The Fear You Won't Fall escrita por WellDoneBeca


Capítulo 21
XXI




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— Cas. — Cassiopeia ouviu a voz de Fred do lado outro lado da porta. — O jantar está quase pronto.

Ela se levantou e endireitou o tecido do vestido. Apesar de simples, a moça sabia que essa talvez fosse uma peça mais elaborada que o que outras pessoas usariam, estava se sentindo um pouco hesitante em sair do quarto usando-a. Era seu aniversário, e a noite teria uma espécie de jantar especial para ela, mas a loira não podia deixar de se sentir um pouco bem-vestida demais.

— Já vou.

No andar de baixo, Jorge estava andando em círuclo com pernas trêmulas. Ele também havia escolhido uma roupa mais arrumada que seu normal, e estava empolgado em sua tentativa de impressionar Cassiopeia.

Ele também estava nervoso. Mais cedo naquele dia os dois haviam quase se beijado e o momento não saía de sua mente. E se ela tivesse odiado momento? E se agora ela estivesse desconfortável e não quisesse mais ficar perto dele? Ele gostava dela, ele realmente — realmente — gostava dela, e tinha que acabado de assumir pra si mesmo que via a garota como mais que só uma amiga desde o quase-beijo, mas agora ele estava preocupado com o fato de que seus atos tivessem esticado o relacionamento dos dois além do limite.

— Hey. — Gui parou ao seu lado. — Você parece nervoso.

— Ela está demorando. — Ele coçou o cotovelo.

— Você ainda não viu nada. — O irmão mais velho riu. — É melhor você se acostumar com isso se quiser tê-la como namorada.

— Ela não é… — Ele começou, mas Gui o interrompeu.

— Você gostaria que ela fosse. Não minta.

Jorge caiu em silêncio. Ele não estava errado.

— Mamãe disse que ela olha para você do mesmo jeito. — Ele assegurou o irmão. — É a sua chance.

O irmão mais novo franziu a testa.

— Você não se importa que ela seja... Você sabe... Uma Malfoy?

Gui hesitou, mas deu de ombros.

— Olha… Contanto que ela não seja uma Comensal da Morte… Eu sei que o Rony está um pouco chateado, mas é mais provavelmente por causa do irmão dela. E porque uma garota bonita está com você agora, é claro.

Jorge abriu um sorriso meio torto, porém feliz. 

— Sério?

— Sério. — Bill deu-lhe um tapinha em suas costas. — Relaxe. Você vai ficar bem.

Ele ouviu passos na escada e se virou para vê-la descendo, sorrindo em alívio.

— Eu demorei? — A loira questionou, visivelmente nervosa.

— Você é a aniversariante— Ele riu. — Todos nós aparecemos cedo demais.

Cassiopeia apenas chacoalhou a cabeça. Jorge a olhou dos pés à cabeça com um sorriso completo e bochechas avermelhadas.

— Você está… — Ele tentou encontrar palavras. — Muito linda.

O vestido de Cassiopeia era da mesma cor que o que ela usara no Baile de Inverno, embora muito mais simples e mais curto, e se ela parecia um ser celestial na festa, aqui era como se uma verdadeira veela.

— Obrigada.

— Eu sinto muito sobre a coisa toda com Rony.

Ela apenas deu-lhe um sorriso e um aceno de mão.

— Eu não me importo com o que ele pensa, Jorge. Contanto que ele não saia espalhando que estou aqui, eu não me importo. Eu estou aqui por sua causa.

O garoto ruivo deu a Cassiopeia um olhar cheio de surpresa e admiração, e algo quente e borbulhante. Ele estava pronto para dizer algo quando os dois ouviram a voz de Molly.

— O jantar está pronto, crianças.

Todos eles entraram na sala de jantar e sentaram-se à mesa, e a garota podia sentir os olhos de Granger cravados nela antes mesmo de olhar para a bruxa mais nova, que corou quando seus olhares se encontraram.

— Então… — William pigarreou. — Cassiopeia. Como você e Jorge se tornaram amigos? Sem ofensas, mas vocês são um par bastante estranho.

A garota hesitou, sentindo todos a encarando.

— Ele me salvou. — Ela finalmente disse. — Eu fui atacada durante Baile de Inverno e Jorge apareceu pra me ajudar sem hesitação. Então começamos a nos encontrar e acho que somos mais parecidos do que diferentes agora que nos conhecemos direito.

— Sério? — Alguém perguntou, completamente surpresa, e ela moveu os olhos para a cabeceira da mesa para encontrar o Sr. Weasley com os olhos arregalados.

— Ela gosta de minhas piadas e invenções. — Disse Jorge com um sorriso orgulhoso. — E nós gostamos dos mesmos lugares.

Cassiopeia sentiu suas bochechas esquentarem com o quão doce ele falava dela, e o menino ao lado dela continuou.

— Ela gosta de bibliotecas e eu descobri que na verdade elas não são tão ruins assim.

Com exceção de Fred, todo mundo congelou e ela e Jorge ouviram quando alguns garfos e facas foram largados em seus pratos. 

— O que?! — Ronald quase gritou.

— Eu tive a mesma reação quando ouvi. — Fred continuou a comer enquanto os outros apenas olhavam para os dois adolescentes apaixonados, o que fez seu irmão gêmeo a olhar ao redor da mesa.

— O quê? — Ele revirou os olhos.

— Nada. — William voltou ao prato. — Problema nenhum.

A mesa voltou ao silêncio enquanto eles comiam, e quando todos terminaram, os gêmeos ficaram para ajudar a mãe com a limpeza,

Alguém pôs música para tocar, e Cassiopeia se afastou um pouco longe do resto do grupo, sendo pega de surpresa quando Ginny foi até ela.

— O que você vê nele? — Ela questionou sem rodeios.

— Perdão?

— No Jorge. Ele literalmente falou sobre você como um garoto apaixonado lá na mesa. Você certamente tem algo que gosta nele para estar aqui agora.

Cassiopeia hesitou. Ela não gostou de falar sobre sentimentos.

Jorge era provavelmente a primeira pessoa em sua vida que ela nunca teve que impressionar ou criar uma máscara para se esconder atrás. Ela se sentia livre com ele, e algo que realmente não sabia como chamar, mas fazia seu coração disparar e a fazia desejar cada vez mais a presença dele borbulhava dentro dele sempre que o via.

— Ele é o Jorge. — A loira decidiu. — O que mais eu preciso dizer?

Ginerva olhou para a convidada em silêncio, meio surpresa e tentando encontrar palavras para responder, mas as duas foram interrompidar por Jorge.

— O que está acontecendo? — O ruivo perguntou, caminhando rapidamente para o lado da amiga.

— Eu só estava conversando com a Cassiopeia. — Ela olhou a Sonserina da cabeça aos pés. — Vou deixar vocês sozinhos.

Os dois a viram se afastar e Jorge se virou para a garota com as sobrancelhas franzidas.

— Eu perdi alguma coisa?

Ela encolheu os ombros. Havia sido estranho, de fato.

— Aqui. — Ele ofereceu a ela um copo e a menina olhou para o líquido por um momento. — Quer sair um pouco daqui?

Cassiopeia olhou para o jardim por um momento e confirmou.

— Por favor. O que há nisso?

— Mamãe fez um suco de fruta. Você é alérgica a alguma coisa?

Ela balançou a cabeça e a tensão deixou os ombros dele.

— Nada que será realmente colocado em um suco. — A garota o assegurou. — Está tudo bem?

Jorge parecia nervoso, e a forma como ele estava literalmente usando o copo de suco para ganhar tempo para sua resposta era um grande sinal disso.

— Sim. — Ele decidiu. — Você gostou do jantar?

Cassiopeia assentiu.

— Sim. Eu queria agradecer a você.

Suas sobrancelhas se levantaram por um momento e ela olhou em seus olhos.

— Você moveu toda a sua família só para que eu não passasse o fim de semana sozinha. — Ela explicou. — Foi muito gentil da sua parte.

Jorge deu de ombros com um sorriso.

— Não foi grande coisa.

Cassiopeia estava pronta para rebater — é claro que era grande coisa —, mas Jorge não a deixou dizer nada.

— Ok, feche os olhos. Eu tenho algo para você.

Desta vez, a garota obedeceu sem nenhum questionamento e Jorge colocou algo muito familiar em sua mão.

Quando ela abriu os olhos, eles logo pousaram na rosa que ele havia colocado em sua palma, idêntica à que ele havia lhe dado há poucas semanas.

— Feliz Aniversário.

A adolescente sorriu.

— Oh, Jorge…

— Eu tenho um presente de verdade também. — Ele acrescentou rapidamente, puxando um pequeno pacote do bolso e oferecendo a ela. — Aqui. Abra.

Quando ela rasgou o papel e puxou o cordão preta, seus olhos cinza se arregalaram. Um colar de quartzo rosa.

— Jorge! — Ela exclamou o nome dele mais uma vez. — Você não deveria ter comprado isso. Não desperdice seu dinheiro comigo!

— Não foi caro, eu juro! — Ele se defendeu. — Eu encontrei o quartzo e conheço alguém, só paguei pelo fio. Você gostou?

Cassiopeia confirmou, tímida e sorridente.

— É lindo. Mas não faça isso de novo. — A garota insistiu. — Eu não me importo com presentes. Ter você por perto é o suficiente.

O coração de Jorge inchou dentro de seu peito e ele tentou esconder seu rápido rubor, oferecendo-se para ajudá-la a por o colar. Uma vez que ele o fez e ela se virou, Cassiopeia ainda estava olhando a pedra rosa contra seu decote claro e ele mordeu o lábio.

Cassiopeia parecia mais tranquila e feliz que em qualquer outro momento da vida dos dois. Ela havia sorrido mais vezes com ele neste fim de semana do que em um mês inteiro em Hogwarts, e ele quase não podia suportar o fato de que ela precisaria partir em apenas duas manhãs.

— Ficou ótimo em você. — Ele sussurrou. — Tudo fica ótimo em você.

A menina loira olhou para ele, sentindo suas bochechas quentes, e Jorge pôde ver quando suas pupilas se dilataram olhando para ele.

— Você sabe que não é verdade. — Ela riu.

Quando foi eles chegaram tão perto um do outro?

— É verdade sim. — Ele sorriu. — Eu vi você quando você estava doente. Você sabe como você fica com febre? Seus olhos ficam muito vermelhos, seu cabelo fica bagunçado e seu rosto…

— Cale a boca. — Ela bateu no peito dele de brincadeira, descansando a mão lá. — Eu já entendi. Eu fico horrível!

— Não. — Ele balançou a cabeça. — Você continua linda. Você continua adorável. Você continua… — Sua voz caiu se transformou um sussurro. — Você…

Cassiopeia lambeu os lábios, movendo os olhos entre a boca e os olhos dele enquanto tentava processar se estava entendendo os sinais corretamente ou não. Jorge realmente queria beijá-la ou ela estava ficando louca?

Como respostas, as mãos tocaram sua mandíbula devagar e suavemente.

— Você… — Seu polegar encontrou seu lábio inferior rosado e ela podia sentir sua pele estava um pouco fria.

Cassiopeia fechou os olhos quando ele se moveu e uma puxou para perto de si, trazendo o rosto dela para mais perto do dele e finalmente — finalmente — aconteceu.

Nenhum deles soube quem foi que moveu o último centímetro que fez acontecer, mas aconteceu.

Eles finalmente se beijaram.


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