A difícil arte de ser eu, Harry escrita por Sangster


Capítulo 2
A razão do meu afeto




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Logo depois dos primeiros dias que me descobri apaixonado pelo Draco, eu comecei a buscar por filmes com temáticas românticas, gênero do qual sempre que posso procuro passar longe, pois não tenho muita paciência para o excesso de cenas com câmera lenta, fusões de imagem, beijos, abraços, aquele tradicional pôr do sol e músicas ao fundo habilmente manipuladoras com o propósito de tornar o expectador um dependente emocional.

Em meio a essa jornada desafiadora, esbarrei com o filme “As canções do amor”, um drama musical francês que conta a história de um jornalista, Ismael, que namora Julie, porém vive um romance com Alice. Os três compartilham momentos de alegria e ciúme até que a morte repentina de Julie rompe o triângulo amoroso e muda os rumos da história e lá pelas tantas, Ismael, perdido e confuso, decide passar a noite na casa de um amigo, Erwann, um jovem que nutre uma atração silenciosa por ele e que não tem a menor ideia de como se declarar, mas que resolve, entre receoso e aflito, já que a ocasião faz o ladrão, tentar seduzi-lo enquanto os dois travam um dueto inusitado cantando “As-tu Déjà Aimé”.

Foi impossível não me identificar com a angústia refletida nos olhos do Erwann e que aos poucos, mas sem se ausentar por completo, dá lugar a uma esperança improvável durante o tempo em que ele acredita estar próximo ao seu objetivo; essa sensação, de tristeza mal administrada, é a mesma com a qual venho convivendo neste quase um ano que passou enquanto busco descobrir uma maneira de confessar ao meu melhor amigo o que sinto por ele sem colocar em risco o caminho trilhado por nossa amizade.

Independente do que se diga por aí, nesses tempos de amores líquidos, cínicos, descartáveis, ele, o amor, por incrível que pareça, ainda continua sendo a força vital que move o mundo. Até mesmo Albert Einstein ressaltou a necessidade da existência dessa energia poderosa e desconhecida ao ponderar que se um dia tivéssemos que escolher entre o mundo e o amor não podíamos nos esquecer de que se por acaso optássemos pelo mundo ficaríamos sem o amor, mas se escolhêssemos o amor, conquistaríamos o mundo.

Existe uma canção, “Nature Boy”, gravada por uma infinidade de artistas, inclusive pelo nosso imortal Vinicius de Moraes, versão que mantenho na minha playlist, que conta a história de um garoto estranho e encantador que acredita que a melhor coisa do mundo é a máxima do amar e amado ser. Eu mesmo já me agarrei a essa sentença com unhas e dentes, mas descobri, aos 15 anos de idade, que confiar em alguém só nos traz problemas. Amar uma pessoa é uma experiência cativante, maravilhosa, porém quando não somos correspondidos a sensação é devastadora. Não existe maior dor que a dor da rejeição visto que é uma ferida que demora muito para cicatrizar, e até que esse dia chegue ela pode nos machucar de maneiras inimagináveis, como um tormento aparentemente sem fim e que qualquer ser humano, em sã consciência sobre a face da Terra, não hesitaria em permanecer a quilômetros de distancia...

Pois bem, os deuses, com suas mentes frias como gelos, decidiram, enquanto estavam apostando os seus dados, que o tombo que levei há quase dois anos não foi suficiente, que não sou merecedor de um pouco de paz de espírito, fazer o quê, decerto eu devo ser uma espécie de coringa dentro dessa jogatina, já que mais uma vez fui arremessado para a arena dos corações partidos sem qualquer chance de defesa, assistindo impotente cada uma das minhas convicções ruírem como castelos construídos na areia.

Não nego que lá no fundo, bem lá no fundo, escondido de tudo e de todos, eu gostaria de ser amado e também ter alguém para amar, para trocar presentes no dia dos namorados, de ser piegas, assim como também adoraria que meu pai fosse mais participativo nos assuntos da família e minha mãe um ser humano bem menos intransigente e a sociedade superasse os obstáculos levantados sobre qualquer orientação sexual, mas não se pode ter tudo nesta vida e então para evitar expectativas tolas e ficar dando murro em ponta de faca, aprendi a me conformar com o lugar meramente utópico que alguns projetos e desejos precisam ocupar dentro da minha existência, porém como lidar com sentimentos incontroláveis que se alternam a cada dois milésimos de segundos por aquela pessoa que até então eu enxergava como um grande irmão? É demais para qualquer inteligência emocional.

Óbvio que eu achei a minha repentina atração pelo Draco uma situação completamente ridícula, uma impressão equivocada que iria embora da mesma maneira que havia chegado, contundo os dias foram se passando e eu fui ficando cada vez mais assolado, enredado em um conflito absurdo e desafiador até que não aguentei mais e acabei fazendo o que qualquer outro teria feito no meu lugar: busquei me afastar de Draco, inventei as mais estapafúrdias desculpas e justificativas e coloquei nossa amizade em risco só para ter a certeza de que tudo o que eu sentia não passava de fogo de palha, mas todos os meus esforços foram em vão e a duras penas, e por um honorável sentimento de covardia, optei por manter nossa amizade como sempre fora, deixando verdades escondidas pelo caminho, construindo, a partir de então, e a cada dia, um novo Harry ao mesmo tempo que me rendia diante da conclusão de que não escolhemos o amor e sim ele que nos escolhe.

Das duas paixões que tive na vida, nenhuma delas, mesmo não tendo sido correspondido nem por uma e nem por outra, me desestabilizou a ponto de ponderar a mais ínfima possibilidade de me declarar, de me assumir, sair da minha zona de conforto, jogando-me, como agora, no precipício do desespero ao (tentar) imaginar, por mais surreal que possa parecer, um futuro aonde deverei conciliar minhas escolhas sem ferir minha família ou as pessoas que amo, afinal de contas, se eu conseguir que Draco corresponda ao menos metade do que sinto por ele, e conhecendo-o tão bem como eu o conheço, ele não suportaria viver na clandestinidade.

Eu e Draco temos a mesma idade, estudamos no mesmo colégio e sala de aula, e ele passa a semana e alguns sábados e domingos com os seus padrinhos no mesmo condomínio onde mora minha família. Desde que ele passou a meio que morar aqui, isso quando tinha uns seis, sete anos de idade, começamos uma amizade muito legal (mesmo não sendo vista com bons olhos pela minha mãe), que com o passar do tempo acabou se tornando uma relação muito próxima, fraternal e que invariavelmente nos fez amigos inseparáveis a ponto de passarmos a compartilhar segredos, medos, ansiedades, compartilhar quase tudo. É claro que ele não sabe sobre minha orientação sexual e muito menos que é o amor da minha vida há quase um ano.

Draco é lindo por fora e por dentro, sempre me tratou bem, com carinho e respeito, porém não sei se foi a maneira como passei a encará-lo depois que meu coração o escolheu, mas de alguns meses para cá, posso, e não gostaria de estar enganado, venho percebendo alguns sinais de afeto bem incomuns por parte dele em relação a mim; demonstrações de carinho e atenção que se tornaram constantes, como suas mãos quase sempre se encostando aos meus braços enquanto conversamos, ou ele se apoiando em meus ombros de forma longa e gentil, ou seu sorriso com ou sem razão cada vez que os nossos olhares se encontram, ou ele decidido a assistir algumas séries que eu sugeri há tempos, ou até mesmo seus abraços mais longos que o de costume quando nos encontramos ou nos despedimos...

Talvez essa mudança tenha acontecido depois que Draco viu uma foto sua que coloquei de propósito (num momento de completa insanidade) na tela de bloqueio do meu celular. Pensei na ocasião que finalmente havia chegado o momento decisivo, que eu seria confrontado e para o bem ou para o mal o meu suplício terminaria, entretanto Draco achou o meu gesto engraçado, meramente engraçado, e apesar disso, dessa sua reação indiferente, ainda sigo ignorando o óbvio, de que estou, sim, imaginando coisas, por que nosso cérebro tem uma vocação tremenda para se apegar aos significados que criamos, mesmo diante de evidências que contradizem aquilo que foi estabelecido.

Até onde eu sei e todo mundo também, o meu melhor amigo é hétero e não foram poucas as vezes que ouvi suas confissões e histórias mirabolantes com as garotas. Ainda me lembro de quão horrível foi vê-lo com uma nova namorada depois que eu estava apaixonado. Senti-me traído, trocado, magoado, como se tivesse levado uma facada no peito e quase saí gritando que o amava mais que Romeu à Julieta e minha existência só seria completa ao seu lado... Acabei me acostumando, claro, que outro jeito, todavia não consigo mais deixar de ficar mega preocupado com sua vida, colocando-o à frente de todas as minhas decisões ao tempo em que vou semeando dúvidas e reticências em cada canto do meu cérebro.

É igual para todo mundo: quando se está apaixonado não paramos de pensar na pessoa amada em nenhum instante. Tudo o que fazemos, olhamos e sentimos nos faz lembrar sua imprescindível existência no universo, e é impossível não se apaixonar pelo Draco quando se está diante de seus olhos extraordinariamente brilhantes e expressivos, sua pele clara, os cabelos louros todo emaranhado, sua silhueta discretamente malhada, seu estilo skatista e definitivamente não há como resistir às covinhas que se formam em suas bochechas quando sorri...

Realmente não sei como tudo isso vai terminar, mas espero não desenvolver uma alarmante tendência masoquista enquanto aguardo o resultado final (e coerente, se possível) para a briga de foice que meu coração e cérebro vêm travando.

Hoje, pela manhã, fazendo uma prova de Literatura, por mais que eu tentasse, não conseguia me concentrar. Minha mente resolvera passear no lado negro da força, vagando em pensamentos os quais não ousaria revelar a ninguém. Ao tempo em que fingia me debruçar sobre as questões envolvendo o contexto histórico do Modernismo no Brasil, lembrei-me um fato acontecido durante uma aula de natação, logo assim que eu comecei a ter alguns sonhos eróticos com o Draco. Alguns não, muitos! Vários! Vamos combinar que o único gay assexuado na história do mundo foi o representado pelo Tom Hanks em "Filadélfia", mesmo tendo um Antônio Banderas (maior gato na época) ao seu lado... Vai ver por isso ele, o Tom, ganhou um Oscar...

Enfim, nessa minha recordação quase imprópria para menores, à la “O Terceiro Travesseiro”, de Nelson Luiz de Carvalho, livro, aliás, que já li três vezes e em todas elas devorei cada uma das páginas, ao passo que o professor de natação distribuía suas instruções para os exercícios a serem praticados, eu estava em pé, dentro da piscina, como os outros rapazes da turma, quando vi Draco se aproximar; estava atrasado, mas nem por isso com pressa e vestia uma sunga de praia nova, perfeitamente ajustada à sua silhueta malhada, sem excessos. Foi difícil não tentar desviar o olhar daquelas pernas perfeitas e com poucos pelos, sem falar das coxas grossas que aquele sungão sabia valorizar. Prazer e angústia oscilaram na minha mente e minha imaginação começou a criar uma situação que de modo óbvio em uma piscina de uso coletivo ia ser impossível de se realizar. Eu sabia que precisava conter com a máxima urgência minha extravagância de fora de hora, mas meus instintos (básicos) não obedeciam, restando-me uma única alternativa: a de recorrer desesperadamente à minha peculiar discrição diante de algo super, hiper, mega constrangedor, mesmo não tendo menor ideia da tonalidade do vermelho que tinha tomado conta da minha cara e a reação nela estampada, ao mesmo tempo que agradecia aos céus por metade do meu corpo estar dentro d'água.

Bem, agora aqui estou eu, pensativo, às 16h22, aguardando os poucos minutos que faltam para o término da aula do curso de espanhol. Mi cabeza está golpeando y mi corazón está ansioso. Onde Draco se enfiou? Ele hoje não deu as caras em Hogwarts, e desde ontem à tarde que não o vejo e tampouco consigo qualquer retorno de sua parte e a última vez que conversamos foi por telefone e isso antes da sua madrinha chamá-lo para jantar.

Eu não posso acreditar que ele foi capaz de perder um dia de aula, pior, perder uma prova, apesar das avaliações escolares não estarem na sua lista de prioridades, nem qualquer outro tipo determinação que submeta sua capacidade, mas daí chegar a esse extremo? Nem mesmo depois dos finais de semana estressantes que é obrigado a passar com a sua família biológica... Então o que pode ter acontecido? Na verdade não preciso ser um Sherlock Holmes para deduzir esse mistério: é obvio que tem alguma garota nova no pedaço, mas quem será essa poderosa que fez Draco jogar tudo para o alto? A propósito, quero ver a desculpa esfarrapara que ele vai arranjar para requerer uma segunda chamada, que só é concedida por motivo de força maior e devidamente comprovada perante a direção do colégio...

Dou de ombros e decido aproveitar o instante que o professor está de costas, escrevendo sobre a superfície lisa do quadro branco, para apanhar, com um gesto sorrateiro, o celular que está descansando no vão entre as minhas pernas. Pela enésima vez miro o visor do aparelho a fim de me certificar de que realmente não há qualquer ligação ou mensagem perdidas do meu amigo. A esperança é a última que morre e seria aguardar demais da sorte, ainda mais diante de uma nova temporada de “eu vou abandonar o Harry” prestes de começar. É sempre assim quando Draco está de olho em alguma garota, e se por acaso o namoro já estiver rolando, o que é bem provável, eu vou ter que me contentar com o tempo que sobrar, aliás, já não é de hoje que esse tipo de tratamento vem me incomodando muita coisa. Quem disse que o platonismo pode até ser algo romântico, que com suas migalhas preenche parte da gente, não se enganou, mas só até certo ponto.

Confiro mais uma vez a tela do celular e nada mudou. Que seja, concluo com indisfarçável desdém enquanto devolvo o aparelho para o seu esconderijo. Dos males, o menor. Prefiro a expectativa ao desapontamento de ter mais uma mensagem não respondida ou mais uma tentativa de ligação que com certeza Draco, o Judas, não iria atender.

O professor se vira e anuncia o final da aula. Já não era tempo. Atrás dele, sobre o quadro branco, em letras bem chamativas, como se já não bastasse o pincel usado para escrever ser vermelho, o titulo de um dos filmes de Pedro Almodóvar, “Mulheres à beira de um ataque de nervos”, mas no original, em espanhol, é claro. Antes mesmo que um dos alunos faça menção em se levantar, ele informa que na próxima semana iremos assistir la película, sem legendas, óbvio, e em seguida travaremos uma pequeña discusión.

Curto muito Almodóvar e espero estar bem melhor quando a próxima aula chegar, pois se meu psicológico continuar desse jeito, não será fácil presenciar Carmen Maura, mesmo num tom de comédia pastelão, se desesperando ao tentar encontrar o amante que a abandonou grávida, e isso se antes eu conseguir passar ileso pela abertura do filme com Lola Beltran cantando “soy infeliz, porque se que no me quieres, para que mas insistir”.

*   *   *

Após aguardar por pelo menos uns quarenta e cinco minutos sem que qualquer outro transporte comum de uso coletivo apareça, entro no ônibus que atende aos usuários do condomínio onde moro. Sempre que tenho opção evito usar esse serviço, ainda mais quando estou assim, nem um pouco interessado em socializar, pois sei que vou acabar esbarrando com meia dúzia de conhecidos com caras de reboco mal acabado, aqueles filhos de moradores que aprenderam com seus pais a como andar de nariz em pé, certos de que são os últimos copos d’água no deserto, dispostos a camuflar seus complexos de inferioridade que salta aos olhos, ou então alguns condôminos que insistem em colocar em prática o maçante protocolo social de puxar conversa só porque estamos dividindo o mesmo espaço, mesmo que por alguns instantes... Se tiver de escolher, me enfio no meio do primeiro grupo; seus integrantes também sabem seguir à risca outra regra da sociedade: a do afastamento nessa terra de falsas simpatias e sorrisos forçados.

Sentado confortavelmente em sua cabina, o condutor acena com a cabeça quando termino de subir o último dos três degraus, me dispensando logo em seguida um “boa tarde” sonoro, cumprimento que devolvo apenas com um murmúrio ao mesmo tempo que estico a mão direita sobre a maçaneta da porta em curva, com área envidraçada, localizada na direção oposta à sua cabina, abrindo-a de pronto. É inevitável o contato visual com a meia dúzia de seres humanos sentados sobre as poltronas separadas em filas duplas por um estreito corredor que contrasta, de certo modo, com a amplitude sofisticada do interior do salão do ônibus. Cada um deles está me encarando como se eu detivesse uma resposta para todos os segredos do universo e eu, decerto, os ignoro, e depois que fecho a porta atrás de mim, volto-me resoluto, focando o meu raio de visão nos assentos localizados na traseira, na esperança de encontrá-los completamente vazios.

Sem pestanejar sigo a minha rota de fuga enquanto me apoio nos bagageiros superiores, pouco me importando se estou esbarrando em algumas pernas e braços, e conforme vou me aproximando do meu objetivo, semicerro os olhos e estico o pescoço para depois incliná-lo, em movimentos acelerados para o alto e para os lados, no intuito de me certificar de que não há nenhuma alma desconsolada, cuja matéria possa estar estirada sobre um dos assentos; graças aos céus não há ninguém ocupando os seis últimos lugares, constato tão logo me deparo com as derradeiras poltronas, e então me atiro sobre a última delas depois de retirar a mochila das costas para logo em seguida abraçá-la desesperadamente a fim de tentar amenizar a sensação arrefecida da “temperatura-era-do-gelo-padrão”, determinada, sem sombra de dúvidas, pela Feiticeira Branca de Nárnia para o Tocha Humana sentado ao volante.

Já devidamente acomodado e com os olhos fechados começo a fazer planos para quando chegar a casa, apesar de que planejar ter paz dentro do apartamento onde moro é como tentar encontrar uma agulha em um palheiro no meio de um tiroteio na faixa de Gaza, mas é o que tem pra hoje, então irei me isolar no quarto, colocar meus fones de ouvido e viajar pela internet, aonde vou chorar minhas mágoas anonimamente, "conhecer" pessoas por dez, quinze minutos, talvez um pouco mais, ou se estiver com saco, convidarei minha arrogância para um chá enquanto tentaremos compreender os motivos que levam alguns adolescentes a buscar sites que ensinam brincadeiras para fazer com álcool, ou como adquirir cigarros ou ainda como se tornar anoréxica ou bulímica... Enfim, espairecer.

Abro os olhos e retiro o celular do bolso da calça jeans e encaro o seu visor: Draco definitivamente me esqueceu!

 


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