Carpe Diem escrita por Tahii


Capítulo 2
Cartinha do amorzinho


Notas iniciais do capítulo

HELLO, pessoas do meu core! Beleza? ♥

Eu sei que vocês estavam desiludidas com uma possível att rápida, mas cá estou como prometido, hehe. Quero agradecer a todos que começaram a acompanhar a história, e às lindas LuluWeasley, Ana Clara e RosaDWeasley pelo carinho ♥

Espero que gostem desse cap

Boa leitura ♥



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— Por Morgana, Rose — Dominique bocejou ao acordar. Olhei de canto para ela, sabendo que seria o fim da minha recém conquistada paz. —, como pode mal acordar e já enfiar a cara em livros?

— Livros sempre são a melhor opção, principalmente quando queremos um tempo de descanso. — ela não pareceu entender a minha ênfase, e enfiou a cara nos travesseiros novamente. — A Rox chegou. — não resisti em falar, precisava compartilhar da minha ainda existente preocupação.

— Ah é?

— É.

— Legal. — fechei o meu livro e o coloquei no criado-mudo na intenção de esperar o tempo de processamento da minha prima. — Ela já sabe que você ficou com o Lysander? — seu tom de tédio me ofendia.

— Pior. — grunhi. — Eu acho que ela acha que eu fiquei com o Malfoy.

— Quê? — Dominique levantou-se em um supetão, com os lábios formando um sorriso perfeito de quem adoraria me zoar com essa fantasia. — Com o Malfoy? Scorpius Malfoy?

— É.

— Claro que teria sido muito mais proveitoso se tivesse ficado com ele. Fala sério, o Lysander é bem…

— Ele não é feio. — defendi-o, arrependendo-me em seguida ao ver os olhos esbugalhados em minha frente. — Ele só tem um jeito meio excêntrico.

— Excentricamente esquisito. Não acredito que está realmente defendendo o Lysander, digo, você disse que não iriam se envolver em um beijo.

— Não nos envolvemos.

— Você está defendendo ele, Rose, isso é péssimo. Na pior das hipóteses, em alguma idiotice da sua cabeça em que você queira ter uma vingançazinha do Wood, ele ainda não é uma boa opção.

— Não estamos envolvidos, Dominique, eu só não acho certo você dizer que ele é esquisito.— revirei os olhos, impaciente.

— Mas ele é!

— Ele é diferente.

— Que seja. — desistiu vindo em direção à minha cama e acomodando-se em minha frente. — A Rox vai surtar se souber disso, você não vai ter paz nessa sua vida nunca mais. Entendeu? Nunca mais!

— Ela vai descobrir mais cedo ou mais tarde, seja me pressionando ou torturando o Malfoy para ele dizer que não estava comigo. O que é ótimo, porque… Eu prefiro assumir que beijei o Lysander do que fazer parte de uma ideia desconjurada dessa com o Malfoy.

O olhar de Dominique para mim foi do tipo “você é louca”, mesmo com o meu tom de convicção bem expresso e minhas orelhas provavelmente bem vermelhas. Mas não, eu não era louca, apenas fiz a idiotice de ceder à paixão descabida de Lysander Scamander por mim em uma festa ridícula. Ele era estranho? Um pouco, mas quem não tem uma leve taxa de esquisitice no sangue?

A minha prima voltou para a cama, puxando o cobertor em meio a uma risada.

— Quando você for alvo das zoações de Roxanne eu não quero estar por perto para ver. — murmurou quase que para si mesma.

— Me diga uma forma dela descobrir isso.

— Pelas cartas que chegam quase todos os dias seria uma boa forma.

— Mas isso já acontece há anos.

— Imagina se ela abre uma e lê os sonhos patéticos que ele conta para você naquele pedaço de vômito de unicórnio? — meu corpo gelou ao calcular a alta probabilidade disso realmente acontecer.

Desci as escadas como se fosse um foguete, e dei de cara com a sala cheia de gente. Meus pais, tia Gina, tio George. Senti uma louca vontade de voltar para o meu quarto, porém admito que seria muito estranho e apenas mais uma oportunidade para ser zoada. Por isso, engoli a seco e sorri como um trasgo que acabara de ganhar uma escova de dente.

— Quem é você e o que fez com a minha sobrinha carrancuda? — perguntou Tio George passando por mim na escada, aproveitando para bagunçar o meu cabelo. — A vó Molly está dormindo ainda?

— Se isso foi um elogio, obrigada, e eu não sei onde a-

— Ela saiu para ir comprar as coisas do almoço, deve estar chegando. — gritou Roxanne da cozinha, o que me preocupou, porque era lá onde a Amassada chegava, a coruja de Lysander. — E acho bom porque estou morrendo de fome.

— Quando não está? — perguntei discretamente ficando ao seu lado na pia. Ela sorriu para mim, e eu fiz questão de mostrar todos meus dentes para ela também. — A reunião do clubezinho acabou?

— Por hora sim. Quer saber qual foi a nossa conclusão? — assenti sem muita segurança, apoiando-me na beirada da pia. — FESTA!

— Oh, Merlin. — pus a mão no coração ao ouvi-la gritar. — Vocês não cansam de festas?

— Na verdade, não, e como nós nos sentimos extremamente mal por sempre atrapalharmos a sua diversão, decidimos que amanhã nós lhe favoreceremos. Scorpius foi o primeiro a concordar com a minha ideia. — Roxanne levantou a sobrancelha enquanto me olhava perversamente. — Legal, né?

— Partindo do princípio que ele adora ver a minha infelicidade, e que só tinha ele e o Al para concordar e que o Al ainda é o primo que mais me defende, não entendo essa sua cara. E, segundo, não, não é legal, e nem contem comigo porque eu não acredito no remorso de vocês.

— Credo, Rosinha. — cruzou os braços falsamente ofendida. — É claro que você vai. Nós queremos você lá. A não ser que você esteja com medo de… — um assobio de coruja preencheu os meus ouvidos, e me vi prestes a fazer a segunda maior cagada da minha vida.

— Perfeito, então! — disse feliz da vida indo em direção à porta para receber a Amassada e a carta em seu bico. Apesar de ter um dono esquisito, ela era tão esperta quanto ele e adorava receber carinhos. Mas não era dia de carinhos. — Tchau, tchau, Amassada. — sorri nervosa assim que a coruja deu um pio e saiu voando. Olhei para a Roxanne, segurando a carta com as duas mãos, e fui andando para algum lugar em que essa carta não pudesse ser tomada de mim. — Eu vou, hm, queimar isso aqui.

— Isso o quê? — a voz irritante do Malfoy soou bem no meu ouvido, e a carta foi tomada das minhas mãos à força. — Carta do amorzinho, Pimentão?

— Devolve. — grunhi ao vê-lo abrir a carta no alto. Eu sabia que não era do tamanho dele, e que não adiantaria eu ficar pulando, por isso pus as mãos na cintura e tentei queimá-lo vivo pelo olhar.

— Não, Weasley, vamos nos divertir um pouco com as românticas e poéticas palavras de Lystranho Scamander para a sua musa inspiradora.

— Malfoy.

Querida Rose, nem preciso dizer que estou com saudades e que você não sai do meu pensamento um instante sequer. — os dois gargalharam como hipogrifos engasgados após a primeira linha.

Eu não gostava do Lysander como um possível pretendente ao posto de namorado, nem do modo como ele me sufocava com o seu sentimento por mim, mas isso não significava que ele não era uma boa pessoa ou um bom amigo. E eu não gostava da atitude infantil dos dois palermas que riam de se divertirem às custas de alguém que, talvez, fosse melhor que os dois juntos.

— WEASLEY, EU TE MATO. — foi o que saiu da boca estúpida do Malfoy assim que eu lhe dei um chute no meio das pernas, pegando a carta de volta.

— Sua mãe deveria ter lhe ensinado a não mexer no que é dos outros. Na verdade, a mãe de vocês dois. — olhei severamente para Roxanne, que passou a rir ainda mais, e fui ler a carta dentro do banheiro (após trancar a porta, é claro).

Querida Rose,

Nem preciso dizer que estou com saudades e que você não sai do meu pensamento um instante sequer. Os dias que passo sem te ver é como dias nublados de inverno, e depois do nosso recém-beijo, a vontade de tê-la por perto é ainda maior. Sei que deve estar confusa, devido a tudo que tem passado, e não quero te sufocar com as minhas palavras talvez inconvenientes, mas não posso deixar de te lembrar que aqui, no meu coração, o seu espaço vem crescendo ainda mais.

Não te escrevo há duas semanas porque viajei com os meus pais e a Amassada não é a melhor com senso de direção, além de que a viagem dela seria bem longa. Mas estou feliz pelos seus pais terem nos convidado para um jantar com seus avós e tios, espero que você esteja presente para podermos conversar melhor sobre isso, se for da sua vontade.

Você não sai da minha cabeça.

Com amor,

Lysander ♥

Bufei soltando todo o ar dos meus pulmões, pressionando os olhos com força. Embora as lindas palavras de Lysander me dessem uma ideia da proporção da merda que eu havia feito, eu poderia me preparar para algo quatrocentas vezes pior, porque essa era a realidade quando eu perdia o bom senso que controlava as minhas ações.

Rasguei o pergaminho em quatro pedaços, abri a tampa do vaso sanitário e dei descarga para ter a esperança de uma possível pseudo paz até que eu pudesse encontrar os meus pais e perguntar por que eles me odiavam tanto.

Olhei-me no espelho, coloquei meu cabelo atrás da orelha e tentei me acalmar olhando a minha cara de derrotada. Sorri irônica para mim mesma, afinal, quem foi a burra que decidiu que o melhor jeito de calar a boca de Lysander Scamander era beijando-o? Isso mesmo, Rose Weasley. Se alguém chegasse perto de mim, poderia sentir o cheiro de desespero saindo dos meus poros.

— Sinto cheiro de desespero. — disse Dominique assim que fechei a porta do quarto em que estávamos. Sem responder nada, deitei-me ao seu lado e enfiei minha cara embaixo de seu travesseiro. — Imitar um avestruz não é um bom sinal. A carta já chegou?

— Já.

— Eles leram?

— Uma linha só.

— Era comprometedora?

— Não.

— Então está tudo certo, Rose, pelo menos até voltarmos para Hogwarts. — levantei-me em um supetão, para me encostar na cabeceira. Cruzei os braços e fitei Dominique severamente. Ela franziu o cenho. — O que foi?

— Nada está certo, Dominique, nada. — grunhi. — A Roxanne e o idiota do Malfoy pensaram na brilhante ideia de uma festa amanhã.

— Eles nem gostam tanto assim do Lysander para convidá-lo, até mesmo porque sabem que só por um milagre você irá.

— É, a ideia não parece tão ruim agora. — ironizei. — Já que eles terão a oportunidade perfeita onde eu e o Lysander estaremos respirando o mesmo oxigênio.

— Que seria?

— Um jantar que os meus queridos pais decidiram convidar os Scamander. — rolei os olhos. — Eu vou morrer, Dominique, morrer.

— É, realmente, Rose. — ela riu. Riu. Dominique teve a capacidade de rir da minha situação miserável. — O que pretende fazer?

— Tomar uma poção e arder em febre até setembro. — dei ombros.

— Ou simplesmente dizer para ele que vocês apenas ficaram, o que não os compromete em um lindo conto de fadas onde vocês vão casar, ter cinco filhos e viverem felizes para sempre com um hipogrifo chamado Augusto. Não é você que tem o ideal de ser sincera sempre?

— A verdade dói. — encostei minha cabeça em seu ombro. Ouvi seu suspiro ao meu lado, e senti sua mão em cima da minha.

— Mas é melhor que ela seja dita.

Dominique tinha razão.

Pela primeira vez na minha vida inteira eu tinha que admitir que Dominique estava coberta de razão. Eu havia vivido — forçadamente, é claro — a péssima experiência de ser enganada por alguém que não gostava mais de mim, mas que tentou enrolar, enrolar, enrolar até que a tragédia chegasse por si só. Eu gostava de Brian Wood, muito, só que ele não. Se ele tivesse me falado que para ele não daríamos mais certo, teria sido menos dolorido. E Lysander, bom, Lysander sempre foi um amigo, sempre esteve disposto a me ajudar — e a carregar meus livros pelos corredores, o que era ótimo porque sempre foram muito pesados. Não seria justo enganá-lo, tampouco iludi-lo com um conto de fadas de quinta categoria.

Abracei minha prima de lado, apertando-a bem forte. Ouvi sua risada preencher todo o quarto e, antes que pudéssemos resistir, estávamos bem perto de dormir novamente.

— Eu tenho que te contar a verdade. — falei antes que perdesse a coragem que a minha reflexão havia me incitado. Dominique fez um som estranho para eu prosseguir. — Sabe a festa?

— Ai minha Morgana. Sei.

— Digamos que eu e o Lysander ficamos mesmo, embora não tenha sido um grande beijo, sabe, só um beijinho. Só que depois que eu percebi a merda que eu tinha feito, dei um jeito de conseguir voltar para o dormitório só que aí…

— Nique? — duas batidas na porta me interromperam.

Ao mesmo tempo que senti a pele de Dominique esquentar, senti o chão duro na minha bunda após uma dramática queda da cama. Olhei para ela abismada, gritando um “que merda, Dominique!” em um sussurro cheio de irritação, e ela apenas colocou o dedo indicador na frente da boca e apontou para debaixo da cama. Sem escolha, me enfiei no estreito espaço e pedi para que Merlin não os deixassem fazer nada enquanto eu estivesse ali embaixo.

— Estou bonita? — perguntou erguendo o pano que tapava o meu esconderijo. Eu lhe mostrei o dedo do meio.

— Nique? Está aí? — ouvi a voz do meu primo misturada com o ranger da porta. Graças a Merlin não estava vendo a cara de retardado dos dois.

Você está aqui? — ah, ela riu. Daquele jeito de “que coincidência, eu nem stalkeei você, ou ameacei seu irmão mais novo para dizer se você viria”.

— É o que parece, hum? — passos. Fui um pouco mais para a extremidade e ergui um pedacinho do pano para ver o que faziam. Rolei os olhos ao ver que as pernas estavam bem próximas. — Estava com saudades.

— Faz um tempo que não nos vemos, quase as férias inteiras. — reclamou e eu assenti em concordância. Quantos dias não tive que ficar ouvindo ladainha dela? — Como estão as coisas?

— Corridas, por isso não apareci antes. — aham, tá. — Consegui pegar três semanas de descanso, só que eu vou para a Romênia visitar o tio Carlinhos e ajudá-lo com algumas coisas.

— Entendi. — ela deve ter sorrido, pelo que bem a conheço. Respirei bem fundo, abaixei o pano e repousei minha cabeça sobre os braços. — Quando vai?

— Segunda à noite. — um grande e quase interminável silêncio preencheu o quarto. — Por isso vim passar o fim de semana aqui, para te ver. Logo você vai voltar para Hogwarts e, bom, será um longo semestre.

— Como se você não fosse ver ela em Hogwarts. — resmunguei, tampando minha boca em seguida. Caso ele me achasse debaixo da cama, poderia usar a desculpa de que estava procurando minhas lentes de contato. Que por sinal eu não tinha, porque a minha visão sempre foi perfeita, assim como a minha vida antes de Hubi Spinnet cruzar meu caminho.

— Você ouv

— Se você veio para me ver, já está vendo. — ele riu ao ouvir a doce voz de Dominique. Rolei os olhos. Embora eu achasse bem ruim ficar semi-presenciando um encontro de quase-amantes, algo em mim fazia questão de me lembrar que poderia ser bem pior: como um jantar com Lysander Scamander e família.

— Vou ser mais específico. Vim para te ver, para te abraçar, para te beijar. — bati levemente a minha cabeça no chão. Que merda. — Podemos dar uma volta depois do jantar, se você quiser.

— Jantar?

— Minha mãe me disse que os Scamander vão vir jantar aqui porque há séculos não se reúnem. Vai ser consideravelmente tedioso.

— Com certeza.

— Por isso quero fazer algo divertido com você depois. — segurei a risada. Meu primo era direto, bem direto. Dominique deu uma risada, e provavelmente eles iriam se beijar. Por sorte minha e azar deles, a porta abriu de repente.

— Vocês viram a Rose? — o lindo do meu irmão perguntou, provavelmente repugnando a quase cena que estava vendo.

— Não.

— Certo, ahn… — dei uma espiadinha erguendo o pano e vi Hugo na porta, completamente sem jeito. — A vó está te chamando lá embaixo, Jay.

— Já vou.

— Ahn, certo, eu, ahn… Tchau. — e fechou a porta.

— Acho que você precisa ir, James. — Dominique deveria estar sorrindo enquanto falava.

— Acho que você precisa me beijar, Dominique, antes que eu morra enfeitiçado por você.

— Depois.

— Agora.

— James, não queremos dar na cara. — insistiu dando risada enquanto James a abraçava e fazia com que se aproximassem da cama onde, por um acaso, eu estava. Ficou um silêncio, de novo, mas dessa vez com alguns barulhos de bocas e respirações, e senti um peso caindo na cama. Coloquei minha língua para fora, para simular o meu desgosto com a situação. — James!

— Tá bom, tá bom. — ele gargalhou. — Vem comigo. Não quero desgrudar meus olhos de você.

— Você é tão…

— Você que é.

Alguns instantes se passaram para que eles finalmente saíssem do quarto. Com um pouco de esforço, me arrastei para fora daquela cama e me levantei, ajeitando minhas roupas. Ótimo, o dia estava sendo ótimo.

Antes que eu me rendesse à cama ou à poção de febre, andei em passos irritados em direção à sala para procurar os meus pais e perguntar por que eles me odiavam. O clube do mal estava sentado dando risadas, James e Dominique conversavam com a vó Molly e meu tio Jorge estava sentado em uma cadeira observando tudo aquilo com um sorriso estampado no rosto. Ele era maligno e, pior, gostava de provar que “na vida nada se planeja” e que “o dia de hoje é uma oportunidade única de ser feliz”, nada mais e nada menos do que o maldito “carpe diem”.

— E aí, Rosinha? Já sabe que roupa vai vestir para o jantar? — ele perguntou com a mesma aura de travessura que Roxanne.

— Não, não sei. — respondi grosseiramente, pretendendo voltar correndo para o meu quarto e enfiar minha cara em algum livro.

— Que jantar? — a enxerida de sua filha perguntou lá de onde estava sentada.

— O com os Scamander, querida.

— Os gêmeos virão também?

— Claro que sim! — de longe fitei Roxanne e vi o brilho venenoso nascer nos olhos dela. Suspirei fundo e massageei minhas têmporas, eu precisava urgentemente de uma poção que diminuísse os meus instintos assassinos.

Dei meia volta e subi correndo para o meu quarto. Eu não tinha mais concentração para ler, nem sono para dormir, a única coisa que passava bem na frente dos meus olhos era o trágico fim da minha vida social e amorosa. Uma grande mesa, a família toda reunida, Lysander com uma roupa bem brega e Roxanne dando uma risada maligna junto com o Malfoy esperando o momento certo para dar o bote certeiro e BUM: me fazer passar vergonha na frente da minha família inteira — algo que eles já deviam estar acostumados.

Durante o almoço eu lembrei da última vez que fui humilhada na Toca, episódio o qual Brian Wood estava, infelizmente, presente. Algumas coisas nunca mudam, independentemente do tempo. De uma forma ridícula e chata, Brian Wood sempre esteve presente em situações onde eu estive constrangida. Como quando Roxanne descobriu que eu gostava dele no terceiro ano e quando ela decidiu contar para meus pais que eu tinha perdido o bv com ele só que ele fingia que nada tinha acontecido. E Roxanne, bom, ela sempre estava presente com suas pegadinhas que, segundo a própria, eram formas de demonstrar amor. Scorpius Malfoy sempre esteve presente para rir da minha cara, e Dominique para me mostrar que a situação podia ficar infinitamente pior.

O único lado positivo do almoço foi que eu não fui alvo de nenhuma piada sem graça, tampouco o assunto principal. Estavam ocupados demais falando do Chudley Cannons e de como estava sendo a vida de James depois de formado em Hogwarts. Como se já não bastasse ter que me preparar psicologicamente para encontrar o meu calcanhar de Aquiles à noite, a vó Molly mandou que eu e Dominique fôssemos lavar a louça — para aprendermos o valor da magia.

— Obrigada por me deixar enxugar. Não trouxe minhas coisas de unha para fazê-las. — Dominique suspirou agradecida, embora eu tivesse a leve impressão que ela não queria tirar as moléculas de James de seu corpo. Nojento.

— Sou realmente maravilhosa. — dei ombros esfregando um prato.

Ficamos em silêncio por alguns instantes, já que ela estava ocupada demais pensando no James. E para nos dar mais trabalho, Scorpius Malfoy apareceu com três pratos para serem lavados. Deixou do lado da pia e sorriu como se soubesse que estava me irritando profundamente. Quase rosnei para ele, na tola esperança de que ele evaporasse da minha frente.

Não foi o que aconteceu.

Ele se encostou na pia bem ao meu lado.

— A Roxanne me disse que você vai amanhã. — ele comentou, cruzando os braços. Eu quis fingir, por alguns segundos, que não o estava ouvindo, só que era impossível. Porque Scorpius Malfoy era totalmente irritante quando queria. — Só peço para que não fique bêbada com whiskey de fogo. Você sã já é um porre.

— Idem.

— Mas eu te entendo, Weasley, levar um pé na bunda como levou e ainda — ele se inclinou para sussurrar. — beijar você sabe quem…Só ficando bêbada para esquecer.

— Não sei do que está falando.

— Claro que não sabe. — deu uma risada idiota se desencostando. — Ah, não se preocupe, fiz questão de convidá-lo. Prezo pela sua diversão.

Minha pálpebra esquerda latejou com a imagem infeliz de Scorpius Malfoy saindo da cozinha. Dominique poupou-se em dizer algo, provavelmente com medo que eu a deixasse com olheiras em dias tão importantes como os que estávamos vivendo.

A minha única preocupação ao fechar a torneira foi tirar um tempo para dormir durante à tarde, torcendo para que um milagre acontecesse e os Scamander resolvessem fazer algo mais interessante do que visitar seus velhos amigos.

Subi as escadas quase me arrastando, e implorei para que Dominique não deixasse Roxanne ir me perturbar durante o meu cochilo. Ela prometeu ficar de olho, o que contribuiu para que eu pegasse no sono mais rápido do que imaginava. Porém, o que é bom nunca dura muito.


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Notas finais do capítulo

Passa dia, passa noite e eu ainda shippo jaynique ♥ Eles são tão fofinhos, pena que só atrapalham a Rose tsc tsc tsc... E o Scorpius lindo como sempre, pelo amor de Morgana :P

Espero que tenham gostado do capítulo! Muito provavelmente no próximo sábado, dia 17 de novembro, vai ter atualização. Então aproveitem pra me dizer o que estão achando, se estão animadas pra conhecer o Lysander (KKKK), para saber o que aconteceu na tal festa da sala precisa, me contem tudinho!

Não sejam tímidos porque a autora que vos fala não é ;D

Um beijão no core de vocês ♥



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