O Despertar dos Sentimentos escrita por Luana de Mello


Capítulo 18
Monte Myoboku




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Depois que a vovó Tsunade acordou, meus dias de sossego acabaram, ela simplesmente surtou depois de uma vídeo conferência com os outros Kages, agora  eu não saio mais da vila. Isso está me irritando muito, principalmente quando a Hina sai em missões fora da vila, claro que fiz o Kiba e o Shino prometerem que não deixariam nada acontecer com ela. Foram tantas brigas que tive com a vovó por causa disso,e em uma delas, ela até me atirou pela janela do escritório, aquela velha sem vergonha. Mas o que esperam que eu faça? Que fique parado enquanto todos se preparam para uma guerra? Não, isso nunca, e  a vovó sabe que não vou concordar, por isso tem me dado missões chatas e de criança para me manter ocupado. Até o Iruka-sensei tenta me convencer a ficar parado, parece que todos estão querendo me tratar feito criança. Lanço meu décimo quinto Rasengan, me sinto extremamente frustrado e a única forma que acho de extravasar é treinando, como fazia quando era sozinho. A Hina ainda não voltou para vila, e isso contribui muito para minha irritação, parece que a qualquer momento vou explodir.

— Naruto?!!  - ouço Sakura me chamar.

Não ligo, sigo treinando, não quero falar com ninguém, já que nem meus amigos fizeram algo para me apoiar, não quero falar com eles. Lanço um Rasenshuriken nas árvores, tudo que quero é ficar muito cansado, a ponto de não levantar mais, não quero pensar. Já deve ser quase meio dia, estou aqui na floresta desde a madrugada. Sem a Hina eu fico vazio e sem sentido, mas que droga! Por que não podem me tratar como adulto? Eu salvei a vila, será que acham que eu ainda sou impulsivo e sem cérebro? Não podem confiar em mim? Mas o que mais me irrita é saber que a vovó está por trás da maracutaia toda, será que ela deixou de acreditar em mim?

— Mas que droga Naruto, dá para me responder?!!! - Sakura fala irritada.

Mas ela que não me teste, não estou com paciência para suas lamentações, só quero saber o motivo da equipe oito estar atrasada, eles deviam ter chegado ontem a vila.

— O que foi Sakura, hein? Veio reclamar por mais uma merda que o Sasuke fez?!!!!! - grito com ela e a vejo se encolher.

Olho para mim mesmo e me sinto mal, estou perdendo o controle de novo. Sinto o Chakra da raposa borbulhar dentro de mim. Ultimamente isso tem acontecido bastante, eu me irrito e o manto da nove caudas vem a tona, só quem ainda tem coragem de chegar perto de mim são a Sakura, o Sai, o Shikamaru e o Kakashi-sensei. Tento me acalmar e fazer o manto regredir.

— Desculpe Sakura, eu me descontrolei. Estou tão frustrado que nem tenho mais controle sobre mim. - peço envergonhado.

— Tudo bem Naruto, sei que está sendo difícil para você. - ela me consola - Mas eu vim trazer notícias boas.

— Que notícias, fala logo. - peço já empolgado.

— O time oito chegou agora a vila. - conta também empolgada.

— Sério? Mas isso é ótimo, você é a melhor amiga do mundo, Sakura! - digo lhe erguendo e girando com ela.

— Mas é um idiota mesmo! - ouço ela exclamar enquanto saio em disparada pela vila.

Não é complicado adivinhar onde eles estejam agora, então corro para lá o mais rápido que posso, passo pelos guardas sem me importar com seus protestos e adentro a sala dos Hokages sem cerimonia.

— Naruto, você não pode entrar assim sem bater! - Shizune me repreende.

Eu nem ligo, desde quando eu bato? Tudo que me importa são os dois olhos de lua que me fitam intensamente. Não me interessa quem está assistindo, eu simplesmente a tomo nos braços e lhe dou um beijo. Senti tanta saudade dela nos últimos três dias, saudade da sua pele do seu perfume. Tudo está tão corrido ultimamente, que qualquer hora, é hora de abraçar, beijar, de amar intensamente. Aproveitamos cada segundo para ficarmos juntos, sempre damos um jeito de estarmos sozinhos para nos amarmos. Sinceramente, não sei como suporto tanto tempo longe dela. Mas a cada reencontro é emocionante, é como se fosse a primeira vez de novo; todos os meus medos e angustias vão embora, e só existe ela e toda sua bondade.

— Você está bem pequena? Se machucou? Por que demoraram? - pergunto angustiado.

— Estou bem Naruto-kun! Foi só o senhor feudal que queria que ficássemos mais um pouco. - ela me tranquiliza.

— Ah não sei não viu Hinata, aquele velho parecia bem interessado em você. - Kiba comenta e eu me irrito e sinto meu corpo tremer.

— Kiba-kun, olha o que fez! - Hinata briga com o amigo - está tudo bem querido, não aconteceu nada, eu o coloquei no seu lugar, não se preocupe.

— Se aquele velho babão te fizer mais alguma gracinha Hinata, eu juro por Kami que deixo a raposa matar ele! - digo totalmente alterado.

Vejo os outros exclamarem e se afastarem e sei que me descontrolei de novo, sinto minhas presas e garras apontando. Volto a respirar fundo e tendo ficar calmo. Hinata continua com suas pequenas mãos no meu rosto , num pedido silencioso para que eu me acalme. Sinto o metal gelado de seu anel de compromisso na minha bochecha, e volto a mim.

— Você já almoçou? - ela nega - então vamos ao Ichiraku?

Ela concorda, pega sua mochila e sai da sala comigo. Não quero conversar com a vovó agora, Vai servir só para brigarmos de novo. No caminho deixamos as suas coisas no clã e ela aproveita para ver seu pai, sua irmã e irmão, como ela chama Neji.

— Como foram as coisas? - pergunto.

— Bem tranquilas, sem qualquer incidente. - fala calma - e por aqui?

— O mesmo de sempre, velhas ricas querendo companhia para os lugares, cortar grama na casa de alguém, desvalorização sem limites. - falo entediado.

— As coisas vão melhorar querido, só tenha mais paciência. - pede gentil - e que história é essa de velhas ricas?

— Ah Hina, são só aquelas velhas cheias de gatos que não tem o que fazer.Eu juro que tento Hina, mas está dificil. - digo baixinho.

Desconverso e mudo de assunto,eu não sabia, mas descobri a duras penas que Hinata também é muito ciumenta, e desde aquele dia tomo muito cuidado para não deixa-la brava.

— Olá Naruto! O que vão querer hoje? - Teuchi diz vindo nos atender.

— Eu vou querer o de sempre tio. - digo já com água na boca.

— Eu também, Teuchi-san. - Hina pede.

— Dois especias da casa saindo. - ele fala animado.

Nós seguimos conversando, enquanto Teuchi faz o lámen. Não desgrudo de Hinata nem um momento, quero matar toda minha saudade dela, quero sentir seu cheiro, seus beijos e me perder em seu corpo. Não me importo se as pessoas da ruam olham, eu a beijo a todo momento, acaricio seu rosto. Mas tem sempre um toque a mais que foge do controle, que me acende instantaneamente.

— Hina, é melhor parar com isso, ou eu vou me trancar em um quarto com você! - digo baixinho em seu ouvido.

Hinata se arrepia inteira e sua boca se abre em um pequeno e perfeito "o". É muito bom para o meu ego, saber que eu causo nela as mesmas sensações que ela causa em mim. Estou tão entretido em provocar Hinata que não percebo que o cenário a nossa volta mudou, só vejo quando Hinata se assusta e pula no lugar, então percebo que não estamos mais em Konoha.

— Pai, você não disse que ia invocar mais alguém. - Shima-sama fala.

— Eu também não sabia mãe, achei que tinha chamado só o Naruto-chan. - Fukasaku-sama responde.

— Por que me invocou aqui sapo velhote? - pergunto.

— Ogama Sennin precisa falar com você. Quem é essa menina que foi invocada com você? - o velhote pergunta e só agora vejo que Hina ainda está assustada.

— Velhote essa é Hinata, minha noiva. Hina esses são Fukasaku-sama e Shima-sama, os Grandes Sapos Sábios do Monte Myoboku. - os apresento.

Hinata, ainda assustada faz uma reverencia aos dois e me olha.

— Naruto-kun, nós estamos no Monte Myoboku? - pergunta indecisa.

— Sim Hina, foi aqui que eu fiquei quando estava treinando Senjutsu, e esse velhote ai que me ensinou. - Hina arregala os olhos e faz uma carinha tão engraçada.

— Eu lembro de você! Foi a menina que entrou na luta para ajudar Naruto-chan. Foi dela que te falei pai. - Shima comenta.

— Então foi ela? Você fez bem em escolher essa menina para sua companheira, Naruto-chan. - o velhote fala - Uma garota corajosa e talentosa.

— O-obrigada, Fukasaku-sama! - Hina fala encabulada.

— De que clã você é criança? - Shima pergunta.

— Hyuuga, eu sou uma Hyuuga. - Hina responde.

— Isso é bem interessante. Levando em consideração a sua linhagem sanguínea, e a de Naruto-chan, por parte do clã Uzumaki, eu diria que os filhos de vocês serão habilidosos. - o velhote fala pensativo e isso basta para fazer Hinata virar um tomate.

— Bem, bem Chega de conversa, todos a mesa. Vocês precisam almoçar antes de irem ver aquele velho senil. - Shima fala animada e meu estomago revira em protesto.

Eu tento argumentar e dizer que não estou com fome, mas sou repreendido por Hinata, que diz que é falta de educação recusar o convite. E lá vou eu  passar por esse suplício, olho os pratos e sinto ânsia, só o cheiro me repugna e começo a suar frio. Ainda nem dei a primeira colherada, e me espanto de ver Hinata comendo tudo sem nenhum sinal de mal estar. Ela conversa animada com a velhota e pede receitas dos pratos, e eu oro a Kami para que ela nunca faça essa comida em casa. Me obrigo a comer e faço um tremendo esforço para não vomitar, meu estomago se revira. Suporto aquela tortura valentemente até acabar. Depois do almoço horrível, Hina e eu seguimos o velhote até o Ogama Sennin, minha pequena fica deslumbrada com o lugar e vira o rosto a todo instante, admirando a paisagem. Tudo chama sua atenção, as estátuas de sapos, as folhagens das plantas, as fontes.

— Quantos sapos tem aqui, não é? Isso é fascinante Naruto-kun. - fala empolgada.

— Sim, é realmente fascinante. - ela cora porque sabe que não falo dos sapos ou do lugar - Agora me diga uma coisa pequena, como conseguiu comer aquela comida?

— Ah, eu concentrei um pouco de Chakra na boca, então não senti gosto nenhum. - ela confessa baixinho.

— Acho que vou aprender a fazer isso. - digo e ela ri.

Caminhamos mais um pouco para chegarmos ao grande salão, onde Ogama está. O sapo velho está sentado em uma espécie de trono, e tem um sapo pergaminho ao lado.

— Aqui está ele, grande ancião. - Fukasaku fala.

— Sim, eu chamei você, hã...? - Ogama fala.

— Uzumaki Naruto! Podia memorizar meu nome, né velhote! - digo exasperado, esse sapo louco sempre esquece.

— Sim, sim, Naruto! Eu te chamei aqui... Hã vejamos, eu vi seu futuro, e nele você vai encontrar um polvo. A minha visão não está muito clara, mas com certeza era um polvo, e ele vai te ajudar... E você também vai lutar com um jovem com grande poder nos olhos. - o velhote vai falando.

— Eu sei disso, estou me preparando para essa luta. - digo desanimado.

— Gamatora, eu também previ a transferência para o Naruto, dê a ele a chave para o selo do Yondaime. - o Ancião fala.

— Se você diz Grande Ancião! Está é a chave para o selo da Kyuubi, com ele você pode abrir e fechar o selo, e também para finalizar aquele Jutsu. Coloque sua mão no quadrado. - Gamatora instrui.

Fico hesitante, da ultima vez que o Ero-Sennin abriu o selo eu o machuquei, não quero machucar mais ninguém. 

— O que foi? Ponha a mão na chave Naruto. - Fukasaku fala.

— Não se preocupe Naruto, o polvo que eu falei antes, vai te ajudar a controlar o poder da Kyuubi. - o velho senil fala.

Tomo coragem e toco a chave com a ponta dos dedos infundidos em Chakra.

— Certo, agora abra a boca. - Gamatora diz, fico confuso mas abro - Abra mais.

Fico mais confuso, mas faço, então me assusto quando Gamatora pula na minha boca. Sinto uma ânsia horrível, o sapo viscoso está entalado na minha boca, então de repente Fukasaku chuta Gamatora garganta abaixo. Me sinto mal, quanto mais vou ter que passar por essas coisas? E para piorar tudo, Hinata assistiu tudo, e sua expressão demonstra o quanto ainda está assustada. Depois de nos despedirmos do velhote, saímos do grande salão para Fukasaku nos mandar de volta para a vila. Shima vem se despedir de Hinata, e faz eu prometer traze-la mais vezes aqui, Hina com certeza gostou de vir, mesmo que por acidente; eu realmente gostaria de trazer ela aqui para passar uma tarde, mas sem provar da comida horrível. Apesar da minha experiência desastrosa, Hinata parece não se importar com nada, mantém um sorriso no rosto. 

— Você gostou de ir até lá, minha pequena? - pergunto a ela.

— Sim, adorei Naruto-kun, é um lugar muito bonito. - ela responde contente.

Acho que esse é um dos motivos que amo Hinata, ela fica feliz com pequenas coisas, mesmo as que acontecem por acaso, é tão gentil em tudo que diz e em seu modo de agir, que afugenta qualquer problema. Agora mesmo só consigo pensar em beijar sua boca e matar a saudade que sinto dela, nem lembro mais que tenho que achar um polvo em algum lugar para dominar o poder da Kyuubi. Deixo meus problemas para depois e faço o que meu coração manda, parto com ela para o meu apartamento, chegando lá a tomo nos braços e a beijo intensamente, sem perder nenhum segundo a mais para ama-la.


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