O Despertar dos Sentimentos escrita por Luana de Mello


Capítulo 40
Eu Quero Amar Você!


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal!
Espero que gostem, o capítulo ficou meio grandinho kkkk, tomara que me perdoem por isso!



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Estava ansioso para retornar a Konoha, assim que chegamos a ultima vila, a única que ainda faltava visitar, eu fiquei impaciente, queria ir logo para casa, queria voltar para os braços da minha Hina. Assim que chegamos a Vila dos Bambus, fomos recebidos com festa, as pessoas nos barraram e queriam chegar o mais perto possível de mim, tentei ser gentil e simpático, afinal não era culpa dessas pessoas eu estar a dois anos longe de casa; quando consegui cumprir todo o protocolo e afirmar a nossa aliança, eu não quis saber de mais nada, tentei convencer Sai, Yamato e Shikamaru a usar o Hiraishin, mas eles não quiseram, então teria que ser na caminhada mesmo. E assim foi, caminhamos por quatro dias e três noites sem parar, Shikamaru queria me matar, e dessa vez consegui aborrecer até mesmo o Sai, que parece nunca ligar para nada; mas não me importa, tudo que me interessa é que finalmente voltei, e a primeira coisa que fiz quando coloquei os pés em Konoha, foi procurá-la com meu modo Sennin, a encontrei de imediato, estava no antigo campo de treinamento dos Genins. Infelizmente não pude ir de encontro a ela, tinha que entregar o relatório da missão ao Kakashi-sensei, então nós quatro nos dirigimos ao prédio Hokage, algumas pessoas me reconheceram de imediato, outras ficavam encarando, na dúvida se era eu ou não; quando entramos na sala do Hokage, me surpreendo ao encontrar Sasuke lá, conversando com Kakashi.

— Em que posso ajudá-lo? — Kakashi pergunta curioso.

— Qual é sensei! — digo achando graça e afasto um pouco os cabelos das bochechas — Sei que estou diferente com esse uniforme, mas nem tanto.

— Naruto! Nossa não te reconheci! — Kakashi fala e vem me abraçar ao mesmo tempo que os outros três entram na sala — Se está aqui, significa que a missão foi concluída?

— Sim, aqui está o relatório da missão com tudo que nela ocorreu, e o pergaminho com as assinaturas de todos os líderes de vilas de cada uma das Cinco Grandes Nações, incluindo a Vila dos Bambus, por onde passamos a quatro dias. —digo lhe entregando o grande pergaminho que trazia nas costas e me viro para Sasuke — Como vai Sasuke?

— Bem Naruto, e você? Vai deixar o cabelo crescer igual ao Jiraya? — ele pergunta debochado e eu rio, senti falto do sarcasmo desse Uchiha.

— Quem sabe? Sou meio imprevisível, você sabe! — brinco e Sasuke ri também, ele também se recorda dos nossos tempos de criança.

— Espera um pouco Naruto, você disse que passaram pela Vila dos Bambus há quatro dias, mas sendo assim vocês deveriam chegar aqui somente em uma semana. — Kakashi observa e então Shikamaru bufa irritado.

— Deveríamos, mas se você contar as três noites que passamos acordados correndo, vai ver que fecha uma semana! — ele conta e os outros dois ficam chocados.

— Eu queria vir mais rápido e de um jeito que não deixaria vocês ficarem cansados, mas não quiseram. — rebato me justificando.

Depois de entregar tudo a Kakashi e de verificar se estava dispensado, sai do prédio sendo seguido pelos meus companheiros de missão e Sasuke; eu estava maluco para ir encontrar minha linda Hinata, mas parece que tudo está acontecendo para me impedir, eu estou com tanta saudade dela, da sua boca, do seu cheiro gostoso, nem sei como ainda me aguento.

— O pessoal vai se reunir hoje no Ichiraku, eles querem tirar Hinata um pouco de casa, já que ela só sabe treinar ultimamente, por quê não nos encontra lá e faz uma surpresa para ela? — Sasuke pergunta e eu me impressiono.

— Desde quando você pensa nessas coisas Uchiha? — Shikamaru zomba e eu seguro o riso.

— Desde que a Sakura é uma irritante que gosta dessas coisas. — ele responde com as bochechas vermelhas.

Eu gargalho alto, nunca imaginei ver Sasuke caidinho assim pela Sakura, mas parece que o impossível pode acontecer as vezes; só que a minha gargalhada acaba chamando muito atenção, logo algumas meninas olham em nossa direção e começam a gritar agitadas, me reconhecendo de pronto.

— Ah caralho! — reclamo, já estava demorando.

— Ah droga, eu vou indo embora, você que se vire. — Shikamaru fala se mandando, ele está descontando sua raiva pelo que fiz — Encontro vocês no Ichiraku!

— Eu também vou passar em casa. — Sai dá no pé.

— Tenho umas coisas para resolver. — Yamato grita já correndo dali.

Olho para Sasuke que me encolhe os ombros, ele não sabe o que fazer, a única saída é fugir, pensando nisso, coloco minha mão em seu ombro e com a outra faço o selo, não preciso nem falar mais, basta pensar e logo o vórtice nos engole. Quando a sensação some, estamos parados em cima do monumento Hokage, ao longe se vê toda Konoha, tão linda e movimentada, as pessoas correm pelas ruas apressadas depois do almoço, o comércio está voltando a funcionar; bem abaixo de nós está a minha casa, que eu anseio tanto em chamar de lar.

— Como ela está? Eu não recebi mais os seus pergaminhos, fiquei preocupado. — pergunto e Sasuke entende.

— Não mandei mais nada por que estava tudo bem Naruto! Hinata é uma mulher forte, ela se recuperou bem, tem treinado muito, assumiu o clã e o fez prosperar. — ele conta e meu coração se acalma — Ela sente sua falta, quando eu vou ao seu apartamento com Sakura, as duas conversam sem parar e de um jeito ou de outro ela sempre te inclui no assunto, as vezes ela fica triste, mas Sakura disse que isso é normal, ainda mais que as cicatrizes ainda são recentes.

— Eu não queria ter deixado a vila, mas eu tinha que fazer, eu fiquei tão dividido Sasuke. — conto cansado.

— Eu sei, te conheço, mas isso já é passado. — ele fala e fica ao meu lado olhando a vila — Você cumpriu sua missão e eu a minha, cuidei de Hinata enquanto você estava fora, sempre que ela saia em missões eu dei um jeito de ser incluído, garanti que ela não se arriscasse e vigiei cada passo que deu nos últimos dois anos, e por isso te garanto meu amigo, ela foi tão forte e determinada quanto você!

— Obrigado Sasuke, eu fiquei quase maluco longe dela, mas saber que você a protegeria enquanto estava longe me fez ficar mais tranquilo. — agradeço sinceramente.

— Não me agradeça idiota, sabe que somos irmãos, não há necessidade disso! — ele rebate com seu típico tom mal humorado — E também, Hinata já me prestou um grande favor, ela te contou que me ajudou com Sakura?

— Ah sim, ela me disse. — digo rindo — Ela disse que só precisou mentir que o Gaara estava interessado para você sentir ciúmes e resolver agir.

— Eu não sabia que era mentira! — Sasuke fala espantado e eu rio.

— Vá se acostumando meu amigo, as mulheres tem esse dom. — digo e vou descendo o monumento — Elas nos manipulam e fazem o que querem conosco.

— Já estou começando a descobrir. — ele rebate e fica nervoso — As vezes acho que Sakura me coloca em algum Genjutsu.

— Por que diz isso? — pergunto, achando estranha sua colocação.

— Sei lá Naruto, é só que as vezes fico estranho quando estou com ela, e as imagens que vejo na minha cabeça, não é possível que sejam só a minha imaginação! — ele conta e seu rosto fica extremamente vermelho.

— Como assim imaginação? Do que você está falando? — digo me fingindo de burro, quero ver Sasuke falar claramente.

— Ah caramba! — ele fala exasperado e puxa os cabelos — É que quando estou com ela, quando a beijo, eu sinto vontade de mais que um simples beijo entende? Só que eu não sei o que fazer, não sei como agir, então simplesmente me afasto como um bichinho assustado.

Primeiro eu rio, rio muito, quem diria que um dia o sabichão e arrogante Uchiha Sasuke viria me pedir conselhos; depois me compadeço da sua situação, já estive no seu lugar e sei o que ele está passando, mas pelo menos eu tive algum tipo de suporte.

— Sasuke, me diz uma coisa. — falo o olhando atentamente — Quando você esteve com Orochimaru, ele nunca te ensinou nada disso?

— Você já se esqueceu que ele só queria meu corpo para ser imortal? Não era do seu interesse que ele me ensinasse sobre sexo, e na época eu só queria saber de poder e vingança, não ligava a minima para isso. — ele responde.

— Bom, então a primeira coisa que precisa saber é que não basta só que você esteja pronto, Sakura também tem que estar, ela tem que querer tanto quanto você. — explico e ele fica pensativo.

— E como vou saber se ela quer? — pergunta com o rosto assumindo tons diferentes de vermelho.

— Cara, eu não sei explicar, mas quando chega a hora, ela te seduz e você não consegue pensar em mais nada. — digo me lembrando daquela noite.

— Me explica direito Naruto, me conta como foi para você?! — ele pede afoito.

— Eu não vou te contar a minha intimidade com Hinata seu maluco! — rebato de pronto.

— Eu não quero detalhes seu idiota, só quero saber o que você fez, como fez, quero ter uma base. — ele fala fazendo uma careta esquisita.

— Tá legal, olha só, a primeira coisa que tem que saber quando chegar a hora é, deixe que ela se sinta confortável, se sinta desejada e especial, seja carinhoso, mas não de um jeito molenga, tem que ter uma certa, como posso dizer, uma certa safadeza. — explico e sinto minhas próprias bochechas corando — Você tem que falar coisas que a deixem saber que a deseja e demonstrar isso com carícias, e o mais importante de tudo, dê prazer a ela antes de chegar aos finalmentes, ou ela vai sentir muita dor.

— Espera, que negócio é esse de dor? E como vou dar prazer a Sakura antes?! — Sasuke pergunta perdido, totalmente desesperado.

— Sério cara? Você pelo menos sabe o que acontece com o seu corpo?  Sabe como é o corpo feminino? — rebato incrédulo.

— Sei, comigo eu sei, eu tive um pequeno acidente esses dias. — ele conta roxo de vergonha — Mas de mulheres eu só sei o básico, não entendo o que fazer com tudo aquilo e eu também não tive um mestre perito em mulheres como você!

— Eu tô vendo que não sabe! — digo e coloco a mão na testa, isso vai ser mais dificil do que pensei, não tem outro jeito — Se você algum dia abrir a boca sobre isso eu te mato, entendeu Sasuke?

Dito isso, faço a coisa mais idiota que já fiz, me transformo em um mulher de peitos grandes e me preparo para ensinar esse infeliz as nuances femininas. Sasuke arregala os olhos quando vê a mulher nua que me transformei, mas se senta no chão para aprender.

— Certo, agora preste atenção, você tem muito o que aprender! Esses aqui são os seios, e esses camaradas fazem milagres meu amigo. — digo com a voz fina e toco nos seios para mostrar, isso é tão estranho — Aqui você pode extrapolar mesmo, pegue, aperte, mordisque, assopre e eu falo sério quando digo para literalmente cair de boca neles!

— Espera, você está me dizendo que posso beijar e apertar e fazer qualquer coisa com os seios da Sakura? E por que não se transformou nela? Seria mais fácil para mim aprender. — ele pergunta e eu quase perco o controle do Jutsu.

— Você ficou maluco idiota? Eu não me transformei nela por que nunca vi Sakura nua! — rebato e ele começa a entender — E sim, você pode fazer o que quiser, desde que ela esteja gostando. Continuando, os seios são bem sensíveis, então tenha cuidado, não seja tão brusco ou vai machucá-la. Também pode abusar dos beijos, eu não sei as outras, mas Hinata adora beijos no pescoço, você pode beijar ela toda até descobrir onde ela gosta mais. Use as mãos também, apalpe, aperte e acaricie o corpo dela, faça todo tipo de carinho, nessa hora não há limites. Agora quando chegar nessa região aqui. — digo e aponto para a intimidade da mulher que me transformei — Tem que ter muito cuidado, você pode fazer carícias, pode tocar, pode beijar e é nessa hora que você deve proporcionar o maior prazer a ela, para quando for penetrá-la, não lhe causar tanta dor, por que sim Sasuke, dói quando uma mulher perde a virgindade e é  exatamente por isso que você deve ser carinhoso e atencioso e lhe dar muito prazer, e acredite em mim quando digo, quando você estiver dando prazer a ela, também sentira uma enorme satisfação, chega quase ao êxtase.

Quando termino a explicação, desfaço o Jutsu e volto ao normal, olho para Sasuke que ainda está de olhos muito arregalados, parece assustado com a quantidade informações que lhe dei, espero paciente até que ele tome coragem para tirar mais dúvidas.

— Naruto, você era virgem quando...? — ele pergunta envergonhado.

— Sim Sasuke, eu era, a primeira mulher que toquei de verdade foi Hinata. — respondo e sou inundado por mais lembranças.

— Então como sabe tanto? Como consegue se transformar nessas mulheres, se precisa vê-las nuas para isso? — ele continua espantado.

— Eu viajei por três anos com o Ero-Sennin, vi muitas mulheres nuas durante esse tempo, eles geralmente começavam tudo na sala e depois iam para o quarto, as vezes acontecia de alguma estar tão bêbada que acabava entrando no meu quarto. — conto e seus olhos se esbugalham — Eu aprendi muito durante esse tempo, e o Ero-Sennin me ensinou muita coisa também, mas claro que só fui descobrir se funcionavam mesmo com Hinata! Cara, eu estava tão nervoso aquela noite, eu tremia feito vara verde, estava com tanto medo de fazer alguma coisa errada e acabar por machucá-la. Por isso eu te digo, posso te ensinar o que fazer, mas quando chegar a hora vai ser tudo com você, e não há nada que eu te diga que possa te preparar para esse momento. Então só deixe seus instintos te guiarem e tudo vai ficar bem.

Eu me levanto do chão e vou descendo o monumento em direção a vila, ouço os passos de Sasuke atrás de mim, ele está muito pensativo e é melhor deixar que ele assimile as informações sozinho. Me despeço dele, depois de muito ouvir seus agradecimentos, rumo de cabeça baixa para o meu apartamento, se Hinata está treinando posso ir para casa e tomar um banho, e preciso preparar minha surpresa para ela; quando chego ao conjunto habitacional, vou reto ao apartamento e coloco a chave na porta, mas estranho ao encontra-la destrancada, entro no apartamento e escuto o barulho do chuveiro. Droga, ela deve ter saído mais cedo do treino, escuto o chuveiro ser desligado.

— Já estou indo Sakura-chan! Só vou terminar o banho, coloque água no fogo para fazermos um chá. — ouço Hinata gritar do banheiro.

Só sua voz doce já faz meu coração palpitar e doer de saudade, vou até o quarto e fico atrás da porta a ouvindo tomar banho, ela cantarola baixinho como sempre fez; olho o quarto e a toda volta há indícios de que ela passa muito tempo aqui, há uma mesa cheia de pergaminhos e tinta para escrever, livros de todos os tipos, alguns dos pergaminhos estão separados dos demais, em uma prateleira só deles e quando me aproximo, descubro que são os pergaminhos que mandei para ela durante esses dois anos e isso me faz ficar emocionado. No criado mudo tem uma foto nossa, na verdade é uma montagem, uma das imagens é de quando eu sai em missão com o antigo time de Hinata, quando eramos crianças, ela ainda tinha os cabelos curtinhos e era tão fofinha; a outra é uma foto tirada no nosso aniversário de um ano de namoro, nós vestíamos kimonos tradicionais e coloridos e Hiashi, Neji e Hanabi estão juntos de nós. Vou até o roupeiro e o abro, encontro as roupas todas dobradas e organizadas por cores, e num canto, em um cabide separado, está a minha antiga jaqueta laranja, aquela mesma que ela usou para me seduzir. Sorrio com a lembrança, Hinata sempre me surpreendeu tanto, até mesmo quando eu achei não ser mais possível, ela vinha e me provava o contrário. Escuto a porta do banheiro abrir e corro para a sala o mais silencioso que consigo, quando percebo que ela não me viu, passo a olhá-la pela porta; Hinata está enrolada em uma toalha, está tão linda e consigo sentir daqui o seu perfume, imediatamente fico embriagado. Assisto todo bobo enquanto ela se veste e penteia os cabelos, que estão tão compridos; sinto uma vontade enorme de tocá-la, de beija-la e de sentir seu corpo unido ao meu, que tenho que me controlar muito para não tomá-la agora e matar essa saudade monstruosa que estou sentindo. A vejo por uma venda nos olhos e me preocupo, o que lhe aconteceu? Ela tateia pelas paredes até a sala e noto que procura por alguma coisa, decido ocultar meu Chakra e ver o que ela fará.

— Sakura-chan, onde está? Que te aconteceu? Está aborrecida com algo? — ela pergunta e vejo Hinata suspirar, ela está ficando irritada — Sakura-chan! Não tem graça alguma me pregar essa peça, sabe muito bem que estou sem ver!

Ela passa de irritada para apreensiva, vejo Hinata ficando tensa e se pondo em posição de batalha; o raciocínio dela foi bem rápido, quando não obteve resposta, ela assumiu imediatamente que poderia ser um inimigo, e mesmo com os olhos vendados, a vejo invocar uma grande quantidade de Chakra e buscar pelo invasor. Fico tão orgulhoso dela, Hinata é uma mulher tão forte, e cada dia se supera mais e mais.

— Quem quer que tenha entrado sem ser convidado, fique sabendo que vou faze-lo em pedacinhos! — ela ameça com firmeza, e se eu fosse um criminoso, teria medo do seu tom de voz — Não me importa quem seja, vou te achar, é só questão de tempo; então se tens algum amor por sua vida, sugiro que vá embora.

Eu fico parado, não faço nenhum movimento, sei que ela deve estar buscando por qualquer ruído que indique a posição do possível inimigo; vejo suas mãos acumulando mais Chakra, e eu não gostaria nem um pouco de ser atingido por elas. Então a porta se abre inesperadamente, eu corro para o quarto e me escondo, não quero estragar a surpresa.

— Sabia que estaria em casa! — escuto Sakura falar na sala — Hina o que está fazendo?

—Você viu alguém no corredor Sakura-chan? — ouço minha pequena perguntar irritada — Algum engraçadinho entrou aqui enquanto eu tomava banho!

— Não é a primeira vez que isso acontece, Hina! — Sakura fala e eu me alarmo, como assim não é a primeira vez?

— Muito esperta você, mas é a primeira vez que estou sem ver! Se fosse um criminoso eu não poderia fazer muito com os olhos assim. — Hinata rebate irritadíssima.

— Como se alguém fosse maluco de mexer com você, todos sabem quem é teu noivo Hina, e por mais que gostem de te espiar pela janela, não são doidos de pedra ainda. — Sakura fala fazendo graça e meu sangue ferve, então andam espiando a minha mulher pela janela?

— Para de graça Sakura-chan, me diga logo, viu alguém no corredor? — Hinata pergunta nervosa e eu me revelo para Sakura, mantendo uma expressão muito séria.

— Ah era vo...— ela quase dá com a língua nos dentes, mas faço um sinal para ficar quieta e ela entende, por sorte — Quer dizer, não, não vi ninguém! Mas era só você dar-lhe um belo soco Hina, para que esse engraçadinho deixar de ser idiota!

Sakura faz graça e eu reviro os olhos, vejo Hinata franzir as sobrancelhas, ela está desconfiada.

— Ah Sakura-chan! Você também não me ajuda. — ela fala e vai a passos lentos até a cozinha — Então por que me procurava?

Eu e Sakura a seguimos, a minha amiga me olha incrédula e faz vários sinais que não entendo, a única coisa que me prende atenção é Hinata com um esqueiro na mão e faço um sinal para Sakura olhá-la.

— O pessoal quer se reunir hoje, parece que pela primeira vez em dias, estamos todos de folga juntos. — Sakura conta animada, mas logo seu tom de voz muda — Que está fazendo Hinata? Quer te queimar?

— Deixe de bobagens Sakura-chan! — Hinata fala e ri, como é bom ouvir sua risada, então ela coloca a chaleira no fogo com maestria, nem eu com os olhos bons faço isso — Conheço esse lugar como a palma da minha mão, sei cada detalhe daqui de cor e salteado, não corro risco de me machucar.

— E o dono do apartamento, você conhece cada detalhe também dona Hinata? — Sakura faz uma graça e vejo Hinata ficar muito vermelha.

— E você que conhece todas as passagens secretas do antigo clã Uchiha, dona Sakura! — minha Hina responde a altura e Sakura se engasga.

Hinata ri muito disso e coloca a mesa para o chá, noto Sakura ficar muito inquieta enquanto isso, e quando Hinata serve o chá, com uma precisão absurda, Sakura parece ficar mais nervosa.

— Sei que tem algo te incomodando, e você sabe perfeitamente que pode contar comigo, não sabe Sakura-chan?! — Hinata fala, surpreendendo tanto a mim, quanto a minha amiga.

— Eu sei Hina, é que é vergonhoso de falar. — Sakura responde e eu entendo o recado, é uma conversa de meninas.

Faço um sinal de que vou para o quarto e ela concorda aliviada. Me direciono ao quarto e quando chego lá, fecho a porta, não quero correr o risco de ouvir qualquer coisa, Sakura me mataria, e acho que Sasuke também. É melhor deixar as duas se resolverem, enquanto estou aqui, aproveito para organizar minhas coisas no roupeiro, depois disso vou ao banheiro e tomo um banho gelado, não quero que o barulho do chuveiro denuncie minha presença a Hinata; quando volto ao quarto, busco uma roupa, mas nenhuma está em condições, estão rasgadas ou pequenas demais, decido ficar com o uniforme padrão de Konoha. Feito isso, busco um pergaminho limpo e passo a escrever uma pequena carta, preciso por em prática a minha surpresa para ela, e por isso escrevo uma carta fingindo que ainda estou na missão; depois passo a preparar o presente que vou lhe entregar hoje, eu já o comprei há dias, estava só aguardando uma oportunidade para entregar, só espero que sirva e pelo que vi hoje, vai ficar bem justinho. É melhor eu parar com esses pensamentos, pelo menos por agora, mas também depois do que vi, Hinata é minha perdição, tenho certeza. Escuto a porta batendo e saio do quarto para ver, as duas saíram, já deve estar na hora de ir ao Ichiraku como Sasuke disse; pego o pergaminho e o presente e saio pelas ruas novamente, sigo as duas a uma distancia razoável. Quando elas chegam, sentam-se em uma mesa e aguardam os demais, eu me transformo em uma pessoa qualquer, para evitar ser reconhecido por alguém e estragar tudo. Me sento a uma mesa e escuto a conversa delas discretamente, escuto também quando um grupo de garotas caçoa de Hinata e Sakura a defende; me irrito muito com isso, quem elas pensam que são para falar qualquer coisa da minha Hina? Decido que é hora de calar a boca dessas garotas, invoco Gamachan e lhe explico que deve pedir a Hinata, uma resposta sobre o presente e fingir que chegou a vila agora. Antes que Gamachan vá até elas, Sasuke chega ao local, ele acalma os ânimos por lá, rio com gosto com a resposta que ele dá as garotas; quando o pequeno sapinho saltita até Hinata, há uma pequena comoção no local, e antes que ele possa lhe entregar o pergaminho, os nossos amigos vão chegando, eles brincam e riem, e eu percebo que também senti falta desses malucos. Gamachan tenta lhe entregar o pergaminho, será que ele pensou que era como das outras vezes que mandei algum presente? Quando eu sempre o instrui a entregar o pergaminho primeiro? Hinata alega estar sem ver, e diz não poder responder agora, então o inesperado acontece; Sakura pega o pergaminho das mãos de Gamachan e se põem a ler em voz alta, em dado momento vejo a face Hinata ficar muito vermelha, escuto as brincadeiras do pessoal e eu mesmo fico envergonhado. Ela tenta disfarçar e pega o embrulho do presente, o apalpa e abre com cuidado, ela estuda o tecido e quando o ergue, posso ouvir as exclamações das garotas; elas logo tratam de descreve-lo a Hinata, a vejo abrir um lindo sorriso, e então ela ri junto dos outros. Noto Shikamaru e Sai se aproximando do grupo, que fica muito surpreso, decido desfazer o Jutsu e me revelar antes que alguém fale algo para ela; nossos amigos ficam muito surpresos quando me veem, eu caminho calmamente até a mesa onde estão, a minha volta já se instalou o caos, foi questão de segundos até me reconhecerem.

— Naruto-senpai! Que bom vê-lo aqui! — uma das garotas de antes fala, se pondo a minha frente.

— Com licença, eu preciso chegar até minha noiva! — digo sem um pingo de cerimonia, se ela fosse um garoto eu tinha lhe quebrado o nariz.

Quando me aproximo do grupo, faço sinal pedindo silencio e ele atendem, fico parado as costas de Hinata, ouvindo sua respiração ficar irregular; ela sentiu minha presença, mas como estou com o Chakra oculto, não conseguiu ver que sou eu, a sinto ficar muito nervosa, ela aperta os dedos como fazia quando criança. Me abaixo e paro próximo ao seu pescoço, inspiro profundamente seu perfume, me deixo levar pelas sensações.

— Você ainda não me disse se gostou do presente amor! — falo próximo ao seu ouvido e escuto Hinata arfar surpresa.

Os minutos seguintes são de muita emoção para mim, eu finalmente posso abraçá-la, depois de tanto tempo, a tenho aconchegada a mim, não resisto e permito que algumas lágrimas escorram por minha face; eu senti tanta saudade dela, que parece que vou explodir agora. Depois de deixar Kurama curá-la e de falar com ela, já que ele não se aguentava de saudade também, ela conversa com Sai e Shikamaru, que a colocam a par da nossa caminhada exaustiva. Todos acham graça do meu desespero, mas decido dedurar aqueles dois tapados, eles também queriam estar logo em casa que eu sei, e os entrego na frente de todos. Nossos amigos me colocam a par das mudanças na vila, dos últimos acontecimentos, e em nenhum momento deixo Hinata sair de perto de mim, nem mesmo desfaço meu abraço ao redor de seus ombros. Muitas pessoas param e se aproximam para me cumprimentar e expressar seu contentamento por eu ter retornado, Teuchi e Ayame também se mostram contentes; mas apesar de estar feliz com a recepção calorosa, a única coisa que me importa, é que Hinata está comigo, está nos meus braços finalmente.

— Então o que achou do seu visitante intrometido, Hina? — Sakura pergunta divertida.

— Não acredito que era você querido! — Hinata fala se virando para mim.

Eu estreito meus olhos para Sakura, vou me cobrar disso e já sei até como.

— Era sim pequena, mas eu achei que estava treinando e não queria estragar a surpresa. — explico e recebo um sorriso cúmplice em resposta, Hinata me conhece, sabe que vou revidar — Por falar em treinamento, vocês se lembram daquela missão que fomos logo depois da vila ser atacada? Aquela do carregamento que tivemos que escoltar, lembra Hina? A gente teve que dividir as barracas, lembra Shikamaru? Você dividiu a barraca com a Sakura-chan!

Pronto, bastou isso. Sasuke bebia um suco e se engasgou feio, tinha suco saindo até pelo seu nariz, Shikamaru estava dormindo e acordou mais que depressa, e Temari ficou com um olhar homicida no rosto; já Sakura parecia querer me esfolar vivo.

— Que história é essa dona Sakura?! — o Uchiha fala todo enciumado.

— É, que história é essa seu preguiçoso? — Temari pergunta muito brava.

Os dois ficam muito vermelhos, me sinto culpado por meter o Shikamaru nessa, mas agora está feito. Os outros riem muito, Kiba até cai da cadeira de tanto que ri, e Neji então, esse aperta a barriga e tenta se segurar, os olhos cheios de lágrimas de tanto rir.

— Calma vocês dois ai! — digo e seguro o riso também — Aquela foi uma missão complicada, tinha um imbecil que a gente acabou prendendo depois, eu fiquei com medo de deixar as garotas dormindo sozinhas por causa dele, aí a gente dividiu as barracas com elas, por isso o Shikamaru dividiu a barraca com a Sakura-chan!

Quando explico, os dois ficam muito aliviados, e Temari e Sasuke ficam resmungando um monte de xingamentos; o pobre Shikamaru está a ponto de se esconder em baixo da mesa, já Sakura aprendeu a lição, acho que ela não vai falar mais nada indevido essa noite. Nós conversamos mais um pouco com o pessoal, até Neji e Hanabi se levantarem da mesa e olharem para mim e Hinata.

— Que acha de fazermos uma surpresa ao papai também, irmãzinha? — Neji pergunta.

— Acho que seria uma boa, que acha amor? — ela se vira para mim, um lindo sorriso estampado nos lábios.

— Acho que é uma ótima ideia! — respondo contente, faço qualquer coisa para vê-la feliz.

Nós nos despedimos dos outros, que pelo visto vão estender a noite aqui, já que Kiba e Shino começaram as rodadas de saquê e estão bem animados. Caminho pelas ruas sentindo o calor daquele corpo miúdo junto ao meu, parece que estou sonhando, tamanha é minha alegria; Hanabi segue o caminho todo fazendo troça de nós, e Neji acompanha um pouco, mas logo para quando Hinata faz troça dele, falando de Tenten. Quando chegamos ao clã, os guardas ficam muito surpresos, nos deixam passar sem falar nada, paramos a porta de entrada e Hanabi faz um sinal para pararmos onde estamos.

— Papai? — ela chama alto — Papai, vem rápido, temos uma surpresa!

Ela ri-se um pouco da sua própria brincadeira, escutamos passos apressados dentro da casa e Hanabi me empurra para a penumbra, a porta se abre revelando um Hiashi afoito.

— O que foi Hanabi? O que aconteceu? — ele pregunta nervoso e seus olhos recaem em Hinata — Filha, que bom vê-la minha princesa, veio fazer uma visita ao seu velho pai?

— Sim papai! — Hinata responde e o abraça em seguida — Mas também trouxe uma grande surpresa comigo!

Quando ela fala isso, se vira para mim e faz sinal para que me aproxime, e assim o faço. Vejo os olhos de Hiashi se arregalarem e ele fica com uma expressão confusa no rosto, dá dois passos para trás e depois volta a andar para frente. Por que todos estão agindo assim, será que mudei tanto assim?

— Por um momento pensei que fosse Minato a minha frente! — Hiashi fala espantado — Naruto! Meu Kami, você está idêntico ao seu pai! Venha filho, deixe eu olhar para você.

Me aproximo de Hiashi um tanto emocionado por suas palavras, sinto algumas lágrimas escorrer por minha face, para mim é uma honra ser confundido com meu pai. Hiashi põem as mãos no meu rosto, os olhos dele são uma mistura de tristeza e felicidade. Quando a guerra terminou, eu descobri que meu pai e meu sogro foram muito amigos na juventude, eles até discutiam quando minha mãe e minha sogra Harumi, descobriram estar grávidas e já sabiam ser menino e menina, se um dia os bebês formariam um casal, visto a amizade entre as duas famílias. Descobri também que depois que aquela tragédia aconteceu, Hiashi foi um dos únicos, que junto a mãe do Sasuke, a dona Mikoto que foi uma grande amiga da minha mãe, que faziam doações ao velhote Hiruzen para ajudá-lo a me manter, ele até disponibilizou uma ama de leite de dentro do clã para cuidar de mim, lógico que ele nunca soube dos maus tratos que passei quando criança, visto que Hiashi raramente saiu do clã depois que sua esposa faleceu; ele sofreu muito e se transformou em alguém frio e sem sentimentos, mas mudou no momento em que soube que Hinata quase morreu na batalha contra o Pain. Em todas as vezes que vim a vila, Hiashi me contou histórias sobre os meus pais, sobre como os dois eram apaixonados, assim como ele e minha sogra.  E agora ser reconhecido por ele, que os conheceu tão bem, como a cópia exata do meu amado pai, é uma grande alegria.

— Realmente, você se parece com Minato na sua juventude! — ele declara, uma mistura de tristeza, saudade e alegria na voz — Venha filho, vamos entrar, quero ouvir sobre sua missão e quanto tempo ficará dessa vez.

O vejo dar passos vacilantes para dentro da casa, nós quatro nos apressamos para apoia-lo.

— Desculpem, essas lembranças de pessoas tão queridas me desestabilizaram um pouco. — ele fala com a voz embargada.

Nós o seguimos para a sala, Hinata e Hanabi pedem licença, as duas dizem que vão preparar o jantar e seguem para a cozinha entre risos e cochichos.

— Então, quanto tempo ficará dessa vez, filho? — Hiashi pergunta e serve um chá que estava a mesa.

— Dessa vez eu vim para ficar Hiashi-sama, terminei a missão há quatro dias. — conto feliz e o vejo se surpreender — Cheguei hoje a Konoha.

— Ele caminhou por quatro dias e três noites, para chegar mais rápido aqui pai. — Neji conta animado — Fez os outros caminharem todo esse tempo desde a Vila dos Bambus até aqui, só para ver a Hina logo!

Vejo os olhos de Hiashi se abrindo surpresos, ele me encara quase incrédulo, mas vendo a seriedade do meu rosto, torna sua expressão suave.

— O amor torna qualquer obstáculo insignificante! — Hiashi cita algum provérbio antigo — Sua missão foi tranquila, espero?

— Foi sim, consegui todas as assinaturas, a paz está mais do que garantida, agora cabe a nós mantê-la. — respondo satisfeito — Eu queria aproveitar que estamos aqui, e acertar com o senhor uma data para o casamento.

— Se você quer assim, assim será. — Hiashi responde com uma alegria contida — Mas você não acha que devia esperar, Naruto?

— Com todo respeito Hiashi-sama, acho que nós já esperamos tempo demais, e a menos que Hinata não queira, eu quero me casar com ela o mais rápido possível. — respondo de pronto.

— Sabia que diria algo assim, essa impaciência você herdou de Kushina, com toda certeza. — ele responde rindo abertamente — Bem, então quando acha uma boa data?

— Daqui duas semanas? — pergunto torcendo para ele concordar.

— Três, duas semanas é pouco para organizar tudo, a líder de um clã não pode ter menos que um casamento grandioso. — ele rebate animado, e penso, uma semana a mais, uma menos não será problema.

— Em três semanas então, o que nós leva a cinco dias depois do festival da primavera. — digo e ele sorri — Vai ser um dia muito bonito, as flores estarão todas no seu auge, Hinata vai amar isso!

— E o lugar, onde vai ser Naruto? — Neji pergunta animado.

— Tem que ter bastante espaço, já falei com os outros e eles querem vir! — Kurama declara no meu inconsciente.

— Bom, segundo meu amigo Kurama, tem que ter espaço, os outros querem vir também. — digo feliz, criei muitos laços com eles nos últimos dois anos.

— Outros? — Neji pergunta confuso.

— Sim, as outras Bijuus, Shukaku, Matatabi, Isobu, Son Goku, Saiken, Choumei e Gyuki, além do próprio Kurama, é claro. — digo e os dois arregalam os olhos.

— Por essa eu não esperava. — Hiashi gargalha — É muito auspicioso e será único ter a presença deles, por favor diga-lhes que o clã Hyuuga se sentirá honrado em tê-los na cerimonia e recepção do casamento!

Passamos então a tratar de mais detalhes da cerimonia e da festa, até Hinata e Hanabi se juntarem a nós, minha pequena fica muito surpresa com a noticia, seus lindos olhos ficam marejados e ela logo passa a planejar tudo conosco, ela fica radiante de felicidade, coisa que só vi acontecer uma vez, quando ela ainda carregava nosso filho no ventre. Afasto esses pensamentos, agora não é hora para isso, e de mais a mais, sei que nosso garoto está feliz por nós, não é meu garotão? Você está contente e torcendo por seu pai e sua mãe, junto dos seus avós e do Ero-Sennin, Katsu? Tenho certeza que sim! O jantar todo passa entre essa conversação e planejamento, Hanabi a todo momento aumenta a lista de convidados, alegando que temos muitas pessoas importantes em nossas vidas; todos os nossos amigos e suas famílias, todos os professores da academia, nossos senseis, os cinco Kages, Teuchi e Ayame, a senhorinha que me vendeu o colar que dei a Hinata há anos atrás, Sora, Killer Bee, Motoi, a capitã Samui e Omoi e Karui; eram muitas pessoas e quando vimos a lista já estava com quase duzentos convidados e ainda faltavam pessoas. Para alguém que cresceu sozinho, a minha vida estava repleta de pessoas importantes. Quando saímos do clã, já tarde da noite, as ruas estão silenciosas e vazias; nós dois gargalhamos das brincadeiras de Hanabi e eu já estou um pouco alto, devido ao saquê que bebi com meu sogro, essa é uma mistura perigosa, bebida e cansaço. Chegamos ao apartamento e eu trato logo de tomar outro banho, para me librar da tontura e do cheiro da bebida, quando retorno ao quarto, com a toalha enrolada na cintura, Hinata está arrumando a cama; minha boca seca imediatamente com a bela visão dela em sua camisola de dormir.

— Eu vou sair, só volto amanhã. — ouço a raposa falar no meu inconsciente.

— Por que? Como assim? Achei que não pudesse sair. — pergunto perdido.

— Acorda Naruto, fui eu que escolhi ficar com você, posso sair quando eu quiser. — ele rebate debochado — Eu não quero ter que ver o acasalamento de vocês de novo!

— Do que está falando, Kurama?! — pergunto assustado e com as bochechas muito vermelhas.

— Estou dizendo que das outras vezes eu fui obrigado a assistir já que estava preso em você, mas agora não preciso. — ele conta e eu abro a boca chocado — Sei que vai acontecer, vocês emanaram uma energia sexual a noite toda, e não quero ver. Volto amanhã a tarde, até mais idiota! 

— Naruto? Está tudo bem? — ouço a voz de Hinata me chamando e recobro a consciência.

— Está, eu só estava conversando um pouco com Kurama. — respondo e a olho.

— O que Kurama precisa? — ela pergunta preocupada.

— Nada, ele só queria avisar que vai dar um passeio. — desconverso nervoso.

Hinata assente e então seus olhos se fixam em mim, ela fica muito corada e imediatamente a temperatura no quarto sobe, noto que também a olho fixamente, estou começando a ficar aceso sob seu olhar e como se soubesse disso, ela morde o lábio inferior; essa imagem dela banhada pela luz da lua, a pele clarinha coberta apenas com um tecido fino e transparente, isso envia vibrações direto para minha virilha. Ela caminha lentamente até mim, sua pequena mão toca a minha, e uma onda de choque  se espalha pela minha pele, Hinata me puxa para a cama sem dizer uma palavra.

— Eu tenho que vestir o pijama, Hina. — digo nervoso, não quero que ela pense que sai de toalha do banho só por isso, e por mais que eu esteja louco de vontade, quero que ela esteja assim também.

— Não precisa de pijama essa noite amor. — ela responde sedutora.

Me deixo ser conduzido por ela, analiso suas ações, quero ter certeza que é isso que ela quer, e se não quiser, eu espero o tempo que for por ela; quem esperou por dois anos, pode esperar um pouco mais. Como se escutasse as dúvidas em minha cabeça, Hinata me beija ávidamente, tencionando saná-las, eu correspondo de pronto, estava louco para beijá-la a noite toda, minhas mãos envolvem sua cintura e seus cabelos, a trago para mais perto de mim, minha língua brinca com a sua e um rosnado sofrido me escapa dos lábios; foi só um beijo e ela já me tem todo rijo, assustado com a rapidez que tudo está acontecendo, me afasto dela e encerro o beijo com calma, antes que minha capacidade de pensar com coerência vá pelo ralo.

— Hinata, espera um pouco. — peço rouco de desejo.

— O que foi? Você não quer? — ela pergunta sentida.

— Não é isso amor... — tento explicar.

— Eu mudei tanto assim? Nós mudamos tanto assim? Você não sente mais desejo por mim? — ela vai perguntando meio chorosa, e a calo rapidamente com outro beijo.

— Amar você é tudo que mais quero nesse momento Hinata, caso não tenha percebido. — respondo e olho para baixo, onde minha ereção é evidente, ela segue meu olhar e sorri satisfeita — Mas eu não quero apressar nada, não quero que pense que tem alguma obrigação de fazer isso, eu esperei por dois anos para poder voltar a tocar seu corpo assim, posso esperar mais um pouco para te amar como quero!

— Naruto, olha para mim. — ela pede e eu faço — Nós passamos por momentos difíceis, e não vou negar que durante algum tempo, essa parte de mim esteve adormecida, eu fiquei entorpecida pela dor e deixei todo o resto de lado, e você foi perfeito para mim todo esse tempo, respeitou meu tempo, me deu espaço para que eu pudesse me recuperar; mas esse tempo acabou, eu estou pronta para continuar a nossa vida, estou pronta para ser sua mulher novamente, e estou fazendo isso por que quero, quero ter meu homem me amando novamente, de todas as formas possíveis!

Quando ela diz isso, eu esqueço de todo o resto, apenas ataco sua boca, e com isso acabo a fazendo cair deitada na cama; arranco de forma desajeitada a toalha em minha cintura, passeio minhas mãos por seu corpo até sentir a barra da sua camisola, a ergo e tiro de seu corpo. Me afasto para ver e admirar Hinata, quase infarto quando vejo que ela já estava sem calcinha; sorrio de lado, essa mulher é uma Deusa, é uma Deusa que existe somente para a minha perdição. Volto a beijar sua boca e deixo minhas mãos vagando livremente por toda sua pele cheirosa; alcanço seus seios, e constato que não foi minha imaginação, eles estão maiores que antes. Os beijo e mordisco, aperto e sugo; como senti saudade dela, desse corpo gostoso. Escuto os seus gemidos de satisfação, e eles são música para os meus ouvidos, brinco com seus mamilos e os mordo e puxo com um pouco mais de força, Hinata arfa e arqueia as costas, suas mãos agarram meus cabelos e ela geme alto. Beijo e mordisco seu pescoço, sua clavícula, seus seios, sua barriguinha lisa; chego a sua cintura, encontro ali, do lado esquerdo do seu corpo, a cicatriz livida, marcando na pele a atrocidade que foi cometida contra nós. Não impeço que algumas lágrimas rolem por minha face, beijo cada uma das linhas finas dos pontos que ela levou, meu coração se aperta um pouco e eu ergo meus olhos para olhá-la, ela também tem lágrimas pela face, mas me dá um sorriso triste, incentivando a continuar; entendo seu recado mudo, nós dois precisamos disso, precisamos nos amar dessa forma, para conseguirmos superar definitivamente essa parte sofrida do passado. Concordo com a cabeça e me ponho a beijá-la novamente, com carinho, com paixão, saboreio seus lábios e sinto suas lágrimas se juntando as minhas, refaço todo o caminho, desde seu pescoço, até a sua cintura, mas dessa vez vou descendo um pouco mais, beijo a parte interna de suas coxas, sinto-a se arrepiando inteira e vou subindo os beijos, até chegar em sua intimidade, faz muito tempo que queria fazer isso e sem pensar duas vezes, beijo seu sexo e Hinata grita surpresa; brinco com minha língua em toda sua carne macia, provando seu doce sabor, ouvindo seus gemidos de êxtase, ela fala coisas desconexas e se remexe sem parar, ela está delirante de prazer e eu também, sigo beijando seu sexo sem parar, até que ela me puxa pelos ombros, os olhos em chamas, os cabelos bagunçados e uma expressão feroz no rosto.

— Eu preciso de você agora! — declara ofegante.

— Seu desejo é uma ordem amor! — sorrio de lado.

  Hinata enlaça suas pernas ao redor de minha cintura e entendo que devo ir adiante, sem esperar mais, me posiciono a sua entrada e a penetro lentamente. Dou um rugido alto quando vou adentrando em seu corpo, a beijo sem demora e ela me morde o lábio, a sinto tão quente e úmida, me acolhendo por completo, quase perco o controle, ela solta um gemido agudo e rouco, um pouco mais alto do que esperei, ela toda treme e me assusto com isso.

— Está tudo bem amor? — pergunto preocupado, fitando seus olhos brilhantes.

— Está, eu só não consegui segurar mais. — ela responde ofegando e logo me beija avidamente.

É então que me dou conta que ela chegou ao seu ápice, apenas por me sentir dentro de seu corpo. Isso é demais para mim, isso me leva a loucura e sem espera mais nada, me movimento sentindo sua umidade escorrer de seu corpo. A sensação que tenho é indescritível, seu pequeno corpo se movimenta junto ao meu, me recebendo e acolhendo, suas mãos passeiam por meus braços, pela minha barriga, pelas minhas costas; arranham e marcam a minha pele, sua boca busca a minha com urgência, nossas línguas se tocam e dançam sensualmente, assim como nossos corpos. Sinto eletricidade me percorrer inteiro, o calor toma conta de mim, e o som dos nossos corpos ao se chocarem, acrescidos dos gemidos dela, é excitante demais; Hinata faz uma trilha de leves mordidas entre meu pescoço e meus braços, eu rosno baixo em apreciação e aumento a velocidade dos movimentos. Ela aperta mais as pernas na minha cintura, tomba a cabeça para trás, a boca entreaberta, se retorcendo toda ao me receber, é a cena mais linda que já vi; nossos corpos pingam suor e deslizam um no outro. Não sei como ela faz isso, mas em um movimento rápido, Hinata nos vira ao contrário e se põem sentada em meu colo, as pernas permanecem ao redor da minha cintura; então ela se movimenta, ela remexe a cintura lentamente, eu deixo escapar um gemido alto, tenho certeza que qualquer um que passe na rua pode ouvir. Ela continua sua tortura enquanto vai me beijando, em cada pedacinho meu que está ao alcance de sua boca, ela deixa sua marca; então quando ela inesperadamente aumenta a velocidade em seus quadris, eu arfo em êxtase e em um ato involuntário, agarro seus cabelos com uma mão, enquanto a outra agarra sua cintura. Ela parece gostar disso, pois logo geme em apreciação e seus lábios inchados brincam em um sorriso extremamente sexy. Hinata mexe os quadris com mais vontade, e seguindo meus instintos, eu abocanho um dos seus seios, enquanto minha mão larga dos seus cabelos e agarra o outro; eles pulam junto com seu corpo, eu sugo e aperto, brinco com a língua ao redor do mamilo e ela aumenta a velocidade e os gemidos, então eu finalmente mordo um e aperto o outro entre os dedos, Hinata grita e entra em colapso, sinto suas paredes se apertando e convulsionando e sem me controlar mais, me derramo inteiro em seu interior. Nós tombamos na cama, exaustos, as respirações ofegantes, os corpos suados; permanecemos unidos e eu a aconchego mais em meus braços. Passamos alguns minutos assim, apenas apreciando os toques e carinhos um do outro.

— Eu senti tanto a sua falta. — ela declara e suspira alto.

— Eu também amor, todos os dias. — respondo feliz e lhe beijo o topo da cabeça — Viu só? Eu cumpri mais uma promessa, te amei até não termos forças para mais nada!

Hinata ri do meu comentário, e seu riso faz seu corpo tremer, e logo o meu corpo está consciente de sua proximidade, e reage a isso de imediato; ela me olha divertida, mas seus olhos escondem algo mais.

— Parece que seu corpo ainda tem forças, Sr. Uzumaki! — Hinata fala me olhando intensamente.

— E pelo visto o seu também Sra. Uzumaki! — rebato e ataco seus lábios.


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