O Despertar dos Sentimentos escrita por Luana de Mello


Capítulo 32
Por Meus Amigos




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Preciso desesperadamente pensar em uma estratégia, algo que funcione e que seja eficaz ao mesmo tempo; apenas ataques diretos não estão funcionando com esse cara. Ele tem algum tipo de Jutsu especial, que o faz desaparecer e reaparecer onde quiser, ou ocultar partes do seu corpo; o que torna impossível o atacar de frente, precisamos de algo surpreendente, que o pegue desprevenido e não dê tempo de usar seu Jutsu, e que também seja bem potente a ponto de nocauteá-lo de primeira. O problema é que o único Jutsu que tenho com tamanho poder, é o Rasenshuriken, mas esse é muito barulhento, ele vai ouvir a quilômetros de distância e se esquivar; depois temos a Bijudama, mas como Kurama está se recuperando do nosso ultimo ataque, não vai ser possível também. Só me resta o Rasengan, os clones das sombras e a transformação, e rezar para isso servir. 

Olho para Gai-sensei e Kakashi-sensei, os dois estão dando o melhor de si, mas temo que já estejam cansados, tenho que agir rápido e terminar isso logo. O mascarado continua com sua lorota sobre se render, dominar o mundo, que não sou páreo para ele; penso que se fosse alguém mais influenciável, eu até me abalaria por suas palavras, mas acontece que eu aprendi a base da dor, nunca desistir, nunca me entregar. O Ero-Sennin me disse uma vez, que não existe nada nessa vida que seja fácil de realizar, não quando realmente vale a pena, é só quem deseja algo de todo coração pode alcançar. Eu realmente desejo um mundo melhor, desejo a paz entre todas as nações, desejo que as pessoas não se odeiem mais, e que crianças não tenham mais que morrer em guerras sem sentido. Isso tudo deve ter algum valor, não é possível que venhamos a esse mundo sem nenhum propósito, apenas de passagem, têm que existir algo mais, uma tarefa secreta de cada um, algo que só Kami reservou a essa pessoa.

A maioria do tempo estamos correndo tanto atrás de um objetivo, que nem nos damos conta de coisas um pouco mais profundas; o velhote Hokage me disse uma vez, há muitos anos atrás, que esse mundo é imenso, e que nós somos apenas criaturas insignificantes, fazendo coisas insignificantes, a menos que tenhamos um objetivo especial. Na época eu não dei muita bola, só achava graça e não entendia muito bem as coisas que aquele velhote falava, me sentia especial por alguém querer conversar comigo. Mas no dia em que soube que não veria mais o Ero-Sennin,  eu entendi perfeitamente o que Sarutobi Hiruzen tinha me dito, e o velhote nunca pareceu tão sábio quanto aquele dia; eu fiz o objetivo dele o meu, esse é o modo dele viver eternamente nesse mundo, quando alguém no futuro celebrar a paz, vão saber que foram os ideais de Jiraya, um do Três Sannins Lendários de Konoha, que tornaram tudo possível ; o que significa que essa guerra está me impedindo de cumprir os sonhos do meu mestre.

— Kakashi-sensei, precisamos de uma abertura. — digo analisando o mascarado a nossa frente.

— Eu sei, mas não encontro nenhuma. — ele responde.

— Certo, vou criar a situação, vocês observem, são melhores do que eu nisso. — digo e vejo os dois concordando.

Corro em direção ao inimigo, já com o Rasengan em mãos; tento atacá-lo e ele desvia, então utilizo o clone que deixei mais atrás escondido, e por meio segundo ele não o nota, e quando vejo que ele vai se esconder, o clone lança uma Kunai em sua direção. Só que ao invés dela o atravessar como nós fazemos, ela some; tento o acertar novamente e ele segue se esquivando, e tenho que reconhecer, o Taijutsu dele é bom. Até que noto em sua mascara, uma pequena marca, como um corte, no lugar onde a Kunai atravessou seu rosto. Que tipo de Jutsu é esse? Não é o Hiraishin, pelo que sei esse Jutsu teleporta o corpo todo, não só partes dele. Volto até onde Kakashi e Gai estão, e eles também notaram, mas não temos tempo de fazer nada agora; a estátua de Gedo começa a se agitar e quando vemos está criando uma Bijudama, tudo acontece tão rápido que nem sei como explicar. Primeiro nós nem nos falamos, mas já sabemos o que fazer; segundo, Gai-sensei e eu vamos para cima do mascarado para o distrair e ele não poder atrapalhar o Kakashi e Bee; terceiro, Kakashi-sensei usa o seu Kamui para transportar O Gyuki e Bee até onde está a estátua de Gedo; e em quarto, quando os dois chegam a estátua, fazem uma Bijudama e a lançam na boca da estátua. O mascarado fica surpreso com nossa estratégia, e pela primeira vez tenho uma ideia decente e sem muitos riscos, o problema é minha falta de informação a respeito; então deixo Gai cuidando do inimigo e volto a Kakashi.

— Sensei, e se nós atacássemos apenas a estátua? Nós perdemos tempo com esse cara, e a cada minuto aquela coisa se agita mais. — falo minha ideia.

— É um plano interessante Naruto, o problema é que não sabemos o que acontece se fizermos isso. — ele responde.

— Provavelmente liberte as outras Bijuus. — Kurama fala dentro de mim.

— Tem certeza disso Kurama? — pergunto.

— Certeza eu não tenho, mas vamos pensar na estátua como sendo um selo igual ao que me prendia, assim que ele fosse quebrado ou aberto, eu me libertaria. — ele analisa com calma.

— Pensando por esse lado. — respondo.

— Kurama acha que isso libertaria as outras Bijuus. — digo ao Kakashi.

— Bom, só vamos saber se tentarmos. — ele responde já fazendo o seu Raikiri.

Faço o meu melhor Rasengan e Kakashi nos trasporta até a estátua, nós a atingimos em cheio e a coisa começa a gritar e se debater; vendo nossa intensão, Bee e Gyuki também concentram seus esforços na estátua, enquanto Gai-sensei mantém o mascarado ocupado, fazemos vários dos nossos melhores ataques. Vejo algumas rachaduras se formando no seu corpo e tenho esperanças de estarmos no caminho certo, isso até o outro a transportá-la para outro lugar e colocar uma espécie de barreira protetora a sua volta.

— Você não sabe a hora de desistir, Naruto. — o mascarado fala.

— Você não vai me fazer desistir. — respondo de volta.

— Por que não? Eu vi sua alma, você tem medo de ser sozinho e no mundo que eu quero criar, você não seria sozinho nunca mais. — ele provoca.

— Você nem sabe o que está falando, como pode ser bom uma pessoa viver sonhando e esquecer de viver? — digo convicto — Eu não sou sozinho mais, tenho amigos, tenho família, não preciso do seu mundo dos sonhos.

— Então é por isso que deixou Sasuke de lado? Por que agora você tem família? — ele continua jogando.

— Eu não o deixei de lado, ainda vou salvar meu amigo. — respondo sem me abalar — Só vou acabar com você antes!

Parto para o ataque novamente, mais determinado que antes, não faço nada sem sentido; uso apenas o Taijutsu agora, sei que Kakashi está observando tudo, logo Gai vem me ajudar. Faço mais clones e todos juntos o atacamos, até descobrirmos um padrão, o seu Jutsu tem um limite de tempo, ele não pode o fazer sempre, então têm momentos que ele precisa lutar para se defender. Vejo Kakashi ficar estranho e me preocupo com isso, ele faz um sinal para mim e entendo que quer tentar alguma coisa, então faço mais clones e me escondo no meio deles, os deixo atacar e obrigar o outro a se defender ou usar seu Jutsu; vejo Kakashi usar o Kamui em um dos clones, mas não sei para onde o mandou, então apenas comano que ele fique preparado, em dado momento outro dos clones faz um Rasengan e parte para cima do falso Madara, e como esperado ele usa o Jutsu e o Rasengan passa direto por ele, mas então vemos o seu braço explodir e eu entendo o que acabou de acontecer, o clone que sumiu foi levado para algum lugar que conseguiu atingi-lo no braço no exato momento em que ele utilizou o seu Jutsu para se defender.

E quando ele volta, ouço Kakashi-sensei arfar, Gai-sensei gritar surpreso e eu fico um pouco perdido em tudo isso, mas pela expressão dos dois, eles devem conhecer esse cara.

— Obito?! — Kakashi fala espantado.

— Obito? — pergunto perdido.

— Ele foi nosso colega na Academia, pensamos que tinha morrido na guerra. — Gai me explica — Ele foi colega de time de Kakashi.

— Eu não conheço ninguém com esse nome. — o tal Obito fala.

— Como você pode? Atacar Konoha? Causar tudo aquilo, e de quebra, ainda que indiretamente, causou a morte do Minato-sensei e da Kushina-sama! — Kakashi fala e sua voz sai angustiada.

— Isso não importa mais, muito em breve essas coisas deixaram de existir. — ele retruca — Se Rin não existe nesse mundo, eu vou criar um onde ela exista novamente!

— Rin morreu para proteger a vila, ela se sacrificou por aquelas pessoas! — Kakashi grita — Se você a amasse de verdade, entenderia o que ela fez!

Olho para esse cara e não sinto nada alem de pena, ele está tão obcecado em se fazer de vítima e se afogar em suas dores, que nem percebe mais o que está fazendo, ele age como uma marionete, não tem sentimento ou qualquer coisa que seja. O mundo ninja pode ser cruel sim, somos todos levados ao extremo e muitas vezes somos obrigados a algo que não queremos; mas ai, querer culpar milhões de pessoas inocentes e condená-las a viver num eterno Genjutsu é demais, é egoísmo puro, apenas para que ele não se sinta mais sozinho, isso não é justiça e não é por amor, muito menos por um mundo melhor. Não, não é assim que os problemas se resolvem. Isso é simplesmente idiota demais, tão idiota que eu começo a gargalhar.

— Naruto? — Gai me olha preocupado.

— Sabe, esse tempo todo que estamos aqui, você tem me dito que eu sou fraco, que eu deveria desistir, que não sou capaz; e só agora eu entendi por que você diz essas coisas. — falo encarando seus olhos — Você fala isso, porquê você é fraco, você desistiu e resolveu trilhar o caminho mais fácil, e agora fica ai se doendo e remoendo coisas do passado. Você quer que as pessoas sintam pena de você? Pois é isso que sinto agora, sinto pena por você ter desistido, pena por ser um cara tão egoísta que só está pensando na sua dor e por isso quer acabar com o mundo dos outros; tenho pena por você não entender o que é ser verdadeiramente forte e ser tão estupido ao ponto de pensar que um Genjutsu infinito acabaria com a dor no mundo. Isso não vai adiantar, é bem possível que piore tudo, você quer tirar o direito de outras pessoas de viver só porquê você não tem capacidade de viver!

Kakashi e Gai me olham assustados, o tal Obito está totalmente transtornado e sem reação, até mesmo Gyuki me olha abismado; mas eles podem pensar o que quiserem, eu não me importo, muita coisa mudou em mim desde que soube que vou ser pai, e uma delas é a maneira de ver algumas coisas, acho que na verdade eu deixei de ser ingenuo como antes, deixei de esperar que as pessoas vejam as coisas como elas realmente são. Viver é tão simples, nós só temos que encontrar alguém que vá nos acompanhar na caminhada, alguém que faça o caminho valer a pena; não entendo por que no meio de algo tão simples, deva haver ganancia, inveja e intrigas, é isso que destrói o mundo e causa todos os problemas, se as pessoas soubessem amar mais e cobiçar menos, não haveriam tantas guerras nem tanta desigualdade no mundo.

Quando acho que ele vai entregar os pontos, a estátua grita novamente ele volta a sua expressão fria e sem emoções de antes.

— Mandou bem garoto. — Kurama fala.

— Quero ver o que você vai dizer quando eu arrancar essa Bijuu de você! — Obito retruca.

— Não há possibilidade disso acontecer, você luta só por si mesmo e por isso vai perder. — respondo terminando de juntar energia da natureza — Eu luto pelos meus amigos, e não vou perder!

Com o Chakra Senjutsu parto para o ataque, fazendo o maior Rasengan que posso, determinado a ganhar essa guerra, por todos aqueles que fazem ou fizeram parte da minha vida.


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Notas finais do capítulo

Oi pessoas, desculpem o capítulo curto hoje, o trabalho foi puxado e me esgotou, prometo compensar no próximo! Bjuss.



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