— “Ótimo” em todos os NOMs. — Jorge disse com orgulho, dando uma olhada no livro de poções do Cassiopeia no canto da biblioteca em que os dois se escondiam. — Você é um gênio. Você é como… A Hermione, mas mais legal.

Os dois estavam escondidos, passando o pouco de tempo juntos que podiam. 

A menina chacoalhou a cabeça de forma negativa.

— Eu sou uma Malfoy. — Ela disse lentamente. — Não poderia ser diferente.

Ele se virou para a namorada com as sobrancelhas franzidas.

— O que? Mesmo? Tipo… Mesmo, mesmo?!

— Meu pai me mataria se eu fizesse uma “Excede as Expectativas'.”— Ela apontou. — Eu não posso nem pensar nisso.

Jorge apenas a observou por um momento.

— Eu não sei porque eu fico surpreso. — O ruivo confessou. — O seu pai é… — Ele limpou a garganta sem jeito por um momento.

— Muito exigente, sim. — Cassiopeia completou a frase.

— Se é assim que você quer dizer. 

A garota revirou os olhos, virando a página. O professor Snape também era muito exigente com seus alunos, e ela tinha aula com ele em menos de meia hora, razão pela qual ela estava dando aos primeiros capítulos uma releitura rápida.

— Você sabe, Fred e eu deveríamos ter recebido um “Excede Expectativas” em todos os nossos NOMs. Nós dois aparecendo já é foi o bastante pra exceder as expectativas!

Cassiopeia soltou um riso curto.

— Eu não tive tempo para mencionar. — Ela descansou o cotovelo na mesa antes de mover uma das mãos para mexer com as mechas vermelhas dele. — Eu percebi que você mudou o seu cabelo.

Ele deu a Cassiopeia um sorriso meio triste e desapontado, e meio travesso.

— Bem, a mamãe estava pronta pra me amaldiçoar se eu não deixasse ela cortar o meu cabelo. — Ele brincou. — É uma mudança. Não é como se eu estivesse tentando deixar crescer ou algo assim.

A garota observou seu rosto silenciosamente e acariciou a bochecha do namorado com o polegar.

— Você não queria cortar o cabelo, queria?

Ele olhou ao redor um pouco, encolhendo os ombros, mas parecendo bastante irritado de qualquer forma.

— Não… Não queria.

— Eu sinto muito.

Ele encolheu os ombros novamente e Cassiopeia voltou ao livro à sua frente, fechando-o. Ela já havia o havia lido quando estava em casa, então podia apenas fechá-lo e passar o tempo com Jorge se quisesse.

— Você já acabou? — Seu namorado perguntou, feliz.

— Sim. — Ela afastou o livro de sua frente. — Terminei.

Jorge a observou em silêncio, quase como se estivesse pensando se podia ou não dizer algo.

— Sim, podemos nos beijar se você quiser. — Cassiopeia encorajou enquanto sorria para ele.

Ele relaxou visivelmente.

— Ok. — Ele riu. — Eu estava com um pouco de medo. Quer dizer... estamos namorando e tudo, mas não sei se podemos fazer coisas e… sabe… eu nunca tive uma namorada antes.

A adolescente apenas sorriu para o namorado e se inclinou, pousando seus lábios nos dele.

— Basta perguntar. — Ela sussurrou.

Ele abriu um sorriso e a puxou, fazendo Cassiopeia abandonar seus livros sobre a mesa definitivamente antes de puxá-la para uma das seções mais escuras.

— Jorge! Pra onde estamos indo?

Ele não respondeu, mas antes que Cassiopeia pudesse perguntar de novo, Jorge a pressionou levemente contra uma parede, fazendo a loira estremecer levemente num arrepio.

Oh.

Jorge olhou para a namorada de forma esperançosa, e Cassiopeia sentiu as bochechas vermelhas.

— Eu posso… — Ele sussurrou. — Uh… sabe?

A adolescente assentiu gentilmente, e seu namorado segurou seu queixo antes de beijar seus lábios. Logo, o beijinho casto se tornou um beijo de língua, e o corpo de Jorge rapidamente pressionou-se contra ela mais firmemente, o que a fez perder o fôlego por um momento. Como ela nunca havia percebido como os seis anos de Quadribol haviam moldado o corpo dele? Cassiopeia podia sentir o modo como seus braços e torso eram na verdade muito mais definidos do que o que ela assumira inicialmente.

A loira já havia derretido nos braços do ruivo quando um barulho a trouxe de volta à realidade.

— Jorge. — Fred chamou de algum lugar longe deles, ele pulou para longe de Cassiopeia com os olhos castanhos arregalados, bastante ofegante. — Jorge?

A Malfoy se afastou dele, consertando-se e voltando para onde ela havia guardado seus livros.

— E aí, Cas. — O ruivo adicional sorriu para a menina. — Onde está meu irmão?

A loira estava completamente vermelha e envergonhada quando encarou o irmão do namorado, mas conseguiu recuperar a própria compostura para responder.

— Qual? Você tem cinco.

Ele riu, levantando as sobrancelhas em um pouco de surpresa.

— Bem, ele é… — Ela olhou ao redor e apontou para trás de si mesma. — Lá. Eu tenho que ir para a aula antes que as pessoas notem que eu fui embora.

— Ok. — Ele assentiu. — Tchau.

Ele observou Cassiopeia sair quase correndo da biblioteca e parou para olhar na direção de onde o irmão acabara de sair com o rosto corado e o cabelo meio bagunçado.

— Vocês dois são bem estranhos. — Fred notou, olhando na direção do irmão por um momento. — Eu interrompi alguma coisa?

Jorge corou mais ainda.

— Eu te conto mais tarde.