The Fear You Won't Fall escrita por WellDoneBeca
O Decreto não impediu que os alunos se encontrassem e o grupo agora tinha um nome. AD, Armada de Dumbledore. A primeira reunião foi um sucesso, e a seguinte já estava até mesmo agendada.
Cassiopeia não podia mentir, ela estava se sentindo animada e feliz com a tal "AD". Ela havia aprendido feitiços que nunca pensou que seria capaz de aprender, e estava feliz de verdade.
— Você vai torcer por mim no jogo? — Jorge perguntou.
Os dois estavam em seu esconderijo habitual, com ele encostado na parede mais próxima e Cassiopeia entre suas pernas abertas.
— Você sabe que vai jogar contra o meu irmão, certo? — A menina loira arqueou uma sobrancelha. — E a minha casa.
Ele assentiu um pouco e encolheu os ombros.
— Bem… Você sabe, eu sou o seu namorado. Você certamente gosta mais de mim do que gosta dele. — O ruivo brincou. — Certo?
Cassiopeia riu. Não havia necessidade de mergulhar naquele buraco.
— Você deveria ir. — Ela apontou. — Sua aula de Defesa Contra as Artes das Trevas começa em dez minutos.
Ele fez beicinho, mas beijou a bochecha da namorada antes de deixar seu lado, e Cassiopeia logo sentou-se de volta, retornando à atividade anterior. Sua próxima aula dela — que Jorge e Fred também frequentavam — seria Transfiguração e ela ainda não tinha certeza se conseguia performar o Feitiço de Conjuração Avançada de forma perfeita. Ela havia colocado uma pilha de livros do outro lado da biblioteca e não iria descansar antes de juntar todos eles e trazê-los para suas mãos juntos. Cassiopeia só foi embora quando ouviu o sino da aula, acelerando o passo para chegar à sala, mas parou quando uma mão fria a puxou pelo cotovelo.
— Cassiopeia.
Os olhos verdes de Eleanor estavam tão grandes quanto dois pratos, e sua pele parecia mais pálida do que nunca. Era como se ela tivesse visto seu próprio fantasma diante de si.
— Elea...
— Eu preciso falar com você.— Ela puxou a loira junto consigo para um canto enquanto outros alunos entravam na sala de aula a poucos passos de você, e Jorge e Fred pararam a poucos passos dos dois, com o namorado olhando e dando às duas Sonserinas um olhar preocupado. — É muito urgente.
A loira franziu a testa, abrindo e fechando a boca e por um momento, confusa.
— O que há de errado? — Ela indagou.
Mas a morena não respondeu. A fila de alunos tinha acabado de entrar na sala de aula e elas precisavam entrar também.
— Me encontre depois da aula. É realmente importante.
Ela se afastou da amiga, mas Cassiopeia segurou sua mão.
— Você está bem?
A garota de cabelos escuros pousou os olhos nos da amiga por um momento, suas íris verdes cheias de medo e desespero.
— Só me encontre. Por favor.
— OK.
Ela entrou, deixando-a com o queixo levemente caído.
Quando Cassiopeia virou os olhos para os dois ruivos na frente dela, seu namorado deu um pequeno passo à frente.
—Está tudo bem? — Ele sussurrou, parecendo preocupado.
A menina de olhos cinzentos assentiu rapidamente, entrando na sala de aula e ganhando apenas um olhar de McGonagall.
— Vamos começar.
. . .
Cassiopeia brincou com o cordão no pescoço nervosamente, esfregando a palma da mão contra a coxa enquanto esperava que Eleanor aparecesse, e rapidamente se levantou quando a amiga entrou no cômodo.
As duas estavam completamente sozinhas, e ela correu para se sentar ao lado da loira, atrás da poltrona reclinável.
Eleanor abraçou a prima com força, apoiando a cabeça em seu ombro por um momento.
— Cassiopeia… — Ela sussurrou.
Tudo passou pela mente de Cas no momento. Talvez alguém a havia machucado ou algo ruim havia acontecido com alguém de sua família. E se o pai dela havia sido levado para Azkaban? Não... Narcisa já teria mandado uma carta para a filha se fosse isso.
— O quê aconteceu?— Ela questionou quando a morena se sentou em seus calcanhares.
— Meu pai me enviou uma carta. — Ela disse com um rosto frio e quase sem piscar. — Ele disse que eles já esperaram o bastante. Eu sou adulta.
Cassiopeia a encarou, confusa. Ela era adulta há muito tempo, qual era o grande problema agora?
— Eles disseram que eu deveria seguir… — Ela respirou profundamente, sua voz retornando cheia de medo. — Que eu deveria seguir os passos da família.
— Como? — A loira questionou, mas ela já sabia onde as palavras as levavam.
— O Lorde das Trevas quer me conhecer. — Ela sussurrou, num volume alto o suficiente para Cassiopeia ouvir. — Eles querem que eu me torne uma Comensal da Morte.
Cassiopeia respirou fundo, sentindo o peito doer. Ela não estava nada surpresa. Seu pai havia lhe dado a escolha de manter-se afastada, mas ela não sabia quanto tempo sua paciência duraria.
— O que você vai fazer?
Eleanor apenas olhou nos olhos acinzentados da amiga.
— Você já sabe. — Eleanor estendeu a mão, segurando a sua com força. — Cassiopeia, eu fui criada para isso. Eu conheço cada feitiço, nós conhecemos cada feitiço. Nós sabemos como fazer as coisas, sabemos o que é certo, sabemos que Ele está certo, mesmo que seja perigoso. Ele é a melhor escolha. Como posso dizer não? Como nós podemos dizer não?
A menina loira engoliu a seco, mantendo o rosto neutro. Ela não estava mentindo.
— Você não precisa fazer isso se não quiser. — Cassiopeia lembrou a amiga. — Você sabe disso, certo?
Ela sentiu os olhos verdes cavando sua pele, e a morena mordeu o próprio lábio.
— E você? — Ela questionou. — Você não diria sim se fosse você?
O tom de sua voz e as implicações subjacentes fizeram Cassiopeia estremecer.
Ela respirou lentamente, ainda a olhando.
— Pensei que estávamos falando de você, Eleanor. Quando isso se transformou em uma conversa sobre mim?
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!