Só os loucos sabem escrita por Akemihime


Capítulo 1
único




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O baile estava lotado. Não só os terceiranistas da turma A e B de heróis se encontravam lá com seus devidos acompanhantes, mas também as turmas de suporte e estudos gerais, além os professores responsáveis por cada uma delas.

Pessoas que Bakugou conhecia de vista e tentava ignorar, a maioria delas com quem o garoto já se envolvera em algum tipo de discussão ao longo daqueles anos de escola.

Ele deixou um suspiro irritado sair, soando mais como um resmungo escapando por seus lábios.

Por que deixou Kirishima lhe convencer de participar daquele estúpido baile mesmo?

— Ei Bakugou, eles colocaram mesmo uma cabine fotográfica ali, vamos lá! — Falando no ruivo, ele surgiu por trás de Katsuki, todo empolgado em seu terno azul escuro.

Bakugou sentiu sua mão ser pega pelo amigo, deixando-se ser arrastado por ele em meio a mais resmungos baixinhos de sua parte.

Ele não conseguia evitar de se perguntar como havia chegado àquele ponto com Kirishima.

Nem mesmo seus outros amigos, Kaminari, Sero e Ashido, eram capazes de fazer o que quisessem com Bakugou daquela forma. Mas era Kirishima aparecer que ele fazia tudo o que o ruivo quisesse, mesmo que não gostasse e reclamasse o tempo todo.

Era como se o maldito tivesse algum efeito diferente sobre ele, algum efeito que Bakugou nem mesmo entendia, mas era incapaz de controlar.

E com o passar dos anos parecia que ficava ainda pior. Ainda mais forte.

Assim que saíram da cabine fotográfica, que era apertada demais e desconfortável demais para o gosto de Bakugou, o salão onde estava sendo realizado o baile parecia ainda mais cheio do que antes, conforme os alunos iam aos poucos chegando.

— Bakugou-san, vamos tocar mais tarde, não se esqueça. — Yaoyorozu se aproximou do loiro, sorrindo amigavelmente, acompanhada de Todoroki.

— Hm — resmungou ele, pensando que até naquilo Kirishima conseguira convencê-lo a participar novamente. Todos queriam que a antiga banda do festival cultural do primeiro ano se apresentasse de novo, e apesar de Bakugou ter sido contra a principio, bastou poucas palavras de Kirishima para fazê-lo ceder ao pedido dos outros amigos.

Pelo menos ele teria mais uma oportunidade de matar todos com seu som. Ao menos foi isso que o ruivo havia falado. É, ele realmente sabia como conseguir convencer Bakugou.

Yaoyorozu pareceu satisfeita com sua meia resposta de qualquer forma.

— Vamos, eu vou pegar algo para bebermos. — Todoroki falou então, segurando a mão da garota, a afastando de Bakugou e logo desaparecendo entre a multidão de pessoas ali presentes.

— Tetsutetsu, cara, você tá concorrendo ao rei do baile, não é? — A voz de Kirishima ao lado do loiro logo chamou sua atenção e ele se virou, vendo o amigo conversar empolgadamente com Tetsutetsu que chegava acompanhado de Kendo.

— Mas é claro! Dessa vez nós vamos ganhar da turma A, vocês vão ver!

E então logo os dois começaram a conversar sobre a rivalidade entre as duas turmas, o que fez Bakugou revirar os olhos. Aquela seria uma longa noite.

E de fato o maior foco do baile estava voltado para a votação de rei e rainha. Algo que Bakugou não se importava em nada na verdade, mas a turma toda parecia muito envolvida e dedicada a não deixar que a turma B ganhasse. Não que eles devessem realmente perder tempo se preocupando com isso quando estava mais do que claro que aquele meio-a-meio idiota ganharia junto com Yaoyorozu, afinal os dois ficaram irritantemente populares em toda a escola depois que assumiram o namoro.

Mas apesar de Bakugou não dar a mínima ideia para esse tipo de coisa, não significava que ele não tiraria vantagem de alguma forma.

Ter a concentração de todos na votação de rei e rainha fazia com que o garoto pudesse colocar em prática de forma mais fácil o seu plano.

Bem, não era exatamente o seu plano, mas quando Kaminari lhe contou, a ideia não pareceu tão ruim assim – embora Bakugou jamais fosse admitir isso em voz alta para o amigo idiota.

Era a única forma de fazer com que o baile se tornasse de algum jeito interessante, afinal.

— As garrafas de álcool já estão escondidas comigo e com o Tetsutetsu — Kirishima sussurrou para Bakugou quando Kendo se afastou para conversar com Yaoyorozu.

Os demais amigos se aproximaram dos três que já estavam ali reunidos, conversando então sobre o que haviam programado para aquela noite.

E sim, eles haviam recrutado até mesmo os garotos da turma B para ajudá-los. Considerando que Tetsutetsu mais parecia um irmão gêmeo de Kirishima, não foi tão surpreendente vê-lo se juntando imediatamente a eles quando contaram a ideia que tiveram.

— Kaminari está no palco se apresentando com a Jirou — Ashido falou, olhando de esguelha para o palco aonde Kaminari tocava violão e Jirou cantava suavemente — Ele estará de olho no movimento dos professores dali de cima!

— E só pra ter certeza, nós vamos distrair o Aizawa-sensei e o Vlad-sensei também! — Sero completou, levantando o polegar, compartilhando da empolgação da amiga.

— Beleza, enquanto isso, nós batizamos os ponches! — Kirishima falou, repassando por fim todo o plano deles.

Todos concordaram e Eijirou passou discretamente uma das garrafinhas contendo vodka para Bakugou, que rapidamente escondeu em sua roupa.

— Ok, então vamos dar início ao plano de batizar o ponche! — Ashido exclamou, erguendo a mão fechada a sua frente, deixando claro para os outros colocarem a mão por cima da dela, sendo respondida imediatamente apenas por Kirishima e Tetsutetsu, enquanto Sero ergueu a sobrancelha, pensando se deveria se juntar.

— Tsc, só vamos logo acabar com isso — Bakugou quem reclamou, ignorando aquela idiotice e se virando de costas para eles, se afastando, fazendo com que os amigos imediatamente o seguissem.

O plano deveria ser simples. E de fato começou sendo um sucesso, com Tetsutetsu conseguindo com facilidade despejar todas as duas pequenas garrafas de vodka que trazia consigo em duas das quatro vasilhas de ponche que estavam dispostas na mesa.

O professor Vlad não fazia ideia do que acontecia bem atrás dele, muito ocupado chamando a atenção de Monoma que, embora não soubesse do plano dos garotos, acabara convenientemente criando uma pequena confusão ao começar a provocar Tokoyami ao vê-lo conversar com Kuroiro (gritando algo sobre a vitória de Kuroiro sobre Tokoyami que ocorreu no primeiro ano, não que Bakugou se importasse muito).

— Tsc, presta atenção! — Bakugou murmurou para Kirishima, que prendia o riso ao ver a cena acontecendo ao longe, especialmente ao ver a expressão de descontentamento de Tokoyami.

A vontade de Bakugou era de gritar com o amigo ruivo, mas infelizmente nesse mesmo momento Aizawa se moveu mais a frente deles, fazendo com que Katsuki, no desespero, puxasse Kirishima para baixo rapidamente, sussurrando um rápido “se abaixa, idiota!”.

— Sensei, não vai dançar? — A voz elevada de Ashido se fez presente, claramente distraindo o professor conforme haviam planejado.

— Está funcionando, vamos! — Kirishima falou para Bakugou, após espiar por cima da mesa de ponche aonde estavam escondidos.

Aizawa estava de costas para eles não muito a frente da mesa, mas Mina e Sero estavam rodeando o professor, fazendo o possível para ele não perceber a movimentação que acontecia logo atrás de si.

Com isso, Bakugou não perdeu tempo, seguindo Kirishima e voltando ao plano. Ele abriu a tampa da pequena garrafa que o amigo havia lhe dado mais cedo, o ruivo o imitando também, indo em direção a vasilha de ponche ao lado de Bakugou.

E talvez os dois estivessem tão concentrados nesta pequena fração de segundos em que iam começar a despejar o conteúdo em ambas as vasilhas, que nem ao menos perceberam um grito fino vindo do microfone lá do palco. Não perceberam o grito, nem uma Ashido quase caindo no chão, junto com as exclamações desesperadas de Sero… e muito menos perceberam os olhos de Aizawa bem sobre eles justo naquele momento.

Tudo o que sentiram foram duas mãos firmes pegando no ombro de cada um dos dois, apertando ao afastá-los dali.

— Mas o que… — Kirishima exclamou enquanto Bakugou já começava a sua lista interminável de xingamentos.

Ambos se calaram quando olharam para cima, encontrando o dono das mãos os encarando com olhos vermelhos brilhantes e uma aura nada amigável.

É, eles realmente foram pegos no flagra.

— Venham comigo. Agora. — Foi tudo o que Aizawa disse.

Kirishima engoliu em seco enquanto Bakugou revirou os olhos, embora nenhum dos dois ousasse retrucar ou desobedecer a ordem do professor.

E enquanto iam sendo arrastados para fora do salão movimentado, pelo canto de olho Bakugou viu Tetsutetsu se misturar no meio da multidão que dançava, fazendo uma careta ao olhar a situação dos dois.

— Como você nos descobriu, sensei? — Kirishima perguntou finalmente, um misto de indignação e curiosidade pairando em sua voz, conforme eram arrastados pelos corredores escuros da escola, o som da música alta do salão já distante.

Aizawa suspirou, parecendo realmente cansado.

— Ashido e Sero estavam se esforçando demais para me manterem ocupado. — explicou — Além do mais, Kaminari praticamente gritou no palco quando eu ameacei me virar pela primeira vez na direção de vocês.

— Idiotas — Bakugou resmungou, desejando matar os amigos.

Nem Kirishima teve a capacidade de discordar do loiro dessa vez.

Não demorou muito para logo chegarem à sala de aula da turma 3-A, Aizawa abrindo a porta e deixando os garotos entrarem, acendendo a luz logo em seguida.

— Vocês vão ficar aqui e escrever uma redação detalhada sobre os males que o álcool faz. — O professor usava seu tom mais sério, deixando claro que não haveria abertura nem mesmo para contestarem, fazendo ambos os alunos concordarem contrariados.

— Sensei! Podemos voltar para o baile depois de terminar? — Kirishima perguntou, sabendo que provavelmente a resposta seria “não”.

— Bakugou se comprometeu em ajudar com a banda, então eu não posso bani-lo do baile. — Aizawa respondeu, seus olhos indo de Bakugou para Kirishima. — E como eu sei que certamente a ideia desse plano não foi sua, está liberado para voltar quando terminar.

— Beleza! — O garoto exclamou, sorrindo.

Até que não havia sido um castigo tão ruim por terem tentado batizar os ponches.

— Conversaremos sobre uma punição apropriada pela manhã, junto com Kaminari, Ashido e Sero. — Aizawa então disse, fazendo o sorriso do ruivo desaparecer com isso.

É, estava bom demais para ser verdade mesmo.

— Deixem as redações na minha mesa, e é bom fazerem direito. — O professor concluiu por fim, deixando os dois sozinhos na sala de aula. Ele ainda precisava ficar de olho nos outros estudantes caso tentassem fazer mais alguma coisa durante a festa, afinal.

— Merda, se aqueles idiotas não tivessem se atrapalhado, poderíamos ter conseguido! — Bakugou reclamou, quebrando o silêncio que havia ficado assim que Aizawa saiu.

Ele se aproximou da mesa que costumava se sentar, tirando o blazer, irritado.

— Quando sair daqui vou matar todos eles!

Notando o silêncio de Kirishima, o loiro se virou para ele antes de se sentar, curioso.

Eijirou estava o encarando com uma expressão estranha, o que fez Bakugou arquear o cenho, confuso.

— O que foi agora?!

— Cara, o que aconteceu com a sua gravata? — Kirishima finalmente perguntou, soltando o riso, o que fez o outro a sua frente bufar de raiva e olhar para própria gravata que estava em seu pescoço.

Não é como se ele soubesse exatamente arrumar aquilo, visto que nunca usava aquele tipo de roupa, então simplesmente tinha colocado a gravata em seu pescoço e dado um nó de qualquer jeito, sem se preocupar muito. Nunca que ia pedir para alguém ajudá-lo, seria estúpido demais.

— Não enche, cabelo de merda! — Resmungou, sem no entanto gritar, virando o rosto para que Kirishima não percebesse como ficara sem graça com o amigo se divertindo por aquilo.

Mas parecia que Kirishima sempre sabia como Bakugou se sentia, mesmo que este não falasse em voz alta.

Então não foi exatamente uma completa surpresa para Katsuki quando o ruivo se aproximou dele, ainda rindo, e mandou que ele ficasse parado.

— Não sei como não reparei nisso antes — Kirishima ainda ria baixinho — Oi, fica parado!

— Cala a boca — Foi tudo o que Bakugou falou, ele próprio fechando a boca e sentindo o rosto esquentar ligeiramente ao notar a proximidade de Eijirou.

Kirishima estava com o corpo quase colado ao seu, com os dedos trabalhando na gravata em seu pescoço, de modo que a distância não era tão grande assim entre o rosto de ambos.

Pensar sobre isso fez não só a face de Bakugou esquentar, como também todo o seu corpo clamar pela proximidade aumentar ainda mais. O que estava acontecendo com ele?

— E como você sabe dar nó em uma gravata? — Bakugou então perguntou com uma voz de deboche, mais para distrair sua mente do que qualquer outra coisa (não que estivesse exatamente funcionando).

Kirishima riu, erguendo o rosto para encará-lo.

— Qual é, fala como se eu não soubesse andar na moda! — Exclamou em tom brincalhão, o que fez Bakugou revirar os olhos.

— Você usa crocs

— É mais confortável do que você imagina. Deveria tentar usar aquele par que te dei de natal.

Bakugou ficou quieto então. A verdade é que ele tinha sim usado, mas apenas porque havia sido um presente do ruivo, embora nunca fosse admitir isso para ele.

— Cara, você tem que ficar parado — Kirishima falou mais uma vez, colocando a mão no ombro de Bakugou, percebendo que mesmo em silêncio ele conseguia ser sempre agitado.

Katsuki deu um longo suspiro, obedecendo contrariado.

E lá estavam todos os seus sentidos novamente percebendo o quão próximo Kirishima estava de si.

Tentar se distrair realmente não estava surtindo tanto efeito quanto desejava.

— Pronto, terminei! — Kirishima sorriu, olhando o trabalho que havia feito, sem, no entanto, se afastar de Bakugou.

— Obrigado.

— Ahn? O que?

— Eu disse “obrigado”. — Bakugou repetiu, sua voz saindo mais baixa e rouca do que de costume.

E o fato de ouvi-lo agradecendo – algo que não costumava fazer com frequência –, ainda mais daquele jeito, fez Kirishima erguer o rosto com surpresa, encarando o amigo.

Ele esboçou um sorriso então. Aquele tipo de sorriso que só Kirishima era capaz de dar, um sorriso que parecia fazer até os olhos de Eijirou brilharem e deixavam até mesmo Bakugou com vontade de sorrir também.

E talvez fosse por vê-lo sorrir assim tão de perto e por já estar lutando contra aqueles estranhos desejos que despertaram em seu corpo ao tê-lo tão próximo assim de si, que Bakugou desistiu de pensar e aproximou seus lábios do amigo ainda sorridente a sua frente.

Seus lábios tocaram os de Kirishima com força, urgência, como se necessitasse daquele beijo mais do que jamais se permitiria pensar, fazendo o sorriso do ruivo imediatamente desaparecer entre sua boca.

E embora no fundo de sua mente uma voz gritasse com receio de que Kirishima pudesse não gostar, tendo ainda em vista de que havia sido pego de surpresa, essa voz desapareceu no instante em que o amigo começou a mover os lábios também, abrindo espaço para a língua de Bakugou em sua boca, aprofundando e dando mais firmeza ao beijo.

Eles não souberam quanto tempo ficaram assim, se beijando profundamente, com os corpos ainda colados um ao outro. E embora desejassem que aquele momento não acabasse, ele não duraria para sempre.

— Olha, as luzes estão acesas, eles devem estar ali dentro! — Bem ao longe, Bakugou conseguiu ouvir a voz fina de Ashido comentar, e aquilo bastou para fazê-lo sair do transe em que estava, se separando bruscamente de Kirishima.

Eijirou ficou com uma expressão confusa no rosto, mas ao ouvir a voz de Ashido mais perto ainda, seguida agora pelos outros amigos, ele rapidamente entendeu, respirando fundo e tentando se recompor, assim como Bakugou que não parecia estar em uma situação melhor que ele.

Bakusquad veio ao resgate! — Ashido exclamou alegremente, abrindo a porta da sala de aula de forma brusca, tentando soar de algum jeito impactante e heróico.

Ela entrou, seguida de Sero e Kaminari logo atrás, e os dois quase trombaram com Ashido, visto que a garota parou subitamente, olhando de Kirishima para Bakugou, franzindo o cenho, como se suspeitasse de alguma coisa.

— Aconteceu alguma coisa aqui? — Ela perguntou então, analisando os dois amigos.

E tanto Bakugou quanto Kirishima, embora estivessem com os lábios inchados e ambas as faces levemente vermelhas, não disseram uma palavra em resposta. O ruivo congelado no lugar, sem olhar para ninguém, enquanto Bakugou tentava voltar a sua postura natural.

— Eu já disse pra parar de chamar a gente de bakusquad, idiota. — Ele falou finalmente, mas sem conseguir sequer levantar a voz. Sua cabeça de certa forma nebulosa com o beijo que compartilhou com Kirishima, como se processasse toda a informação ainda.

Ashido olhou para ele, percebendo que havia escapado de sua pergunta, mas decidindo não insistir no momento. Ela não era burra, podia imaginar exatamente o que havia acontecido ao olhar para a situação em que se encontravam.

Felizmente para Bakugou e Kirishima, a garota parecia ser a única ali a desconfiar de alguma coisa.

— Achei que você ia nos matar por ter sido pego, Bakugou! — Kaminari então riu, não temendo a morte ao apoiar o braço ao redor do pescoço do amigo explosivo.

Mas para sua sorte, nem isso pareceu despertar o lado assassino de Bakugou, que se limitou a dar um suspiro irritado e um olhar feio em direção a ele.

— Eu também, cara, o Aizawa-sensei deve ter acabado com vocês! — Sero não deixou de falar, fazendo uma careta ao se lembrar da expressão do professor mais cedo.

— Ainda estou decidindo sobre matar vocês ou não. — Foi tudo o que Bakugou comentou, se desvencilhando do braço de Kaminari e indo em direção a porta. — Vocês vão ficar aqui a noite toda, seus idiotas?

Ashido bateu as mãos, quase pulando, animada.

— É assim que se fala! Vamos lá, eu ainda não dancei o suficiente por hoje! — Ela pegou a mão de Sero e Kaminari, arrastando-os para fora, passando por Bakugou, dizendo o quanto ainda poderiam aproveitar do baile naquela noite.

— Ei, Bakugou, não demora, a Jirou falou que a nossa banda vai tocar daqui a pouco! — Kaminari ia gritando pelo corredor conforme se deixava ser levado por Ashido.

Bakugou suspirou quando o silêncio voltou a se instalar ali, olhando para a outra pessoa que havia restado na sala quase vazia.

— Vem logo — Murmurou para Kirishima, desviando o olhar dele então, não conseguindo esconder o leve constrangimento. — Aizawa-sensei vai nos punir de qualquer jeito amanhã, vamos voltar.

Com isso o ruivo finalmente pareceu despertar de seus pensamentos, concordando com a cabeça e se movendo em direção a porta, aonde Bakugou ainda o esperava.

— Oi, Bakugou — Kirishima então o chamou, parando perto do amigo. Bakugou olhou para ele e Kirishima então continuou, coçando a cabeça de leve e desviando o rosto dele — Ir ao baile… até que não foi tão ruim assim, não é?

Ele sorriu então, voltando a encarar Katsuki, mesmo com o rosto levemente enrubescido.

Bakugou logo entendeu a verdadeira pergunta que não havia sido pronunciada ali.

— Hm… é, até que não foi tão ruim assim — Ele murmurou, sentindo o próprio rosto esquentar, desviando o olhar — Vamos lá.

Kirishima concordou, agora com o sorriso ainda maior em seu rosto.

E enquanto caminhavam de volta para o baile, Bakugou não conseguiu esconder o próprio sorriso que brotava discretamente em seus lábios também.

Não. O beijo não havia sido ruim. E nenhum dos dois se arrependiam dele.


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