O Despertar dos Sentimentos escrita por Luana de Mello


Capítulo 41
Entrando nos Eixos


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal, eu me empolguei de novo, espero que não fique cansativo para vocês! Bjuss e até o próximo!



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Acordo quando sinto o sol entrando pela janela e queimando minhas costas nuas, já devem ser quase oito da manhã, inspiro profundamente e um cheiro gostoso me inunda, cheiro de jasmim; enterro meu nariz no emaranhado de cabelos a minha frente e inspiro mais uma vez o perfume dela, que está aninhada em meus braços, dormindo tão serena e tranquila, seu rosto tão angelical se ilumina pela luz do sol. Acaricio suas costas nuas, apreciando sua pele macia e lisinha, admiro seu belo corpo nu, as suas curvas bem acentuadas, os seios que eu adoro brincar, a barriga e a cintura fininhas, as pernas grossas e bem definidas, o bumbum empinado, que nesse momento está encostadinho no meu corpo; suspiro alto, Hinata é um pecado ambulante, não existe uma parte do seu corpo que não me deixe em chamas só de olhar. Fleches da nossa noite me invadem os pensamentos, sorrio satisfeito, ela me levou a exaustão ontem, eu confesso que estava com muita saudade e com desejo acumulado, acho que ainda estou, vendo o estado que já me encontro; esses dois anos longe dela foram uma tortura, eu dormia e acordava pensando em Hinata, em como sentia falta de tocar seu corpo e de amar cada pedacinho dela, toda noite eu sonhava que estava me enterrando nela e a amando intensamente, e toda manhã acordava com uma puta ereção, que nem banho gelado resolvia, então eu só podia recorrer a um trabalho manual, como o Ero-Sennin me ensinou. Foram tempos terríveis, mas eu não conseguia controlar, bastava pensar em Hinata para meu amigo ficar todo faceiro; por isso acredito piamente que ela é minha perdição. Ela se remexe em meus braços, se vira e fica de frente para mim, assisto abobalhado ela abrir seus grandes olhos de lua, se espreguiçar ainda dentro do meu abraço e logo em seguida me abraçar apertado; ela faz o mesmo que fiz a pouco, chega bem pertinho do meu pescoço e inspira fortemente, fecho os olhos e absorvo as sensações que isso me causa, enquanto pequenas vibrações se espalham por todo meu corpo.

— Bom dia meu amor! — ela fala animada.

— Bom dia minha Hime! — respondo e lhe tomo os lábios.

Hinata suspira durante o beijo e se aconchega mais em mim, se entregando inteira, acaricio seu belo corpo, não me faço de rogado, se posso tocar, é isso que farei sempre que puder.

— Vem minha linda, vamos tomar um banho. — digo encerrando o beijo, a enchendo de bitoquinhas no rosto.

— Você vai deixar eu te ensaboar inteiro? — ela pergunta fazendo uma carinha sem vergonha.

— Você está me provocando, dona Hinata? — brinco sentando na cama.

— Entenda como quiser Sr. Uzumaki! — ela rebate e salta da cama, correndo para o banheiro.

Eu fico parado uns segundos, abobalhado com sua brincadeira, gargalho alto enquanto me levanto e sigo para o banheiro; tudo com ela é tão leve e natural, Hinata é perfeita para mim. Entro no chuveiro junto com ela, mais que depressa passo a lavar seu corpo, ensaboo cada cantinho seu, seus braços, sua barriguinha, cada pedacinho de pele, lavo seus cabelos com todo carinho, adoro seus cabelos. Claro me aproveito disso para lhe fazer carícias mais ousadas nela, e ouvir seus suspiros de satisfação me agrada muito, então Hinata se vira para mim e toma a esponja de banho das minhas mãos, ela passa a me ensaboar com uma lentidão absurda e torturante, passeia suas mãozinhas por meu abdômen, roça as unhas por meus braços e minhas costas, percorrendo o mesmo caminho da noite passada, seus olhos espertos analisam com prazer as marcas que ela deixou em minha pele; sua boquinha rosada entreaberta em um meio sorriso que não sei decifrar, é selvagem e instigante. Então as carícias ficam mais sensuais e logo são seguidas de beijos quentes, o desejo que estava só a espreita, se apodera de nós, de repente a água não é mais capaz de extinguir o calor que estava sentindo, meu corpo grita e anseia por Hinata, por suas mãos, seus beijos. Quando dou por mim, já perdi o controle da situação, já estou com os pensamentos anuviados pelo desejo, eu só quero estar unido a ela, quero sentir seu corpo no meu; mas não posso fazer isso aqui, não posso agir com ela, como o Ero-Sennin fazia com aquelas mulheres, ou como ele descrevia nos seus livros, Hinata é uma mulher que merece ser amada e idolatrada, deve sempre ser tratada com carinho e gentileza.

— Amor, eu preciso de você! — ela pede cheia de manha.

— Hinata, por favor não faz assim. — peço quando ela me toca sem pudor algum, no meu amigo que já está todo rijo.

— Por que Naruto-kun? — ela fala sinuosa, fazia tempo que Hinata não me chamava assim — Eu sei que está querendo, então por favor, me tome como nunca antes! Você prometeu me amar de todas as formas possíveis, lembra? E isso inclui volúpia, luxuria e desejo puro! Eu quero descobrir esse lado que você reluta em me mostrar, e me perder nesse caminho sem volta, eu não sou tola Naruto, sei exatamente que tipo de leituras são os livros do Jiraya-sama, sei também o tipo de coisas que viu enquanto viajava com ele. Mas acontece que quero conhecer esse seu lado luxurioso de promessas indecentes também!

A fito chocado por suas palavras, não achei que ela pediria algo assim, confesso que por vezes imaginei como seria, qual a sensação de dominá-la por completo, de tomá-la de forma mais primitiva, por muito pouco quase perdia o controle, queria amá-la de um jeito mais bruto quando estávamos nos amando e ouvia seus gemidos ensandecidos, e muitas vezes me reprimia por isso, pensava que esses meus desejos peculiares não seriam corretos; acho que mesmo depois de todo esse tempo, eu continuo a tratando como a menininha ingênua e doce que ela foi outrora, mas Hinata já não é uma menina, ela é uma mulher com suas próprias opiniões, com seus próprios desejos e convicções, acho que voltei a cometer o mesmo erro que cometi anos atrás, quando pensei que ela era ingenua o bastante para não entender os desejos da carne, hoje voltei a comete-lo, quando me limitei a pensar que existe um jeito certo de amar minha mulher, mas não existe, e desde que nós dois estivermos de acordo, posso amá-la e tomá-la da forma que nos aprouver. Mudo minha postura, está na hora de por em prática tudo que imaginei fazer com ela, durante esses dois anos sem poder tocá-la minha imaginação foi bem fértil; deixo fluir todas as emoções e sensações que estava reprimindo, está na hora de usar os ensinamentos do meu mestre, contidos em seus livros pervertidos, e segundo o que ele dizia, eram como mel para abelhas, desligo o chuveiro sem dizer uma palavra, a olho intensamente e Hinata suspira, o peito sobe e desce, agitado pela expectativa, está na hora de dominar um pouco e ver se ela gosta realmente disso.

— Vire-se e apoie as mãos espalmadas na parede! — ordeno sem revelar mais.

Hinata atende sem questionar nada, ela é curiosa e atrevida, e está muito ansiosa agora, por conta da espera, eu mesmo estou que não me aguento, isso tudo é novo e o nervosismo bate forte, sempre há a possibilidade dela não gostar; mas se for o caso, não haverá problema, posso amar Hinata do jeito que ela quiser, e isso nunca vai mudar.

— Incline um pouco mais o tronco. — instruo e ela atende.

Olho para ela, sua pele alva toda molhada, cheia de gotículas d'água, os cabelos muito negros molhados e grudados na extensão das suas costas arqueadas, o bumbum empinadinho para mim, é a visão do paraíso. Me aproximo dela sem lhe tocar ainda e Hinata se retesa inteira, então passo uma mão em suas nádegas rosadas, maltratadas pelo contato com a água quente, ela ofega e se arrepia com o meu toque, subo acariciando suas costas com um dedo apenas, afasto seus cabelos para um dos ombros e deposito uma trilha de beijos do seu ombro desnudo, até o lóbulo de sua orelha, ali eu mordisco e beijo ouvindo seus suspiros. Vê-la desse jeito, desperta em mim a parte mais devassa da minha mente, algo que eu reprimia desde que ela se entregou para mim, por pensar que Hinata não gostaria desse meu lado, mas pelo visto me enganei feio. Ergo seu queixo suavemente e lhe dou um beijo extremamente carnal, e todas as minhas terminações nervosas são ligadas com isso, um desejo profundo e primitivo se apodera de mim; refaço o caminho de suas costas até o seu belo e convidativo bumbum, parando atrás de si.

— Agora meu amor, eu vou te mostrar uma das coisas que imaginei e mais desejei fazer com você! — digo me inclinando sobre ela e falando próximo ao seu ouvido, a voz pesada e carregada de desejo e luxuria.

Hinata geme em antecipação enquanto enrolo uma das mãos em seus longos cabelos, posiciono meu membro pulsante e desejoso a entrada do seu sexo molhado e quente, apenas roço nela, prolongando a tortura da espera; quando seu quadril começa a remexer e empurrar buscando por contato, eu o seguro com a mão livre, e só então adentro seu corpo, vagarosamente, apreciando cada centímetro de suas paredes quentes e acolhedoras, que parecem me sugar inteiro. Não evito um gemido gutural quando estou todo dentro dela, ouço os gemidos e suspiros de Hinata e isso me agrada imensamente; fico parado esperando que ela me dê o sinal para continuar, e com uma impaciência absurda, Hinata se remexe em busca de mais atrito, entendo então que está tudo bem e posso prosseguir. Saio de seu interior com a mesma lentidão de antes, e volto a deslizar para dentro do seu corpo miúdo, repito o processo até ouvir seus gemidos de prazer, me movimento com toda calma do mundo, entrando e saindo dela. Os gemidos de Hinata vão ficando mais urgentes e mais altos a medida que aumento a velocidade dos movimentos, e são a melodia mais gostosa que já ouvi, eles me enchem de mais desejo, me fazem sentir poderoso por causar isso nela. Mantenho uma mão firme em seus cabelos e os puxo suavemente, fazendo com que ela incline a cabeça para trás, a outra mão uso para alcançar um dos seus seios, o aperto e estimulo seu mamilo entumecido o apertando e beliscando enquanto movimento meu quadril e faço meu corpo se chocar no seu com mais violência e intensidade, dessa vez Hinata grita um gemido estrangulado e longo.

— Naruto-kun, por favor... Oh por favor...! — ela fala alto e sofregamente.

— O que você quer Hime? — rosno alto em resposta.

— Eu quero mais... preciso de mais... Por favor Naruto-kun! — ela geme desesperada.

Aumento a velocidade dos movimentos, me enterro mais fundo nela com mais urgência e certa brutalidade, vejo com um deleite quase perverso o seu bumbum redondinho ficar todo marcado pelas minhas investidas, os ecos no banheiro aumentam, nossos corpos se chocam com mais violência, o suor escorre por minhas costas, escuto Hinata gemendo alto e falando coisas sem sentido, eu mesmo estou gemendo e tentando me controlar, mas é impossível; a cada vez que me enterro nela e a sinto me acolher, é como se meu desejo se multiplicasse por mil, eu simplesmente quero mais. Puxo seu cabelo com um pouco mais de força, Hinata empurra seu quadril de encontro ao meu, exigindo mais de mim e eu dou sem pestanejar, chega ser alucinante, sinto o fogo nos consumindo, roubando o nosso oxigênio, mas não importa, só quero tudo dela, assim como ela faz comigo, quero a ver se contorcer e gritar por mim, quero que sinta esse prazer monstruoso e insano que só ela é capaz de me proporcionar; quase como um animal, rugindo e rosnando, eu sigo me enterrando em seu corpo miúdo, entrando em completo êxtase com a forma que ela me recebe, seus gritos de prazer acariciam meu ego, me inclino sob ela e digo coisas ao seu ouvido, que jamais pensei que diria a minha doce Hinata, mas essa não é minha Hime, essa é uma mulher ardente e gostosa pra caralho, é a minha mulher, que consegue me levar a extremos e me deixar louco. Seguimos nesse ritmo alucinante, nos entregando completamente a sensações, sempre exigindo mais um do outro, até que a sinto se apertando ao redor de mim, comprimindo e sugando, meus pensamentos ficam anuviados e eu só me movimento mais rápido ainda, largo do seu cabelo e seguro seu quadril com as duas mãos, seu corpo convulsiona e treme inteiro quando ela chega ao seu ápice, e só preciso disso para perder o resto de controle que ainda tinha e me derramar inteiro nela, gritando seu nome e arquejando.

 Sinto as pernas de Hinata sedendo e a seguro em meus braços, ela me sorri fraquinho, satisfeita e cansada; eu ligo o chuveiro e nos coloco em baixo d'água, sinto minhas pernas tremendo sem forças, fico assim com ela até conseguir me recuperar pelo menos um pouco, lavo minha pequena e retiro os resquícios de suor dos nossos corpos, por fim desligo o chuveiro, faço ela ficar sentadinha na privada e arrumo nossas escovas de dentes, mas como ela ainda está toda molinha, faço todo o processo, depois enrolo uma toalha nela e outra na minha cintura, a pego nos braços para secar no quarto e sorrio ao notar que ela dormiu assim mesmo, tamanha sua exaustão; saio com ela assim do banheiro, vendo seu rosto delicado ainda afogueado pelo esforço recente, vou indo em direção ao quarto, quando avisto pela visão periférica, dois vultos parados na sala. Meu queixo cai, os olhos arregalam, as bochechas esquentam e eu não sei o que fazer, a quanto tempo eles estão ali?

— O que diabos?! — nem sei o que falar e eles continuam me olhando estarrecidos.

É então que me lembro que estou nu, apenas de toalha, ainda bem que Hinata está enrolada pela toalha, sem dizer mais nada, corro com ela para o quarto, e por sorte, ela parece ter adormecido profundamente nos meus braços; a deposito com cuidado na cama, a seco e seco seus cabelos, visto nela um vestido florido e de mangas longas, penteio seus cabelos, a deixo deitada na cama de uma forma confortável e trato de me secar e vestir, como não tenho nada que me sirva adequadamente, visto uma bermuda laranja e uma camiseta branca e estendo as tolhas molhadas na varanda. Antes de sair do quarto, cubro Hinata com uma manta leve, para o caso dela sentir frio.

— Amor, temos visitas, quando estiver descansada levante, não se preocupe que vou fazer o café. — digo e beijo-lhe o topo da cabeça.

— Amo... Naruto... — ela sussurra durante o cochilo e eu não evito sorrir.

Sentindo meu rosto extremamente quente, saio do quarto e fecho a porta e coloco as mãos nos bolsos, me preparando para encarar aqueles dois. Os encontro do mesmo jeito que deixei, plantados no meio da sala sem olhar um para o outro, com caras de espanto hilárias.

— Posso saber o que os dois fazem no meu apartamento a essa hora? E ainda por cima, do lado de dentro? E desde quando estão aqui? — pergunto exasperado e envergonhado ao mesmo tempo.

— Cara, eu nem sei o...— Sasuke começa perdido.

— Desculpa Naruto, a culpa é minha, peguei essa mania de entrar aqui quando a Hina estava sozinha, nem me liguei que agora é diferente. — Sakura explica muito nervosa — Eu sei que ela tem o costume de deixar a porta destrancada durante o dia, e já fui entrando e puxando Sasuke-kun comigo, mas prometemos que não contamos nada!

— Desde quando? — volto a perguntar, prescrutando a cara culpada dos dois.

— Acho que... que desde o começo! —  Sasuke confessa encarando os próprios pés.

— E por que não saíram daqui e voltaram outra hora? — peço embasbacado.

— Por que... por que... como é mesmo...? — o Uchiha tenta achar uma desculpa.

— Sasuke-kun até tentou ir embora, mas eu não deixei, fiquei paralisada quando ouvi... minha cabeça ficou em branco... eu segurei forte a mão dele...

— Sakura, pelo amor de Kami-sama, você não pode ficar espionando as pessoas e muito menos ir entran... — começo o sermão.

— Eu sei, eu sei Naruto, juro que sei. Eu só não consegui pensar com clareza na hora, sei que foi errado ficar ouvindo e juro que não foi por mal, nunca mais faço algo assim, por favor me desculpa? — ela pede de cabeça baixa, o rosto quase um tomate.

Sakura está envergonhada e Sasuke parece que vai desmaiar a qualquer momento, e para surpresa dos dois eu rio, sei que é constrangedor e tudo o mais, mas as caras dos dois são as mais cômicas possíveis, como esses dois querem dar esse passo, se nem conseguem assimilar que outras pessoas têm relações? E por mais que eu não queira dividir esses momentos com minha Hina, com mais ninguém, Sasuke é meu irmão e sei que não fez por mal, e Sakura continua a mesma intrometida de sempre, mas o que eu poderia fazer? Eles já ouviram mesmo, agora não adianta reclamar, pelo menos não viram nada. Olho para os dois com lágrimas nos olhos, eles me encaram como se eu fosse louco ou qualquer coisa do tipo.

— Vamos esquecer isso pessoal, acreditem, é melhor assim! — digo e sigo para a cozinha.

Escuto os dois me seguindo e se sentando a mesa, vou até os armários e procuro os utensílios que vou precisar, na geladeira pego ovos, files de peixe e sardinhas, arrumo os ingredientes para fazer missô e mingau de arroz, separo pães para fazer torradas e preparo um suco natural; sinto os olhos dos dois cravados em minhas costas enquanto preparo o café da manhã, acho que vou ter que quebrar esse gelo.

— Então por que vieram aqui hoje? — pergunto e vou terminando de temperar os peixes.

— É que Hanabi nos contou uma coisa hoje na feira, e eu queria perguntar direto a vocês! — Sakura fala.

— O que aquela pestinha disse? — pergunto me virando para eles.

— Hanabi disse que vocês marcaram uma data para o casamento. — Sasuke conta ainda sem conseguir olhar para Sakura — É verdade?

— Sim, daqui a três semanas será a cerimônia oficial. — respondo e passo a por a mesa.

— Como assim, oficial Naruto? — Sakura pede confusa.

— Ora Sakura-chan, se não percebeu já somos casados segundo a nossa concepção do que é um casamento, e acho que todos da vila concordam, vivemos juntos, agora só falta a cerimônia! — rebato e me divirto ao ver as bochechas vermelhas dos dois.

Seguro o riso e continuo pondo a mesa, depois me concentro em não deixar nada queimar, durante esse tempo da missão, eu aprendi a cozinhar melhor, tinha que aprender ou viveria só de rações e enlatados, e para o tanto que treinei durante o caminho de uma vila a outra, não poderia me aguentar só com o básico. A verdade é que durante esses dois anos, eu me levei ao extremo, fui mais longe e exigi mais de mim do que em qualquer outro treinamento, ainda mais que eu não tinha quem me ensinasse tudo que julguei necessário para me tornar um grande Jounin; tive que buscar novas técnicas e aprimorar as que já dominava sozinho, Sai, Yamato e Shikamaru podiam me ajudar fazendo desafios, dando dicas e criando os mais diversos cenários para eu por em prática o que lia nos livros, mas no fim o que determinava tudo, era a maneira como eu me dedicava e buscava melhorar. Busquei aprender tudo sobre o meu clã, as técnicas de selamento únicas dos Uzumakis, que meu pai aprendeu antes de mim com minha avó materna, aprimorei as correntes de Chakra que libero do corpo, e segundo Shikamaru, é um Kekkei Genkai poderoso que todos julgavam estar extinto, agora consigo faze-las se moverem conforme a minha vontade e de acordo com a quantidade de Chakra que eu invocar para isso, elas podem ser maiores, mais grossas, ou pequenas e finas, tudo depende da situação; Sai me ensinou alguns Jutsus de selamento, rastreamento e ataques silencioso da antiga ANBU Ne, eu aprendi rápido e logo já podia surpreende-lo. Depois aperfeiçoei meus próprios Jutsus, eu multipliquei mil vezes o número de clones que era capaz de fazer antes, tornei minhas transformações mais realistas com a ajuda do Yamato, já que ele é um mestre nisso, as substituições também sofreram alterações, agora quando visto o meu uniforme, nos meus pulsos sempre uso dois protetores, onde guardei selados, objetos que posso invocar e usar na substituição; isso sem falar na gama de armamentos que carrego em meus pergaminhos. Aprimorei o Rasengan, o Rasenshuriken, sem falar na capacidade e alcance das mais variadas formas do Chakra, agora posso lançar várias foices de vento com a precisão de uma kunai, o tamanho e a quantidade depende muito do alvo; o Jutsu de colaboração com Gamakichi e Gamatatsu, a minha invocação e a invocação reversa. Isso sem falar do Senjutsu, Taijutsu e Genjutsu, tudo isso para me tornar o melhor ninja e merecer me tornar Hokage um dia, e para ser capaz de proteger minha família, sem deixar margens para erros.

Termino de preparar o café e organizo tudo na mesa, e quando vou ir até o quarto chamar minha linda, ouço seus passos leves pelo piso, ergo meus olhos e a encontro entrando na cozinha com o sorriso mais lindo nos lábios, aquele que derrete meu coração; seus lindos olhos brilham intensos e cintilantes, as bochechas coradas e quando ela chega mais perto, consigo sentir o seu cheiro doce, que me enfeitiçou anos atrás, o leve perfume de jasmim. Ela então nota os dois sentados na mesa e seu sorriso se enternece para eles, Hinata criou laços muito fortes com todos os nossos amigos, e com esses dois principalmente.

— Bom dia Sakura-chan! — ela cumprimenta Sakura sorrindo e se vira para Sasuke — Bom dia Uchiha!

— B-bom dia Hina-chan. — Sakura responde nervosa e lhe faço um sinal, Hinata não sabe de nada e é melhor manter assim.

— Bom dia Hyuuga! — Sasuke responde ficando muito vermelho e desviando os olhos.

— Vocês estão bem? Parecem tensos ou nervosos, não sei. Você não anda aborrecendo minha amiga, não é Uchiha? — ela pergunta sentando a mesa e encarando Sasuke com olhos prescrutadores e ele se encolhe um pouco.

— Que isso Hina, a gente só está feliz por vocês. — Sakura retruca, finalmente encarando minha Hina — Soubemos da novidade pela Hanabi e viemos parabeniza-los por isso!

— Ah obrigada, é uma alegria imensa compartilhar esse momento com vocês! — Hinata agradece e sorri grande para os dois — Espero que seja uma alegria contagiante, tão contagiante, que se decidam a seguir o mesmo caminho!

Sasuke tomava uns goles de suco nesse momento e acabou se afogando, eu não resisti e gargalhei alto, o pobre Uchiha teve que dar muitas explicações a uma Haruno muito brava, que só se acalmou depois que ele prometeu diversas vezes que os próximos seriam eles. O resto do nosso café foi muito tranquilo, Hinata logo engatou em uma conversa animada com Sakura sobre a cerimônia, os pratos e a decoração; Sasuke me atualiza sobre os próximos exames Chunins e todas as mudanças  que ocorreram nos métodos de ensino da vila, eu fico satisfeito ao notar que o clima desconfortável foi deixado de lado e depois de um tempo, nossos amigos já agiam normalmente conosco, apesar corarem muito quando nos viam interagindo um com o outro. Depois do café, os dois nos convidam para irmos ao mercado ver os preparativos para o festival, e aceitamos de pronto; ontem a noite mesmo nós já fizemos uma lista de coisas que precisamos comprar ou encomendar para a cerimônia, essa é a oportunidade perfeita, sem falar que preciso muito comprar roupas comuns, ou vou ter que andar sem roupas em casa, e até que isso não é uma má ideia. Depois de Hinata ir buscar um casaquinho leve para vestir e eu vestir meu uniforme, nós saímos para as ruas de Konoha, as pessoas ficam agitadas quando me veem com Hinata e chego a conclusão de que muitos ainda não sabiam que retornei; enquanto caminhamos entre algumas barracas já montadas para o festival, eu assisto com diversão Sakura puxar Sasuke para todo lado, como se ele fosse um cachorrinho, onde foi parar aquele Uchiha cheio de arrogância? Nós deixamos os dois se divertindo entre as barracas, marcamos de nos encontrar depois, e vamos para as lojas do comércio, é muita coisa para organizar em três semanas e minha Hinata merece uma cerimônia de uma imperatriz; escolhemos pratos de doces, pratos para o cardápio, as flores para a decoração. Saímos de uma loja e entramos em outra, chegamos a uma loja de roupas e separo algumas peças simples para experimentar, não preciso de muitas, mas também não posso andar todo maltrapilho com esse mulherão do meu lado.

— Que acha Hina? Fica bom? — pergunto depois de experimentar a roupa.

— Deixa ver. — ela fala e vem se aproximando de mim, me olhando avaliativa — É, ficou bom mesmo. Nossa amor, você fica tão gostoso assim!

Olho para Hinata espantado, ela nunca falou algo assim, quanto mais em um lugar público. Sinto minhas bochechas esquentando e ela ri divertida, resolvo entrar na brincadeira e lhe devolvo o meu sorriso mais pervertido, Hinata dá um pequeno gritinho quando eu sem querer querendo lhe aperto o bumbum.

— Que bom que gostou Hime, é tudo pra você! — digo provocante e lhe tomo os lábios.

Beijar Hinata é a melhor coisa do mundo, e eu sempre me perco nos seus lábios, esqueço do mundo, esqueço da vida, apenas fico ali, saboreando aquele beijo doce e carinhoso. A muito custo, me separo dos seus lábios, suspiro alto, é sempre assim, estar com ela me traz tanta paz, é como entrar em sintonia com o universo; somos interrompidos e tirados do nosso momento por uma gritaria, um alvoroço sem tamanho no meio da loja, desvio meus olhos um pouco da minha linda e encontro um aglomerado de garotas, prováveis Chunins recém promovidas, elas vem correndo até onde estamos.

— Naruto-senpai! — elas gritam e eu me desespero, isso não vai ser nada bom.

— Naruto-senpai, que bom vê-lo por aqui! — uma das meninas fala, chegando mais parto — Você nos acompanha em um lanche senpai?

— Desculpe crianças! — digo e elas ficam emburradas — Mas Hinata e eu temos que ir informar ao Hokage a data do nosso casamento! Vamos amor?

— Claro que sim, Naruto-senpai! — Hinata responde irritada e eu me encolho perante seu olhar.

A puxo pela mão e vamos até o caixa, pago pelas roupas que escolhi e em seguida saímos da loja, ouço Hinata resmungando todo o caminho até o prédio Hokage, mas finjo que nem escuto nada, vai que ela se irrita comigo? Ela passa o tempo todo prometendo matar e esquartejar alguém, eu sinceramente estou ficando com medo dela, ela fica muito assustadora assim, está até com o byakugan ativo. Quando chegamos ao prédio Hokage, ela sobe as escadas pisando duro e nada de se acalmar, eu até deixo cair uma das sacolas, me abaixo para recolher e ela segue caminho sem me esperar, eu recolho tudo e subo correndo para alcançá-la.

— Hinata-chan! — ouço uma voz grossa chamando por ela e paraliso com a intimidade que o sujeito demonstra.

— Oh Shizue-san, eu não o tinha visto. — ouço ela responder formal.

— Está sozinha? Precisa de ajuda? Que acha de sairmos para comer algo? — escuto o homem perguntar, a cara de pau dele me irrita, ele não sabe que ela é comprometida?

— Desculpe Shizue-san, eu não posso! — escuto ela responder e sorrio satisfeito.

— Eu posso te acompanhar, Hinata-chan? Sempre quis sair com você sabia? Eu sempre te achei muito bonita! — agora esse desgraçado foi longe de mais.

— Não diga essas coisas Shizue-san, eu tenho um noivo! — Hinata retruca brava e eu corro escadas acima.

— Mas ele nem está aqui! A gente podia se divertir até ele voltar. Sabe, eu sei que você não é mais nenhuma menininha, ouvi histórias suas, que acha de parar de me rejeitar e conhecer um homem de verdade? — é melhor ele correr, por que vou matá-lo bem lentamente.

Eu tento controlar os meus nervos, não posso fazer besteira, quando chego perto dela, a encontro em uma posição defensiva, claramente desconfortável com a proximidade do sujeito, o infeliz não se afasta quando me vê, e ainda sorri mais; a julgar pelo seu uniforme, ele não é um Shinobi de Konoha, para ser mais exato, eu diria que é de Suna.

— Finalmente te alcancei, minha Hime! — digo assim que chego ao seu lado e ela me sorri aliviada.

— Quem é esse Hinata-chan? Você não quer sair comigo por causa dele? Achei que não era dessas! — o desgraçado debocha e eu chego ao meu limite.

Não me controlo e o pego pelo colarinho, o homem aparenta ter mais de trinta anos, cabelos negros e olhos castanhos, é o tipo que se acha o garanhão e fica coagindo mulheres por aí, mas ele errou ao mexer com a minha Hinata; acerto um soco que afunda sua cara asquerosa, o imbecil é tão covarde, que quando o seguro para bater mais, ele desata a implorar piedade, rindo maldosamente, eu uso o Chakra de Matatabi para o pendurar de ponta cabeça no parapeito da escada. Estou tão irado, que nem noto a agitação que se forma a nossa volta.

— Solta esse merda logo Naruto! — Matatabi pede revoltada, até ela se indignou.

— Então você gosta de coagir mulheres? Gosta de se exibir e se impor? Que acha de eu te largar daqui? É uma queda bem feia e um escroto como você, com toda certeza não vai conseguir escapar com vida! — digo com raiva, ele se assusta com minha aparência.

— Calma ai cara, eu nem te conheço, só queria sair com a bonitinha ali antes do noivo dela voltar, mas se está saindo com ela beleza, eu saio de cima. — ele pede chorando.

— Que direito você ache que tem de "ficar em cima" de uma mulher? Se ela disse que não, cai fora imbecil! — digo com raiva, já nem enxergo direito, tamanho é meu ódio — E o mais importante de tudo, minha Hinata não é uma bonitinha, ela é uma mulher valorosa e forte, e principalmente, é minha mulher, e você é um homem morto!

— Tenha calma Naruto, por favor. — escuto Hinata me pedindo.

— Naruto-senpai?! — escuto a voz de Kotetsu me chamando alarmado — Hinata-sama, o que houve?

— Eu apenas vou exterminar com um babaca do mundo, Kotetsu-san! — respondo tremendo de raiva.

— O Hokage-sama já está vindo. — escuto Izumo falando esbaforido.

— O que está fazendo Naruto?! — escuto Kakashi me chamando e o olho minimamente.

— Estou colocando o lixo pra fora, Kakashi-sensei! — respondo ironicamente.

— Naruto, olha o que está fazendo! Quer manchar sua carreira como meu melhor Jounin por causa de um babaca desses? — Kakashi tenta me fazer raciocinar.

— E que quer que eu faça Kakashi?! Que fique quieto enquanto um escroto desse intimida e dá em cima da minha mulher? Vai saber com quantas mais ele já não fez isso? — rebato enraivecido.

— Hinata, o que aconteceu aqui? — escuto Kakashi perguntar.

— Shizue-san me insultou e queria que eu saísse com ele a todo custo, ele já havia me convidado antes e eu neguei, mas hoje Naruto ouviu e ficou furioso. — ela suspira cansada e eu adivinho que não era só isso — Lembra que há alguns dias eu suspeitei estar sendo observada em casa, Kakashi-sensei? Pois então, depois de investigar a fundo, acredito que tenha sido Shizue-san!

Sem pensar duas vezes, puxo o infeliz de volta a escadaria e me ponho a bater mais nele, ignoro totalmente os pedidos de Kakashi e Hinata, só quero arrebentar a cara desse merda, até desfigurá-lo totalmente; sinto o mokuton do Yamato e o humanoide de tinta de Sai me segurando, rio debochado, eles acham que vão me segurar com isso?

— Naruto, por favor para com isso! — Hinata me pede pondo suas mãos em meu rosto — Se você fizer uma besteira, por mais que todos aqui saibam a verdade, um inquérito terá que ser aberto, e isso pode adiar nosso casamento, não faz isso com a gente amor, nós já esperamos tanto!

As palavras dela conseguem me acalmar, pelo menos um pouco, solto então o sujeito e dois ANBUS aparecem ao seu lado, prontos para prendê-lo.

— O que significa isso Rokudaime? Você sabe que o Kazekage me enviou pessoalmente para supervisionar os exames Chunins, ele não vai gostar nem um pouco do tratamento que recebo! — o desgraçado protesta irritado.

— Meu irmão vai gostar menos ainda, quando souber que um dos seus subordinados causou problemas com a noiva do melhor amigo dele! — escuto a voz de Temari, que eu nem tinha visto chegar aqui.

— Temari-sama, eu posso...

— Poupe o folego, eu ouvi tudo, você está preso até segunda ordem, vai responder em Suna e até lá será prisioneiro de Konoha! — Temari sentencia e os ANBUS somem com ele — Peço desculpas por isso Rokudaime; Naruto, Hinata, tenham certeza que esse infeliz vai apodrecer na cadeia! Gaara com certeza vai querer cuidar disso pessoalmente!

Todos caminham até a sala do Hokage como se nada tivesse acontecido, Izumo e Kotetsu voltam para seus postos de guarda no portão principal da vila; eu ainda estou muio irritado, então caminho mais atrás com Hinata, ela me olha preocupada, parece querer ver minha alma, lhe dou um sorriso fraco para tranquilizá-la. Acho que vou ter que aprender a controlar meu ciúme, afinal Hinata é uma mulher linda, e durante os dois anos que estive fora deve ter acontecido de um monte de engraçadinhos querer tentar a sorte com ela. Mas agora estou aqui, e vou afugentar um a um, e em breve ela será a Sra. Uzumaki, quero ver quem tem coragem de fazer galanteios pra cima dela depois disso. Chegamos a sala de Kakashi e permaneço calado, não estou afim de ouvir qualquer sermão ou reclamação sobre minha atitude.

— Vocês estavam vindo até meu escritório Naruto, o que queriam? — ele pergunta e me surpreende — E antes que pergunte, eu não vou te dar nenhum sermão Naruto, você é um homem agora, sabe o que faz, se julgou que era necessário não sou eu que vou dizer o contrário, só não queria que matasse o sujeito!

— Certo! A gente veio informar a data do nosso casamento, será daqui a três semanas a contar de hoje! — respondo e eles se surpreendem.

— Mas é pouco tempo para organizar tudo, precisamos proteger a vila, e suponho que a lista de convidados de vocês tenha nomes de peso no mundo ninja. — Kakashi rebate.

— Eu sei Kakashi-sensei, mas nós vamos ajudar, posso até fazer clones no dia, para ajudar na segurança. — digo decidido, não vou esperar mais.

— Não, de jeito nenhum, não fica bem o noivo trabalhar no próprio casamento, eu pensarei numa solução. — Kakashi retruca — Bom, vou ter que organizar uma super operação. Isso vai ser melhor do que ficar no meio desses papeis.

— Ah, antes que eu me esqueça, precisamos de um local bem grande. — digo e todos me olham questionadores — É que as Bijuus querem vir todas, isso sem falar nos sapos e nos leões da Hina.

— Meu Kami, quando eu acho que você não vai mais me dar problemas! — Kakashi fala erguendo as mãos aos céus.

— Bom, era isso por enquanto. — digo e pego a mão de Hinata — Vamos Hime, a gente tem um monte de convites para assinar! Ah Temari, diga ao Gaara para abrir um espaço na agenda, é um pedido do futuro Nanadaime!

Eles riem e quando saímos da sala, ainda os escuto dizer que me tornei forte, mas continuo o mesmo de sempre, hiperativo e cabeça oca; rio mais com isso, eu só continuo o mesmo, por que sempre tive bons amigos no caminho, me tornei forte por eles e pela minha família, acho que sem isso, eu teria sucumbido e quem sabe, me tornado alguém tão cruel quanto Madara, afinal, poder de destruição eu tinha. Quando estamos longe, quase no final da escada, eu paro e olho para minha pequena.

— Desculpa Hina, desculpa pelo modo como agi, eu sei que tenho que me controlar mais. — peço pondo minhas mãos na sua cintura.

— Está tudo bem Naruto, eu sempre soube que você era assim, sempre estourado e nervoso, não me importo com isso. — ela responde tranquila, aqueles olhos de lua transbordando carinho e gentileza — Tudo que me importa é que você me ama, que estamos felizes juntos, nós superamos muitas coisas para estarmos aqui hoje; não é por que você sente ciúmes que eu vou jogar tudo pro alto e fugir, até por que eu também tenho e já vou avisando, eu não respondo por mim!

— Sabe Hina, você fica muito gostosa quando enciumada. — provoco e desço minha mão até seu bumbum e o aperto.

— E o que vai fazer a respeito, Naruto-senpai? — ela devolve a provocação e eu quase pego fogo aqui mesmo.

— Deixa a gente chegar em casa Hime, tenho uma ideia perfeita. — respondo e volto a caminhar, antes que eu agarre ela no meio da rua.

— Você vai me castigar senpai? Acho que eu mereço um castigo, fui muito má! — ela fala docemente, eu travo na hora, essa é a minha Hinata mesmo?

— É melhor não me provocar mais Hime, ou vou tomá-la aqui mesmo e então todos vão saber que é minha! — rosno para ela que arfa nervosa, ela está gostando da brincadeira — Até que não é má ideia, mostrar pra todos os marmanjos de plantão, que essa gostosa que anda desfilando por Konoha é toda minha! Mas acho que tem outras formas de fazer isso sem escandalizar ninguém.

Nós voltamos a caminhar, as vezes via Hinata me olhando de esguelha, um sorriso malicioso nos lábios e as bochechas coradas, pelo visto ela gostou mesmo desse meu lado, digamos, mais pervertido; e quem diria que ela seria assim também? Mas Hinata sempre foi um grande presente em minha vida, e eu amo cada uma das suas faces, o lado tímido, o gentil e doce, o determinado e corajoso, o seu lado bondoso, a sua força, a forma como ela se entrega a tudo que faz, e agora esse seu lado pervertido cheio de segundas intenções, isso tudo só me faz amá-la cada dia mais.

— Então quer dizer que andaram te espionando enquanto estive fora? — pergunto quando chegamos ao centro novamente.

— Sim, mas não foi nada grave, tirando o Shinobi de Suna, das outras vezes foram só alguns moleques, acho que eram pretensos Genins. — ela responde e ri muito.

— O que foi? Qual a graça? — peço a achando muito fofa.

— É que, um dia eu os peguei e dei um susto tão grande, que um deles até fez xixi nas calças. — ela conta e gargalha alto, eu a acompanho.

— Pobrezinhos Hina, acho que vou ter que ensinar a eles como se entra na loja de revistas adultas. — falo rindo e recebo um tapa no braço — O que foi? Eles só querem ver uma mulher bonita, na idade deles eu também queria, mas não posso deixar que vejam a minha mulher bonita!

— Não acredito que você fazia isso! — ela me encara séria.

— Claro que fazia, de onde acha que tirei a ideia para o Jutsu sexy? Mas isso foi antes de eu saber o que você escondia por baixo dos casacos! — rebato malicioso — Depois disso eu não precisei de revista nenhuma!

— Sakura-chan tem razão, você é um pervertido pior que Jiraya-sama. — Hinata comenta e eu sorrio saudoso.

— Acho que o Ero-Sennin teria orgulho de mim, ainda mais olhando para você assim, toda linda! — provoco e ela fica muito vermelha.

— Você é um tarado Uzumaki! — ela rebate.

— E você gosta disso que eu sei, fica até ofegante Hime! — digo e vou me aproximando de seus lábios, sedento por ela, louco para saborear seu gosto tão doce.

— Naruto, Hinata! — escuto a voz de Tenten e praguejo baixinho — Venham se juntem a nós! Vamos almoçar todos juntos.

Olho para direção de onde ela gritou, encontro todos os nossos amigos sentados a uma mesa no Ichiraku, até Sasuke e Sakura estão ali, até o preguiçoso do Shikamaru está junto da Temari, Konohamaru também está lá e me acena feliz, eu ainda não o tinha visto.

— Vem Naruto nii-chan! — ele grita e eu rio, estava com saudade desse moleque.

— Vamos Hime, vamos dar uma força para alguns casais. — digo maldoso e ela me entende de pronto.

Nós caminhamos até eles e nos sentamos a mesa os cumprimentando, mas alguns olhos se fixam em mim e se arregalam, até penso que deve ter algum bicho em mim.

— Naruto, você andou pegando algum gato raivoso? — Ino pergunta divertida.

— Por que? — peço perdido.

— É que seu pescoço está todo lanhado, mas acho que isso não foi um gato Ino. — Sai fala e recebe uma cotovelada dela.

Então me dou conta do que eles estão falando, até tinha me esquecido disso, Hinata dá um grito assustado ao meu lado e a vejo ficando muito vermelha.

— Kami-sama, por que não me avisou para curar isso? Nós andamos por todo lugar com você assim! E por que ainda está assim? — ela fala envergonhada e se põem a me curar.

— Kurama saiu ontem a noite, lembra Hime? — respondo baixando suas mãos — Deixa disso, eu não me importo!

— Eu ainda não entendi, o que aconteceu com o nii-chan? — Konohamaru pergunta e Sai abre a boca para explicar.

— Nada, que sacolas são essas ai com vocês? — Neji muda de assunto ficando muito vermelho.

— Naruto precisava de algumas roupas e nós já compramos algumas coisas para a cerimônia. — Hinata aproveita a deixa.

— É mesmo, Hanabi e Neji estavam nos contando, vocês já informaram ao Hokage? — Lee questiona.

— Ah eles informaram sim, e o Naruto já voltou criando confusão. — Temari provoca — Mas vou dizer que agradeço por isso, não seria bom ter aquele tipo de homem supervisionando os exames!

Quando todos fazem seus pedidos, Temari desata a contar o que aconteceu no prédio Hokage, noto Shikamaru vidrado nela, bebendo cada uma de suas palavras; Sai só fica naquela enrolação com a Ino, nenhum dos dois toma a iniciativa; Neji só observa Tenten de esguelha, parece que tem medo dela. Me indigno com isso, caramba, eles enfrentaram uma guerra sem fraquejar, e agora ficam com medo de se declarar para as garotas que amam claramente? Olho para Hinata e ela concorda, também percebeu! Faço então um sinal para os caras me seguirem e eles o fazem, caminhamos para um canto afastado na esquina próxima ao Ichiraku, por cima dos ombros vi minha Hina conversando com as garotas, está na hora de bancar o cupido.

— Sabe pessoal, vocês sempre me caçoaram e sempre diziam que eu era um cabeça oca, eu não discordo disso. — começo e eles prestam atenção em mim — Mas mesmo que eu fosse um desastre, tive coragem de me declarar para Hinata, e tirando esse verme do Uchiha aí, que é menos tapado qua a cara dele diz ser, vocês estão me dando nos nervos com esse vai não vai.

— Do que está falando Naruto? — Sai pede sem entender.

— Do que estou falando? Você Sai, disse a viagem inteira que quando voltasse, iria se declarar para Ino, e até agora não vi nenhum progresso; Shikamaru, você disse que tomaria uma iniciativa, mas só te vejo babando pela Temari sem fazer nada; Neji, a Tenten não é adivinha, você tem que falar o que sente; Kiba, ou você vai atrás da garota dos gatinhos, ou vai ficar chupando dedo; Chouji, a Karui só parece que morde; Lee, você não acha que já comprou halteres demais? Tem que falar para a moça que vai na loja só para ver ela! Shino, ficar só espiando a instrutora do exame Chunin não ajuda nada! Caras, vocês conhecem essas kunoichis quase a vida toda, tomem uma atitude, elas não vão esperar para sempre!

— Pra você é fácil falar, a Hinata já era apaixonada por você a tempos. — Neji retruca emburrado.

— É, e por mais que o Neji dê medo, sua garota não tem o Kazekage de Suna como irmão. — Shikamaru protesta indignado.

— Pelo amor de Kami, não foi fácil pra mim pessoal, não é fácil pra ninguém, mas vocês não podem deixar passar a oportunidade, ou querem que outro mais corajoso apareça e roube-as de vocês? — provoco e vejo a postura deles mudar — E Shikamaru, o Gaara está muito ocupado com a Matsuri, ele nem vai fazer conta de você e a Temari.

Eles voltam para a mesa decididos, até parece que vão enfrentar leões, pelo modo que caminham, assisto rindo muito, quando Neji passa um braço ao redor dos ombros de Tenten, Sai segura a mão de Ino e Shikamaru coloca sua cadeira mais perto de Temari e também lhe pega na mão, os outros parecem tomar notas do que fazer.

— Você e aquela Hyuuga são muito intrometidos. — Sasuke fala caminhando ao meu lado.

— E você e a Haruno só estão juntos agora, por que nos intrometemos. — retruco — Eu não sabia que agora o sujo fala do mal lavado, não foram vocês que invadiram meu apartamento hoje?

— É, você tem razão. — ele responde ficando muito vermelho, mas então me olha divertido — Mas até que valeu a pena, eu aprendi alguma coisa a mais.

— Não vai me dizer que vocês espiram pela fechadura? — pergunto indignado.

— Claro que não idiota, acha que eu ia deixar a Sakura te ver pelado? — Sasuke responde mais vermelho ainda — É que não tinha como não ouvir né Naruto? E achei umas coisas que você disse bem interessantes!

— Eu esqueci de te contar isso, palavras também estimulam bastante. — conto sentindo minhas bochechas esquentarem com a lembrança das coisas que eu falei mais cedo.

— Eu percebi! — Sasuke fala sem me olhar.

Ficamos os dois assim, sem olhar um para o outro, até que gargalhamos; essa manhã foi com certeza a mais inusitada de todas. Quando chegamos a mesa, Hinata me olha sorrindo, nossa intervenção funcionou perfeitamente; logo os pratos são servidos e agradecemos todos juntos, nós aproveitamos a refeição ouvindo as gracinhas de Konohamaru e Hanabi, que ouviram toda a conversa das garotas, mas eles param logo quando começamos a implicar com eles. Nós rimos e brincamos uns com os outros, lembramos histórias vergonhosas só para fazer troça; agora que me dou conta, eu passei tantas coisas boas com essa turma, foram tantas lembranças que construímos ao longo dos anos, eu realmente estava certo no que disse ao meu pai, eu tenho os melhores amigos do mundo, por mais que alguns não estejam aqui conosco, eles também se incluem nessa categoria e são lembrados nas conversas. Eu senti tanta falta deles, da minha Hina, que agora enquanto escuto Kiba implicar comigo, dizendo que meu primeiro beijo foi com o Sasuke, eu só consigo rir junto a eles e o meu amor, enquanto percebo que minha vida finalmente está entrando nos eixos.


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