Sinta Algo! escrita por Tio Thi


Capítulo 1
Saudade


Notas iniciais do capítulo

Heeeeeeeey, não acharam que eu iria reaparecer por aqui tão rápido né?! Pois é, nem eu! Essa motivação que o drabble me trouxe de continuar a escrever e a tornar isso parte do meu cotidiano novamente foi tão intensa que as ideias simplesmente começaram a surgir na minha cabeça, e eu fui aproveitando cada uma delas até conseguir pensar em algo merecedor de uma continuação para a nossa amada "Diga Algo|", espero que eu cumpra e atenda as expectativas de vocês em relação a continuação.

Agora vocês finalmente saberão mais a respeito da vida desses dois e o futuro que os aguarda! E o melhor.. SEM PALAVRAS MÍNIMAS|! hahahaha
Espero que se divirtam com a história tanto como eu estou me divertindo. Esses dois já viraram meus xodós pra toda uma vida. ♥



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Depois de duas semanas longe de casa, de seus amigos e principalmente de Jason, Toby não conseguia pensar em outra coisa a não ser voltar para o seu bairro e reencontrá-los. Ele e Jason mantiveram contato diariamente por mensagens num aplicativo de conversa. Jason, o mais velho, saiu do hospital em poucas semanas. Seus ferimentos não foram agravantes devido a velocidade média do carro que lhe acertou, e também pela eficácia da emergência local. Mas de uma coisa Toby não sabia…

— Você estava passando por algum momento conturbado, Jason? — questionou o médico que cuidava de sua observação.

 — Ah, eu acho que não...— respondeu Jason enrolado e sem saber o que dizer. Era óbvio que havia passado por um momento conturbado já que naquela mesma noite, ele e Toby tentaram assumir o namoro para os pais intolerantes do mais velho.

— É que pelas informações que temos, o acidente não teria sido suficiente para te desacordar. A menos que estivesse passando por uma situação de extremo estresse, o que seria uma adição à dor intensa de ter quebrado o braço. — explicava o médico, sinalizando que estresses pré e pós acidentes podem ocasionar em complicações ainda mais agravantes.

— Mas eu estou bem, certo? — questionou o garoto, preocupado. O homem que o observava abriu um sorriso para ele e, como carinho quase paterno, bagunçou seus cabelos passando os dedos no topo da cabeça dele.

— Claro que está. E você tem alguém que te ama muito, viu?! Não o deixe escapar. — indicou o médico, relembrando do momento em que viu Toby deixar uma carta nas mãos do garoto, beijá-lo na testa e sair do quarto em prantos.  Jason engoliu a seco e decidiu não responder, mas não conseguiu deixar de sorrir de volta. Era ótimo saber daquilo.

 “Não vou deixar ele saber que um dos motivos do meu desmaio foi o estresse que tive antes do acidente. Conhecendo ele do jeito que conheço, provavelmente ficará se culpando ainda mais pelo o que aconteceu…” deduzia Jason, lendo a última mensagem enviada por Toby até o momento.

 Finalmente de volta ao lar, Toby não queria saber de outra coisa a não ser reencontrar seu amado. Seus pais eram bem mais flexíveis que os de Jason, apesar de discordarem igualmente quanto a união dos dois. “Se é isso o que você realmente quer, eu não tenho porquê impedir. E olha o que esse garoto fez por você… Isso é amor!”  relembrava Toby das palavras de sua mãe depois que ela soube do que Jason fez para salvá-lo.  Ao contrário de seu pai, que continuava com um semblante fechado e calado a respeito do assunto, mas que também não o desencorajava. e muito menos o proibia de ver o namorado.

— Mãe, vou encontrar meus amigos, tá? — avisava Toby, prestes a sair.

— Vai lá, querido. E vê se convida ele para jantar conosco um dia desses! — respondeu com um sorriso nos lábios, ela já sabia exatamente quem ele iria querer rever primeiro. Toby apenas sorriu em resposta e fechou a porta, indo para a casa de Jason.

 “Dê uma olhada pela janela”, enviou Toby para o celular do garoto. Jason, que só vestia uma cueca, pulou da cama e foi correndo para próximo a janela. Pouco se importou se a vizinhança iria vê-lo despido, tudo o que ele queria ver era seu amado novamente. Toby não conseguiu conter a risada ao vê-lo só com a peça íntima. “Você é louco”, ele pensava.

Ao descer a escada, Jason vestiu apenas um short. Ele se aproximou da cozinha e encontrou seus pais preparando o almoço.

— Ele voltou! Vou levá-lo ao meu quarto, ok?! — perguntava quase retoricamente. Afinal, independente da resposta, ele iria fazer aquilo de qualquer forma.  

— Sem putaria ein! — respondeu o pai do garoto. Jason rolou os olhos e deu de ombros, seu pai ainda tinha muito o que aprender.

— Claro! Convide-o para almoçar conosco! — sugeriu Rosalie, a mãe do rapaz.  Ele abriu o sorriso mais largo que conseguiu, e correu na direção de sua mãe, dando um beijo carinhoso em sua bochecha.

 Jason se aproximou da porta abrindo-a, olhando ao redor procurando por Toby.

— Ahn, Toby? — chamou pelo namorado, olhando pela vizinhança. Ele coçou a cabeça, confuso. “Podia jurar que tinha visto ele pela janela…” pensava.

 — Bu! — brandiu Toby, pulando do arbusto decorativo ao lado da porta, o moreno gargalhou com a cena hilária do mais novo.

— Sabe que isso ficou mais engraçado que assustador né? — debochava Jason da tentativa de susto sem êxito de Toby.

 — Cala a boca, encrenqueiro! — respondeu entre risos, abraçando fortemente o garoto.

— Encrenqueiro que você ama, tomatinho! — respondeu com o mesmo apelido que dera ao garoto na época em que se conheceram. Jason puxou o corpo de Toby pela cintura para mais próximo de si.

Devido a estatura, seu corpo era maior e mais largo, o que o obrigava a olhar um pouco para baixo toda vez que quisesse manter contato visual com o mais novo. A diferença de idade entre eles era de apenas 3 anos, Jason era repetente, e por isso Toby conseguiu alcançá-lo academicamente.

 — Ah, me desculpa! Esqueci do seu braço. — se desculpou, diminuindo a força do abraço que deu nele. Jason riu e balançou a cabeça negativamente, ele estava com saudades do jeitinho cuidadoso e protetor que só Toby tinha. Ao entrar na casa, os pais de Jason aguardavam Toby na sala que, por sua vez, fez questão de cumprimentá-los com um sorriso doce e ingênuo.

 — Boa tarde! E me desculpem aparecer assim do nada...— o garoto se justificava antes de ser interrompido pela própria mãe de Jason.

— Hey, não se preocupe. É mais que bem vindo aqui. E está convidado a almoçar conosco também!— convidou gentilmente Rosalie, olhando a reação nos olhares de ambos os garotos. Paul, pai de Jason, continuava sentado, fingindo que nada daquilo estava acontecendo.

— Eu acabei de almoçar, na verdade. Minha mãe jamais deixaria eu sair de casa sem comer algo antes. Mas muito obrigado pelo convite, prometo aparecer aqui qualquer dia para almoçarmos. — prometeu Toby, aproximando-se da mãe do rapaz e retribuindo a gentileza com um abraço. Paul continuava indiferente, apenas assistindo televisão. Toby já havia percebido o tom de pura apatia vindo do pai de Jason, e por isso nem fizera questão de tentar qualquer tipo de contato com ele.

— Vamos subir.— avisou Jason, segurando delicadamente nas mãos de Toby e o levando até seu quarto no segundo andar da casa.

 — Você viu a cara do seu pai? — questionou Toby, tirando a jaqueta que trajava. Jason retirou novamente os shorts, ficando apenas de cueca na frente do namorado. O mais novo riu envergonhado e o ordenou a se vestir novamente.

— Sabe que não podemos fazer absolutamente nada disso aqui né?! — alertou Toby, pedindo para ele se vestir novamente.

— Ih, relaxa. Eu tô no meu quarto, fico do jeito que eu quero. E eu só fico de cueca em casa, eles já estão acostumados. — explicava o moreno, deitando despreocupadamente na cama, convidando Toby para se juntar a ele.

 Assim que Toby se aproximou, ele deitou a cabeça no braço de Jason, olhando fixamente para os olhos do rapaz que fazia o mesmo.

— Um dia ele aprende. Ele vai ter que nos aceitar agora. — dizia Jason, pensando na reação intolerante de seu pai preconceituoso.

— Acho que eu nunca falarei isso o bastante. Mas… Me desculpe por ter feito você...— Toby foi silenciado com o dedo indicador do moreno que tocou em seus lábios.

— Sem mais uma palavra! Tudo o que você queria me dizer estava naquela carta, e eu ainda a tenho! Acredito que tudo o que nos aconteceu serviu para amadurecemos não apenas como casal, mas como pessoas. Eu também peço desculpas por todas as vezes que não fui homem o bastante pra te proteger. — admitia Jason, sentindo-se culpado por todas as vezes que não foi capaz de defender o próprio namorado.

Toby levou sua mão livre para o queixo do rapaz e aproximou seus lábios aos dele.

— Você salvou a minha vida. Não tem prova de amor maior do que essa. A partir de agora vamos gastar menos energia com os outros, e focar apenas em nós. — sugeria Toby, selando um beijo rápido nele. Ele acomodou sua cabeça no braço do mais velho para ficar ainda mais à vontade.

 Assim que ligou o celular, viu várias mensagens do mesmo contato, seu coração disparou no ato.

— Meu Deus, a Sasha! — gritou o mais novo com os olhos arregalados.

— O que? Aconteceu alguma coisa com ela? — questionou Jason, preocupado. Apesar de não ter uma relação tão íntima com a garota quanto Toby, ele sabia das várias vezes em que a menina o apoiara para ficarem juntos, além da ajuda que ela lhe concedeu quando ele acordou no hospital antes de Toby sair para viajar com a família.

— O que? Não! Ela me pediu para avisar quando chegasse aqui, e eu meio que esqueci. — admitiu entre risos, mostrando a língua para o garoto.

— Dramático...— ironizou Jason, passando a mão pelos cabelos do garoto.

— Cala a boca! — respondeu Toby num tom falsamente agressivo, dando um tapinha de leve no peito do rapaz que o abraçou repentinamente, beijando todo o seu pescoço.

— Nós não podemos aqui...— alertou o mais novo, se segurando para não se deixar levar pelo tesão do momento. Era óbvio que os dois estavam com saudades de se sentirem por completo, mas aquele não era o local apropriado para isso.

— Mais tarde nós nos encontramos novamente, pode ser? — avisou Toby, já se levantando da cama. Jason resmungou e questionou, afinal, ele havia acabado de chegar,

— Preciso ver a Sasha também, meu amor. Prometi a ela que nos encontraríamos no dia em que eu voltasse. À noite a gente se vê! Eu prometo que não irá se arrepender! — avisou Toby, se aproximando novamente do mais velho e passando lentamente a mão no membro já enrijecido por dentro da peça íntima de Jason.

— Você gosta de me provocar, né?! — retrucou Jason, tentando dar um jeito naquela ereção.

— Fazer o que, é divertido!. — admitiu, lançando uma piscadela ao rapaz.  Ele decidiu descer sozinho as escadas do quarto de Jason. Afinal, se os pais dele vissem aquela ereção certamente não iria ser do agrado deles.

— Já estou de saída, até mais! — se despediu Toby de Rosalie e Paul com um aceno, e um sorriso meigo nos lábios. O garoto cruzou a porta e correu para encontrar Sasha no parque central.

Chegando ao parque, Toby aguardava a amiga no local em que combinaram. “Pela urgência, eu achei que a bonita já estava aqui…” pensava ele, bufando.

— E eu já cheguei! Pode parar de bufar. — respondeu Sasha, abrindo os braços freneticamente para dar um abraço forte e carinhoso no amigo. Apenas por ouvi-lo bufar, ela já sabia exatamente o que ele poderia estar pensando. 

— Parece besteira, mas foi um saco passar essas duas semanas sem você aqui. É como se o tempo tivesse avançado bem mais do que aparenta. — desabafava a menina, esticando a toalha para piquenique que levou.

— Se vamos conversar, então que seja com umas guloseimas né. — comentou a garota, rindo de si mesma.

 Sasha e Toby conversaram sobre o futuro dos outros alunos que se formaram junto com eles. Ela comentou que a grande maioria dos agressores de Toby se mudaram ou pretendiam sair da cidade, as oportunidades de bolsas nas universidades batiam à porta dos prodígios da equipe futebol americano do colégio.

— E mesmo que continuassem aqui, era só eu meter um soco neles. — admitiu Sasha, mostrando a língua sapeca para o garoto. Assim como na primeira vez, ela não era de esbravejar seu lado agressivo, apesar de fazer sempre questão de evidenciar isso. “Se eu conseguir meter medo neles antes, não preciso bater. É a minha lógica”, deduzia ela.  

 — E por falar nisso, já pensou pra qual universidade fará a prova de admissão? — comentou Toby deitando na toalha, olhando para o céu azulado com algumas suaves nuvens pintando aquela linda paisagem. A menina se aproximou dele, deitando sua cabeça no ombro do amigo.

— Na verdade, eu estava pensando em te convidar para visitarmos algumas amanhã, o que acha? E quanto ao Jason? Já falou com ele sobre isso?!— disparou a morena numa sequência de perguntas, Sasha curiosa e atenciosa como sempre.

— Hey, uma pergunta de cada vez.. Primeiro, podemos sim! Eu estava pensando mesmo em visitar antes de pensar em fazer prova pra qualquer uma delas. Essas coisas mexem muito com meu psicológico...— respirava fundo. Toby preocupava-se demais com as questões do futuro, e o quanto aquela pequena escolha teria um enorme impacto em sua vida tanto agora quanto futuramente.

— Ainda não falei com ele a respeito. Mas fiquei feliz quando soube que ele conseguiu se formar conosco. — comentou, relembrando dos anos em que viu Jason repetir o mesmo grau no colégio.

— Olha só quem está sendo negativo dessa vez. É a chance das nossas vidas, Toby. Vamos daqui pro topo, daqui pro mundo. Vamos dominar toda essa merda! — se vangloriava Sasha, levantando-se e ficando de pé na toalha de piquenique, fazendo Toby se sentar de tanto rir da cena hilária da menina.

— Oh menina que quer dominar o mundo, senta aqui de novo! Nós não somos o pink e o cérebro, tá?!  — ironizou, relembrando de um desenho que assistia na infância. E enquanto brincavam, uma nostalgia indômita preencheu a mente de ambos.

— É incrível como o tempo passa...— mencionou Toby, engolindo a seco. O medo do desconhecido era algo arrebatador.

— Pode parecer que a nossa zona de conforto é tudo o que temos. Mas somos capazes de conquistar muito mais, Toby. Confiam em mim. Alguma vez já te desapontei?!  — perguntava retoricamente, sorrindo para o amigo que parecia amedrontado com o que o futuro lhe guardava.

 — Sempre estaremos juntos! E se o futuro nos pregar uma peça, dou uma coça nele também! — brincou a garota, começando uma sessão de tortuosas cócegas na barriga do amigo que só cessou quando ele começou a gargalhar sem parar.

Ao fim de tarde, Toby convidou Jason para dormir em seu quarto. E diferentemente da casa de Jason, os pais de Toby ficariam fora à noite toda, já que tinhan ido visitar os avós do garoto. E sabendo que ele estaria em casa sozinho, Jason tomou a liberdade de subir no quarto do namorado pela janela.

— Jogue suas madeixas, Rapunzel!— brincou o moreno, ao ver o garoto abrir a janela para ele poder entrar.

— Mais uma piadinha dessas, e eu te empurro daqui. — rebateu, selando um beijo carinhoso assim que o garoto entrou pela janela.

— E o seu braço? Tem certeza que já pode fazer essas loucuras, Jason? — perguntou Toby num tom autoritário, a saúde dele vinha sempre em primeiro lugar.

— Ele está no lugar, não se preocupe. — respondeu radiante, já tirando a blusa, ficando apenas com um calça de moletom. Dessa vez era Toby que trajava apenas uma cueca pequena e acinzentada. Jason sentou na cama do garoto, apenas observando-o enquanto Toby terminava a partida em seu videogame portátil.

 Alguns doces e até uma caixinha de leite podiam ser encontradas em cima da cama do rapaz, ele havia separado alguns filmes para eles assistirem, mas tinha consciência de que provavelmente não veriam nenhum deles.

— Você ainda tem essa orelhinha de coelho?!— questionou o mais velho, experimentando o objeto. Ele lembrava de Toby usando o acessório no evento de páscoa do colégio no ano passado.

— Me traz algumas lembranças, eu encontrei isso junto de um álbum antigo que estavam guardados embaixo da cama. — explicava o garoto, largando o jogo, e continuando a cortar uma sessão de corações de papel.

 — Tá, eu fiquei sem você por duas semanas. Não me faça esperar mais, vem cá!— foi tudo o que o garoto disse antes de empurrar todas aquelas coisas para o lado da cama, e puxar o corpo Toby para mais perto de si. Ele cruzou seu braço direito para conseguir levantar o corpo do namorado até deixá-lo sentado em sua frente, o abraçou fortemente pelas costas, enquanto beijava calmamente sua nuca.

— Quem é que está provocando agora...— comentou Toby, sentindo seu corpo inteiro se arrepiar com a volúpia do momento.

— Agora você vai ver que eu não sou tão inocente assim! — brincou o mais novo, ficando de frente para o rapaz e selando um beijo cheio de desejo e saudade.

Os dois tiveram uma noite da qual se lembrariam por toda a vida.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Belo começo pra uma continuação?
Não sei se perceberam, mas a descrição da última cena do capítulo é exatamente a capa da história e como cada um deles está. Quis brincar com isso pra ver se vocês iam perceber. ♥

ps. Ah, eu fiz/to fazendo uma playlist só com música romântica, algumas bad, outras mais chiclete pra me inspirar a escrever essa história. Todas elas tem alguma relação com a narrativa, seja na melodia ou na letra. Caso seja do interesse de vocês, disponibilizo ela no próximo capítulo, me avisem!