começar o nosso negócio. Não há razão para suportar mais meses dessa sapa idiota.

Cassiopeia ficou chocada. Ela sabia que Jorge e Fred não gostavam muito da escola, e com Umbridge lá para tornar suas vidas um inferno, ela não podia culpá-los, e compartilhava do mesmo sentimento. Mas fugir?! Aquela era uma decisão terrível.

— Eu não vou ficar aqui com essa mulher como diretora. — Ele afirmou. — Eu já me decidi.

A garota assentiu devagar.

— Eu não posso ir com você. — Ela murmurou. — Eu preciso terminar a escola.

Jorge segurou seu rosto e sorriu gentilmente.

— Eu nunca pediria para você fazer uma coisa dessas. É por isso que precisamos desse adeus.

Ele se aproximou dela, puxando-a para perto de seu corpo e abaixando-a num beijo bastante dramático.

— Eu amo você, Cassiopeia Black Malfoy.

A garota loira abriu um sorriso, fazendo-o espelhar e ficar de pé.

— Eu sempre quis fazer isso. — Ele confessou animado. — Mas eu ainda mantenho o que eu disse. Você não precisa dizer nada de volta. Eu só queria que você soubesse.

Cas estendeu a mão, tomando a mão dele na sua. Se ela amava Jorge? Claro que ela o amava. Mas dizer em voz alta não era exatamente fácil.

— Tenha cuidado. — Ela beijou suas juntas suavemente. — Eu não estarei lá fora para te proteger.

Ele riu.

— Sim, senhora.

A garota suspirou.

— Eu vou sentir a tua falta.

— Eu vou sentir sua falta também. — Jorge moveu a mão e colocou uma mecha de seu cabelo loiro atrás da orelha. — Não perca o show, ok?

Cassiopeia franziu a testa.

— Que show?

Seu namorado riu e abriu o maior e mais perverso sorriso que ela já tinha visto em seu rosto - e ela tinha visto muitos deles.

— Você não espera que eu vá sem um show, certo?

. . .

Cassiopeia estava saindo da aula no final do dia quando seus olhos captaram os fogos de artifício brilhantes, e alguém puxou antes que ela pudesse dar um passo muito perto do corredor à sua frente.

O corredor estava começando a ficar lotado de estudantes, e Umbridge estava parada entre eles com o rosto inchado e vermelho de raiva.

O chão na frente deles havia se transformado em um pântano, o que deixou a garota feliz por alguém tê-la parado no meio do caminho antes que seus sapatos pudessem se sujar.

— Accio Firebolts!

No meio da multidão, na frente da diretora, Jorge e Fred estavam de pé com o mais perverso dos sorrisos.

— E antes que possamos sair. — Jorge correu na direção de sua namorada, colocando as mãos em volta da cintura dela e a ‘mergulhando’ do mesmo jeito que na biblioteca antes de beijar seus lábios.

Quando ele se afastou, a loira ficou congelada, o encarando com surpresa. Sem dizer nada, ele montou sua vassoura e voou até o lado de seu irmão.

— Cassiopeia Malfoy! — Ele gritou de lá de cima. — Se você se cansar de viver perto de cobras, me escreva. Eu sempre tive uma queda por você!

Com isso, eles levantaram voo e partiram antes que ela — ou qualquer um dos outros estudantes — poderem processar a situação.

Foi Eleanor quem falou pela primeira vez depois que o barulho diminuiu.

— O quê que acabou de acontecer?!